Nota: Aluno N°: 8° - EF Prof.: Victor aoao O EXERCÍCIO FÍSICO E AS MUDANÇAS CORPORAIS: ADAPTAÇÕES CARDIORRESPIRATÓRIAS O corpo humano é uma máquina perfeita que responde à diversos estímulos ao longo do seu funcionamento vital, dentre eles o exercício físico. Com isso, quando o organismo sai do seu estado de equilíbrio (homeostase) pelo esforço físico, inicia-se alguns processos fisiológicos, como o funcionamento mais ativo de alguns órgãos em busca de um novo estado de homeostasia. Diante desse fato, como o corpo humano consegue manter-se em estado de atividade intensa mediante o exercício físico? ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DO CORAÇÃO E PULMÕES O coração funciona como uma “bomba” natural, impulsionando o sangue arterial (rico em oxigênio) e sangue venoso (rico em gás carbônico) por todo o corpo. Sua estrutura constitui-se de quatro cavidades, sendo dois átrios e dois ventrículos que armazena o sangue que será bombeado; duas válvulas chamadas bicúspide e tricúspide que ligam os átrios aos ventrículos, trabalhando a partir de um ritmo, se fechando e abrindo para a passagem do sangue pelo coração. Para que o sangue seja transportado por todas as regiões do corpo, as paredes do coração contraem-se e relaxam-se. Esses movimentos são chamados de sístole e diástole, respectivamente. A conexão entre o coração e pulmão no transporte do oxigênio e gás carbônico através do sangue chama-se de pequena circulação ou circulação pulmonar. Para o coração bombear o sangue arterial e receber de volta o sangue venoso pelos vasos (artérias e veias) é chamada de grande circulação ou circulação sistêmica. Circulação Pulmonar e Circulação Sistêmica Sistema Respiratório O pulmão é uma estrutura bastante elástica que recebe o oxigênio vindo da inspiração, expulsando o gás carbônico pela expiração, armazenando e realizando as trocas gasosas em pequenas estruturas semelhantes a bolsas, chamadas de alvéolos pulmonares. Para que o oxigênio chegue até os pulmões, o corpo dispõe de um sistema respiratório composto pelo nariz, faringe, laringe, traqueia, brônquios, bronquíolos e alvéolos pulmonares. Essas estruturas são responsáveis por fazer com que o oxigênio chegue até os pulmões pela inspiração e elimine o gás carbônico pela expiração. EXERCÍCIOS AERÓBICOS E ANAERÓBICOS As células musculares obtêm a energia que necessitam para a sua contração através de dois mecanismos: o anaeróbio e aeróbio. O mecanismo anaeróbio, que proporciona a obtenção de energia sem o consumo de oxigênio, embora seja o primeiro a ser ativado, é muito breve, já que as células musculares esgotam as suas reservas de energia em poucos minutos. No entanto, o mecanismo anaeróbio é fundamental quando se realiza um esforço muscular intenso e breve, como no halterofilismo. Por outro lado, no mecanismo aeróbio, as células musculares obtêm energia a partir da utilização de oxigênio que absorvem da circulação sanguínea, originando um resíduo, o gás carbônico (CO2), que passa para o sangue de forma a ser eliminado através dos pulmões. O mecanismo aeróbio, ao contrário do anaeróbio, apenas é ativado cerca de quarenta segundos após o início do exercício físico em que predomina os esforços muito prolongados ou atividades que exijam da resistência fisiológica. Exemplos deste tipo de exercício físico são as corridas de rua, natação e o ciclismo. REAÇÃO DO SISTEMA CARDIORRESPIRATÓRIO AO EXERCÍCIO FÍSICO Rua da Conceição, 1246 - São Miguel - Juazeiro do Norte - Ceará - Fones: (88) 3512-1034/3512-1793 www.cparaiso.com.br Em meio ao exercício físico, o corpo necessita receber uma maior quantidade de oxigênio, assim como transportar uma quantidade maior de sangue e nutrientes até o músculo para que não haja uma fadiga (cansaço) muscular repentina. Para isso, à medida que o indivíduo vai aumentando a intensidade do seu exercício físico, há uma necessidade do organismo aumentar as frequências cardíaca e respiratória, obtendo melhorias para que o corpo trabalhe com a maior eficiência possível. Os efeitos fisiológicos do exercício físico podem ser classificados em agudos imediatos, agudos tardios e crônicos. EFEITOS AGUDOS: Podem ser considerados como respostas rápidas a uma determinada atividade física, ou seja, acontecem em associação direta com a sessão de exercício; EFEITOS AGUDOS IMEDIATOS: São os que ocorrem no período inicial e pós-imediato do exercício físico, como elevação da frequência cardíaca, da ventilação pulmonar (respiração mais acelerada) e suor (transpiração); EFEITOS AGUDOS TARDIOS: Acontecem ao longo das primeiras 24 ou 48 horas (às vezes, até 72 horas) que se seguem a uma sessão de exercício e podem ser identificados na discreta redução dos níveis da pressão arterial especialmente nos hipertensos, na melhoria da sensibilidade ao hormônio da insulina em conduzir a glicose para dentro da célula por conta da abertura dos canais da membrana que reveste a célula como fonte de energia para os músculos realizarem a contração quando se está em movimento. EFEITOS CRÔNICOS DO EXERCÍCIO: Também denominada de adaptação, resultam da exposição frequente e regular às sessões de exercícios e representam aspectos de mudanças corporais tais como redução da gordura, e na melhoria da parte funcional, fortalecendo as articulações contra impactos, diferenciando um indivíduo fisicamente treinado de outro sedentário; exemplos típicos como a redução da frequência cardíaca de repouso, a hipertrofia muscular (aumento do tamanho do músculo), o aumento da capacidade do coração em armazenar e enviar mais sangue para todo o corpo em função do músculo cardíaco estar mais forte, gastando uma quantidade menor de energia e o aumento do consumo máximo de oxigênio (VO2 máximo) por conta do aumento de alvéolos pulmonares que armazenam o oxigênio inspirado que chega nos pulmões. ADAPTAÇÃO AO EXERCÍCIO FÍSICO As fibras musculares costumam dispor de suplementos de oxigênio necessário para a sua atividade, graças a uma série de alterações produzidas no funcionamento do aparelho cardiorrespiratório. Este conjunto de alterações, controlado pelo sistema nervoso e mediado por vários hormônios, é denominado de adaptação cardiorrespiratória ao exercício físico. Para, além disso, este fenômeno necessita de um maior fluxo de oxigênio desde as vias respiratórias até os músculos esqueléticos e também de uma maior eliminação de gás carbônico. CORAÇÃO: A primeira alteração corresponde ao aumento da quantidade de sangue bombeado pelo coração para o aparelho vascular. Em repouso, a quantidade de sangue impulsionada por minuto pelo coração, ou débito cardíaco, ronda os 5L, enquanto que durante um exercício físico pode atingir os 10 ou 20L. O débito cardíaco é originado pela quantidade de sangue expulso pelo ventrículo esquerdo durante cada contração, e pela frequência cardíaca, ou seja, a quantidade de batimentos cardíacos por minuto. Dado que o coração das pessoas de forte constituição física costuma ser mais volumoso e forte, a contração do músculo cardíaco será mais eficiente, para ejetar a mesma quantidade de sangue de uma pessoa com baixa aptidão física, reduzindo a frequência cardíaca. Por outro lado, entre as pessoas menos fortes fisicamente, este processo é fundamentalmente provocado por um aumento da frequência cardíaca, que nestes casos podem chegar aos 90 ou 100 batimentos por minuto, enquanto que em repouso situa-se entre os 70 e os 80 batimentos. PRESSÃO ARTERIAL: O aumento do volume de sangue expulso pelo ventrículo esquerdo para o corpo pela artéria aorta tem repercussões nas grandes artérias, já que o fato de suas paredes serem submetidas a uma maior pressão proporciona outras alterações consequentes da adaptação cardiorrespiratória ao exercício físico, ou seja, a manutenção e normalidade da pressão arterial máxima, a qual em repouso se situa por volta de 120 mmHg e que, durante um exercício físico, pode subir em média de 160 a 200mmHg. Por esta razão, é aconselhável que os hipertensos não iniciem qualquer prática de exercício físico sem consultar primeiramente o médico. ÁRVORE VASCULAR OU REDE DE VASOS SANGUÍNEOS: Uma outra alteração essencial da adaptação cardiorrespiratória ao exercício físico é a redistribuição do fluxo sanguíneo corporal. Este mecanismo, produzido pela dilatação e contração das artérias de vários órgãos, tem a missão de aumentar o transporte de oxigênio aos tecidos submetidos a maior esforço, neste caso, o músculo esquelético e o próprio coração, reduzindo por outro lado a assimilação de oxigênio dos tecidos que não intervêm no exercício físico. Como é óbvio, o fluxo sanguíneo é mantido nos órgãos vitais, como o cérebro, e também o da pele, para que o organismo perca o excesso de calor provocado pela atividade muscular, ou o dos rins, com vista a permitir a eliminação do excesso de água e de resíduos metabólicos consequentes dessa mesma atividade. VIAS RESPIRATÓRIAS: Outra parte importante da adaptação cardiorrespiratória ao exercício físico corresponde às vias respiratórias, que também alteram o seu funcionamento de forma a garantirem uma maior entrada de oxigênio para os pulmões e uma maior eliminação de gás carbônico na expiração, potencializando a frequência respiratória e as tocas gasosas nos alvéolos pulmonares. BOM PARA O CORAÇÃO E PARA OS PULMÕES A adaptação efetuada pelo aparelho cardiovascular ao exercício físico é a médio e longo prazo benéfica para melhorar o rendimento do coração e dos pulmões e para prevenir, e até mesmo tratar, alguns problemas graves que possam afetar estes órgãos. De qualquer forma, os benefícios apenas são eficazes quando o exercício físico realizado é de resistência e é efetuado de forma regular, moderada e progressiva. Entre todos estes benefícios, o mais importante é a contribuição do exercício físico para a prevenção da doença coronária, uma doença provocada pela obstrução das artérias que irrigam o coração e a consequente falta de oxigênio neste órgão. De fato, quando o músculo cardíaco é submetido a um esforço regular, moderado e progressivo, o coração – à semelhança dos músculos esqueléticos – responde, aumentando a sua força, potência e volume, produzindo novas artérias, de modo a ampliar o seu próprio transporte de oxigênio e, consequentemente o seu rendimento. Este mecanismo de adaptação é extremamente importante para prevenir doenças nas artérias coronárias (vasos que irrigam o coração), já que um coração adequadamente Rua da Conceição, 1246 - São Miguel - Juazeiro do Norte - Ceará - Fones: (88) 3512-1034/3512-1793 www.cparaiso.com.br treinado tem menos possibilidades de obstrução das suas artérias. Por outro lado, a prática de exercício físico é muito recomendável para corrigir ou diminuir o efeito de outros fatores de risco graves da doença coronária, pois aumenta a concentração do colesterol bom no sangue, diminui a viscosidade sanguínea, contribui para uma significativa perda de peso nas pessoas com excesso de peso e pode facilitar o abandono ao tabagismo. Relativamente ao aparelho respiratório, a prática de exercícios físicos de resistência melhora consideravelmente a capacidade pulmonar e contribui para a prevenção e tratamento de vários problemas em que já se tenha um certo grau de insuficiência respiratória, como por exemplo, em caso de bronquite crônica, asma e enfisema pulmonar. “Faça da sua resistência corporal juntamente com o exercício físico, uma arma contra os males do corpo” . (Kenneth Cooper) Rua da Conceição, 1246 - São Miguel - Juazeiro do Norte - Ceará - Fones: (88) 3512-1034/3512-1793 www.cparaiso.com.br