27. Enumere os componentes da massa bucal dos cefalópodes e explique sua função. Contém um par de mandíbulas quitinosas em forma de bico, podendo haver uma rádula cobrindo o odontóforo. Em Nautilus e Spirula à um par de glândulas salivares, em Coleoidea dois pares. As mandíbulas têm como função rasgar a presa, e a rádula atua como língua, enviando partes do alimento em direção do tubo digestivo. 28. Discuta a relação entre crescimento populacional, desenvolvimento e biodiversidade. O impacto humano sobre a terra é imenso: 6 bilhões de habitantes crescendo a 2% ao ano. Em torno de 35 % da superfície emersa do planeta esta cercada e é usada diretamente para cultivo ou pastagens permanentes. As selvas cobrem 17% diminuindo 2% ao ano. O resto está composto por pastagens temporárias, desertos, tundras e altos cumes. As plataformas continentais são responsáveis de 90% da produção primaria dos oceanos. Estima-se que 35 % da produção primaria derivada destes ambientes ingressa em cadeias tróficas que tem o homem no seu ápice. E a corrida para explorar o que resta não para. É evidente que estamos afetando fortemente as outras espécies e deteriorando o ambiente do qual dependemos. Alguns pensam que a deterioração não necessariamente deve ocorrer e acreditam numa utilização sustentável da natureza. Outros são menos otimistas, mas não por isso menos envolvidos com a tentativa de preservação. 29. Discuta o valor da biodiversidade desde diferentes pontos de vista. Ha vários tipos de razões para preocupar-se com a perda da biodiversidade: morais, econômicas, estéticas, funcionais, etc. Desde o ponto de vista moral, o respeito à vida no sentido amplo é a base de muitas filosofias e religiões. Se a moral deriva das leis naturais, o direito a existência das espécies não-humanas é tão legítima quanto os direitos dos indivíduos da sociedade humana. Desde o ponto de vista econômico a biodiversidade tem valores óbvios: 1. as espécies ou variedades com potencial de tornar-se fontes de alimento pode ser muito importante. 2. como fonte de medicamentos, 3. a biodiversidade é fonte de genes para produção de organismos geneticamente modificados (transgênicos). 4. A manutenção da biodiversidade estimula o ecoturismo que a sua vez contribui a financiar as reservas naturais. Desde o ponto de vista ecológico, a diversidade de espécies estabiliza o funcionamento dos ecossistemas, pode aumentar a tolerância a variações ambientais. Sistemas mais complexos tem mais probabilidades de incluir espécies capazes de suportar estresses específicos. Experimentos controlados mostram que o aumento no número de espécies e no número de conexões na teia alimentar aumentam a estabilidade dos ecossistemas frente a variações ambientais. Alta diversidade auxilia a manter elevada a produtividade. 30. Enumere as causas e tipos de extinção. Podemos distinguir três tipos de extinção: Extinção basal (background extinction) reflete o desaparecimento de algumas espécies e a substituição por outras que acontece normalmente nos ecossistemas. Esta última conhecida como “pseudoextinção”. Extinções em massa ocorreram em vários momentos da história da terra como resultado de catástrofes naturais como meteoritos, furacões, erupções vulcânica etc. Algumas são locais e outras globais. Extinções antropogênicas são parecidas às extinções em massa, com a diferença que estão sob o controle humano (embora não individual).A extinção de espécies sempre existiu, porém se acelerou muito com a ação do homem e atualmente afeta todo o planeta por meio de ações localizadas ou globais. A taxa de extinção presente deve ser a mais alta da historia da terra. A ação humana como a caça, destruição de habitats, introdução de espécies. A extinção ocorre quando as taxas de mortalidade superam as de natalidade por um período prolongado. Essa diferença representa o fracasso em se adaptar a mudanças ambientais, seja porque essas foram muito rápidas ou porque as espécies não tinham potencial evolutivo para lidar com elas. As mudanças podem ser classificadas em quatro tipos: câmbios climáticos; redução do habitat; declínio na qualidade do habitat e sobrexploração. Câmbios climáticos globais ocorreram causados pela deriva continental associados a mudanças na circulação de correntes marinhas. Onde barreiras geográficas impediram o deslocamento das espécies locais para ambientes mais favoráveis, podem ter se extinguido e ser substituídas por outras mais adaptadas aos novos tipos de clima e habitat. Habitats reduzidos suportam pequenas populações que são mais propensas a se extinguir devido a flutuações naturais na abundância (extinção ao acaso). Pequenas populações apresentam menor variabilidade genética diminuindo a capacidade de adaptação a mudanças. Tamanho mínimo do habitat: ainda os grandes parques nacionais norte-americanos perderam espécies de mamíferos, mostrando que essas áreas são insuficientes para evitar a extinção. Garantir um habitat mínimo se torna mais complexo para populações de espécies migratórias: aves, grandes mamíferos africanos, tartarugas marinhas, mamíferos marinhos etc. A sobrexplotação que é um caso particular de introdução de uma espécie, o homem, no ecossistema, pode ter efeitos desastrosos na riqueza de espécies. A sobrexplotação caracteriza uma relação predador-presa nova, que não da tempo a uma resposta evolutiva ao aumento da taxa de mortalidade. Quando o predador é o homem, com freqüência leva a extinção, em particular se trata de espécies grandes, longevas e de baixa fecundidade como baleias, tubarões, tartarugas e grandes mamíferos. 31. Discuta: conservação; reservas Conservação: Segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN. 1980), a conservação pode ser definida como o manejo do uso humano dos organismos e ecossistemas de forma tal que assegure seu uso sustentável. Conservação e sustentabilidade são conceitos associados que incluem proteção, manutenção, reabilitarão, restauração e melhoramento. As diferenças entre espécies se originam em mudanças genéticas, ou seja, são resultado da evolução. Essa variabilidade dentro de espécies e entre espécies se chama diversidade genética. Além de alguns ambientes ter muitas ou poucas espécies é importante o grau de endemismo, ou seja, a proporção de espécies exclusivas de uma região ou ecossistema. Desde o ponto da conservação da biodiversidade, as regiões de alta riqueza de espécies e endemismo são prioritárias. Reservas: Em muitos casos os limites das reservas são determinados por considerações econômicas ou de disponibilidade. Basicamente o que pode ser feito é tentar deixar como reserva tudo o que é ainda pristino (não foi ainda afetado pelo homem). Quando outras considerações podem ser levadas em conta, algumas regras baseadas em princípios ecológicos podem ajudar: (1) maior é melhor que menor, (2) um área grande é melhor que várias pequenas (3) áreas circulares são melhores que áreas alongadas (4) corredores que conectam áreas são desejáveis. As áreas grandes suportam maior número de espécies que a mesma superfície de áreas pequenas, porque reduzem a chances de extinção ao acaso, mantendo a variabilidade genética e diminuindo os riscos de que distúrbios afetem simultaneamente o habitat todo. As bordas devem ser reduzidas ao mínimo pois sempre existe uma interação entre o habitat preservado e o circundante, predadores (ratos, gatos, gambás, etc), parasitas ou agrotóxicos penetram ou têm efeito próximo às bordas diminuindo os habitats efetivamente preservados.