Desenvolvimento inicial da mandioca 'cacau' sob diferentes posições da maniva Fernando Barnabé Cerqueira1, Álvaro José Gomes de Faria1, Pedro Fernandes dos Santos2, Jefferson Santana da Silva Carneiro1, Gilson Araújo de Freitas1 e Francisco de Carvalho Ribeiro1 1 Universidade Federal do Tocantins (UFT), Campus Gurupi. Rua Badejós, Chácaras 69 e 72, Lote 07 Zona Rural 77402-970, Gurupi, Tocantins-TO ([email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]; 2 [email protected]) Faculdade Guaraí (FAG), Av. JK, 2541, Setor Universitário, Guaraí - TO, CEP 77.700-000. Resumo - A orientação das manivas na cova durante o plantio é como uma das práticas de produção mais importante para a cultura da mandioca assegurando assim um melhor desenvolvimento inicial da planta. Com isso, o objetivo deste trabalho foi avaliar o crescimento inicial da mandioca cacau (Manihot esculenta Crantz) através de diferentes posições da maniva na cova de plantio. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizados, com três tratamentos e oito repetições. Os tratamentos consistiram de diferentes posições da manivas, plantadas numa profundidade de 10 cm (T1 - horizontal, T2 - inclinado 45° e T3 - vertical). As unidades experimentais foram implantadas em canteiro com dimensionamento de 1,50 m x 1,00 m com espaçamento entre linha de 0,40 m, e 0,25 entre plantas. Aos 36 dias após o plantio, os parâmetros avaliados foram: altura de plantas, diâmetro do colmo, número de folhas, massa seca foliar e massa seca do caule. O plantio das manivas de mandioca em diferentes posições influenciou significativamente nos resultados de crescimento inicial da planta de mandioca em todos os parâmetros avaliados. Os resultados obtidos demonstraram que as manivas plantadas em posição vertical, tiveram desempenho superior às outras modalidades de plantio, podendo esta posição ser recomendada para posteriores plantios da cultura em cultivos de grandes e pequenas áreas. Palavras-chave: Manihot esculenta, metódos de plantio, material de plantio. Initial development of cassava 'cocoa' under different positions of cuttings Abstract - The orientation of the cassava cuttings in the pit during planting is one of the most important production practices for the crop of cassava thus ensuring a better initial development of the plant. Thus, the aim of this study was to evaluate the initial growth of the cocoa cassava (Manihot esculenta Crantz) through different positions of the cuttings in pit of planting. The experimental design was completely randomized, with three treatments and 8 repetitions. The treatments consisted in different positions of the cuttings planted at a depth of 10 cm (T1 - horizontal, T2 - tilted 45 ° and T3 - vertical). The experimental units were deployed in bed with dimensions of 1.50 m x 1.00 m with line spacing of 0.40 m and 0.25 between plants. After 36 days of the planting, were evaluated the parameters: plant height, stem diameter, number of leaves, dry weight of leaf and dry weight of stem. The planting of cassava cuttings in different positions, significantly influences the results of initial growth of the cassava plant in all parameters. The results showed that the cuttings planted vertically outperformed the other methods of planting, could this position be recommended for further crop plantations in large and small areas of crops. Keywords: Manihot esculenta Crantz, methods of planting, planting material. Introdução Constituinte da família das Euforbiáceas, a mandioca (Manihot esculenta Crantz) é consumida por cerca de 500 milhões de pessoas no mundo. Mais de 80 países produzem mandioca, sendo que o Brasil participa com mais de 15% de toda produção mundial, com cerca de 24 milhões de toneladas de raízes, ficando atrás apenas da Nigéria. A cultura possui alta adaptabilidade aos diferentes climas encontrados, propiciando assim a extensa incorporação aos hábitos alimentares da população em geral. No território brasileiro essa cultura é bastante difundida, principalmente para as regiões Norte, Nordeste e Sul (Hermogenes, 2015; IBGE, 2015). Além de ser alimento básico das populações, que historicamente a consomem na forma de farinha, cozido e outros inúmeros derivados, é também uma importante fonte de amido para as indústrias de alimentos, de papel e têxtil, entre outras. É a única cultura, em nível mundial, que concretamente tem vantagens comparativas em relação ao milho na produção de amido em ambientes tropicais. Esta cultura representa, também, um grande fator de segurança socioeconômica e alimentar para os diversos extratos sociais que a cultivam, com impactos positivos na geração de emprego e renda (Valle & Lorenzi, 2014). A sua grande distribuição em todas as regiões brasileiras está sendo em razão de sua ampla adaptação às diferentes condições edafoclimáticas e ao seu Tecnol. & Ciên. Agropec., João Pessoa, v.10, n.5, p.16-21, jul. 2016 16 potencial de produção. São vários os fatores que contribuíram para a disseminação e a propagação da cultura por toda a região, dentre eles podemos citar: a facilidade de cultivo, por não exigir solos muito férteis e técnicas sofisticadas, diversidade genética, grande resistência a pragas, capacidade de regeneração e de adaptação ecológica, reprodução vegetativa, elevada tolerância a períodos de estiagem e possibilidade de cultivo consorciado com outras culturas (Hermogenes, 2015; Albuquerque, 2003). Todos estes atributos fazem com que essa cultura seja geralmente cultivada por agricultores de pequena escala (≤ 10 hectares) como uma cultura de subsistência em uma gama diversificada de produtos agrícolas e sistemas alimentares (Alves, 2002). Sua principal forma de propagação é comumente realizada por meio vegetativo utilizando partes da planta mãe, também conhecidas como estacas ou manivas. A seleção das manivas, bem como seu tamanho é um fator importante para o aumento do rendimento agrícola agindo diretamente na produtividade da área cultivada (Toro & Atlee, 1984). De acordo com Mattos & Cardoso (2003), alguns aspectos devem ser observados na escolha das mesmas, sendo eles: posição destas nas plantas de origem, a idade, sanidade das manivas, além do comprimento e diâmetro, eliminando-se a parte herbácea superior que possui poucas reservas, e a parte basal, muito lenhosa. O controle desses fatores é essencial para o desenvolvimento de plantas vigorosas, capazes de produzir um bom número de raízes (Legese et al., 2011). Outra prática de manejo nesta cultura e a importância na orientação das manivas na cova durante o plantio. Esta pratica depende de algumas características como, a variedade vegetal utilizada e principalmente das condições ambientais no local da realização do plantio. Com isso, está pratica exige a realização de experimentos em diferentes zonas ecológica para determinar a melhor posição da maniva durante o plantio para assegurar um melhor desenvolvimento da planta (Toro & Atlee, 1984). Tem-se três orientações diferentes em que as manivas de mandioca são geralmente plantadas no campo. Pode ser plantada na posição vertical, na posição vertical em um ângulo (inclinação) ou horizontalmente por baixo do solo. Assim, as informações sobre a seleção do melhor método de plantio adequado para o desenvolvimento inicial da mandioca é um pré-requisito importante para a adopção de novo sistema de cultivo que proporcione melhor rendimento para cultura. Neste sentido, o presente trabalho tem como objetivo avaliar o efeito da posição da maniva no desenvolvimento inicial das plantas de mandioca cacau. 17 Tecnol. & Ciên. Agropec., João Pessoa, v.10, n.5, p.16-21, jul. 2016 Material e Métodos O experimento foi conduzido na Faculdade Guaraí – FAG, localizada no município de Guaraí, região central do estado do Tocantins. O município está situado nas coordenadas 08° 50’ 03’’ de latitude S, 48° 30’ 37’’ de longitude W com uma altitude de 259 m. O clima da região segundo a classificação de Köppen (1948) é do tipo Aw com clima tropical e inverno seco. Apresenta estação chuvosa no verão, de novembro a abril, e nítida estação seca no inverno, de maio a outubro. A temperatura média anual e de 26,2 °C com pluviosidade média anual de 1.900 mm. O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizados, com três tratamentos e oito repetições. Os três tratamentos consistiram em diferentes posições da maniva (T1 - horizontal, T2 inclinado 45° e T3 - vertical). Cada parcela útil foi constituída por oito manivas distribuídas em canteiro de 1,00 x 1,50 m, sendo cada área útil das parcelas constituída por 1,5 m². A variedade de mandioca utilizada neste experimento foi a cacau, sendo utilizada por ser a variedade de mandioca para mesa mais consumida em todo o estado do Tocantins e principalmente por apresentar melhor qualidade de massa em comparação com as demais variedades cultivadas no estado (Anjos et al., 2014). As manivas utilizadas apresentavam comprimento de 20 cm, selecionadas do terço médio da planta, desprezando-se as extremidades próximas das folhas e do colmo seguindo as recomendações do sistema de produção de mandioca para a região do Cerrado (Souza & Fialho, 2003). Foram inseridas as manivas inclinadas e verticais em solos úmidos com dois terços do comprimento do corte com posterior compactação do solo em torno das estacas para assegurar melhor contato do solo com a maniva. No caso das manivas horizontais, as mesmas foram colocadas horizontalmente no sulco numa profundidade de 10 cm e totalmente coberto pelo solo. O espaçamento utilizado em todas as posições no momento do plantio foi de 0,40 m entre linhas e 0,25 m entre plantas. A parcela útil foi constituída de duas linhas de quatro plantas, para cada tratamento. Os resultados da análise química do solo utilizado no experimento estão representados na Tabela 1. Os tratos culturais, assim como a adubação seguiram as recomendações do sistema de produção de mandioca para a região do Cerrado (Souza & Fialho, 2003). Para manter a umidade do solo sob condições ideais para a planta, foram realizadas irrigações do tipo aspersão diariamente até atingir a capacidade de campo, constituindo assim, um ambiente favorável para o melhor desenvolvimento das plantas de mandioca. Tabela 1. Resultados da análise química e física do solo para condução do experimento. Ca+Mg Ca2+ Mg2+ Al3+ H+Al K CTC(T) SB CTC(t) -3 .................................................................. cmolc dm ................................................................. 8,0 7,1 0,9 0,0 3,8 0,14 11,94 9,4 8,14 V (%) 78,73 M (%) 0,0 MO (%) 2,64 MO (g dm-3) 26,4 pH (em H2O) 6,4 Areia (%) 57,5 Aos 36 dias após o plantio (DAP) foram avaliados os seguintes parâmetros: altura de plantas (AP), diâmetro do colmo (DC), número de folhas (NF); massa seca foliar (MSF) e massa seca caulinar (MSC). A medição da altura das plantas foi realizada com o auxílio de uma régua graduada em milímetros, sendo avaliada a distância entre o solo e a extremidade da última folha emitida, com o limbo foliar distendido. A medição do diâmetro de colmo foi realizada com o auxílio de um paquímetro digital, tomando como base o colmo da planta. Para obtenção da massa seca vegetativa (folha e caule) foi realizado o procedimento de secagem em estufa com circulação forçada de ar, a 60 oC durante 72 horas, procedendo-se à pesagem em balança analítica eletrônica (0,001g). Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância, utilizando o programa ASSISTAT versão 7.6, e quando o valor de F apresentou-se significativo ao nível Silte (%) 13,7 Argila (%) 28,8 Areia (g dm-3) 575 K P (mg dm-3) (mg dm-3) 50,7 6,1 Silte (g dm-3) 137 Argila (g dm-3) 288 de 5% de probabilidade, aplicou-se o teste de Tukey para a comparação das médias. Os gráficos dos parâmetros avaliados foram plotados utilizando o programa estatístico Sigma Plot versão 10. Resultados e discussão A análise de variância apresentou nível de significância de 1% (p≤0,01) para as variáveis altura de planta, diâmetro do colo, massa seca da folha e massa seca do caule e significância de 5% (p≤0,05) para o número de folhas em função das diferentes posições da maniva no plantio visando a o melhor desenvolvimento das plantas de mandioca cacau. Os coeficientes de variação (CV) foram baixos, mostrando que o estudo foi bem conduzido e que o efeito foi basicamente do tratamento aplicado (Tabela 2). Tabela 2. Resumo do quadrado médio e da análise de variância das médias das características AP (altura de plantas), NF (número de folhas), DC (diâmetro de colmo), MSF (massa seca das folhas) e MSC (massa seca do caule). Fonte de variação GL Tratamento Resíduo CV (%) Média geral 2 21 AP 46,07** 5,71 13,78 17,34 NF 23,29* 4,25 10,60 19,45 Quadrados Médios DC 8,96** 0,96 13,44 7,31 MSF 7,85** 0,82 21,00 4,31 MSC 0,49** 0,01 15,48 0,75 * (Significativo a 5% de probabilidade pelo teste F); ** (Significativo a 1% de probabilidade pelo teste F) A resposta das plantas de mandioca em altura (AP) e diâmetro do colo (DC) sob diferentes formas de plantio da maniva no solo são apresentados na Figura 1. A análise de variância revelou que a posição da maniva no plantio teve efeito significativo (p≤0,01) para altura da planta e para o diâmetro do colo das plantas de mandioca. Com isso, a maior altura de planta foi observada no plantio vertical seguido pelo plantio inclinado da maniva (Figura 1A), estas posições atribuíram uma superioridade de aproximadamente 32 e 19% respectivamente quando se compara com o plantio horizontal que apresentou os menores valores de altura de plantas. Já para os valores de diâmetro de colo pode se observar que o plantio vertical juntamente com plantio inclinado da maniva no plantio proporcionaram os maiores diâmetros (Figura 1B). As posições vertical e inclinada atribuíram um acréscimo de aproximadamente 33,5 e 14% respectivamente quando comparados com o plantio horizontal que apresentou os menores valores para o diâmetro do colo. Os resultados encontrados para a altura de planta neste trabalho corroboram com os estudos realizados por Camargo (2009), ao comparar o crescimento da planta de mandioca em função de diferentes densidades de plantio e posições da maniva, observou um maior desenvolvimento das plantas quando as maniva foram plantadas na posição vertical em comparação ao plantio na horizontal, apesar de não apresentar diferença significativa entre os mesmos. Santos et al. (2007), também observaram que o método de plantio da maniva na posição vertical no solo proporcionou melhor crescimento da planta e maior produção de raízes, com aumento de produtividade de 25% em relação ao plantio Tecnol. & Ciên. Agropec., João Pessoa, v.10, n.5, p.16-22, jul. 2016 18 a 8 18 7 Diâmetro do colo (mm) b Altura de Plantas (cm) B ab 9 15 12 9 6 b A ab 21 Segundo Ritchie & Landis (2008), numerosos estudos mostram que o diâmetro de colo é o melhor indicador de qualidade e desempenho das mudas após sua emergência, e que estes resultados foram utilizados para definir os graus de qualidade das plantas. Gomes & Paiva (2004) também explica que a altura, combinada com seu diâmetro de colo, constitui uma das mais importantes características para estimar o máximo desenvolvimento das plantas após sua emergência. a tradicional (plantio da maniva na horizontal), principal método de plantio praticado no Brasil. Para os valores do diâmetro de colmo o plantio na posição vertical pode proporcionar um maior desenvolvimento do diâmetro do colo, expressando todo seu potencial genético devido seu rápido estabelecimento, e consequentemente possibilitando maiores vantagens para o produtor. Estudos realizados por Camargo (2009) indicam maior velocidade no desenvolvimento da planta, quando se opta pela forma de plantio na posição vertical em relação à horizontal. 6 5 4 3 2 3 1 0 0 Horizontal Inclinado (45°) Vertical Posição da maniva Horizontal Inclinada (45°) Vertical Posição da maniva Figura 1. Valores médios da AP-altura de plantas (A) e DC-Diâmetro do colo (B) de plantas de mandioca em diferentes posições de plantio na cova (Horizontal; Inclinada e Vertical). As médias seguidas pela mesma letra minúsculas entre os tratamentos não diferenciam estatisticamente entre si, pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. O diâmetro de colo assim como a altura é uma característica morfológica de fácil aferição e de grande importância, uma vez que está relacionado com o acúmulo de reservas, assegurando assim maior resistência a condições climáticas adversas e evitando possível tombamento das plantas no campo (Carneiro, 1995). Os resultados encontrados para número de folhas (NF), massa seca das folhas (MSF) e massa seca do caule (MSC) das plantas de mandioca são mostrados na Figura 2. A análise de variância revelou que a posição da maniva no plantio teve efeito significativo (p≤0,01) para massa seca da folha, como também para a massa seca do caule e efeito significativo (p≤0,05) para o número de folha em plantas de mandioca. Para o número de folha (NF) os maiores valores encontrado foi através da posição vertical e inclinado da maniva no solo que não se diferiu estatisticamente entre si apresentando com isso valores bastante próximos (Figura 2A). A posição vertical e inclinada proporcionou uma superioridade de 18% aproximadamente em relação 19 Tecnol. & Ciên. Agropec., João Pessoa, v.10, n.5, p.16-21, jul. 2016 os menores valores encontrados através da posição horizontal da maniva no solo. O número de folhas acumuladas na haste principal é uma excelente medida de desenvolvimento vegetal e está associada à evolução da área foliar da planta, a qual determina a interceptação da radiação solar usada na fotossíntese do dossel vegetativo (Hodges, 1991). Segundo Silveira et al. (2012) essa é uma característica desejada, pois a manutenção da folhagem das plantas de mandioca aumenta o período de atividade do aparato fotossintético da planta proporcionando incrementos no rendimento da produção da cultura. Para os valores médios de massa seca das folhas (Figura 2B), pode se observar os maiores valores na posição vertical seguido também da posição inclinado da maniva no solo. Estas mesmas posições da maniva não diferiram entre si estatisticamente apresentando com isso valores bastante próximos. As posições verticais e inclinadas atribuíram para esta característica uma superioridade de aproximadamente 61,5 e 40% respectivamente quando comparados com o plantio horizontal, onde este apresentou os menores valores para massa seca da folha. Segundo Silva et al. (2001), o plantio da maniva na posição vertical, deixando-se no interior do solo pelo menos quatro gemas para garantir um bom desenvolvimento, as raízes tendem a formar-se na extremidade inferior distribuindo-se de forma radial com certa uniformidade além de proporcionar aumento na produtividade. Santos et al. (2007) comprovaram o que método de plantio da maniva na posição vertical no solo proporcionou melhor crescimento da planta e maior produção de raízes, com aumento de produtividade de 25% em relação ao plantio tradicional (plantio da maniva na horizontal), principal método de plantio praticado no Brasil. Os maiores valores para massa seca do caule (Figura 2C) foram encontrados na posição vertical da maniva no solo. Esta característica foi afetada de forma significativa pela posição da maniva no solo, possuindo valores de 50 e 21% aproximadamente de superioridade quando comparado com as posições horizontal e inclinado da maniva no solo respectivamente. A posição horizontal da maniva no solo proporcionou os menores valores para esta característica, enquanto que a posição inclinada obteve valores considerados intermediários entre as posições horizontal e inclinada da maniva no solo. A maniva de mandioca quando plantada na posição horizontal a 10 cm de profundidade, implicara em um consumo de energia pelo embrião muito maior, sendo esta condição desfavorável ao desenvolvimento da planta, onde a mesma apresenta menor massa seca do caule em comparação às outras formas de plantio. Estudos sobre a análise de desenvolvimento, utilizando-se dados de acúmulo de matéria seca, permitem descrever o padrão de crescimento da cultura ou de parte dela, possibilitando comparações entre situações distintas, que podem ser aplicadas às mais diversas modalidades de estudos (Hunt, 1990). Figura 2. Valores médios do NF-número de folhas (A), MSF-Massa seca das folhas (B) e MSC-Massa seca do caule (C) de plantas de mandioca em função das diferentes posições das manivas no solo (Horizontal, Inclinada e Vertical). As médias seguidas pela mesma letra minúsculas entre os tratamentos não diferenciam estatisticamente entre si a 5% de probabilidade pelo teste de Tukey. Tecnol. & Ciên. Agropec., João Pessoa, v.10, n.5, p.16-21, jul. 2016 20 Conclusões 1. O plantio das manivas de mandioca em diferentes posições influenciou de diferentes formas os parâmetros de produção avaliados, como: altura de planta, número de folhas, diâmetro de colmo, massa seca de folhas e massa seca de caule. 2. A posição vertical da maniva no solo foi a que melhor proporcionou um crescimento das plantas de mandioca. 3. O plantio horizontal das manivas de mandioca não apresentou resultados satisfatórios em todos os parâmetros avaliados. IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Levantamento sistemático da produção agrícola. Pesquisa mensal de previsão e acompanhamento das safras agrícolas no ano civil. Rio de Janeiro v.29 n.1 p.1-83, janeiro. 2015. Disponível em:<ftp://ftp.ibge.gov.br/Producao_Agricola/ Levantamento_Sistematico_da_Producao_Agricola_%5Bme nsal%5D/Fasciculo/lspa_201501.pdf>. Acessado em: 10 de out. 2015. KÖPPEN, W. 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