As Meninas (Velásquez) A Família de Filipe IV, mais conhecida como As Meninas, é o nome de um famoso quadro pintado em 1656 pelo pintor espanhol Diego Velásquez. A obra está hoje no Museu do Prado. Ao centro pode-se ver a infanta Margarida Teresa de Habsburgo, filha de Filipe IV, acompanhada de suas damas de companhia, de seus criados, de uma anã e uma criança que mexe com um cão. Já no canto esquerdo, vê-se um auto-retrato de Velásquez, em cuja veste percebemos a cruz da Ordem de Santiago, que foi incluída na tela somente após sua morte. Os reflexos do rei e da rainha da Espanha surgem num espelho atrás da infanta. Acima do retrato há dois quadros do acervo do palácio e, mais ao fundo, um homem entra em cena e movimenta a cortina, trazendo mais luminosidade à tela. É uma das obras pictóricas mais analisadas e comentadas no mundo da arte. Como tema central amostra a infanta Margarida de Áustria, apesar que a pintura apresenta outras personagens, incluída o próprio Velásquez. O artista resolveu com grande habilidade os problemas de composição do espaço, a perspectiva e a luz, graças ao domínio que tinha do tratamento das cores e tons junto com a grande facilidade para caracterizar as personagens.[1] Um espelho colocado na parte do fundo da pintura reflete as imagens do rei Filipe IV da Espanha e a sua esposa Mariana de Áustria, segundo uns historiadores, entrando na sessão de pintura, e segundo outros, posando para ser retratados. Sociedade e vida cultural Em 1658, a Espanha foi derrotada pelos ingleses em Dunkerque, na batalha das Dunas e o governo do Cardeal Mazzarino tentou que França pactuasse uma aliança com Inglaterra. A Espanha, em 1659, assina o tratado dos Pirenéus que dava fim à Guerra dos Trinta Anos; com este acordo, cedia o Rossilhão à França junto com uma parte da Cerdanha e outra dos Países Baixos. Impôs-se o casamento entre o rei da França Luís XIV e Maria Teresa de Áustria filha de Filipe IV da Espanha. Velásquez, devido ao seu cargo de Aposentador Real, obtido em 1651, na corte espanhola, teve de ir para a ilha dos Faisões para preparar o encontro; depois desta viagem faleceu em Madrid em 1660; em 1661 faleceu Mazzarino e em 1665 o rei Filipe IV.[6] Desde os anos 1650, Velásquez tinha a reputação de ser um grande conhecedor das artes, e grande parte da coleção do Museu do Prado, por exemplo, de Tiziano, Rafael Sanzio e Rubens, foi adquirida e organizada sob a sua direção.[8] Foi enterrado a 6 de agosto de 1660 com as vestiduras e a insígnia de cavaleiro da ordem de Santiago, distinção que tanto desejava conseguir em vida. Diz-se que foi Filipe IV, o que depois da morte do artista, acrescentou ao quadro d'As Meninas, a cruz desta ordem sobre o peito de Velásquez.[9] Velásquez utiliza os brancos de chumbo, sem apenas misturas, em diversos pontos do quadro como nas camisas, os punhos de Mari-Bárbola ou a manga direita de Agustina Sarmiento; fá-lo com um toque rápido e decidido que consegue o reflexo das vestiduras e adornos, como no caso da infanta Margarida ou na camisa do próprio pintor. Nos cabelos da infanta e nos seus adornos, também se aprecia a arte da pincelada do mestre. Nas quatro figuras femininas do primeiro término observa-se um tratamento similar; os vestidos denotam a categoria e a classe de tela de cada um de eles. No caso de Nicolasito Pertusato, a definição fica mais apagada. Velásquez empregou toques de lápis-lazúli sobretudo no vestido de Mari-Bárbola, e fê-lo com o objetivo de conseguir reflexos na cor profunda deste vestido.