astronomia para a 5ª série

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ISBN 978-85-8015-053-7
Cadernos PDE
VOLUME I I
Versão Online
2009
O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS
DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
Produção Didático-Pedagógica
Suzete Aparecida Bofi ‘‘Astronomia Para a 5ª Série’’.
GOVERNO DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO NRE de Ponta Grossa ASTRONOMIA PARA A 5ª SÉRIE.
Professora PDE: Suzete Aparecida Bofi
Professores Orientadores: Breno Leitão Waichel e Marcelo Emilio
IES: UNIOESTE/UEPG
Ponta Grossa 2010 0 Suzete Aparecida Bofi ‘‘Astronomia Para a 5ª Série’’.
Secretaria de Estado da Educação
Superintendência da Educação Departamento de
Políticas e Programas Educacionais Coordenação
Estadual do PDE
CADERNO PEDAGÓGICO DE CIÊNCIAS
ASTRONOMIA PARA A 5ª SÉRIE
Professora PDE: Suzete Aparecida Bofi
Professores Orientadores: Breno Leitão Waichel e Marcelo Emilio
IES: UNIOESTE/UEPG
Ponta Grossa
2010
1 Suzete Aparecida Bofi ‘‘Astronomia Para a 5ª Série’’.
DEDICATÓRIA
Dedico:
Aos meus pais -- que me ensinaram a sonhar e a lutar, com persistência,
para transformar os sonhos em realidade.
Aos meus filhos -- por compreenderem as minhas ausências.
“O futuro pertence àqueles que acreditam na beleza dos seus sonhos.”
Eleonor Roosevelt
2 Suzete Aparecida Bofi ‘‘Astronomia Para a 5ª Série’’.
AGRADECIMENTOS
A Deus – que colocou as pessoas certas no meu caminho.
Àqueles que admiro pela dedicação e trabalho desenvolvido no Ensino
de Astronomia:
- Professor Dr. João Batista Garcia Canalle
- Professor Dr. Paulo Sérgio Bretones
- Professor Dr. Rodolfo Langhi
- Professora Dra. Rute Helena Trevisan
- Professor Dr. Breno Leitão Waickel
- Professor Dr. Marcelo Emilio
- Professor Ms. Marcos Calil
- À minha amiga do coração: Maria Madalena de Andrade Lazzaretti
- À minha amiga de viagem: Vera Lúcia Zardo Anzolim.
3 Suzete Aparecida Bofi ‘‘Astronomia Para a 5ª Série’’.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.....................................................................................................8
UNIDADE 1- Universo .....................................................................................11
Observando o Céu.............................................................................................11
Um Pouco de Histórica da Astronomia..............................................................14
O Céu Primitivo.......................................................................................14
Os Primeiros Modelos do Universo.........................................................15
Alguns Astrônomos Importantes.............................................................18
Modelo Atual do Universo.......................................................................20
UNIDADE 2 - O Sistema Solar.........................................................................23
O Sistema Solar.................................................................................................23
Regiões do Sistema Solar ................................................................................24
UNIDADE 3 - Os Astros...................................................................................29
Uma Visão Geral do Sistema Solar...................................................................29
Sol...........................................................................................................29
Planetas..................................................................................................30
Satélites Naturais...................................................................................30
Asteróides...............................................................................................30
Cometas..................................................................................................30
UNIDADE 4 - Movimentos Celestes................................................................33
Abservar o céu orietando-se pelos pontos cardeais..........................................33
Construção do Pinhole.......................................................................................37
Forma de utilização do Pinhole..........................................................................38
4 Suzete Aparecida Bofi ‘‘Astronomia Para a 5ª Série’’.
UNIDADE 5 - Movimentos Terrestres.............................................................39
O Planeta Terra.................................................................................................39
Movimento de Rotação da Terra.......................................................................40
Movimento de Rotação e suas influências na vida dos seres vivos..................44
Movimento de Translação..................................................................................45
Movimento de Translação e suas influências na vida dos seres vivos..............48
A Lua: Satélite Natural da Terra........................................................................51
REFERÊNCIAS.................................................................................................52
5 Suzete Aparecida Bofi ‘‘Astronomia Para a 5ª Série’’.
APRESENTAÇÃO
O presente caderno pedagógico é fruto da minha participação no
Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, sob a orientação do
Professor Dr. Breno Leitão Waichel, da Universidade Estadual do Oeste
Paranaense (Unioeste) e do Professor Dr. Marcelo Emílio, da Universidade
Estadual de Ponta Grossa (UEPG).
Pretendemos, através deste caderno, apresentar aos professores da
rede estadual de ensino do Paraná, uma proposta de ensino para o conteúdo
estruturante Astronomia que consta nas Diretrizes Curriculares da Educação
Básica do Paraná para a 5ª série.
Esta proposta tem o intuito de tornar a aprendizagem desse conteúdo
estruturante significativa, sem perder o seu caráter científico nem, tampouco,
tornar-se complexo para essa faixa etária e levando em consideração que, para
muitos professores, este conteúdo é uma novidade.
Considerando que a Astronomia é a mais antiga das Ciências e o
ensino da Astronomia é fundamental na formação de um cidadão, através dela
o ser humano pode se reconhecer como um ser integrante do Universo e
morador de um frágil planeta que precisa de cuidados especiais para manter a
vida sobre ele. Para tanto, o aluno precisa aprender a compreender que
acontecimentos simples do dia a dia são fenômenos astronômicos sem os
quais não existira vida e, para que essa compreensão ocorra, o professor
precisa estar bem preparado.
A princípio, este caderno propõe o resgate da prática de observar o céu,
prática que, no passado, serviu como fonte de inspiração e de conhecimento
para muitos e que deu origem à mais antiga das ciências e que, na atualidade,
está tão presente nos meios de comunicação e, ao mesmo tempo, ficando
incompreensível para a maioria da população.
Na sequência, o caderno busca mostrar como a humanidade foi
construindo o conhecimento a respeito do Universo. Para isso são relembradas
6 Suzete Aparecida Bofi ‘‘Astronomia Para a 5ª Série’’.
as teorias geocêntricas e heliocêntricas, apresentando texto e atividade prática
que torna compreensível o Sistema Solar e que conceitua estrela, planeta,
satélites, meteoros, cometas.
De modo especial, o material didático que aqui estamos apresentando
destaca o planeta Terra, suas características, seus movimentos e a relação de
acontecimentos astronômicos com a vida dos seres vivos. Para isso, o caderno
está dividido em unidades, em que cada uma delas aborda um conteúdo
específico do conteúdo estruturante oficial de Astronomia, sendo que cada
unidade apresenta sugestão de texto e de atividades práticas.
Procuramos observar a metodologia proposta pelas DCE/PR utilizando
de diversos procedimentos sugeridos por essas diretrizes, sendo que
consideramos também os recursos tecnológicos existentes nas escolas
paranaenses, em especial nas escolas do NRE de Ponta Grossa.
Agora este Caderno Pedagógico está posto para a análise de sua
relevância como contribuição para o processo de ensino-aprendizagem desse
conteúdo estruturante na 5ª série do Ensino Fundamental.
7 Suzete Aparecida Bofi ‘‘Astronomia Para a 5ª Série’’.
INTRODUÇÃO
Ao longo da história das reformas educacionais, a disciplina de Ciências
vem passando por inúmeras reestruturações curriculares, de modo a atender
as diferentes concepções e tendências teórico-metodológicas. Os professores
dessa disciplina têm, nesse contexto, que compreender, incorporar e trabalhar
a proposta de ensino de acordo com essas tendências, estando ou não
preparados para atuar em sala de aula a partir dessas orientações.
No início da década de 1990, no Estado do Paraná, implantou-se o
Currículo Básico para a Escola Pública do Estado do Paraná. Nesse currículo
oficial incluiu-se a Astronomia no ensino fundamental desde a pré-escola até a
8ª série, sendo que os conteúdos dessa área do conhecimento seriam
trabalhados na disciplina de Ciências. Assim, a Astronomia, como parte
importante da história das Ciências, passou então a integrar o currículo da
disciplina.
A partir da aprovação da LDB de 1996 (Lei Federal nº 9394/1996):
[...] foram produzidos os Parâmetros Curriculares Nacionais
(PCN), que propunham uma nova organização curricular em
âmbito federal. O Currículo Básico para o Paraná foi,
oficialmente, substituído pelos PCN cujos fundamentos
contribuíram para a descaracterização da disciplina de
Ciências, pois, nesse documento, o quadro conceitual de
referência da disciplina e sua constituição histórica como
campo do conhecimento ficaram em segundo plano. (PARANÁ,
2009, p. 56).
Em 2003, com as mudanças que estavam ocorrendo no cenário político
nacional e estadual, deu-se início, no Estado do Paraná, a um processo de
discussão em torno da produção das novas Diretrizes Curriculares da
Educação Básica (DCE) disciplinares, dentre elas, a de Ciências, tendo esta,
como objetivo principal “[...] estabelecer novos rumos e uma nova identidade
para o ensino de Ciências” (PARANÁ, 2009, p. 56).
Essas diretrizes curriculares estão organizadas em cinco conteúdos
estruturantes, “[...] base estrutural de integração conceitual para a disciplina de
Ciências do Ensino Fundamental” (PARANÁ, 2008, p. 64). Sendo eles:
8 Suzete Aparecida Bofi ‘‘Astronomia Para a 5ª Série’’.
- Astronomia,
- Matéria,
- Energia,
- Sistemas Biológicos e
- Biodiversidade.
A partir de então, o ensino de Astronomia é parte integrante da disciplina
de Ciências como um dos conteúdos estruturantes que trata da discussão
sobre a origem e a evolução do universo.
A proposta de ensino das DCE, ao inserir o ensino da Astronomia no
currículo de Ciências, não considerou a formação dos professores que, em sua
maioria, têm sua formação em Ciências Biológicas, cujo currículo não
contempla nem mesmo os fundamentos básicos de Astronomia. Percebe-se,
por isso, que os professores têm grandes dificuldades de tratar esse conteúdo.
Além disso, existe uma demanda muito grande de formação continuada aos
profissionais que atuam nesta disciplina que proporcione a eles conhecimentos
basilares em Astronomia, que é a mais antiga das ciências, porém, ao mesmo
tempo, tão desconhecida diante da sua complexidade.
Todas as mudanças teórico-metodológicas têm suas características
próprias e são dotadas de qualidades, porém não é coerente que os
professores aprendam novas propostas de intervenção pelo método da
experimentação, sendo o estudante o objeto a ser experimentado.
Aos professores cabe a responsabilidade de serem mediadores do
conhecimento para que ocorra, entre os estudantes, uma aprendizagem
significativa e, também por isso, é fundamental que seja garantidas a eles as
condições básicas para atuarem em sala de aula de acordo com a perspectiva
da proposta apresentada, pois, devidamente capacitados, os professores
passariam a ter segurança diante dos seus alunos ao ensinarem conceitos
científicos desta ciência.
Os encaminhamentos metodológicos sugeridos pelas DCE de Ciências
consideram essenciais, tanto para a formação do professor quanto para sua
atividade pedagógica, “[...] três aspectos importantes, a saber: a história da
9 Suzete Aparecida Bofi ‘‘Astronomia Para a 5ª Série’’.
ciência, a divulgação científica e a atividade experimental” (PARANÁ, 2008, p.
69) e essas orientações devem nortear o encaminhamento metodológico em
sala de aula.
Diante do exposto, a capacitação dos professores torna-se uma ação de
caráter indispensável e urgente.
Este caderno pedagógico é uma sugestão de como trabalhar com a
Astronomia na 5ª série. Assim, esperamos que seja útil e facilite o trabalho dos
professores em sala de aula.
10 Suzete Aparecida Bofi ‘‘Astronomia Para a 5ª Série’’.
UNIDADE 1
CONTEÚDO BÁSICO: Universo
Objetivos desta unidade:
-- despertar no aluno o interesse em observar o céu;
-- compreender as definições de céu, universo e astros;
-- conhecer a história da ciência a respeito das teorias geocêntricas e
heliocêntricas;
-- reconhecer a importância das contribuições de cada astrônomo da
Antiguidade, da Idade Média e da Modernidade na produção histórica
do conhecimento.
Avaliação:
Esta unidade poderá ser avaliada observando-se a participação
individual e coletiva dos alunos da 5ª série nos estudos e nas atividades
proposta abaixo.
Além disso, pode ser proposta a esses alunos a produção de textos e de
desenhos e a aplicação de prova escrita.
Observando o céu
O homem primitivo vivia em contato direto com o ambiente daquela
época, utilizava-se de cavernas para proteger-se e tinha uma aparência
diferente do ser humano atual devido ao modo de vida e ao ambiente.
A agricultura e a pecuária foram as primeiras atividades econômicas do
homem, por isso era muito importante observar e conhecer as plantas e os
animais, pois eram sua fonte de alimentação, de vestuário e de habitação.
Utilizavam raízes, frutos e carnes de animais como alimento; utilizavam os
couros desses animais para fazer suas roupas; e utilizavam pedras e barros ou
folhagens, galhos e cipós para fazer suas moradias. Todos esses elementos da
natureza, de alguma forma, têm relação com fenômenos astronômicos, como
sucessão das estações do ano, ou sucessão de chuvas e estiagens, ou de
épocas quentes e frias.
11 Suzete Aparecida Bofi ‘‘Astronomia Para a 5ª Série’’.
A produção e o domínio do fogo, nesse universo de fenômenos, foram
fatores fundamentais para o desenvolvimento da nossa espécie, no sentido de
adaptação e domínio dos diversos fenômenos da natureza.
A observação constante do céu foi fundamental para iniciar a marcação
do tempo. O aparecimento do sol a cada manhã, com sua claridade, marcava o
dia, e a sua ausência no poente e, com isso, a escuridão marcava a noite. A
Lua e suas diversas formas repetiam-se de forma cíclica e, com isso, gerou o
período que foi chamado de mês.
O homem primitivo (pré-história) percebeu a existências de fenômenos e
de ciclos específicos que eram definidos pela presença do Sol e das estrelas e
isso fez com que ele relacionasse os hábitos dos seres vivos com esses
acontecimentos notáveis no céu.
O período de claridade e o de escuridão facilitava ou dificultava a caça, o
pastoreio a pesca e o ataque de predadores.
A posição de certas estrelas marcava épocas de seca, de chuvas, de
frios intensos, facilitando a definição de épocas mais propícias para o plantio e
a colheita de produtos agrícolas, o que era fundamental prever para garantir a
sobrevivência do povo primitivo.
O hábito de observar o céu levou o homem a iniciar a história do
conhecimento e abriu as portas do mundo da ciência para os seres humanos.
Será que atualmente nós temos o hábito de observar o céu? Será que
essa prática é importante nos dias atuais?
α) Diálogo com os alunos:
1) O que é céu?
2) Vocês sabem qual é o nome científico do céu?
3) O que é Universo?
4) O que são astros?
5) O que você observa na abóbada celeste (céu) durante o dia?
6) O que você observa na abóbada celeste (céu) durante a noite?
7) Qual é o nome da Ciência que se preocupa em estudar os astros?
12 Suzete Aparecida Bofi ‘‘Astronomia Para a 5ª Série’’.
8) Como são chamadas as pessoas que observam e estudam o céu?
™
Os
conceitos
abaixo
são
fundamentais
a
serem
compreendidos pelos alunos:
- CÉU:
É uma superfície esférica, limitada pela linha do horizonte, onde
os corpos celestes parecem projetados, ou seja, é a parte do Universo
que podemos ver. (Marcos Calil)
É o lugar genérico do espaço ocupado pelos corpos celestes. A
Terra também é um corpo celeste, logo nós estamos no céu! (João Batista
Garcia Canalle)
Fundo sobre o qual se observa os astros.
(Ronaldo Rogério de Freitas
Mourão)
- ASTRO: Objeto celeste. (Marcelo Emilio)
- UNIVERSO: É o conjunto de matéria e energia existente no espaço.
(Ronaldo Rogério de Freitas Mourão)
• O diálogo é oral, porém o professor pode registrar, no quadro de giz, as
respostas dos alunos. Após a conversação, os alunos podem registrar o
conteúdo da conversa no caderno, em forma de texto, pois o registro
ajuda a organizar o conhecimento.
β) Construção coletiva do texto, a partir do diálogo entre professor e
alunos e dos conceitos científicos fundamentais sugeridos:
Atividade prática: Observar o céu
1) Em sua casa você irá observar o céu, a olho nu, durante o dia e
também à noite e registrar, em forma de desenho, o que você observou:
a) Desenhe, no quadro abaixo, o que você observa no céu:
Céu diurno
Céu noturno
- A atividade de representar com desenho o céu diurno e noturno pode
ser feita em cartaz para amostra posterior no saguão da escola.
13 Suzete Aparecida Bofi ‘‘Astronomia Para a 5ª Série’’.
2) Pode ser solicitado aos alunos que fotografem o céu (diurno e
noturno), que tragam as fotos para a escola para então organizar uma
exposição.
(Ao fotografar o céu é preciso ter cuidado com os raios
solares, pois eles queimam e, se olharmos diretamente
para eles, poderemos ficar cegos.)
A exposição das fotos poderá facilitar aos alunos a compreensão dos
diferentes aspectos do céu.
3) Usar a TV Pendrive e mostrar imagens do céu. Aprimorar a
discussão e revisar os conceitos apresentados (céu, Universo,
abóbada celeste, astrônomos e astronomia).
Um Pouco de Histórica da Astronomia.
O Céu do Homem Primitivo.
Talvez durante muitos milênios o homem não percebeu a presença do
céu devido ao ambiente hostil em que vivia.
A alternância do dia e da noite, ou seja, do claro e do escuro sempre
condicionou toda a atividade da vida sobre a Terra.
Forçosamente o Sol deve ter chamado a atenção por primeiro, isso por
causa da necessidade de se expor ao Sol nas manhãs de frio ou de se
proteger à sombra nas horas mais quentes.
Muitos milênios podem ter se passado até que a atenção do ser humano
fosse capaz de perceber a presença das estrelas, porém, ao percebê-las, o
homem passou a buscar explicações para os fenômenos observados, por isso
muito do conhecimento elaborado pelo homem deu-se a partir da observação
do céu.
A observação metódica do céu e os registros deram origem à
Astronomia, a mais antiga das ciências.
14 Suzete Aparecida Bofi ‘‘Astronomia Para a 5ª Série’’.
Os povos antigos atribuíam divindades aos astros. O Sol e a Lua eram
tidos como deuses que orientavam as suas vidas.
Na medida em que o conhecimento humano foi se desenvolvendo, os
povos foram percebendo que a natureza, especialmente no reino vegetal, tinha
um comportamento cíclico que estava associado aos diferentes aspectos do
céu estrelado.
Estrelas e paisagens do céu foram associadas a épocas do ano e isso
permitiu um maior controle no plantio e na colheita de produtos agrícolas. Um
exemplo disso é a estrela Spica, sinal da época de colheita do trigo no
hemisfério norte.
No hemisfério sul, a época da colheita da soja é marcada pela
presença das “Três Marias” (Constelação de Órion) e a época do plantio do
trigo é marcada pela presença da Constelação de Escorpião.
Há menos de mil anos de nossa era, os babilônios tinham acumulado
grande número de conhecimentos sobre o céu. Eles perceberam a presença
dos planetas e deram a eles nomes dos seus deuses.
O homem primitivo pensava que a Terra fosse plana, porém a
observação metódica do céu permitiu que alguns povos (como os chineses, os
caldeus, os babilônios, os gregos e os egípcios) tivessem um importante
conhecimento e registros sobre os astros que permitiram mudar essa maneira
de pensar.
Os Primeiros Modelos do Universo
O céu, por sua beleza inegável, sempre foi objeto de contemplação e de
desafio para o ser humano e, por isso, muitos foram aqueles que, desde a
Antiguidade até os dias atuais, buscaram e buscam explicar os mistérios do
Universo.
15 Suzete Aparecida Bofi ‘‘Astronomia Para a 5ª Série’’.
No século VI a.C., um filósofo grego que vivia na cidade de Mileto (Itália)
e se chamava, por isso, Tales de Mileto (624 a.C – 547 a.C.), introduziu a
ideia que a Terra tinha a forma de um disco plano rodeado de oceano.
Para Anaximandro (611 a.C. – 547 a.C.), filósofo grego natural também
de Mileto, o céu era uma esfera e a Terra um pequeno cilindro suspenso
livremente no seu centro.
Certo tempo depois surgiu Eudoxus de Cnidos ou, simplesmente,
Eudóxio (406 a.C. – 355 a.C.). Era um hábil geômetra, pois idealizou um
sistema para representar o movimento dos astros. Esse engenhoso sistema
era constituído de esferas concêntricas – com um mesmo centro. Essas
esferas rodavam ao redor da Terra.
Mais tarde, um outro filósofo grego, que exerceu muita influência
durante muitos séculos sobre os pensadores da Europa, chamado Aristóteles
(383 a.C. – 322 a.C.), construiu sua própria visão de Universo baseando-se em
Eudóxio. Para Aristóteles, o Universo seria constituído de esferas com um
mesmo centro (concêntricas), chegando ao número de 56 esferas, onde se
encontravam os astros. Tal modelo tornava o Universo parecido com uma
“cebola”.
Um dos maiores astrônomos gregos foi Hiparchos ou Hiparcos. Ele
viveu em Rodes no século II a.C. e deixou uma base sólida de estudos
astronômicos, pois elaborou o primeiro catálogo estelar, determinou o
comprimento do ano trópico, mediu o raio da Terra, o tamanho e a distância da
Lua e tentou fazer o mesmo com o Sol, além de ter aperfeiçoado instrumentos
astronômicos, sendo que o resultado do seu trabalho foi preservado pelos seus
sucessores.
Aristarco de Samos (310 a.C. – 230 a.C.) apresentou novas ideias. Foi
o primeiro a afirmar que a Terra girava ao redor do Sol, assim como em torno
do seu eixo, assim contrariando o que diziam os gregos, pois, para os gregos,
daquela época, a Terra era imóvel no centro da esfera celeste.
16 Suzete Aparecida Bofi ‘‘Astronomia Para a 5ª Série’’.
A proposta de Aristarco, de tão avançada, foi rejeitada, acusada de
herege e subversiva, porém quinze séculos mais tarde foi uma das razões para
que um período histórico importante fosse chamado de Renascimento.
Depois surgiu um outro importante estudioso grego, já na nossa era e
que viveu em Alexandria, no Egito. Todo o conhecimento astronômico
acumulado até aquela época foi sistematizado por ele, pois era astrônomo,
astrólogo, geógrafo e matemático. Trata-se de Cláudio Ptolomeu (90 d.C. 170 d.C.). Em sua obra, intitulada Syintaxis Mathématica, que ficou conhecida
como Almagesto (O Maior), preservou o trabalho de Hiparco e tentou descrever
de forma geométrica os movimentos dos astros que observava no céu.
Ele propôs um modelo em que “a Terra seria imóvel no centro do
Universo, envolvida por muitas esferas transparentes. Cada uma das esferas
era responsável pelo movimento de cada um dos astros: esfera da Lua, de
Mercúrio, de Vênus, do Sol, de Marte, de Júpiter e de Saturno e, por último, a
esfera das estrelas fixas”. Esse modelo ficou conhecido como Teoria
Geocêntrica (que tem a Terra como centro).
Por volta de 1500 da nossa era apareceu um jovem polonês chamado
Nicolau Copérnico (1473 – 1543). Fora estudar na Itália, na Universidade de
Pádua, onde se formou médico e astrônomo. Ali na Itália ele pôde ver o
“renascimento” das ideias dos gregos e, entre elas, estavam as ideias de
Aristarco de Samos. Ele estudou também o modelo geocêntrico de Cláudio
Ptolomeu e percebeu nele um grande número de ideias errôneas.
No período histórico chamado Renascimento (período do despertar
cultural do Ocidente 1350 – 1600) e como uma das principais características
desse período histórico, Nicolau Copérnico propôs a idéia de um Sistema
Heliocêntrico (que tem o Sol como centro).
Com base nas ideias de um Universo geométrico, Nicolau Copérnico
afirmava que o Sol estaria no centro do Universo e que as esferas dos planetas
(Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter e Saturno) se moviam em torno dele. A
Terra ocuparia a terceira esfera e seria apenas o centro da esfera da Lua.
17 Suzete Aparecida Bofi ‘‘Astronomia Para a 5ª Série’’.
Para Copérnico, o movimento diário do céu, assim como o movimento
do Sol no céu, é aparente, pois o que se movimenta produzindo os dias e as
noites é a Terra. Dizia também que a distância entre a esfera das estrelas fixas
seria maior que a distância entre a Terra e o Sol.
É sabido que as ideias de Copérnico foram, na época, consideradas sem
fundamento e contrárias ao ensinamento da Igreja Católica, mesmo assim elas
foram muito lidas e discutidas na época e divulgadas por Giordano Bruno.
Giordano Bruno (1548 -1600), filósofo italiano, foi um grande defensor
e divulgador das ideias de Copérnico, e, baseando-se nelas, ele propunha que:
- O Sol está no centro do sistema dos planetas, mas o Sol também deve
ser uma estrela, como essas das quais devem existir outros milhares ou
milhões.
- O céu de Giordano Bruno não tinha estrelas fixas em uma esfera
rígida, mas era aberto e ilimitado. Os pontos do céu deveriam ser outros sóis
sem conta. E sendo as estrelas outros tantos sóis, poderiam ter seus planetas
com vida e até outras tantas humanidades.
De acordo com as ideias de Giordano Bruno, o homem seria um
minúsculo ser, habitante de um minúsculo planeta que, por sua vez, girava ao
redor de uma estrelinha comum, que é o Sol.
Por causa desta e de outras ideias, Giordano Bruno, o profeta de um
Universo cheio de sóis, de planetas, de vida e sem limites, foi condenado, pelo
tribunal eclesiástico da Igreja Católica -- tribunal conhecido como Santa
Inquisição -- a ser queimado vivo.
Alguns Astrônomos importantes
Muitos outros astrônomos vieram depois desses acima mencionados e
que contribuíram com o início da Astronomia:
- Tycho Brahe (1546 - 1601): Astrônomo dinamarquês, que tinha grande
conhecimento de astronomia e, por ser apaixonado pela matemática e também
muito briguento, perdeu a ponta do nariz numa briga por uma discordância a
18 Suzete Aparecida Bofi ‘‘Astronomia Para a 5ª Série’’.
respeito de uma equação matemática, passando a usar uma prótese metálica
para disfarçar a ausência da ponta do nariz.
Muito rico, ele construiu um observatório na ilha de Hven, local chamado
de Uraniborg, de onde, durante muitos anos, fez muitas medições
astronômicas muito exatas jamais vistas.
Usando suas observações, ele construiu um modelo de Universo que
era alternativo entre o de Cláudio Ptolomeu e o de Nicolau Copérnico.
O sistema de Tycho Brahe colocava todos os planetas girando em torno
do Sol, que, por sua vez, como a Lua, girava em torno da Terra, que
continuava sendo o centro do Universo.
- Johannes Kepler (1571 – 1630): Astrônomo alemão que foi contratado
por Tycho Brahe para trabalhar com ele e, após muitas discordâncias entre
eles, recebeu a missão de calcular, com precisão, a órbita de Marte. Kepler
demorou oito anos para entender e decifrar a órbita de Marte com base nos
dados observacionais precisos de Tycho Brahe.
Através de um estudo profundo e paciente dos dados de Brahe,
formulou as leis que descrevem o movimento dos planetas. Essas leis ficaram
conhecidas como as Leis de Kepler.
- Galileu Galilei (1564 – 1642): Matemático e professor, inventou uma
bomba d’água, elaborou um compasso geométrico e militar, construiu um
termômetro e aperfeiçoou a luneta, aparelho inventado pelos holandeses e que
tinha a capacidade de aproximar os objetos distantes.
Com os aperfeiçoamentos que fez na luneta dos holandeses, ele foi o
primeiro a realizar observações astronômicas importantes com ela.
Usando a luneta para observar o céu, descobriu, entre outras coisas,
que: a) a Lua tem a superfície cheia de buracos, planícies vales e montanhas;
b) que o Sol possui manchas e se movimenta; e c), ao observar Júpiter,
descobriu quatro pequenos objetos que se moviam em torno dele. Esses
objetos são os satélites de Júpiter e esses ficaram conhecidos como satélites
galilelianos.
19 Suzete Aparecida Bofi ‘‘Astronomia Para a 5ª Série’’.
As observações de Galileu Galilei reforçaram a Teoria Heliocêntrica e
revelaram ao mundo um novo Universo.
O Modelo Atual do Universo
Tantos foram os homens que se dedicaram ao estudo do céu, que o
conhecimento foi se acumulando de tal forma que se tornava possível de ser
comprovada sua veracidade.
Por volta de 1755 um filósofo alemão, chamado Immanuel Kant (1724 –
1804), foi o primeiro a propor que poderiam existir sistemas estelares como
nossa Galáxia, aos quais ele atribuiu o nome de “universo-ilha”, porém, a
grande distância até tais objetos impedia provar se eles pertenciam ou não à
nossa Galáxia.
No início do século 20 havia astrônomos que defendiam que algumas
nebulosas eram objetos extragalácticos e outros que defendiam que tudo o que
havia no Universo estaria dentro da Galáxia Via Láctea.
Em abril de 1920, dois astrônomos, Harlow Shapley (1885 – 1972) e
Heber Doust Curtis (1872 – 1942), participaram de uma discussão sobre essa
divergência de idéias. Esse acontecimento foi tão importante para a Astronomia
que ficou conhecido como “Grande Debate”. Mesmo assim, no decorrer desse
debate, a argumentação de cada um deles não conseguiu ser forte o suficiente
para que um vencesse o outro e então a questão ficou sem solução.
O advento do telescópio possibilitou que Edwin Powell Hubble (1889 1953) resolvesse a questão. Hubble conseguiu identificar a existência de um
tipo especial de estrelas e calcular, a partir do brilho dessas estrelas, a sua
distância, e chegou à conclusão de que elas estavam além dos limites da
nossa Galáxia, ou seja, pertenciam à outra galáxia.
Durante a segunda metade do século XX e a partir dos inventos de
Hubble, a tecnologia para observar o céu evoluiu muitíssimo, conseguindo-se
provas de que nem a Terra nem, tampouco, o Sol é o centro do Universo. O
Sol é apenas o centro de um conjunto de astros que se movimentam em torno
dele formando, dessa forma, o Sistema Solar, e que este sistema é parte
20 Suzete Aparecida Bofi ‘‘Astronomia Para a 5ª Série’’.
integrante da galáxia Via Láctea, sendo que esta, por sua vez, é apenas uma
das centenas de milhões de galáxia que constituem o Universo.
Galáxia é um conjunto de gases, poeira e estrelas aparentemente
isolado no espaço cósmico. A Via Láctea é uma entre a imensidão de galáxias
que existem e o seu nome (que, em latim, significa “caminho leitoso”) foi dado
em razão de que forma uma faixa esbranquiçada de estrelas no céu nas noites
sem nuvens.
O telescópio HUBLLE fez imagens impressionantes do Universo,
descobrindo, em um lugar que os astrônomos imaginavam vazio, uma
imensidão de galáxias.
Atividades:
a) Apresentação do texto:
•
O texto pode ser apresentado aos alunos em forma de slides
para promover uma boa discussão sobre ele no que se refere à
historicidade da construção do conhecimento e da importâncias
da contribuição daqueles que se dedicaram a essa construção.
b) Pesquisa:
•
Após a apresentação do texto, sugerir que os alunos
pesquisem, em livros ou na internet, sobre:
-- os astrônomos apresentados, de modo a ampliar o
conhecimento;
-- os modelos de Universo propostos pelos astrônomos
apresentados.
Atividades práticas:
1ª) Modelos Geocêntrico e Heliocêntrico
• Em grupos:
a) Construir os modelos geocêntrico e heliocêntrico usando:
- EVA ou cartolina (para fazer a representação do Sol, dos planetas e
das estrelas);
21 Suzete Aparecida Bofi ‘‘Astronomia Para a 5ª Série’’.
- cola quente ou cola que se adapte ao material escolhido para ser
usado na construção do modelo;
- um retângulo de TNT (de 80 cm x 90 cm) ou uma tira de papel Kraft
com 90 cm de comprimento (para desenhar as órbitas e colar os
objetos celestes: Sol, Terra, Lua e os demais planetas presentes
nesses sistemas e as estrelas);
- pincel atômico;
- compasso grande de madeira (para desenhar as órbitas).
2ª) Produção de cartazes:
•
com a figura e os principais feitos dos astrônomos citados no texto;
•
com o telescópio Hublle;
•
com imagens do telescópio Hublle;
•
com imagens de galáxias.
22 Suzete Aparecida Bofi ‘‘Astronomia Para a 5ª Série’’.
UNIDADE 2
CONTEÚDO BÁSICO: Sistema Solar
Objetivos da unidade:
-- reconhecer as características básicas do Sistema Solar;
-- compreender que o Sistema Solar faz parte de uma galáxia;
-- reconhecer que a Via Láctea é a galáxia onde se localiza o Sol e o
Sistema Solar.
Avaliação:
Esta unidade poderá ser avaliada observando-se a participação
individual e coletiva dos alunos nos estudos e nas atividades desenvolvidas,
bem como na produção de textos, de desenhos, de maquete e de provas
escritas.
Sistema Solar
Após vários modelos do Universo, os astrônomos modernos, usando
diversos aparelhos (lunetas, telescópios, sondas espaciais, radiotelescópios...),
descobriram que ele é repleto de galáxias.
Entre as centenas de bilhões de galáxias existentes encontra-se a Via
Láctea.
A Via Láctea é uma galáxia formada por aproximadamente 100 bilhões
de estrelas e entre elas encontra-se o SOL.
Em torno do Sol movimenta-se um conjunto de astros que constituem o
Sistema Solar.
O Sistema Solar é um conjunto de astros formado por uma estrela: Sol,
8 planetas, mais de uma centena de satélites naturais, asteróides, cometas, 5
planetas anões (entre eles, Plutão), partículas de gases e poeira.
Os planetas que fazem parte do Sistema Solar são:
- Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno.
23 Suzete Aparecida Bofi ‘‘Astronomia Para a 5ª Série’’.
Desde 2006, Plutão, que antes era considerado planeta, passou a ser
classificado como planeta anão. Oficialmente, são considerados como planeta
anão: Plutão, Éris, Makemake, Haummea e Ceres, que foi considerado planeta
no passado, depois asteróide e voltou a ser considerado planeta, mas planeta
anão.
Esses astros (os planetas anões) receberam essa nova classificação
porque, apesar de girarem ao redor do Sol e terem a forma arredondada, não
exercem domínio sobre sua órbita nem sobre a órbita de seus satélites
naturais.
Órbita é a trajetória percorrida por um astro em torno de outro.
Regiões do Sistema Solar
Para melhor descrever o Sistema Solar, os astrônomos preferem dividilo em algumas partes que abrigam objetos possuidores de características
semelhantes.
Além do Sol, dos planetas e de seus satélites, existem três regiões no
Sistema Solar, que, ao invés de abrigarem apenas um objeto celeste, abrigam
milhares ou milhões de pequenos objetos que também descrevem órbitas ao
redor do Sol. Essas regiões são:
- Cinturão de Asteróides – localizado entre as órbitas de Marte e
Júpiter, local onde se encontra a maioria dos asteroides;
- Cinturão Trans-Netuniano ou Cinturão de Kuiper – está localizado a
partir da órbita de Netuno, tem a forma de um disco e abriga milhões de
pequenos objetos celestes;
- Nuvem de Oort - está localizada muitíssimo distante dos planetas mais
afastados do Sol, sendo a região mais longínqua do Sistema Solar e possuindo
possivelmente milhões de objetos celestes que seriam os restos da formação
do Sistema Solar;
é, provavelmente, o local de origem dos cometas que
24 Suzete Aparecida Bofi ‘‘Astronomia Para a 5ª Série’’.
cruzam o Sistema Solar; a Nuvem de Oort tem a forma de uma esfera imensa
que envolve todo o Sistema Solar.
• Apresentar o texto aos alunos e discutir as informações nele contidas.
25 Suzete Aparecida Bofi ‘‘Astronomia Para a 5ª Série’’.
Atividades:
1) Atividade Prática:
•
Construir um Sistema Solar em escala para comparar o
tamanho dos planetas com o Sol:
Materiais que serão usados:
- jornais velhos;
- papel alumínio;
- balão látex gigante (aniversário) na cor amarelo;
- 2,51 m de barbante para medir o diâmetro do balão que representa
o Sol à medida que enche o balão posiciona o barbante bem no seu
equador até que o arco de barbante circunde totalmente o balão;
Medidas em escala para a construção do Sistema Solar (cada 10
milhões de quilômetros corresponde a 1 cm):
Astro
Diâmetro Equatorial
Astro
na Escala (mm)
Diâmetro Equatorial
na Escala (mm)
Sol
800,0
Mercúrio
2,8
Vênus
7,0
Terra
7,3
Marte
3,9
Júpiter
82,3
Saturno
69,4
Urano
29,4
Netuno
28,9
Fonte: NOGUEIRA, Salvador, Canalle J. B.G. Astronomia: Ensino fundamental e
médio. Brasília: MEC, SEB, MCT; AEB, 2009. 232 p. Il. (Coleção Explorando o Ensino; v. 11, p.
84).
•
Orientar os alunos para que eles, usando o compasso,
desenhem os círculos que representam cada um dos
planetas de acordo com a escala da tabela acima.
•
Dividir os alunos em grupos de modo que cada grupo
modele, usando jornais velhos e papel alumínio, o globo
representativo de cada planeta, usando como modelagem
os círculos que desenharam.
•
Encher o balão de látex até atingir o diâmetro equatorial
correspondente ao arco de barbante de 2,51 m (usar o
aspirador de pó para encher o balão – porém é preciso
fazê-lo funcionar ao contrário).
26 Suzete Aparecida Bofi ‘‘Astronomia Para a 5ª Série’’.
Observação: Deve-se construir o mesmo sistema, porém plano, para
representar as regiões do Sistema Solar.
Materiais:
- 3 m de papel kraft;
- 4 folhas de papel cartão ou cartolina americana na cor amarela para
fazer o Sol;
- retalhos de cartolina ou EVA para fazer os planetas;
- retalhos de EVA, de cores diversas, picados bem pequenos, para
representar o cinturão de asteroides, de Kuiper e a Nuvem de Oort.
2) Atividade Prática:
•
Comparação das distâncias médias dos planetas ao Sol.
Materiais necessários:
- tira de papel Kraft na largura do papel e com 6,5 m de comprimento;
- 1 EVA de cor escura, recorte dele 9 bolinhas com 2 cm de diâmetro;
- 4 folhas de papel cartão ou de cartolina americana na cor amarelo para
representar o Sol;
- pincel atômico;
- cola branca;
- 1 fita métrica.
Procedimentos:
•
Após a reunião e preparação dos materiais, colar o Sol e, a partir
dele, as bolinhas que representam os planetas de acordo com a
escala de distâncias do quadro abaixo.
27 Suzete Aparecida Bofi ‘‘Astronomia Para a 5ª Série’’.
Tabela com as distâncias médias dos planetas ao SOL na escala
(cada 10 milhões de quilômetros correspondem a 1 cm):
Planeta
Distância Média Ao Sol
Distância ao Sol na Escala
(km)
Adotada (cm)
Mercúrio
57.910.000
5,8
Vênus
108.200.000
10,8
Terra
149.600.000
15,0
Marte
227.940.000
22,8
Júpiter
778.330.000
77,8
Saturno
1.429.400.000
142,9
Urano
2.870.990.000
287,1
Netuno
4.504.300.000
450,4
Fonte: NOGUEIRA, Salvador, Canalle J. B.G. Astronomia: Ensino fundamental e médio.
Brasília: MEC, SEB, MCT; AEB, 2009. 232 p: Il. (Coleção Explorando o Ensino; v. 11, p. 70).
28 Suzete Aparecida Bofi ‘‘Astronomia Para a 5ª Série’’.
UNIDADE 3
CONTEÚDO BÁSICO: Astros
Objetivos da unidade:
-- diferenciar estrelas, planetas, planetas anões, satélites naturais,
asteroides e cometas.
Avaliação:
Esta unidade poderá ser avaliada observando-se a participação
individual e coletiva dos alunos nos estudos e nas atividades desenvolvidas,
bem como na pesquisa, na produção de cartaz, nos desenhos, na
apresentação oral e nas provas escritas.
Uma Visão Geral do Sistema Solar
Sol
O corpo maior, e certamente o mais importante, no Sistema Solar é o
Sol. O Sol é uma estrela formada por uma massa de gases quentes e por isso
é um astro luminoso e brilhante em torno do qual giram a Terra e os demais
planetas. Os principais gases que compõem o Sol são o hidrogênio e hélio.
O Sol é considerado uma estrela, pois produz uma grandiosa quantidade
de energia na forma de radiação luminosa, ultravioleta e infravermelha. As
radiações solares são as fontes de luz e temperatura responsáveis pela vida na
Terra.
Em matéria de tamanho, o Sol é 300.000 vezes maior que a Terra e é a
estrela mais próxima dela. A distância entre o Sol e a Terra é de 150.000.000
de quilômetros e sua luz demora pouco mais de oito minutos para chegar até
ela, sabendo que a velocidade da luz é de 300.000 km/s.
Estrelas são objetos celestes formados basicamente de gás, que têm a
forma esférica. No interior desses objetos reinam temperaturas e pressões
29 Suzete Aparecida Bofi ‘‘Astronomia Para a 5ª Série’’.
elevadíssimas, por isso produzem energia, em seu interior, através de fusão
nuclear.
Planetas
Planeta é um astro que, não sendo uma lua, tendo a forma arredondada
e dominando sua órbita, se movimenta em torno do Sol.
A palavra PLANETA procede do grego antigo e significa estrela errante.
Os planetas do Sistema Solar foram separados em duas grandes
categorias:
- Planetas internos ou terrestres: são os quatro planetas mais
próximos do Sol, ou seja: Mercúrio, Vênus, Terra e Marte. Todos eles são
pequenos, aquecidos e compostos, basicamente, de rochas e de metais e têm
superfície sólida.
- Planetas externos ou gigantes: são os quatro planetas seguintes:
Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. Eles são enormes, compostos de materiais
leves, que se apresentam na forma de gases, de gelos e de líquidos.
Os Satélites Naturais
São astros menores que orbitam os planetas.
A Lua é o satélite natural da Terra.
Asteróides
Os asteróides são pequenos objetos celestes que parecem “blocos de
pedra”, estão situados na parte interna do Sistema Solar, no Cinturão de
Asteróides entre as órbitas de Marte e Júpiter e na parte externa, no Cinturão
de Kuiper, que se localiza após a órbita do planeta anão Plutão.
Cometas
Os cometas são objetos do Sistema Solar de fraca luminosidade,
constituídos por aglomerados de pequenas partículas sólidas e um envoltório
30 Suzete Aparecida Bofi ‘‘Astronomia Para a 5ª Série’’.
gasoso. À observação apresentam-se frequentemente como formados por um
núcleo, uma coma e uma cauda.
Na proximidade do Sol, por efeito da pressão e radiação, forma-se, em
grande número de cometas, uma longa cauda, em sentido oposto ao Sol e que
se estende por milhares de quilômetros.
Os cometas, que descrevem, na maioria das vezes, órbitas elípticas
muito alongadas, têm aparições periódicas, por isso são chamados “cometas
periódicos”.
O Cometa Halley é um exemplo de cometa periódico, pois ele é visível a
cada 76 anos, sendo que a sua ultima aparição foi em 1986.
O Cometa Halley não será mais o mesmo, pois, nessa aparição de 1986,
cansado de tanto orbitar o Sol, seu núcleo se partiu em duas partes, portanto,
na sua próxima aparição, se mostrará com uma nova forma.
Algumas denominações curiosas para os cometas:
- astro cabeludo – egípcios;
- estrelas vassouras – China e no Japão;
- bola de gelo suja – Fred Whipple astrônomo norte-americano, 1950.
•
Apresentar este texto e discuti-lo com os alunos.
Atividades:
•
Pesquisa
a) Solicitar que os alunos pesquisem sobre os asteroides e os cometas e
produzam cartazes, textos, desenhos...
b) Solicitar que os alunos pesquisem as principais características dos
planetas
Observação: As pesquisas poderão ser feitas em casa, na biblioteca ou
no laboratório de informática da escola.
31 Suzete Aparecida Bofi ‘‘Astronomia Para a 5ª Série’’.
•
Atividade prática
a) Organizar os alunos em grupos e pedir que cada grupo traga para a
aula seguinte uma cartolina, uma bola de isopor de 150 mm de diâmetro, tinta
guache e pincel.
Observação: A bola de isopor pode ser substituída por bolas feitas com
jornais velhos (não tem custo e é ecologicamente correto).
b) Cada grupo se responsabilizará em produzir a maquete de um planeta
pintando-o de acordo com as características do planeta determinado ao grupo.
c) Depois das maquetes prontas, cada grupo elege um apresentador,
que irá apresentar o planeta e suas principais características.
•
Além dessas, pode-se planejar diversas atividades individuais:
palavra cruzada, questões...
32 Suzete Aparecida Bofi ‘‘Astronomia Para a 5ª Série’’.
UNIDADE 4
CONTEÚDO BÁSICO: Movimentos celestes
Objetivos da unidade:
-- entender que o Sol, a Lua e as estrela apresentavam um movimento
aparente no céu;
-- compreender que a Terra se movimenta e que a Lua se movimenta
em torno dela e ambas em torno do Sol;
- compreender os movimentos de rotação e de translação da Terra.
Avaliação:
Esta unidade poderá ser avaliada observando-se a participação
individual e coletiva dos alunos nos estudos e nas atividades desenvolvidas,
bem como nas anotações de observações realizadas individualmente, na
produção de desenhos, cartazes, textos e provas escritas.
Observar o céu orientando-se pelos pontos cardeais.
• Relembrar com os alunos os astros que estão habituados a ver no céu
durante o dia e durante a noite.
• Relembrar os pontos cardeais.
a) Questionamentos:
1) Onde o Sol aparece todas as manhãs?
2) O que acontece com o Sol à medida que o dia vai passando?
3) Onde o Sol desaparece todas as tardes?
4) O que acontece com a Lua e as outras estrelas durante a noite?
5) Vemos o Sol aparecer sempre na mesma posição?
6) E a Lua e as outras estrelas?
• Os dados obtidos durante os questionamentos orais poderão ser
organizados em forma de texto.
33 Suzete Aparecida Bofi ‘‘Astronomia Para a 5ª Série’’.
Atividade Prática: observar o céu e fazer anotações
• Nesta atividade você irá observar astros e suas posições no céu,
durante alguns momentos do dia ou da noite. Durante o dia, acompanhará o
Sol e, à noite escolherá, uma estrela, um grupo de estrelas ou ainda a Lua.
• Trata-se de observar e registrar a posição do astro escolhido em
diferentes momentos do dia e da noite.
• Para realizar suas observações, escolha um local de onde você sempre
fará suas observações (janela do seu quarto, quintal...) e escolha, também, um
ponto de referência (como um poste, uma árvore...).
• Você deverá anotar, em pelo menos 3 (três) horários diferentes se os
astros observados aparecem à direita, à esquerda, acima ou abaixo do topo do
ponto de referência. Sua anotação pode ser acompanhada por um desenho;
• Anote suas observações no quadro abaixo:
Céu diurno:
Dia
Horário
Posição do Sol em relação à referência
• Agora faça um desenho tentando representar o “trajeto” do SOL no
Céu, a partir do que você observou, de preferência incluindo o local de
referência escolhido.
• Anote aqui suas observações feitas durante a noite.
34 Suzete Aparecida Bofi ‘‘Astronomia Para a 5ª Série’’.
Céu noturno:
Dia Horário
Posição
do
astro
escolhido
em
relação
à
referência
• Represente, com desenho, o trajeto realizado pelo(os) astro(os),
incluindo o ponto de referência.
α) A partir de suas observações, registradas nos quadros e nos desenhos,
o que você pode concluir a respeito do movimento dos astros
observados?
β) Em que sentido se dá o movimento dos astros? Responda utilizando
suas observações e seu conhecimento sobre pontos cardeais.
- Para que o aluno compreenda os pontos cardeais é importante
realizar com eles a atividade prática de construção de um
Gnomon – que consiste um fincar em um local plano (no pátio da
escola ou no quintal de casa) um cabo de vassoura e a cada meia
hora observar sua sombra e marca -- lá fincando na extremidade
da sombra um pedaço de palito de sorvete. Feitas pelo menos 4
observações seguidas e as devidas marcações das sombras,
identificar as sombras mais longas e traçar uma linha reta que
divida
exatamente ao meio o ângulo (bissetriz) formado pelo
desenho das sombras, esta linha indica os pontos cardeais Norte
– Sul, traçando uma linha perpendicular a esta, a mesma indicará
os pontos cardeais Leste – Oeste.
35 Suzete Aparecida Bofi ‘‘Astronomia Para a 5ª Série’’.
Ilustração 1: Imagem feita com recurso do Corel Draw x4, por Suzete Aparecida Bofi
• As respostas para estes questionamentos poderão ser dadas em forma
de texto (produzido pelo aluno). Assim, além de organizar o
conhecimento, ele estará desenvolvendo sua habilidade de escrita.
ATENÇÃO, todos!
Jamais olhem diretamente para o Sol, exceto com máscara de soldador
com vidro 14, pois olhar diretamente para o Sol pode cegar.
Para que todos observem o Sol, inclusive visualizando as manchas
solares, sugerimos que cada aluno construa o seu telescópio. Esta atividade
prática é chamada de PINHOLE.
Materiais:
- 2 folhas papel cartão de cor preta (colorida dos dois lados);
- 50 cm de papel alumínio;
- tesoura;
- fita adesiva;
- cola;
- meia folha de papel milimetrado.
36 Suzete Aparecida Bofi ‘‘Astronomia Para a 5ª Série’’.
Procedimento:
1º - Cole uma folha na outra e enrole-as de modo que se obtenha um
tubo/cano.
2º - Numa das extremidades, feche com papel alumínio, prenda-o com
fita adesiva, e faça um pequeno furinho – para fazer o furinho use a ponta do
lápis.
3º - Na outra extremidade recorte um retângulo médio e feche a
extremidade do cano com papel alumínio, porém, antes forre o papel alumínio
com um circulo de papel milimetrado e coloque esta parte voltada para o
interior do cano.
4º - Leve os alunos ao pátio da escola num dia ensolarado e oriente-os
para que apontem seu telescópio para o Sol e observem sua sombra até que
ela se torne mínima. Quando isso acontecer, raios solares terão entrado nele
desenhando magicamente o Sol no papel milimetrado, que poderá então ser
observado, pelo retângulo aberto no cano.
Esta é uma forma correta de observar o Sol, inclusive as manchas
solares e não oferece riscos ao olhos dos humanos.
Construção do Pinhole:
Ilustração 2: Imagem feita com recurso do Corel Draw x4, por Suzete Aparecida Bofi
37 Suzete Aparecida Bofi ‘‘Astronomia Para a 5ª Série’’.
Forma de Utilização do Pinhole:
Ilustração 3: Imagem feita com recurso do Corel Draw x4, por Suzete Aparecida Bofi
38 Suzete Aparecida Bofi ‘‘Astronomia Para a 5ª Série’’.
UNIDADE 5
CONTEÚDO BÁSICO: Movimentos Terrestres
Objetivos da unidade:
-- compreender que a Terra se movimenta e que a Lua se movimenta
em torno dela e ambas em torno do Sol;
-- compreender os movimentos de rotação e de translação da Terra;
-- compreender as consequências e as influências dos movimentos
terrestres na vida dos seres vivos;
-- entender ocorrências astronômicas (dia, noite, estações do ano, fases
da lua) como fenômenos da natureza;
-- compreender por que acontecem os dias, as noites, as estações do
ano e as fases da Lua.
Avaliação:
Esta unidade poderá ser avaliada observando-se a participação
individual e interações coletivas dos alunos nos estudos e nas atividades
desenvolvidas, bem como na produção do globo terrestre, textos, atividades
diversas, cartazes e provas escritas.
O Planeta Terra
A Terra é o terceiro planeta a partir do Sol no Sistema Solar. Ela tem
apenas um satélite natural, a Lua.
Ela é o quinto maior planeta do Sistema Solar, sendo menor que Júpiter,
Saturno, Urano e Netuno. É um planeta rochoso, porém mais de 70% da
superfície é coberta por água.
A distância média da Terra ao Sol é de aproximadamente 150 milhões
de quilômetros.
Vista do espaço a Terra é uma esfera que parece estar solta e aparenta
ter as cores azul e branca.
Dos oito planetas conhecidos do Sistema Solar, apenas a Terra
apresenta condições comprovadas para manter a vida tal como é conhecida.
A vida na Terra só pode se manter com a energia do Sol.
39 Suzete Aparecida Bofi ‘‘Astronomia Para a 5ª Série’’.
A crosta terrestre, sobre a qual vivemos, é formada de rochas e solo. A
maior parte da crosta terrestre está coberta por água. Essa camada de água
constitui os mares, oceanos, rios e lagos.
Envolvendo a Terra existe uma fina camada de ar chamada atmosfera.
A atmosfera nos fornece o oxigênio que respiramos e nos protege das
radiações mortíferas que vêm do Sol (radiações ultravioletas).
Se comparada ao Sol, a Terra é de tamanho quase insignificante.
Mesmo tão pequena, a Terra é a nossa morada no Universo.
Atividade Prática: Globo Terrestre
• Cada aluno poderá construir o seu globo terrestre.
Materiais necessários:
- uma bola de isopor de 100 mm;
- um mapa-múndi, já colorido, que circunde a bola de isopor;
- um palito de churrasco.
• Para facilitar a realização desta atividade, acessar o portal do MEC no
endereço eletrônico abaixo com a modelagem do mapa-múndi usado
para a construção desse globo terrestre.
Site: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=7981>.
Movimentos de Rotação da Terra.
Desde a Antiguidade, os seres humanos observavam a existência de
fenômenos celestes que se repetem regularmente, como o nascer e o pôr do
Sol.
40 Suzete Aparecida Bofi ‘‘Astronomia Para a 5ª Série’’.
Nas regiões equatoriais e tropicais todas as manhãs o Sol volta a
aparecer e todas as tardes ele desaparece do lado oposto em que apareceu.
Quando a Lua está visível, ela aparece de um lado e desaparece do
outro. Procure observar sempre o céu e notará que também as estrelas voltam
a aparecer e desaparecer no intervalo de um dia.
Parece que o Sol, a Lua, as estrelas e todo o céu estão girando ao
nosso redor. Durante muitos séculos o homem pensou estar no centro do
Universo (teoria geocêntrica). Foi mais ou menos no tempo em que Cabral
chegou ao Brasil que o homem começou a perceber que não eram o Sol, a Lua
e o céu que giravam.
Nicolau Copérnico afirmou que tanto o movimento diário do céu como o
movimento anual do Sol sobre o céu são aparentes e resultam do movimento
da Terra.
Segundo o modelo heliocêntrico, o movimento dos astros é explicado de
forma diferente. Admitindo que a Terra gira de oeste para leste, pode-se
observar todos os outros astros (Sol, Lua, estrelas), girando em sentido
contrário a este, isto é, de leste para oeste, que é como se vê aqui da Terra.
O movimento da Terra em torno de seu eixo imaginário foi chamado de
Movimento de Rotação.
O movimento de rotação da Terra explica a repetição dos dias e das
noites.
Com o movimento de rotação, a face da Terra que está voltada para o
Sol é iluminada pela luz solar e nesta parte tem-se o dia. Na face oposta ao Sol
há sempre a escuridão da sombra da própria Terra e nesta parte que está na
escuridão tem-se noite.
Como a Terra está girando, seus pontos vão passando da luz para a
sombra e da sombra para a luz novamente. Quando um ponto está passando
da sombra para a luz, está amanhecendo neste ponto. Quando passa da luz
para a sombra está anoitecendo.
41 Suzete Aparecida Bofi ‘‘Astronomia Para a 5ª Série’’.
Para completar uma volta em torno do seu eixo imaginário (rotação), a
Terra demora 23 horas 56 minutos e 4 segundos. Este fenômeno é chamado,
pelos astrônomos, de “dia sideral”.
Se demarcarmos um ponto sobre a Terra, quando esta tiver completado
uma rotação este ponto não estará completamente voltado para o Sol. Ela
precisará se deslocar mais alguns minutos até que isso ocorra -- dessa forma
completam-se as 24 horas.
Este fenômeno é chamado pelos astrônomos de “dia solar”. Esse
fenômeno acontece porque a Terra realiza a rotação e também a translação. É
este o fato que faz com que o nosso dia tenha 24 horas.
Atividade Prática:
1- Movimento de Rotação – usando globinho de isopor
• O globo terrestre construído na atividade anterior deverá ser usado para
explicar o movimento de rotação. Simula-se o movimento de rotação e,
com isso, os alunos poderão compreender esse movimento e a
alternância dos dias e das noites.
• Use-se um suporte com lâmpada (sugere-se usar um suporte de
abajur), para representar o Sol.
• Para facilitar a compreensão, façam-se pequenos bonequinhos de papel
representando pessoas nos diferentes continentes.
2 – Movimento de rotação - de forma teatral
• O movimento de rotação da Terra também poderá ser feito de forma
teatral e isso facilita a percepção do aluno com relação ao que é
rotação e leva-o a compreender o que é dia sideral e dia solar.
42 Suzete Aparecida Bofi ‘‘Astronomia Para a 5ª Série’’.
Procedimento:
a) colocam-se 3 alunos alinhados:
- o 1º representará a Terra;
- o 2º representará o Sol, este deve ficar no centro da representação;
- o 3º aluno representará uma estrela qualquer.
b) quando os três estiverem alinhados o professor ordena que a Terra realize
sua rotação com o braço direito estendido – quando ela tiver completado sua
rotação (dia sideral), então verá que seu braço apontará para a outra estrela e
não para o Sol. Girando só mais um pouquinho terá seu braço estará apontado
para o Sol (dia solar).
43 Suzete Aparecida Bofi ‘‘Astronomia Para a 5ª Série’’.
O Movimento de Rotação e suas influências na vida dos seres vivos
O movimento de rotação da Terra influencia a vida dos seres vivos:
animais, plantas, humanos... Os seres vivos acompanham o vaivém dos dias e
das noites.
O dia e a noite formam um ciclo de repetição que coincide com os
períodos de atividade e de repouso dos seres vivos.
Existem seres vivos que são ativos durante o dia e repousam à noite -são seres de hábitos diurnos, porém há aqueles que são ativos à noite e
repousam durante o dia -- são os seres de hábitos noturnos.
A esses hábitos dos seres vivos dá-se o nome de ritmos biológicos
diários.
Os ritmos diários dos seres vivos são características hereditárias e são
influenciadas pelo movimento de rotação da Terra.
• Sugestão de atividade para os alunos:
a) Você conhece animais que são ativos à noite? Dê exemplos.
b) Você já observou os pássaros? Em que período eles são mais
ativos?
c) Na sua casa, vocês têm jardim? Você já observou borboletas no
jardim de sua casa ou de alguma praça? Em que período as
borboletas costumam aparecer?
d) Você conhece as mariposas? Podemos vê-las durante o dia ou à
noite? Por quê?
e) Você já viu ou ouviu falar dos morcegos? Procure saber em que
período eles costumam estar em atividade?
44 Suzete Aparecida Bofi ‘‘Astronomia Para a 5ª Série’’.
f) Peça ajuda aos seus pais, avós ou pesquise em livros ou na internet.
Em que período é mais comum vermos corujas em atividade?
g) Você conhece alguma planta que tem horário para abrir suas flores?
Dê exemplo.
h) Pesquisem (em livros, revistas e jornais velhos) figuras de seres vivos
que têm hábitos noturnos e diurnos. Recorte, divida uma cartolina ao
meio, com um risco e cole-as produzindo um cartaz.
Seres vivos com
Seres vivos com
HÁBITOS NOTURNOS
HÁBITOS DIURNOS
Compreendendo o movimento de translação
• Questionamentos para introduzir o conteúdo:
a) Como está a temperatura no dia de hoje?
b) Todos os dias do ano a temperatura é assim?
c) Será que em todos os lugares da Terra a temperatura do dia de hoje
está assim?
d) Por que ocorrem variações de temperatura durante o ano?
e) As variações de temperatura influenciam a vida dos seres vivos?
Movimento de Translação
A Terra gira em torno de seu próprio eixo esse movimento chama-se
rotação e como consequência ela descreve uma órbita elíptica em torno do Sol.
O movimento da Terra em torno do Sol chama-se movimento de
translação.
O tempo que a Terra leva para realizar uma translação é de 365 dias, 6
horas e 9 minutos aproximadamente. Este tempo constitui o ano sideral.
Em algumas épocas do ano, a Terra recebe mais luz do Sol em algumas
partes de sua superfície e menos luz em outras e,, com isso a temperatura, o
clima, a paisagem da Terra e a duração dos dias vai se modificando. Isso
45 Suzete Aparecida Bofi ‘‘Astronomia Para a 5ª Série’’.
acontece por causa do movimento de translação e da inclinação do eixo
terrestre, e é isto que dá origem às estações do ano.
A inclinação do plano do equador terrestre é de 23º27’ em relação à
eclíptica (plano da órbita da Terra em torno do Sol), ou seja, em relação do
caminho do Sol no céu.
A Terra vai mudando sua posição em torno do Sol, além disso, seu eixo
é inclinado e por esses motivos recebe quantidades diferentes de luz e calor
em sua superfície. Esse fenômeno constitui as estações do ano.
As regiões tropicais da Terra têm as quatro estações definidas, enquanto
nas regiões próximas ao Equador as temperaturas mudam pouco; no entanto,
a quantidade de chuva varia muito, de modo que essas regiões têm, em geral,
uma estação chuvosa e uma seca bem marcadas.
As regiões polares têm uma estação clara e uma escura. Nessas
estações, o Sol é visível quase todo tempo no verão e quase nunca no inverno.
Assim, nos polos, durante seis meses um deles permanece numa certa
claridade enquanto o outro permanece numa certa escuridão.
A observação cuidadosa do Sol fez o ser humano descobrir que ele não
aparece todo dia no mesmo lugar e esse fenômeno está relacionado com as
estações do ano e a duração dos dias e das noites.
Atividade Prática: Movimento de Translação
• Com o mesmo globo terrestre construído em atividade anterior e com o
suporte com lâmpada (abajur), simular o movimento de translação da
Terra.
• Para essa atividade deve-se tomar o cuidado de manter a inclinação da
Terra sempre na mesma posição.
• Nessa atividade pode ser abordada também a ocorrência do fenômeno
do Sol da meia-noite, que ocorre nos polos (vídeo).
• Pode sugerir aos alunos que pesquisem sobre as estações do ano, que
as desenhem e coletem figuras que representem as estações e depois,
46 Suzete Aparecida Bofi ‘‘Astronomia Para a 5ª Série’’.
em grupos, produzam cartazes com as características de cada estação
e explicando por que elas acontecem.
47 Suzete Aparecida Bofi ‘‘Astronomia Para a 5ª Série’’.
Atividade de observação: Observar o nascer ou o ocaso do Sol
• Sugerir que os alunos escolham, cada um em sua própria casa, um
lugar e um ponto de referência e passem a observar o nascer ou o
ocaso do Sol.
• Orientá-los para que produzam um caderno de registro de observações
astronômicas e registrem suas observações com desenhos e/ou
anotações.
• Orientá-los de modo que aqueles que tiverem disponibilidade possam
fotografar o nascer ou o ocaso do Sol durante certo tempo do ano,
colando as fotos diárias no caderno de registro.
• Discutir com os alunos o que eles observaram.
• Promover amostra dos desenhos e/ou fotos.
Movimento de Translação e suas influências na vida dos seres vivos
Para crescer e se desenvolver, as plantas dependem da presença da
água e de fatores ambientais como a luz e a temperatura, que variam ao longo
do ano. A dormência, o florescimento, a fecundação, a frutificação e a
maturação dos frutos são processos biológicos intimamente relacionados à
quantidade de luz e água que recebem e, também, com a temperatura. Por
isso esses processos puderam ser relacionados com as estações do ano pelo
homem desde a pré-história.
As estações do ano são os quatro períodos do ano que se diferenciam
entre si pelas características climáticas. Cada período tem a duração de três
meses. São eles: verão, outono, inverno e primavera.
Há vários exemplos de plantas que produzem seus frutos em
determinadas épocas do ano:
- no verão, os vegetais começam a amadurecer seus frutos e
apresentam toda sua beleza. Também é comum a maturação da soja e da
manga, por serem frutos que precisam de muita luz e calor para madurar. As
flores de cores amarelas, como as cássias, são típicas dessa época do ano. Os
48 Suzete Aparecida Bofi ‘‘Astronomia Para a 5ª Série’’.
animais cuidam dos seus filhotes e os insetos são facilmente encontrados em
todos os ambientes.
- no outono faz-se a colheita das sementes, as flores mais observadas
são as rosadas, como as paineiras. Na passagem do outono para o inverno,
quando os dias vão ficando mais curtos e as noites mais longas, a temperatura
vai se tornando mais baixa (frio). É quando muitas plantas iniciam seu processo
de dormência e, por isso, seus frutos e folhas caem..
- no inverno, devido ao frio, os vegetais quase não crescem, não brotam,
têm a coloração mais escura e muitos perdem suas folhas. É comum o cultivo
do morango e do trigo, por serem plantas que precisam de dias mais curtos e
de temperatura mais fria. Nessa época, as flores mais comuns são as azaleias.
Elas florescem e enfeitam jardins, praças e avenidas de muitas cidades.
Muitos animais se escondem nas tocas, nos ninhos e quase não se veem
insetos;
- na primavera, muitas plantas saem do processo de dormência, a
natureza parece despertar, renovam sua folhagem e produzem flores. Por isso,
essa é a época conhecida como estação das flores. É a principal época para o
plantio de vegetais. Ouve-se o gorjeio dos pássaros, que iniciam o processo de
reprodução buscando companheiras para fazerem seus ninhos. Podem-se
observar maiores quantidades de insetos e de borboletas.
A dormência, o florescimento, a fecundação, a frutificação e a maturação
dos frutos são processos biológicos intimamente relacionados à quantidade de
luz e calor (temperatura) que recebem. São, portanto, observadas, nas plantas,
repetições que ocorrem ao longo do ano e coincidem com as estações do ano.
Fatos como esses observados nas plantas podem ser observados
também em animais, que, ao longo do ano, migram em busca de regiões mais
quentes para se reproduzirem, como as andorinhas, que enfeitam os céus do
verão da região Sudeste e Sul do Brasil, e os pardais, que se reproduzem
principalmente no período final da primavera e início do verão. Muitos animais
entram em dormência no inverno, por isso é muito raro observarmos cobras no
ambiente na época do inverno.
49 Suzete Aparecida Bofi ‘‘Astronomia Para a 5ª Série’’.
Os seres humanos, ao longo do ano, também se adaptam às mudanças
de temperatura de cada estação, e o fazem usando roupas e alimentação
adequadas para a proteção do organismo. Além disso, cuidam da saúde
principalmente no inverno.
Os ritmos biológicos dos seres vivos que estão relacionados às estações
do ano são conhecidos como ritmos biológicos anuais.
Quando vamos ao supermercado, encontramos quase todos os produtos
usados em nossa alimentação durante todo ano, mas nem sempre foi assim,
isso acontece atualmente porque o Brasil é um grande produtor de alimentos,
apresenta uma grande variedade climática e uma avançada tecnologia para a
produção de frutas, hortaliças, cereais e leguminosas.
Atividade
•
individual
a) Solicitar que os alunos tragam figuras de frutas, hortaliças, flores e
plantas em geral.
b) Solicitar que cada aluno organize um pequeno álbum de fotos que
tiraram durante o ano anterior e oriente-os para que façam a
observação dos hábitos de vestir de cada época.
c) Solicitar que cada aluno escreva uma lista dos alimentos que mais
gosta de comer em cada estação do ano.
•
em grupo
d) em grupos, produzir cartazes que caracterizem as estações do ano
através:
- dos vegetais próprios de cada estação;
- das roupas adequadas a cada estação;
- dos alimentos mais consumidos em cada estação.
50 Suzete Aparecida Bofi ‘‘Astronomia Para a 5ª Série’’.
A Lua: Satélite Natural da Terra.
A Lua é o satélite natural da Terra, ela não tem atmosfera, sua superfície
é seca e muito acidentada, apresentando montanhas e crateras.
Por causa dos movimentos da Terra e da Lua, a sua face é iluminada
pelo Sol de acordo com a posição em que se encontra ao redor da Terra.
As variações de forma apresentadas pela Lua ao refletir a luz solar são
chamadas de fases da Lua.
Embora seja comum dizer que ela tem quatro (4) fases, isto é errôneo,
pois se a cada instante a Lua é iluminada e reflete a luz solar de forma
diferente, é correto afirmar que ela tem muitas fases no decorrer do seu
movimento em torno da Terra.
Em 21 de julho de 1969, o homem chegou pela primeira vez à Lua. Neil
A. Armostrong e Edwin Aldrin desceram na superfície lunar da nave Apollo 11,
realizando um grande feito científico.
Atividade: Observando a Lua
•
Incentivar os alunos a observar diariamente a Lua, durante um mês,
e registrar sua observação com anotações, desenho e/ou foto.
•
Ao final desse mês de observação, promover um debate sobre as
observações feitas e sobre as fases da Lua.
•
Organizar um painel com os desenhos e/ou fotos produzidos pelos
alunos.
51 Suzete Aparecida Bofi ‘‘Astronomia Para a 5ª Série’’.
REFERÊNCIAS:
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astronomia. Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ – Instituto de
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Brasileira (AEB)/Programa AEB Escola, 2007.
CANIATO, Rodolfo. A Terra em que vivemos. 4. ed. Campinas, SP: Papirus,
1989.
CANIATO, Rodolfo. O céu. 2. ed. São Paulo: Editora Ática, 1993.
CANIATO, Rodolfo. O que é astronomia. 8. ed. São Paulo: Brasiliense, 1994
(Coleção Primeiros Passos: 45).
MOURÃO, Ronaldo Rogério de Freitas. Anuário de astronomia e
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______________. Dicionário enciclopédico de astronomia e astronáutica.
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NOGUEIRA, Salvador; CANALLE, João B. Astronomia: ensino fundamental
e médio. Brasília: MEC, SEB; MCT; AEB, 2009. 232 p.: iI. – (Colecão
Explorando o Ensino; v. 11).
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de
Ciências. Curitiba, 2008a.
Solar-B Touch the Sun, Chabot Space & Science Center - Pinhole Camera.
SZYMANSKI, Maria Lidia Sica. Trazendo o Céu para a sala de aula: A
Astronomia nas séries iniciais. Cascavel, Universidade Estadual do Oeste do
Paraná/MEC/SESU, 1996.
TIGNANELLI, L. H. Sobre o ensino da Astronomia no Ensino Fundamental. In:
WEISSMAN, H. (org.). Didática das ciências naturais: contribuições e
reflexões. Porto Alegre, RS: Artmed, 1998.
Sites recomendados para Pesquisa:
http://www.explicatorium.com/CFQ7-Movimentos-da-Terra.php Movimentos da Terra
http://www.zenite.nu/telescopio.htm Planetário virtual. http://www.zenite.nu/ Astronomia no Zênite – Meu Céu.
http://www.on.br/site_edu_dist_2009/pdf/modulo1/astrofisica_ss.pdf - Observatório
Nacional - Conhecendo o Sistema Solar.
52 Suzete Aparecida Bofi ‘‘Astronomia Para a 5ª Série’’.
http://www.on.br/site_edu_dist_2009/site/index_ss.html - Observatório Nacional -
Sistema Solar.
http://www.on.br/site_edu_dist_2009/pdf/modulo1/planetologia_comparativa.pdf -
Observatório Nacional - Planetologia Comparativa.
[email protected] http://www.portaldoastronomo.org/tema_do_mes.php
Vídeos e imagens de astronomia em geral:
http://www.spacetelescope.org/images/index.html http://www.spacetelescope.org/videos/index.html
http://www.eso.org/gallery/v/ESOPIA http://www.eso.org/gallery/v/Videos
http://www.astronomy2009.org/resources/multimedia/images/viewall/ http://www.astronomy2009.org/resources/multimedia/videos/viewall/
http://www.iau.org/public_press/images/intro/. 53 
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