Terapêutica da artrite reumatoide O tratamento da artrite reumatoide pode ser bastante variado, consoante a evolução da doença e a resposta do doente aos vários tratamentos. Pode variar desde alterações na dieta e exercícios específicos, administração de anti -inflamatórios não-esteroides, administração de corticosteroides até administração de fármacos específicos para a artrite reumatoide. Crisoterapia Os estados de oxidação mais importantes do Au são +1 e +3. As geometrias mais usuais do Au(+1) são a linear, trigonal e tetraédrica, enquanto que a mais comum para o Au(+3) é a quadrangular plana. O ião Au(+1) tem grande afinidade para ligandos “macios” com átomos S ou P e também para CN- devido à sua carga negativa e propriedades de aceitador π. Vários complexos de Au têm sido usados para o tratamento da artrite reumatoide: Os compostos de Au administrados devem ser entendidos como pró-fármacos e não espécies biologicamente activas. O mecanismo de actuação não está esclarecido, no entanto as propostas que existem envolvem: Ligação de Au(+1) a grupos tiolato presentes em locais do ADN específicos para a ligação de proteínas que activam os efeitos efeitos inflamatórios Formação de complexos com cianetos que facilitam o transporte e acumulação no interior da célula Formação de complexos de Au(+3) através de um ciclo redox envolvendo hipoclorito, consumindo por um lado compostos activos de oxigénio e por outro produzindo Au(+3) que se pode ligar a proteínas provocando alterações estruturais que podem diminuir o seu reconhecimento pelo sistema imunitário como sendo “estranhas” e assim diminuir a resposta inflamatória Terapêutica por quelação O termo “terapia por quelação” refere-se ao uso de fármacos para tratar desequilíbrios resultantes da presença de metais indesejáveis devido a intoxicações ou doenças. Para o fármaco ser efectivo deve complexar o metal alvo e promover a sua remoção do corpo sem interferir com a bioquímica normal dos metais in vivo. Deve portanto ser muito selectivo. Antibióticos macrocíclicos Uma visão alargada deste conceito pode incluir o usos de fármacos para sequestrar metais de modo a interromper um processo bioquímico indesejado. Como exemplo pode referir-se o uso de agentes de ligação para os iões do grupo I Na+ e K+. Neste caso o objectivo não é promover a remoção destes iões mas sim interferir com o seu uso pelas bactérias e assim produzir um efeito antibacteriano. Os antibióticos macrocíclicos nonactina e valinomicina actuam deste modo. Fazem uso do carácter duro destes iões. pag 204 Intoxicação por metais Historicamente a terapia por quelação foi desenvolvida no sec XX para moderar os efeitos tóxicos dos compostos de arsénio no tratamento da sífilis. também os ligandos EDTA e DTPA foram usados para tratar a intoxicação por Pb e radionuclídeos. distribuem-se no espaço extracelular e são rapidamente excretados. Os efeitos tóxicos destes ligandos estão relacionados com a sua capacidade em sequestrar Ca2+ e Zn2+. Os efeitos podem ser moderados usando sais de Ca e Zn em vez de sais de Na. Nos anos 5º foram desenvolvidos diversos agentes sequestrantes (antídotos) para o gás Lewisite (composto de As) Aplicações Alumínio – Tratado usualmente com dfoH3 Antimónio– É um componente do tratamento da esquistossomose ou bilharzíase. Os casos humanos de intoxicação têm sido tratados com dmpah2, dmsaH4, ou dmpsH3 Arsénio– Têm sido usados dmpaH2 e dpaH2 Bismuto– É usado para o tratamento de desordens gástricas. Intoxicações tem sido tratadas com dmpaH2 ou dmpsH3 Cobre– intoxicações por este metal têm sido tratadas com dmpaH2, dpaH2 ou dmsaH4 Ferro– Existem cerca de 20000 casos anuais nos EUA (referenciados) de intoxicação em crianças devido a vitaminas e suplementos minerais. Dependendo da gravidade dos casos o uso de dfoH3 tem mostrado ser efectivo. Chumbo– Os melhores resultados têm sido obtidos com dmsaH4 Plutónio– Este elemento apresenta um carácter duro mas o grande raio iónico do ião Pu4+ permite um número de coordenação 8. O agente sequestrante típico é o dtpa5-. Outros agentes como o lihopoH4 e dfohopoH4. Talassémia Este tipo de anemia é tratado com frequentes transfusões de sangue, o que leva a uma acumulação de ferro. A remoção desse ferro excessivo por quelação prolonga a esperança de vida destes doentes. O EDTA não é um bom agente sequestrante devido à falta de selectividade. O primeiro agente a ser utilizado foi o dfoH3. Tem a desvantagem de não poder ser tomado por via oral, é caro e tem efeitos secundários significativos. Têm sido obtidos resultados promissores com quimicamente a um polímero modificado de amido. este composto ligado Têm sido considerados outros agentes sequestrante, estando alguns em fase de ensaios clínicos estes compostos resistem melhor a ambientes ácidos e não removem o ferro da hemoglobina e citocromos. Podem entrar nos canais da estrutura da proteína ferritina e mobilizar o ferro “armazenado”. Agentes polidentados são vantajoso porque diminuem a possibilidade de ocorrência de reacções redox Fe3+/Fe2+ O composto deferasirox está aprovado nos EUA: Doença de Wilson Esta doença resulta de uma desordem genética que leva a acumulação de cobre no fígado e que devido à deficiente excreção biliar resulta na libertação de um excesso de cobre na corrente sanguínea que vai afectar diversos órgãos. O tratamento de excesso de cobre por quelação tem que ter em conta que será um tratamento durante toda a vida e portanto a toxicidade do agente sequestrante é um factor muito importante O cobre é absorvido como Cu2+ mas sofre posteriormente redução a Cu+. Estes dois iões têm químicas diferentes: O Cu2+ e um metal mais duro do que Cu+. isto leva a que o Cu2+ prefira ligandos com N e O (complexos octaédricos ou quadrangular planos) enquanto que o Cu+ prefere ligandos com S e P (geometrias aproximadamente tetraédricas). Um dos agentes usados neste tipo de terapia é a d-penicilamina. Actua sobre o Cu+. Este fármaco apresenta no entanto toxicidade a longo prazo e 1/3 dos pacientes apresentam hipersensibilidade. Também agrava problemas neurológicos. Na China tem sido usado o dmsaH4 Outro sequestrante que tem sido testado é o tetaH2 que actua sobre o Cu2+ mas não parece actuar sobre o cobre existente no fígado. Outros fármacos actuam nas células dos intestino evitando a absorção. estão entre estes o acetato de zinco e o tetratiomolibdato [MoS4]2-. Este último apresenta toxicidade...