REVISÃO E ANÁLISE DE 11 CASOS.

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Abstract Nº PO-QU063
ACIDOSE LÁCTICA ASSOCIADA À METFOR MINA: R EVISÃO E ANÁLISE DE 11 CASOS.
Tiago Barra ( 1 ); Miguel Oliveira ( 1 ); Marta Costa ( 1 ); Jesus Garrido ( 1 ); Sérgio Lemos ( 1 ); Giovanni Sorbo ( 1 ); Edgar Lorga ( 1 ); Carla Lima
( 1 ); Tânia Sousa ( 1 );
( 1 ) - Centro Hospitalar Tondela Viseu, Unidade de Nefrologia e Diálise, Viseu, Portugal;
Introdução: A metformina é uma biguanida que está recomendada para tratamento de primeira linha de doentes
com diabetes mellitus tipo 2. Exerce o seu efeito terapêutico pela diminuição da gliconeogénese hepática e aumento
da sensibilidade tecidular à insulina, não se associando a episódios de hipoglicémia ou aumento ponderal. Este
fármaco não é metabolizado a nível hepático e a sua excreção renal ocorre na sua forma inalterada. Em doentes com
função renal alterada a excreção do fármaco diminui, levando à sua acumulação, com efeitos deletérios a nível do
metabolismo mitocondrial. Isto pode levar ao desenvolvimento de um quadro raro, mas potencialmente fatal, de
acidose metabólica com anion gap aumentado conhecido por acidose láctica associada à metformina (ALAM). Este
trabalho teve como objetivo a pesquisa e análise dos casos de ALAM que tiveram intervenção da Nefrologia no
Centro Hospitalar Tondela Viseu durante os anos de 2012 e 2013.
Material e Métodos: pesquisa na base de dados do serviço complementada por recolha de informação em
relatórios de ALERT, Notas de Entrada/Alta e exames complementares de diagnóstico durante o período de análise.
Resultados: Durante o período analisado, foram admitidos 11 casos de ALAM, 5 do sexo masculino, 6 do sexo
feminino, com idades compreendidas entre os 62 e os 88 anos. A dose de metformina variava de 1,5-3g por dia
(mediana 2g/dia). A TFG prévia ao evento variava entre 35-89 ml/min/1,73m2 (média 59, mediana 57) com 8 doentes
(72,7%) com TFG>60ml/min/1,73m2. À admissão todos os casos apresentavam lesão renal aguda (LRA) com creatinina
sérica 3,5-12,3mg/dl (mediana 7,5). Relativamente à etiologia da LRA, 5 doentes apresentavam quadro de sépsis, 1 foi
secundária a AINEs, 1 tinha uropatia obstrutiva, 3 apresentavam vómitos sem outro fator aparente e 1 não apresentou
nenhum fator desencadeante identificado. Todos os doentes excepto 1, tiveram necessidade de tratamento com
hemodiálise (HD) de urgência. A mortalidade no grupo dos doentes submetidos a HD, foi de 60%. Da análise dos casos
de ALAM identificados pode-se concluir que houve uma predominância de eventos em doentes com TFG prévias >
60ml/min/1.73m2, todos associados a LRA e a maioria com fatores desencadeantes bem identificados.
Conclusão: A ALAM é uma patologia grave com elevada mortalidade. A utilização de metformina deve ser evitada
nos doentes com DRC e TFG<60 ml/min, deve ser recomendada a vigilância de complicações nos doentes com
factores de risco de agravamento da função renal e a suspensão precoce do fármaco nos doentes com LRA.
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