Assistência Farmacêutica na Prevenção da

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Assistência Farmacêutica na Prevenção da Automedicação
Cintia Pereira Almeida¹
[email protected]
Dayana Priscila Maia Mejia²
Pós-Graduação em Atenção Farmacêutica – Faculdade FASAM
Resumo
A Assistência Farmacêutica pode ser entendida como um conjunto de atividades que
integram o controle, armazenamento, dispensação e orientações terapêuticas sobre o
medicamento. Poucos são os municípios que dispõe do farmacêutico para realizar em
Unidades de Saúde do SUS a assistência farmacêutica. Automedicação é a administração de
medicamentos sem orientação ou prescrição médica. O hábito de automedicar-se pode
provocar danos à saúde ou mesmo mascarar sintomas de doenças mais graves. A
automedicação é vista hoje como problema de saúde pública, pois essa prática normalmente
se inicia com baixo grau de instrução por parte dos usuários de medicamentos, esses
usuários recorrem aos medicamentos por não terem acesso a um sistema e serem
acompanhados por um profissional na área da saúde como médico. A pesquisa tem como
objetivo destacar a importância da assistência farmacêutica no combate a automedicação.
Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, de cunho qualitativo e método dialético. Concluiu-se
que o farmacêutico é o profissional que conhece os aspectos do medicamento e, portanto, ele
pode dar uma informação privilegiada às pessoas que o procuram, na farmácia, desta forma,
evitando a automedicação que pode gerar riscos ao consumidor.
Palavra-Chave: Farmacêutico; Assistência; Automedicação.
1. Introdução
A automedicação responsável é o uso de medicamentos que não precisam de receita médica
para tratar pequenos males, como resfriados, enxaqueca, azia, etc. É evidente que o risco
dessa prática está correlacionado com o grau de informação dos usuários sobre medicamentos,
bem como a acessibilidade dos mesmos. Embora haja medicamentos que podem ser
adquiridos sem prescrição médica, as pessoas não devem fazer uso indevido dos mesmos,
como ingeri-los na dose e na hora que lhes for conveniente.
Partindo do princípio de que nenhuma substância farmacologicamente ativa é inócua ao
organismo, a automedicação pode vir a ser prejudicial à saúde individual e coletiva. Os
analgésicos, por exemplo, normalmente subestimados pela população no tocante aos riscos
inerentes à sua administração, podem gerar seleção de bactérias resistentes, reações de
hipersensibilidade, dependência, sangramento digestivo, além de poder aumentar o risco para
determinadas neoplasias e ainda mascarar a doença que poderá progredir. As instruções sobre
como e quando tomar os medicamentos, a duração do tratamento e o objetivo da medicação
devem ser explicados pelo médico e pelo farmacêutico a cada paciente.
Por isso, como problemática de pesquisa questiona-se: O profissional farmacêutico pode
contribuir contra a prática da automedicação? A pesquisa tem como objetivo destacar a
importância da assistência farmacêutica no combate a automedicação. Como objetivo
específico buscou-se: Identificar as atribuições do profissional farmacêutico; Verificar os
malefícios da automedicação.
¹ Graduanda do Curso de Pós-Graduação em Atenção Farmacêutica.
² Graduada em Fisioterapia; Especialista em Metodologia do Ensino Superior; Mestre em Bioética e Direito
Doutoranda em Saúde Pública.
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Considerando a experiência profissional em farmácia comercial observou-se que a população
procura atendimento médico diretamente na farmácia ao invés de procurar atendimento
médico especializado, e, não sabe a diferença entre medicamentos éticos, genéricos e
similares, e, principalmente, desconhecem os riscos da automedicação. Por isso, concebeu-se
como de relevância social apresentar reflexões acerca desta problemática de saúde pública,
assim como apontar a importância da presença do profissional farmacêutico nos mais
diversificados espaços de saúde onde exista a relação de venda de medicamentos. Destaca-se
a pesquisa devido a obrigatoriedade legal da presença de farmacêuticos nas farmácias,
podendo estes então evitar a automedicação por parte dos clientes, demonstrando os riscos
desta prática.
2. Assistência Farmacêutica e a Prevenção da Automedicação
2.1 Da Botica ao Boticário
Os primeiro a chegar ao Brasil, foram os europeus, degradados, aventureiros, colonos entre
outras figuras da sociedade que tiveram que render-se aos tradicionais ensinamentos dos
pajés, utilizando ervas naturais para o combate de suas chagas. Silva (2003) destaca que com
a chegada das expedições do continente europeu, em diversos pontos do litoral brasileiro,
afim de negociar com os indíginas os produtos da terra é que melhoraram as condições
sanitárias dos colonizadores que ali viviam, pois nas esquadras havia um cirurgião-barbeiro
com sua botica, sendo que a mesma era uma caixa de madeira que continha as drogas e
medicamentos mais necessários e urgentes.
Silva (2003) afirma que a grande armada compunha-se de um corpo sanitário com apenas um
boticário, e nenhum físico-mor, que era como se denominava os médicos. Só em junho de
1553, com o segundo Governador Duarte Costa que chegou o primeiro físico-mor e novas
levas de jesuítas chegavam, sendo divididos para várias localidades da costa para iniciar
catequese e educação dos filhos da terra, os jesuítas foram muito mais práticos do que os
próprios governadores-gerais, pois trataram de instituir enfermarias e boticas em seus
colégios.
Segundo Calainho (2005), as boticas dos colégios jesuítas foram inigualáveis em qualquer
parte, pois nas mesmas continhas recipientes diversos, estantes com mais de 400 remédios,
fornalhas, alambiques, almofarizes de mármore, ferro e marfim, armários, frascos e potes de
várias cores e tamanhos, balanças, pesos, medidas, tachos de cobre, de barro, bacias, prensas,
tenazes, enfim, todo um aparato técnico para a confecção dos medicamentos, as boticas eram
gratuitas para os povos mais pobres e cobrados para os que tinham condições de pagar, o
dinheiro proveniente das boticas eram invertido nas próprias boticas na aquisição de novos
medicamentos e livros, os jesuítas possuíam embarcações que transportavam remédios ao
longo da costa.
Silva, (20003) afirma que o colégio do Maranhão possuía uma farmácia flutuante, a “botica
do Mar”, bem provida, que abastecia de medicamentos os lugares da costa, desde o Maranhão
até Belém do Pará, e dessa forma as boticas foram se multiplicando, até se tornarem farmácias
e drogarias.
2.2 Atuação do Farmacêutico
De acordo com o Conselho Federal de Farmácia (2011) os farmacêuticos são profissionais da
saúde, onde desempenham um papel importante na sociedade,uma vez que seu papel não é
somente tornar-se um profissional na manipulação de fármacos e medicamentos e suas
consequências ao organismo humano ou animal, o farmaceutico é acima de tudo um
profissional que indica,aconselha, previne em relação a automedicação enfim, o farmaceutico
tornou-se um profissional multicompetente na sociedade atual. Podem trabalhar em farmácias,
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hospitais, em laboratórios de análises clínicas ou seja,é imenso o campo de atuação deste
profissional.
O conjunto de ações e serviços comvistas a assegurar a assistencia terapeutica
integral,a promoção,a proteção e a recuperação da saúde nos estabelecimentos
púlblicos ou privados,desempenhados pelo farmaceutico ou sob sua supervisão.
Preparados para trabalharem no desenvolvimento, produção, manipulação, seleção e
dispensaçãode medicamentos, o farmaceutico, presta o trabalho de assistencia farmaceutica
onde pode desempenhar papel importante no comando de empresas que necessitem de sua
competencia. Podem também atuar na pesquisa e controle de qualidade de hemocomponentes
e hemoderivados, desde que tenha adquirido curso específico para isso onde sua habilitação
serve para atuar em dirvesas areas. Como se percebe, o farmacêutico exerce muitas funções
que vão muito além daquelas competencias adaquiridas na universidaede.
O farmacêutico querendo ou não se tornou um profissional muito procurado pelas classes de
menor poder aquisitivo na sociedade,e isso está ligado a uma conduta cultural da sociedade
atual.Nesse sentido,a assistencia farmaceutica prevê dois pontos fundamentais a saber dentro
dos principios que regula a profissão.
Segundo Merhy (1993, p. 45):
Tal conceito considera que assistencia farmaceutica não é exclusiva um profissional,
dela participandfarmaceuticos, médicos, quimicos, biólogos, dentre outros temos a
amplitude de procedimentos envolvidos para a realização oda Assistencia
Farmaceutica,que envolve desde a pesquisa até a farmacovigilância,abrangendo
deste modo uma série de itens referentes à política de medicamentos. Neste
conceito,que chamaremos de carater social mais externo da Assistência
Farmacêutica, observamos uma tentativa de comprometimento da sociedade da
discussão do modelo assistencial.
Nesse sentido é pertinente afirmar que o papel social da atuação do farmaceutico desperta
para a promoção da saúde da população de forma geral dentro da qual interação desse papel
deverá incluir algumas ações sobre medicamentos dentre as quais segundo Merhy (1993, p.
46) se pode citar:
Deve ser especialista em informações sobre medicamentos, deve orientar o paciente
quanto ao uso dos medicamentos, deve acompanhar os resultados do tratamento ou
ainda orientar ao paciente para que este não interrompa o tratamento advertindo-o
em relação ao danos que o mesmo pode causar a saude do paciente; etc.
De acordo com a Lei nº 5.991 de 19 de Dezembro de 19973 do Conselho Federal de
Farmácia,a exigência de farmacêutico como responsável técnico pelas farmácias deve incluir
ainda:
Programação, aquisição, distribuição, dispensação, garantia da qualidade dos
produtos e serviços, acompanhamento e avaliação de sua utilização, na perspectiva
de obtenção de resultados concretos e de melhoria da qualidade de vida da
população. A compreensão deste conceito é de suma importância, uma vez que, com
frequência e de forma errônea, ocorre a distribuição de medicamentos sem os
necessários critérios que assegurem o uso racional e seguro desses produtos. Por
isso, quando se fala em acesso, no caso específico dos medicamentos, significa ter o
produto certo para uma finalidade específica, na dosagem correta,pelo tempo que for
necessário, no momento e no lugar adequados, com a garantia de qualidade e a
informação suficiente para o uso adequado, tendo como consequência a
resolutividade das ações de saúde. Portanto, “acesso”, no contexto do uso racional e
seguro, não pode estar restrito ao produto medicamento, ocorrendo somente por
meio da articulação das ações inseridas na assistência farmacêutica e envolvendo, ao
mesmo tempo, o acesso ao conjunto de ações de atenção à saúde, com serviços
qualificados. Tal entendimento torna essencial à reafirmação.
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Como se pode notar, o farmacêutico deve ter como principal obetivo de sua profissão o
paciente e não o medicamento em si,pois dados seus valores etico-profissionais é para tal que
se especializa.Não existe um trabalho profissional no qual os valores eticos sejam descartados
pelo puro prazer de se profissionalizar ou atuar em uma determinada profissão.
Segundo Arrais (1997) mas que isso,o farmaceutico deverá ser aquele profissional que
acompanha, avalia,trabalha na prevenção e promação da saude da populaçã. Sendo que essa
promoção pra a saúde poderá ser feita nas seguintes condições, Disposições de serviços para a
promoção da prevenção clinica, Vigilância e publicação da saude principalmente pública,
Promoção para o uso racional de medicamentos pela sociedade como um todo.
A atuação do farmaceutico é definida atualmente mas pela necessidade da importância de se
ter um profissional que atue não só na fabricação e manipulação de medicamentos como
também pela necessidade de se ter um profissional que oriente pela promoção da saude e
prevenção de doenças, sempre disposto a aplicar seus conhecimentos adquiridos na academia
para o bem comum de uma sociedade ociosa por sua competencia como é a nossa
sociedade,na tentativa de suprir as deficiencias contidas principalmente na Rede Pública de
Saúde. Nesse contexto, a atuação do farmacêutico desperta curiosidade no sentido de que é
notável a confiança da maioria da população nesse profissional do que até mesmo no sistema
hospitalar, por se tratar do processo de medicação mais acessível a população carente, que não
têm acesso a uma boa assistência aos serviços médico hospitalar.
Segundo Zubioli (2000, p. 45):
É notável a inclusão do farmaceutico no processo de automedicação responsável.
Normalmente o modelo que conduz á automedicação inicia-se com a percepção do
problema de saúde pelo usuário. Torna-se imprescindível para o farmacêutico ter a
noção exata de sua competência e dos limites de sua intervenção no processo saúdedoença para que assuma a atitude correta, no momento oportuno, avaliando a
situação do doente, conduzindo-o se necessário a uma consulta médica.
Daí a necessidade de ser ter profissionais altamente qualificados que estejam preparados para
atuar de forma objetiva e responsável em meio asmais diversas situações que envolvam a
dicotomia atendimento medico-hospitalar e atuação farmaceutica,no sentido dese estabelecer
uma parceria de trabalho mútuo,onde no atendimento primario da população o farmaceutico
acaba se tornado a peça chave da resolução dos problemas que emergem no campo da saúde
de modo geral.
2.3 As boas práticas de dispensação
As boas práticas de dispensação consiste no atendimento farmacêutico em orientar o paciente
sempre que este procurar-lhe ajuda e apresente-lhe uma receita elaborada por um profissional
devidamente competente para esses fins. De acordo com o Ministerio da Saúde no Relatório
de Políticas Nacional de Medicamentos (2001), dispensação é o ato profissional farmacêutico
de proporcionar um ou mais medicamentos a um paciente, geralmente como resposta à
apresentação de uma receita elaborada por um profissional autorizado, sendo que nesse ato
profissional, o farmacêutico informa e orienta o paciente sobre o uso adequado do
medicamento, de forma que essas informações e orientações importantes, entre outros, a
ênfase no cumprimento da dosagem, a influência dos alimentos, a interação com outros
medicamentos, o reconhecimento de reações adversas potenciais e as condições de
conservação dos produtos. Desta forma, as boas práticas consistem num conjuntos de normas
que estabelecem regras compatíveis com um bom trabalho relizado pelo farmacêutico ou pelo
menos como deveria ser, com o intuito de melhorar cada vez mais o atendimento a população
como um todo.
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Segundo o Manual de Introdução às Boas Práticas Farmacêuticas na Dispensação de
Medicamento do Conselho Federal de Farmácia (1999), a dispensação de medicamentos é um
ato de grande responsabilidade, que requer conhecimento técnico-científico aprimorado,
permanentemente renovado e atualizado e envolve uma série de procedimentos que devem ser
rotina no atendimento aos pacientes, de modo que esses procedimentos devem ser aplicados
de acordo com a necessidade de cada paciente. De acordo com esse mesmo Manual, os
procedimentos indispensáveis que regem o trabalho do farmacêutico se dispõe em: Obtenção
e repasse de informações, recomendações básicas no atendimento ao paciente,
Recomendações para as entrevistas, repasses de Informações que devem ser repassadas aos
pacientes e Formas de repasse das informações. Todas essas normas podem ser definidas
assim
2.4 Obtenção e repasse de informações
As informações dadas aos pacientes devem respeitar a sua própria autonomia, melhorar a
saúde e maximizar os resultados do tratamento dando ao consumidor o poder de tomar
decisões sobre os tratamentos médicos na qual é submetido, melhorando assim a comunicação
entre os pacientes e os prestadores de cuidados de saúde, e encorajando-os uso racional de
medicamentos.
2.5 Recomendações básicas no atendimento ao paciente
Arrais (1997) destaca que quando se tratar do atendimento aos pacientes deve-se seguir alguns
cuidados essenciais para que se possa avaliar se a prescrição, ou os medicamentos de venda
livre que estejam sendo usados, podem causar-lhes problemas.
Desta forma, recomenda-se que sejam feitas perguntas, as quais devem ser feitas de forma a
se tornar uma linguagem acessível aos pacientes e aos seus respectivos responsáveis, como
por exemplo, indagar se o medicamento é para o uso de quem está comprando, idade de quem
tomará o medicamento, etc.
2.6 Repasses de Informações
Segundo o Manual de Introdução ás Boas Práticas Farmacêuticas na Dispensação de
Medicamento do Conselho Federal de Farmácia (1999, p.12):
Muitos pacientes “se abrem” para farmacêuticos, enfermeiros, balconistas, contando
pontos importantes de sua enfermidade e hábitos pessoais, antes omitidos ao
médico. Para que isto aconteça é necessário saber se comunicar com o paciente. A
comunicação depende de alguns fatores como: Aspecto físico: Manter aparência
saudável, bom asseio corporal. Para demonstrar preocupação com a sua saúde e a do
paciente; Roupa: Usar guarda pó, ou outra roupa adequada, em bom estado de
higiene e conservação. Objetivando demonstrar preocupação com sua higiene
pessoal. Linguagem utilizada: Deve ser de fácil compreensão para o paciente. Evitar
o uso de termos técnicos, ou quando o fizer explicar de forma clara o que significam
respeitando a linguagem e cultura local.
O que ocorre muitas vezes, é que essas informações acabam por não serem difundidas para os
pacientes que terminam por não confiar no trabalho médico, buscando assim ajuda de outros
profissionais, na maioria das vezes aos atendentes de farmácia.
2.7 Informações que devem ser repassadas aos pacientes
As informações repassadas ao paciente segundo o Manual de Introdução ás Boas Práticas
Farmaceuticas na Dispensação de Medicamento do Conselho Federal de Farmácia (1999),
devem ser as seguintes.
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2.8 Nome do(s) medicamento(s)
Para Arrais (1997) o paciente deve identificar claramente qual ou quais medicamentos esta
tomando, afim de saber posteriormente para que servem e que cuidados devem ser tomados
com cada um, tudo isso de forma clara e objetiva.
2.9 Finalidades terapêuticas (do tratamento)
Segundo Arrais (1997) inclui-se aí as perguntas para que servem os medicamentos ou o
tratamento prescrito ou indicado e desta forma criar no paciente a necessidade de aderir ao
tratamento nisso se tem aí nada mais que um direito de todo paciente.
2.10 Esquemas posológicos
Arrais (1997) afirma que deve-se aí repassar ao paciente os horários das tomadas de
medicamentos, em especial quando houver mais de um, devendo serem bem identificados
para evitar trocas.
2.11 Modos de usar
Gondolfi (2006) destaca que essas informações devem ser repassadas aos pacientes de forma
clara e objetiva de como os medicamentos deverão ser tomados e a quantidade a ser tomada.
2.12 Precauções
O Manual de Introdução ás Boas Práticas Farmaceuticas na Dispensação de Medicamento do
Conselho Federal de Farmácia (1999, 48), lembra que:
Os cuidados que deve ser tomado no uso dos medicamentos em relação ao ambiente,
a patologia, a forma de absorção, os efeitos colaterais, entre outros dados
relacionados ao paciente, como p.ex. não tomar sol quando do uso do ácido
retinóico, tetraciclinas, não comer carnes gordurosas, não dirigir, não ingerir bebidas
alcóolicas, que o medicamento não pode ser usado em pessoas alérgicas (p.ex.
asmáticas), efeito teratogênico de alguns medicamentos (talidomida, etc.), ou que
tenham determinada doença, etc.
Essas precauções devem obedecer a uma linguagem acessível aos pacientes que têm o direito
de saber quais os benefícios e as precauções a serem tomadas em relação ao uso de
medicamentos de seu uso particular.
2.13 Reações adversas e efeitos colaterais
Ainda de acordo com as propostas do Manual de Introdução ás Boas Práticas Farmaceuticas
na Dispensação de Medicamento do Conselho Federal de Farmácia (1999), deve-se ”informar
ao paciente as principais reações adversas e efeitos colaterais relacionados ao uso do
medicamento para que as reconheça e saiba que medidas devem ser tomadas quando
aparecerem”.
2.14 Interações com alimentos e medicamentos
Afonso (2006) diz que como a automedicação é prática comum entre a população deve ser
ressaltado as interações com outros medicamentos e alimentos para evitar efeitos indesejados
e inesperados ao paciente, bem como reforçar a informação caso o paciente já esteja usando
outro medicamento e tenha omitido ou esquecido de informar.
2.15 Instruções sobre o armazenamento dos medicamentos
Este item do Manual de Introdução as Boas Práticas Farmacêuticas na Dispensação de
Medicamento do Conselho Federal de Farmácia (1999), é de extrema importancia, pois trata
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das condições de armazenamento dos medicamentos. De acordo com o próprio Manual, deve
ser praxe recomendar ao paciente a guarda adequada do medicamento, pois há sempre o risco
de intoxicações com crianças quando não são guardados em armário fechado, sendo que
alguns medicamentos devem ficar acondicionados em geladeira após a sua abertura ou
reconstituição, como p.ex. Suspensões de amoxicilina, entre outros.
2.16 Formas de repasse das informações
As formas de repasse de informações se dão de duas maneiras: por escrito ou verbalmente, de
acordo com as propostas do Manual de Introdução às Boas Práticas Farmacêuticas na
Dispensação de Medicamento do Conselho Federal de Farmácia (1999): Verbalmente, que
vem ser a forma mais comum de repasse de informações. Pode ou não estar associada a
informação por escrito.
A informação verbal, deve sempre ser repassada, de preferência, diretamente ao paciente, para
que grave bem as orientações que devem ser seguidas e tenha adesão para o correto
tratamento. E ainda a forma que vem ser uma forma complementar de repassar as orientações,
bem como educar o paciente para o uso correto dos medicamentos. Segundo ainda as
informações do mesmo Manual, para melhor se aproveitar a informação escrita, recomenda-se
o uso de símbolos e desenhos de fácil compreensão para melhor entendimento dos pacientes
das informações repassadas, principalmente para os analfabetos e semi-analfabetos.
2.17 Automedicação
Segundo Afonso (2006) a automedicação é o processo pelo qual o paciente consiste em se
automedicar sem ter um prévio conhecimento se o medicamento lhe trará benefícios ou não,
coloca de certa forma a sua própria saúde em risco. A automedicação é um procedimento
caracterizado fundamentalmente pela iniciativa de um doente, ou de seu responsável, em
obter ou produzir e utilizar um produto que acredita lhe trará benefícios no tratamento de
doenças ou alívio de sintomas.
Desta forma é evidente que essa prática de automedicação é extremamente arriscada, uma vez
que a procedência inadequada de medicamentos pode acarretar uma série de problemas à
saúde do doente uma vez que o processo de medicação está relacionado ao intento
investigativo do trabalho á relacionado ao intento investigativo do trabalho médico em
procurar saber a causa de determinado sintoma para só depois então iniciar tratamento com a
medicação adequada para cada paciente; e não de forma aleatória pelo procedimento de
automedicação.
De acordo com Arrais (1997) a automedicação inadequada, tal como a prescrição errônea,
pode ter como consequência efeitos indesejáveis, enfermidades iatrogênicas e mascaramento
de doenças evolutivas, representando, portanto, problema a ser prevenido. Bortolon (2007)
afirma que geralmente, esses usuários procedem do Sistema Único de Saúde (SUS), ou seja,
são pessoas que não possuem alto poder aquisitivo e recorrem a automedicação como forma
rápida para a solução de seus problemas. Para Arrais (1997) as pessoas leigas em relação ao
uso de medicamentos estão cada vez mais expostos à uma série de informações e
conhecimentos que são veiculados aos meios de comunicação de massa.
2.18 Erros na Administração
Segundo Capucho (2011) O farmacêutico é peça fundamental e tem papel importante na
prevenção dos erros de medicamentos. Pois ao detectar precocemente os eventos adversos e
eventuais erros no processo de administração do medicamento, o profissional estará
contribuindo essencialmente para a prevenção dos erros. O farmacêutico tem como principal
função a dispensação dos medicamentos de acordo com a prescrição médica, nas quantidades
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e especificações solicitadas de forma segura e no prazo requerido, promovendo o uso seguro e
correto de medicamentos.
3. Metodologia
A busca foi realizada em fontes indexadas no período de março de 2013 a setembro de 2014
expos um levantamento bibliográfico qualitativo sobre a atuação do farmacêutico e a
automedicação. Consideram bibliografias datadas de 1993 a 2014.
4. Resultados e discussão
Bortolon (2007) comenta que a prática do uso indiscriminado de medicamentos
(automedicação) deve ser fiscalizada como o intuito de combater a prática ilegal de compra e
venda de medicamentos por questões relacionadas à saúde pública. Merhy (1993) destaca que
a atomedicação responsável é o uso de medicamentos que não precisam de receita médica
para tratar pequenos males, como resfriados, enxaqueca, azia etc. a automedicação
responsável não deve ser confundida com a automedicação o que é bem diferente, pois esta
ultima está muito mais relacionada com a autoprescrição, que é a obtenção de medicamentos
por parte de receituário emitido por um profissional competente da área da saúde.
Para Zubioli (2011), é importante lembrar que mesmo quando a automedicação considerada
responsável, alguns cuidados devem ser tomados pois pode-se afirmar, com segurança, que
“todos os fármacos atingem o feto,correndo-se sempre alguns riscos de efeitos colaterais.
Temos que considerar sempre o sistema mãe placenta feto. Dado que o leite é uma via de
eliminação normal, a quase totalidade dos à mãe passam para o leite.
Em suma, o embate da automedicação deve considerar dois aspectos importantes: a) Deve-se
considerar que os efeitos colaterais de um medicamento varia muito por inúmeros motivos de
organismo para organismo. É importante levar em conta que qualquer ingestão de
medicamento independente da sintomatologia do paciente,é indiscutível que se tenha um
prognóstico antes de qualquer uso de medicamentos; b) A compra e venda desses
medicamentos mesmo para leves sintomatologias como gripes, pequenos resfriados, etc.
deverão ser fiscalizados regularmente por se tratar de medicamentos muito acessíveis a
grande maioria da população.
O mais importante, por se tratar de medicamentos que em sua maior parte são vendidos
avulsos, não acompanham a bula, o que torna esse fato um tanto preocupante. Desta forma, é
preciso muito mais que consciência como lembra Zubioli (2011), se quisermos ver
reconhecida a automedicação responsável, “é bom iniciar, desde a universidade os alunos de
graduação dos cursos da área de saúde, especialmente do curso de Farmácia, para que eles
sejam partícipes desta atividade, no dia em que estiverem no mercado de trabalho”, ou seja,
tudo acaba se tornando uma questão de educação e informação.
Os farmacêuticos são profissionais da saúde, onde desempenham um papel importante na
sociedade,uma vez que seu papel não é somente tornar-se um profissional na manipulação de
fármacos e medicamentos e suas consequências ao organismo humano ou animal, o
farmaceutico é acima de tudo um profissional que indica,aconselha, previne em relação a
automedicação enfim, o farmaceutico tornou-se um profissional multicompetente na
sociedade atual. De uma maneira geral, podem trabalhar em farmácias, hospitais, em
laboratórios de análises clínicas ou seja,é imenso o campo de atuação deste profissional. O
Conselho Federal de Farmácia (2011, p.43) diz que a assistência farmacêutica vem a ser:
O conjunto de ações e serviços comvistas a assegurar a assistencia terapeutica
integral,a promoção,a proteção e a recuperação da saúde nos estabelecimentos
púlblicos ou privados,desempenhados pelo farmaceutico ou sob sua supervisão.
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Preparados para trabalharem no desenvolvimento, produção, manipulação, seleção e
dispensaçãode medicamentos, o farmaceutico, presta o trabalho de assistencia farmaceutica
onde pode desempenhar papel importante no comando de empresas que necessitem de sua
competencia. Podem também atuar na pesquisa e controle de qualidade de hemocomponentes
e hemoderivados, desde que tenha adquirido curso específico para isso onde sua habilitação
serve para atuar em dirvesas areas. Como se percebe, o farmacêutico exerce muitas funções
que vão muito além daquelas competencias adaquiridas na universidaede. O farmacêutico
querendo ou não se tornou um profissional muito procurado pelas classes de menor poder
aquisitivo na sociedade,e isso está ligado a uma conduta cultural da sociedade atual. Nesse
sentido,a assistencia farmaceutica prevê dois pontos fundamentais a saber dentro dos
principios que regula a profissão.
Segundo Merhy (1993, p. 45):
Tal conceito considera que assistencia farmaceutica não é exclusiva um profissional,
dela participandfarmaceuticos, médicos, quimicos, biólogos, dentre outros temos a
amplitude de procedimentos envolvidos para a realização oda Assistencia
Farmaceutica,que envolve desde a pesquisa até a farmacovigilância,abrangendo
deste modo uma série de itens referentes á política de medicamentos.Neste
conceito,que chamaremos de carater social mais externo da Assistencia
Farmaceutica,observamos uma tentativa de comprometimento da sociedade da
discussão do modelo assistencial.
Nesse sentido é pertinente afirmar que o papel social da atuação do farmaceutico desperta
para a promoção da saúde da população de forma geral dentro da qual interação desse papel
deverá incluir algumas ações sobre medicamentos dentre as quais segundo Merhy (1993, p.
46) se pode citar:
Deve ser especialista em informações sobre medicamentos, deve orientar o paciente
quanto ao uso dos medicamentos, deve acompanhar os resultados do tratamento ou
ainda orientar ao paciente para que este não interrompa o tratamento advertindo-o
em relação ao danos que o mesmo pode causar a saude do paciente; etc.
De acordo com a Lei nº 5.991 de 19 de Dezembro de 19973 do Conselho Federal de
Farmácia,a exigência de farmacêutico como responsável técnico pelas farmácias deve incluir
ainda:
Programação, aquisição, distribuição, dispensação, garantia da qualidade dos
produtos e serviços, acompanhamento e avaliação de sua utilização, na perspectiva
de obtenção de resultados concretos e de melhoria da qualidade de vida da
população. A compreensão deste conceito é de suma importância, uma vez que, com
frequência e de forma errônea, ocorre a distribuição de medicamentos sem os
necessários critérios que assegurem o uso racional e seguro desses produtos. Por
isso, quando se fala em acesso, no caso específico dos medicamentos, significa ter o
produto certo para uma finalidade específica, na dosagem correta, pelo tempo que
for necessário, no momento e no lugar adequado, com a garantia de qualidade e a
informação suficiente para o uso adequado, tendo como consequência a
resolutividade das ações de saúde. Portanto, “acesso”, no contexto do uso racional e
seguro, não podem estar restrito ao produto medicamento, ocorrendo somente por
meio da articulação das ações inseridas na assistência farmacêutica e envolvendo, ao
mesmo tempo, o acesso ao conjunto de ações de atenção à saúde, com serviços
qualificados. Tal entendimento torna essencial à reafirmação.
Como se pode notar, o farmacêutico deve ter como principal objetivo de sua profissão o
paciente e não o medicamento em si,pois dados seus valores etico-profissionais é para tal que
se especializa.
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Não existe um trabalho profissional no qual os valores éticos sejam descartados. Segundo
Arrais (1997) o farmacêutico deverá ser aquele profissional que acompanha, avalia, trabalha
na prevenção e promoção da saúde da população.
Segundo Zubioli (2000, p. 45):
É notavel a inclusão do farmaceutico no processo de automedicação
responsável.Normalmente o modelo que conduz á automedicação inicia-se com a
percepção do problema de saúde pelo usuário, onde apresenta duas opções: não
tratar e tratar com remédio caseiro ou automedicação. Na maioria das vezes, procura
em primeiro lugar o conselho amigo,desintereçado mas seguro, do farmaceutico.
Torna-se imprescindível para o farmaceutico ter a noção exata de sua competencia e
dos limites de sua intervenção no processo saúde-doença para queassuma a atitude
correta, no momento oportuno,avaliando a situação do doente, conduzindo-o se
necessário a uma consulta médica ou ao hospital em caso de urgencia.
Daí a necessidade de ser ter profissionais altamente qualificados que estejam preparados para
atuar de forma objetiva e responsável em meio asmais diversas situações que envolvam a
dicotomia atendimento medico-hospitalar e atuação farmaceutica, no sentido dese estabelecer
uma parceria de trabalho mútuo, onde no atendimento primario da população o farmaceutico
acaba se tornado a peça chave da resolução dos problemas que emergem no campo da saúde
de modo geral.
5. Conclusão
O problema da automedicação passa pelos costumes, hábitos da população pesquisada, sendo
tal atitude passada de geração em geração, e, também pela deficiência do Sistema Único de
Saúde, que primeiramente para prestar o socorro necessário a população e quando presta, nem
sempre dispõe em suas farmácias dos medicamentos necessários para uso dos pacientes, e
como se viu a maoiria não tem plano de saúde por falta de condições de pagar um plano. Mas
se acontece dos clientes de farmácias comerciais comprarem medicametos sem receita
médica, é porque as empresas do ramo farmacêutico estão realizando essa venda, mesmo
sabendo de suas obrigações e restrições. Fiscalização no setor e melhorias no Sistema de
Saúde é o que se faz necessário para o bem da sociedade em geral. As fiscalizações quanto a
venda e compra de medicação ainda é muito falha; contribuindo assim para que os processos
de automedicação continuem a se propagar sem que haja em controle mais rígido por partes
das autoridades competentes para amenizar esse problema.
O uso de medicamentos dispensados sem receita médica é hoje geralmente aceito como parte
integrante do sistema de saúde. Quando praticada corretamente, a automedicação pode
também contribuir para aliviar financeiramente os sistemas de saúde pública. Porém, com o
incentivo a indústria da automedicação, o que ocorre é o uso indiscriminado dos
medicamentos. Com isso ocorrem resultados indesejáveis, tais como: aumento da resistência
bacteriana aos antibióticos pelo uso incorreto e até mesmo uma hemorragia cerebral devido à
combinação de um anticoagulante com um simples analgésico. Além disso, a pessoa pode
apresentar alergia a determinados ingredientes da fórmula medicamentosa e, em
consequência, desenvolver uma intoxicação.
A automedicação inadequada, tal como a prescrição errônea, pode ter como conseqüência
efeitos indesejáveis, enfermidades iatrogênicas e mascaramento de doenças evolutivas,
representando, portanto, problema a ser prevenido. Certamente a qualidade da oferta de
medicamentos e a eficiência do trabalho das várias instâncias que controlam este mercado
também exercem papel de grande relevância nos riscos implícitos na automedicação. A
automedicação orientada pelo farmacêutico é vista atualmente como uma realidade
irreversível e já é considerada como parte integrante dos sistemas de saúde. Ela permite uma
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maior autonomia por parte da população nos cuidados com sua própria saúde e colabora com
os governos na medida em que evita um número insustentável de consultas médicas.
Assistência Farmacêutica eficaz, através da boa orientação e de um sistema de dispensação
eficaz garante uma maior qualidade no atendimento ao paciente, fazendo com que o mesmo
receba o medicamento certo na dose e na hora certa, seguindo o preceito do uso racional de
medicamentos, melhorando sua saúde e evitando riscos. A atuação do farmacêutico é definida
atualmente mais pela necessidade de se ter um profissional que atue não só na fabricação e
manipulação de medicamentos, como também pela necessidade de ser um profissional que
oriente a população pela promoção a saúde, sempre disposto a aplicar seus conhecimentos
adquiridos para o bem comum de uma sociedade, e, isso inclui orientar quanto aos riscos da
automedicação, indicando sempre que perceber necessário a busca por atendimento médico,
seguindo o que dispõe conceitos legais e éticos da atribuição do farmacêutico. Em suma, o
profissional farmacêutico pode e deve orientar a população sobre os perigos da
automedicação, combatendo-a, devendo orientar sempre a busca por atendimento médico nos
casos necessários.
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