Atualização em Farmacoterapia 1 Gel de Acetato de zinco Formulação diferenciada é opção para o tratamento tópico vaginal e retal contra infestação por Herpes simplex vírus tipo II1. A pomada de própolis é eficaz no tratamento do Herpes simplex vírus tipo II, sendo mais efetiva que a pomada de aciclovir e o placebo na cicatrização das lesões herpéticas e na redução dos sintomas locais3. A utilização tópica do óleo de melissa possui atividade antiviral in vitro contra o Herpes simplex vírus, sendo eficaz no tratamento destas infecções, especialmente para aqueles pacientes que sofrem de recidivas6. Estudos & Atualidades 2 Estudo avalia o efeito inibitório do acetato de zinco em gel de carragenina in vivo contra altas doses de Herpes simplex vírus tipo II (HSV-2) vaginal e retal1. Neste estudo, modelos animais foram randomizados a receber os seguintes tratamentos: Acetato de zinco 1% Acetato de zinco 0,5% Acetato de zinco 0,3% Acetato de zinco 0,1% Acetato de zinco 0,03% As diferentes doses foram combinadas com gel de carragenina 3%. Foi avaliado o efeito inibitório em modelos animais contra altas doses (106 UFC) de HSV-2, sendo mensurado também o acetato de zinco em gel de hidroxietilcelulose. Foi avaliada a atividade in vitro desta combinação contra o HPV e HSV-2. Resultados: O estudo demonstrou efeito sinérgico do acetato de zinco + gel de carragenina in vitro; Nos estudos in vivo, a associação de acetato de zinco + gel de carragenina preveniu, de forma dosedependente, a infestação do vírus HSV-2 vaginal nos modelos animais; Observou-se proteção de 75-85% após doses de 1%, 0,5% e 0,3% de acetato de zinco em gel contendo 3% de carragenina, não apresentando diferenças significativas entre eles; Em contraste, o acetato de zinco em gel de hidroxietilcelulose não apresentou proteção contra as altas doses de HSV-2, demonstrando resultados semelhantes ao controle; Os géis de carragenina demonstraram baixa toxicidade in vitro, causando danos mínimos para a arquitetura da mucosa cervicovaginal e retal in vivo, não induzindo o aumento da susceptibilidade à infecção por HSV-2 em modelos animais. Percentual de proteção (%) Percentual de proteção contra altas doses de Herpes simplex tipo II após tratamento com acetato de zinco em gel de carragenina 3% 1. 1% acetato de zinco + 3% de carragenina 0,5% acetato de zinco + 3% de carragenina 0,3% acetato de zinco + 3% de carragenina 0,1% acetato de zinco + 3% de carragenina 0,03% acetato de zinco + 3% de carragenina 3% de carragenina PBS O tratamento com acetato de zinco (concentração de 1%, 0,5% e 0,3%) em gel de carragenina é eficaz no tratamento do Herpes simplex vírus tipo II vaginal e retal, tendo a capacidade de bloquear a transmissão 1 sexual do HSV-2 . Tempo (Dias) Propostas Terapêuticas Gel de carragenina com acetato de zinco Acetato de zinco.............................................1%1 Gel de carragenina 3% qsp............................50g Aplicar no local das feridas. Cápsulas de lisina L-lisina....................................................1000mg2 Administrar três cápsulas ao dia por seis meses. A carragenina apresenta atividade antiviral intrínseca. Os géis contendo carragenina têm demonstrado serem seguros e aceitáveis para utilização em formulações tópicas em humanos. Este perfil de segurança favorável, bem como boas propriedades físicas/reológicas, faz com que esses géis sejam veículos úteis para manipulação de fórmulas contendo ativos microbicidas1. L-Lisina parece ser um agente eficaz para a redução da gravidade da ocorrência, e redução do tempo de cura para a infecção por HSV recorrente2. Estudos & Atualidades 3 Estudo multicêntrico, controlado, randomizado e simples-cego compara a eficácia do extrato de própolis, aciclovir e placebo no controle dos sintomas do herpes genital (HSV)3. Neste estudo, 90 pacientes, apresentando Herpes simplex vírus tipo II, confirmado através dos níveis de imunoglobulina sérica, foram randomizados em três grupos e receberam os seguintes tratamentos: Grupo 1 (n=30) Pomada de própolis Grupo 2 (n=30) Pomada de aciclovir Grupo 3 (n=30) Placebo O tratamento teve duração média de dez dias. O tempo final dos tratamentos foi variável de acordo com o tempo de cura e remissão dos sintomas. A aplicação foi realizada quatro vezes ao dia. Foi verificada a capacidade de cura e remissão dos sintomas após os diferentes tratamentos. Os participantes foram avaliados após 3, 7 e 10 dias do início do tratamento. Além dos sintomas clínicos, o número e tamanho das lesões herpéticas foram avaliadas. A cada exame, as lesões foram classificadas em quatro estágios: vesicular, ulcerativa, crosta e curada. Resultados: O tempo de cura das lesões herpéticas foi menor no grupo tratado com a pomada de própolis quando comparado aos grupos tratados com aciclovir e placebo; Após dez dias de tratamento, 24 pacientes que estavam utilizando a pomada de própolis apresentaram cura e remissão dos sintomas quando comparados ao grupo tratado com aciclovir (14 pacientes) ou placebo (12 pacientes) (p=0,0015); O tempo para as formação da crosta foi significativamente menor no grupo tratado com a pomada de própolis (p=0,0006) quando comparado aos demais tratamentos. Após três dias, 15 indivíduos que receberam tratamento com própolis e 8 com aciclovir apresentaram as lesões em foram de crosta; Inicialmente, 66% das mulheres apresentavam superinfecção por patógenos microbianos. Entre as pacientes tratadas com a pomada de própolis, 55% apresentaram redução desta superinfecção, não sendo observadas alterações nas tratadas com aciclovir e placebo. 100 Percentual de paceintes (%) Após sete dias de tratamento, 33% dos indivíduos tratados com a pomada de própolis apresentaram cura das lesões, sendo o mesmo diagnóstico identificado em 13% dos pacientes tratados com aciclovir e 10% com placebo; Percentual de pacientes que apresentaram cura após dez dias de tratamento com pomada de própolis, aciclovir ou placebo3 * 80 60 40 80 47 20 40 0 Própolis Aciclovir Placebo *p=0,0015 (própolis versus aciclovir e placebo) A pomada contendo flavonoides da própolis é eficaz no tratamento do Herpes simplex vírus tipo II, sendo mais efetiva que as pomadas de aciclovir e placebo na cicatrização das lesões herpéticas e na redução dos sintomas locais3. Propostas Terapêuticas Pomada de própolis Extrato de própolis.......................................5%3,4 Pomada base qsp.........................................100g Aplicar sobre as lesões quatro vezes ao dia até remissão dos sintomas. Tratamento convencional No estudo in vivo, o uso tópico do extrato de própolis a partir da concentração de 5% previne o aparecimento dos sintomas de infecção por Herpes simplex em modelos animais, e in vitro, apresenta atividade antiviral relacionada à prevenção da adesão deste vírus às células e à interrupção do ciclo de replicação viral4. Creme contendo aciclovir Aciclovir..........................................................5%5 Creme base qsp..............................................50g Administrar quantidade suficiente sobre as lesões herpéticas, seis vezes ao dia. Cápsulas de aciclovir Aciclovir....................................................400mg5 Administrar duas cápsulas ao dia. Estudos & Atualidades 4 Estudo avalia o efeito do óleo de Melissa officinalis sobre os diferentes tipos de Herpes simplex vírus6. Estudo avalia o efeito antiviral e a atividade inibitória do óleo de Melissa officinalis sobre o vírus da herpes simples tipo 1 e tipo 2 foi testada in vitro em células renais de macacos usando ensaio reduzido em placa. A concentração inibitória (IC50) do óleo de melissa para formação de placa do herpes foi determinada nas diluições altas de 0.0004% e 0.00008% para HSV-1 e HSV-2, respectivamente Resultados: Ambos os vírus da herpes foram significativamente inibidos pelo pré-tratamento com óleo de melissa antes da infecção das células; Os resultados indicam que o óleo com melissa afeta o vírus antes da absorção, mas não há alteração após a penetração na célula hospedeira, e assim, o óleo de melissa é capaz de exercer um efeito antiviral direto sobre o vírus da herpes. A natureza lipofílica do óleo essencial permite uma boa penetração na pele, e um alto índice de seletividade. Inibição da infectividade viral pelo óleo de Melissa officinalis nod diferentes tipos de Herpes simplex vírus6. Inibição da infectividade (%) 100 98 96 98,8 94 97,2 92 90 HSV-1 HSV-2 A utilização tópica do óleo de melissa possui atividade antiviral in vitro contra Herpes simplex vírus, sendo eficaz no tratamento destas infecções, especialmente para aqueles pacientes que sofrem de recidivas frequentes 6. Estudo de caso demonstrou que paciente, com quadro clínico e citológico de herpes genital, relatou, de forma espontânea, grande melhora dos incômodos genitais cerca de 25 minutos após aplicação de gel contendo 50 mg/g do fitoterápico Uncaria tomentosa. A aplicação tópica deste em primomanifestação de herpes genital vulvar foi bem tolerada e melhorou rápida e sensivelmente os incômodos da lesão 7. Propostas Terapêuticas Pomada contendo Melissa officinalis Melissa officinalis óleo.................................1%6,8 Pomada base qsp...........................................50g Aplicar de duas a quatro vezes ao dia nas lesões herpéticas, por até quatorze dias. Gel contendo Uncaria tomentosa Uncaria tomentosa extrato fluido..................5%7 Gel de CMC qsp..............................................50g Aplicar nas lesões três vezes ao dia, durante quatro dias ou até remissão dos sintomas Creme contendo Aloe vera Aloe vera......................................................0,5%9 Creme vaginal base qsp.................................50g Aplicar no local das feridas três vezes ao dia. Estudo demonstra que o extrato de Aloe vera (0,5%) em creme é eficaz como tratamento alternativo na cura dos primeiros episódios de herpes genital em homens 9. Propriedades e Mecanismo de Ação Acetato de Zinco1,10: O mecanismo proposto para os sais de zinco refere-se à descamação das células epiteliais da mucosa e, assim, a subsequente falta de local para a replicação primária do vírus. 5 Própolis3: O mecanismo proposto para a ação do extrato de própolis está relacionado à prevenção da absorção do vírus nas células hospedeiras e/ou inibição de algum dos passos do ciclo de replicação viral, controlando o processo infeccioso. Melissa officinalis6: O mecanismo proposto da Melissa officinalis refere-se à replicação viral do Herpes simplex vírus tipo I e II. Mecanismo de ação do Herpes simplex 11 O Herpes simplex replica-se na célula segundo o esquema: 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. Ligação e fusão do vírus à membrana celular; Liberação do nucleocapsídeo e tegumento viral para o citoplasma; Liberação do DNA viral; Transcrição e tradução dos genes virais; Síntese do DNA viral; Transcrição e tradução dos genes virais; Criação do envólucro do DNA (capsídeo); Saída dos vírions. Doses Propostas Acetato de Zinco1 Uso tópico 0,3% a 1%. Extrato de Própolis3 Uso tópico 5%. Melissa officinalis óleo6 Uso tópico 1%. Literatura Consultada 1. Fernández-Romero JA, Abraham CJ, Rodriguez A, Kizima L, Jean-Pierre N, Menon R, Begay O, Seidor S, Ford BE, Gil PI, Peters J, Katz D, Robbiani M, Zydowsky TM. Zinc acetate/carrageenan gels exhibit potent activity in vivo against highdose herpes simplex virus 2 vaginal and rectal challenge. Antimicrob Agents Chemother. 2012 Jan;56(1):358-68. 2. Griffith RS, Walsh DE, Myrmel KH, Thompson RW, Behforooz A. Success of L-lysine therapy in frequently recurrent herpes simplex infection. Treatment and prophylaxis. Dermatologica. 1987;175(4):183-90. 3. Vynograd N, Vynograd I, Sosnowski Z. A comparative multi-centre study of the efficacy of propolis, acyclovir and placebo in the treatment of genital herpes (HSV). Phytomedicine. 2000 Mar;7(1):1-6. 4. Huleihel M, Isanu V. Anti-herpes simplex virus effect of an aqueous extract of propolis. Isr Med Assoc J. 2002 Nov;4(11 Suppl):923-7. 5. Drug Information Online. Acesso em: <http://www.drugs.com/ppa/acyclovir.html>. 6. Schnitzler P, Schuhmacher A, Astani A, Reichling J. Melissa officinalis oil affects infectivity of enveloped herpesviruses. Phytomedicine. 2008 Sep;15(9):734-40. 7. Passos MRL, Geller M, Barreto NA, Passos MDL. Uncaria tomentosa and Topical Use in Genital Herpes in Vulva: Case Report. DST - J bras Doenças Sex Transm 2010; 22(2): 81-83. 8. WHO, World Hralth Organization. Monographs on Select Medicinal Plants, Volume 2, 1999. 9. Syed TA, Afzal M, Ahmad SA, Holt AH, Ahmad SA, Ahmad SH. 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