AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DE EXTRATOS E FRAÇÕES DE Eugenia umbelliflora Berg. (Myrtaceae) Michelly Luiza TESSAROLO Roberta MALLMANN Orientador: Alexandre Bella Cruz Defesa: maio de 2003. Resumo A planta conhecida popularmente como baguaçu, guapê, guamirim, botanicamente identificada como Eugenia umbelliflora Berg, tem sido popularmente utilizada na região de Florianópolis como antidiabético, antidiarréico e redutor do nível sérico de triglicerídeos e colesterol no organismo. Seus troncos são utilizados como lenha e possuem frutos comestíveis. Para esta espécie, poucos relatos têm sido encontrados na literatura, restringindo-se a identificação de antocianidinas nos frutos e atividades contra algumas bactérias. Com o objetivo de verificar a atividade antimicrobiana dos extratos brutos e frações da planta Eugenia umbelliflora foi obtido o extrato metanólico da planta sem frutos e da planta com frutos. Foi particionado com solventes de polaridade crescente, diclorometano e acetato de etila. Os extratos e frações foram avaliados quanto a sua atividade antimicrobiana através do método de concentração inibitória mínima (CIM) e concentração microbicida mínima (CMM) contra as bactérias: Escherichia coli, Salmonella typhimurium, Staphylococcus aureus, Staphylococcus saprophyticus, Bacillus cereus e Streptococcus pyogenes; e contra o fungo leveduriforme Candida albicans. As bactérias foram previamente ativadas em caldo infusão de cérebro e coração e a levedura foi ativada em agar Sabouraud dextrosado. Os inóculos microbianos foram ajustados por comparação com a escala de Mcfarland 0,5 para as bactérias e para o fungo leveduriforme através de espectrofotometria. Os extratos e frações foram dissolvidos em DMSO e água 1:1 e adicionados em séries de 10 frascos em diferentes concentrações. A cada frasco foi adicionado 1mL de meio de cultura agar MuellerHinton para as bactérias e agar Sabouraud dextrosado para a levedura, seguidos de homogeneização. Após a solidificação dos respectivos meios de cultura, os microorganismos foram inoculados nas séries correspondentes, sendo incubados a 37°C por 24h para as bactérias e 48h para C.albicans. Passado este período, foram selecionados os frascos que apresentaram inibição do crescimento microbiano no ensaio de CIM. As bactérias foram isoladas desses frascos e inoculadas em agar Mueller-Hinton isento de extrato ou fração e incubado a 37°C por 24h. Os resultados da atividade antimicrobiana mostraram que os extratos bruto metanólico foram bastante ativos. O extrato bruto metanólico dos frutos apresentou valor de CIM de 6µg/mL para S.aureus 15 e 20µg/mL para S.saprophyticus e B.cereus respectivamente. Os extratos bruto metanólico da planta sem fruto e da planta com fruto apresentaram valores de inibição iguais a 60 e 30µg/mL para S.aureus, 30 e 20µg/mL para S.saprophyticus e de 30 e 20µg/mL para B.cereus, respectivamente. A fração acetato de etila apresentou inibição microbiana variando de 100 a 500 µg/mL para as bactérias S.aureus, S.saprophyticus e B.cereus. A fração de diclorometano demonstrou melhor atividade variando de 20 a 70µg/mL para as mesmas bactérias. A concentração microbicida mínima apresentou valores correspondentes, ou seja, iguais ou maiores que a CIM. Os extratos bruto metanólico e suas frações (acetato de etila e diclorometano) da planta Eugenia umbelliflora apresentaram atividade frente às bactérias Staphylococcus aureus, Staphylococcus saprophyticus e Bacillus cereus. Palavras-chave: Eugenia umbelliflora Berg, concentração inibitória mínima e concentração microbicida mínima.