Cultive um pomar doméstico e colha saúde Por Ricardo de Souza Oliveira Estamos em pleno verão, o que facilita o cultivo da maioria das plantas tropicais que tem estímulo para crescimento com temperaturas mais altas e também com maior fotoperíodo. Este é um bom momento para iniciarmos o cultivo de um grande número de espécies, seja este em pequenos espaços, como vasos, jardineiras ou quintais, como também em maiores, como sítios e fazendas. Para o sucesso de um plantio é fundamental entender as preferências das plantas escolhidas, ou escolher plantas de acordo com o espaço disponível para o seu cultivo, avaliando a incidência de sol no local, a profundidade do solo ou do recipiente, a drenagem do terreno, a textura do solo e por fim a fertilidade que poderá ser corrigida se a planta a ser cultivada assim exigir. Geralmente as plantas frutíferas e as flores necessitam de pleno sol para um bom desenvolvimento e produção. Já algumas folhagens e outras ornamentais como as orquídeas e as bromélias, preferem uma insolação indireta, pois assim evoluíram ao longo de milênios, se desenvolvendo no sub-bosque das matas. Um pomar caseiro pode ser cultivado diretamente no chão ou em vasos e esta experiência pode ser muito prazerosa, uma terapia, pois colher frutos no quintal nos remete a nossa infância, atraem pássaros, além é claro, de melhorar nossa alimentação através do consumo de frutas frescas. Entre as espécies de mais fácil cultivo podemos citar: acerola, amora, goiaba, jabuticaba, nêspera, pitanga, romã e a uvaia. Estas plantas são de porte médio e se adaptam bem em pequenas áreas, exigindo entre 25 e 50 m² cada planta para seu cultivo. É fundamental que as mudas sejam adquiridas em viveiros idôneos, pois o sucesso ou o fracasso está diretamente ligado à qualidade e boa orientação técnica na formação da muda que deve respeitar detalhes específicos para cada uma das espécies. Deve-se preparar o local do plantio com antecedência, abrindo-se um berço de 60x60x60 centímetros, onde devem ser uniformemente misturados 30 litros de esterco de curral bem curtido ou húmus de minhoca; 1,5 kg de superfosfato simples ou termofosfato ou fosfato natural ou ainda farinha de ossos; 200 gramas de cloreto ou sulfato de potássio e ainda 300 gramas de calcário, preenchendo-se o berço com a mistura e aguardando pelo menos quinze dias para o plantio da muda. Para áreas maiores deve-se fazer o preparo e correção do solo como um todo, devendo-se fazer uma avaliação da fertilidade do solo através de uma amostragem e envio para laboratório especializado. No momento do plantio, retirar o recipiente tomando-se o cuidado para não destruir o torrão, deve-se retirar as raízes enoveladas e/ou enroladas. Posicionar a muda de forma a não deixar raízes expostas e também não deixar a muda abaixo no nível da superfície do solo, pois isto poderá causar problemas fitossanitários futuros. Providenciar a irrigação periódica até o pegamento da muda, ou seja, o inicio do seu novo ciclo de desenvolvimento com o surgimento de novas brotações. Após o plantio, deverá ser providenciada a cobertura orgânica do local para melhor eficiência das irrigações e melhor conforto da nova planta. Fica aqui o desafio para aqueles que não estão acostumados a conviver com as plantas, experimentem cultivar e descobrirão um grande prazer. E para os iniciados nesta arte, vamos aproveitar o período ainda favorável para incrementar nossos quintais, dando mais sabor, cores e perfumes a nossas vidas. Ricardo de Souza Oliveira, Engenheiro Agrônomo, Mestre em Fitotecnia pela UFLA – Lavras, Secretário de Agricultura e Meio Ambiente de Delfim Moreira/MG Naturale fevereiro/março - 2012