Importância da Alimentação de Mulheres em idade reprodutiva A transição do papel social da mulher ao longo das últimas décadas vem representando mudanças nas necessidades de saúde e nutrição. Isto é, as mulheres na primeira metade do século XX estavam ligadas ao trabalho doméstico, dentre eles a elaboração de refeições mais naturais, em que as vitaminas e minerais estavam mais disponíveis para absorção. Com a saída da mulher para o mercado de trabalho e o crescimento da indústria de alimentos, foram adicionados componentes químicos para maior conservação dos gêneros alimentícios, sendo que muitos destes alimentos são voltados para a saúde da mulher. Diante desta realidade, é importante que as mulheres se atentem na manutenção de um estado de saúde e nutrição adequado, além de uma vida reprodutiva saudável caso queiram ter filhos com bem estar físico, social e mental. Para auxiliar a população, os profissionais de saúde e o setor produtivo nestas mudanças de padrão da vida da sociedade brasileira, o Ministério da Saúde lançou, entre os anos de 2005 e 2006, o Guia alimentar para a população adulta brasileira. Neste, algumas diretrizes para os grupos alimentares são divulgadas aos adultos, dentre eles as mulheres. Veja a seguir: - Cereais, tubérculos e raízes: Recomenda-se o consumo de 6 porções diários do grupo de arroz, pães, massas, tubérculos e raízes, trazendo este grupo como necessário às atividades diárias com trabalhar, exercitar-se, estudar, dentre outras. Além disso, é importante que se dê preferência ao uso das farinhas integrais e farelos de aveia e de trigo, pelo maior número de fibras; - Frutas, legumes e verduras: Sugere-se a ingestão de 3 porções diárias de frutas e 3 porções de legumes. Estes alimentos são responsáveis em oferecer vitaminas e sais minerais ao organismo, que contribuem para prevenção de anemias carenciais, envelhecimento precoce, stress, depressão, constipação, etc., comumente observados entre as mulheres trabalhadoras; - Feijões e outros alimentos vegetais ricos em proteína: O guia ressalta a importância de comer 1 porção por dia. Além de oferecer o complemento nutritivo e protéico ao arroz, o feijão é rico em fibras, o que auxilia no funcionamento adequado do trato gastrintestinal. Há outras opções como a ervilha, grão de bico, soja, esta associada a um efeito benéfico na menopausa. No entanto, é importante que o seu consumo seja controlado para evitar formação de gases e desconforto, principalmente entre as mulheres, que geralmente tem mais dificuldade de evacuação, comparado aos homens; - Leite e derivados, carnes e ovos: Recomenda-se o consumo de 3 porções diárias de leite e derivados e 1 porção de carnes, peixes ou ovos. Tratando-se da mulher, é fundamental que procure consumir peixes com alto teor de ômega 3, que abrange espécies mais populares como a sardinha para pescados mais caros como o atum e o salmão. Também é necessário que as mulheres entendam que as gorduras têm um papel de destaque na produção de hormônios como o Folículo Estimulante, Luteinizante (envolvidos no ciclo menstrual), Progesterona e Estrogênio, estes relacionados ao próprio processo de fecundação e manutenção da gestação. Uma dieta balanceada em gorduras de boa qualidade propicia um adequado balanço de hormônios femininos e a sensação de bem estar; - Gorduras, açúcares e sal: Este trio, em doses excessivas entre as mulheres, resulta em dificuldades como exemplo, ganho de peso, retenção hídrica, hipertensão arterial, resistência à insulina, depressão e piora de problemas préexistentes como a síndrome do ovário policístico. Para isso, recomenda-se o uso de açúcar e sal com moderação, priorizando o açúcar mascavo e gorduras presentes em óleos vegetais, azeite, castanhas, nozes e demais oleaginosas; - Água: O guia direciona à população o consumo de água de 1ml por 1kcal da dieta habitualmente consumida. Então, por exemplo: se a pessoa geralmente consome 1800kcal por dia, é necessário, pelo menos, a hidratação diária de 1,8Litros. Além dessas recomendações, a equipe bem estar selecionou abaixo algumas dicas alimentares para a mulher entender a importância da alimentação fase reprodutiva, que envolve o período de 15 a 49 anos: - Garanta a hidratação, de preferência, entre as refeições para evitar grandes volumes durante as refeições. Atentar-se para evitar o consumo de água na forma de sucos e principalmente de refrigerantes, pois estes apresentam açúcares, que diminuem a absorção de água e nutrientes (como cálcio e ferro) pelo corpo; - Procure comer em intervalos de 2 a 3 horas por dia e em pequenos volumes (5 a 6 refeições ao dia). Lembre-se que uma dieta saudável engloba fatores culturais, nutricionais e também financeiros. Comer 6 vezes ao dia não implica em uma dieta cara, com alimentos que estejam fora do seu alcance. Para isso, o melhor é seguir as ofertas em feiras e mercados, observar a safra de verduras e frutas (pois garante um menor gasto e também um maior aproveitamento dos nutrientes pela maior quantidade em épocas de safra), além de procurar um profissional nutricionista para adequar seu plano alimentar às suas preferências, necessidades nutricionais e orçamento familiar; - Evite o consumo de doces diariamente. Em caso de desejos por chocolate, principalmente em períodos pré-menstruais, recomenda-se a ingestão dos tipos amargo, que apresentam maior teor de cacau e, assim, maior quantidade de componentes antioxidantes; - Para o melhor controle de peso e intervenção em situações de sobrepeso e obesidade, evite o uso abusivo de frituras, queijos gordos, leite integrais, massas e pães refinados. Para isto, esteja associando na sua alimentação, receitas com cereais mais integrais (como farelo de trigo e aveia). Veja algumas receitas que a equipe bem estar oferece para você no nosso site! Além disso, evite dietas restritivas em carboidratos e gorduras! Lembre-se de algo importante: o excesso de peso resulta em um tipo de inflamação do nosso organismo a calorias vazias como refrigerante, salgadinhos, massas com molhos gordurosos, etc. Por isso, associar alimentos mais integrais e gorduras saudáveis mantém o aporte de nutrientes necessários e favorece a perda de peso pela diminuição das respostas inflamatórias; - Em situações de baixo peso, é necessário que a mulher acrescente uma maior quantidade de azeite na salada, creme de leite ou mel nas frutas para conferir uma maior densidade energética às refeições e permitir o ganho de peso. Reforça-se a prática de atividade para favorecer o balanço adequado no ganho de massa muscular e tecido adiposo; - Atualmente, o uso indiscriminado de adoçantes tem sido muito frequente entre as mulheres que desejam perder peso ou até mesmo manter o peso. Mas muito cuidado! Não adianta compensar as calorias do açúcar nos sucos e doces dietéticos, sem uma mudança em toda a alimentação. - Por fim, tenha uma alimentação variada, consumindo alimentos dos grupos alimentares descritos no Guia do Ministério da Saúde. Através da ingestão de verduras e frutas amarelo alaranjadas (abóbora, manga, mamão) e vegetais folhosos verde-escuro (couve, brócolis, espinafre), você contribui para o aporte de minerais como ferro, cálcio, além dos carotenóides (precursores da vitamina A); carnes magras, cereais, leite e derivados que também garantem o consumo de vitaminas do complexo B e, por fim, o consumo de oleaginosas tais como castanhas do pará, de baru, de caju, amêndoas, nozes, permitindo a contribuição de gorduras saudáveis e, ainda, selênio e zinco, associados à prevenção de problemas como ansiedade. Entendendo estas dicas e conseguindo praticá-las, você terá uma vida mais saudável. Caso queira um acompanhamento individualizado às suas necessidades nutricionais, comportamentais, culturais, dentre outras, procure um nutricionista. Material elaborado pelas Nutricionistas Patrícia Martins e Gabriela AvilaAvila- Equipe bem estar.