Crescimento inicial do maracujazeiro amarelo sob diferentes tipos e

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E. G. da Costa et al.
242
Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v.9, (Suplemento), p.242-247, 2005
Campina Grande, PB, DEAg/UFCG - http://www.agriambi.com.br
Crescimento inicial
do maracujazeiro amarelo sob diferentes
tipos e nív
eis de salinidade da água de irrigação
níveis
Edílson G. da Costa1; Paulo T. Carneiro2; Frederico A. L. Soares2; Pedro D. Fernandes3;
Hans R. Gheyi3 & Lourival F. Cavalcante1
1
2
3
UFPB/CCA, CEP: 58397-000, Areia-PB, Fone: (83) 3362-2300
Doutorando em Irrigação e Drenagem, UFCG/DEAg. Av. Aprígio Veloso, 882, CEP 58109-970, Bodocongó,
Fone: (83) 3335-9628, Campina Grande-PB. E-mail: [email protected]; [email protected]
UFCG/DEAg. E-mail: [email protected]; [email protected]
Protocolo 161
Resumo
Resumo: Conhecendo-se os prejuízos causados pela salinidade da água de irrigação na estrutura
e fisiologia das plantas, realizou-se este trabalho, objetivando-se estudar os efeitos de 4 tipos de
sais (cloreto de sódio, cloreto de cálcio, nitrato de sódio e nitrato de cálcio) na água de irrigação,
com 5 níveis de condutividade elétrica (CEa: 0, 2, 4, 6 e 8 dS m-1) sobre o crescimento inicial do
maracujazeiro amarelo. O experimento foi conduzido em casa de vegetação, no delineamento
inteiramente casualizado, com 4 repetições, analisado em esquema fatorial 5 x 4. As variáveis
analisadas foram altura de planta, número de folhas, comprimento de raiz e produção de fitomassa,
aos 21 e 27 dias após semeadura. As variáveis estudadas foram influenciadas pela salinidade da
água de irrigação e pelos tipos de sais, havendo efeito interativo desses fatores. Os íons de
nitrato foram mais prejudiciais ao crescimento inicial da cultura.
Pala
vr
as cha
ve: Passiflora edulis, água salina, tipos de sais
alavr
vras
chav
Initial gr
owth o
ello
w passion fruit under differ
ent
gro
off y
yello
ellow
different
types and le
vels o
ater salinity
lev
off irrigation w
water
Abstract
Abstract: Knowing the damages caused by salinity of irrigation water on the structure and
physiology of plants, this work was conducted in a greenhouse with the objective of evaluating
the effects of 4 types of salts (sodium chloride, calcium chloride, sodium nitrate and calcium
nitrate) in irrigation water and 5 levels of electrical conductivity (ECw: 0, 2, 4, 6 and 8 dS m-1),
on the initial growth of the passion fruit. The experiment was carried out in a completely randomized
design and 5 x 4 factorial scheme, with 4 replications. The appraised variables were plant height,
number of leaves and length of the root at 21 and 27 days after sowing. There was interactive
effect of the factors in all the variables. The waters composed of sodium nitrate caused larger
decrease in all the analyzed variables. The íons of nitrate were more harmful in the initial growth
of the crop.
Key w
or
ds
wor
ords
ds: Passiflora edulis, saline water, types of salts
INTRODUÇÃO
O Brasil se destaca como produtor e exportador de
maracujá, sendo o Nordeste responsável por mais de um terço
da produção nacional (IBGE, 1999); além disso, aumentam as
perspectivas de exploração dessa cultura na região, pois há
possibilidades de implantação de novas áreas com fruticultura
irrigada. Vale salientar, entretanto, ser boa parte dos mananciais
disponíveis para a irrigação, na região, constituída de sais
solúveis, com riscos de salinização, caso não sejam adotadas
práticas adequadas de manejo da água e do solo.
R. Bras. Eng. Agríc. Ambiental, Campina Grande, v.9, (Suplemento), p.242-247, 2005
A salinidade inibe o crescimento das plantas por efeito
osmótico, restringindo a disponibilidade de água, por toxicidade
e/ou desordem nutricional, induzindo modificações
morfológicas, estruturais e metabólicas em plantas superiores
(Tester & Davenport, 2003). As fruteiras, como a maioria das
plantas cultivadas, sofrem efeitos nocivos dos sais, tanto em
função da forma iônica, como de sua concentração; isto significa
que o crescimento e desenvolvimento das plantas podem ser
diferencialmente afetados, por níveis salinos de uma mesma
fonte ou pelo mesmo índice salino de diferentes tipos de sais
(Strogonov, 1964; Cordeiro, 1997).
Crescimento inicial do maracujazeiro amarelo sob diferentes tipos e níveis de salinidade da água de irrigação 243
Sendo o maracujazeiro uma das fruteiras com potencialidade
de ser cultivada no Nordeste, nos poucos trabalhos de
pesquisa desenvolvidos, envolvendo salinidade, as águas
utilizadas na irrigação eram de mesma constituição química,
variando apenas os níveis de condutividade elétrica (Soares,
2001; Santos, 1999). Assim, conduziu-se este trabalho,
objetivando-se estudar os efeitos de diferentes tipos e níveis
de salinidade da água de irrigação sobre o crescimento inicial
do maracujazeiro amarelo.
MATERIAL E MÉTODOS
O ensaio foi conduzido em casa de vegetação do Centro de
Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba, em Areia,
PB. Usaram-se vasos plásticos de 500 mL, preenchidos com
substrato composto de uma mistura, em partes iguais, de areia
lavada, esterco bovino (relação C/N = 13:1) e terra vegetal não
salina e não sódica.
O delineamento experimental foi inteiramente casualizado,
com quatro repetições, no esquema fatorial 4 x 5
correspondendo, os respectivos tratamentos, à combinação
entre quatro tipos de sais (CaCl2, Ca(NO3)2, NaCl e NaNO3) e
cinco níveis de condutividade elétrica da água de irrigação CEa (0, 2, 4, 6 e 8 dS m-1).
As águas de salinidade a partir de 2 dS m-1, utilizadas na
irrigação, foram preparadas mediante adição dos sais à água
destilada, de forma a se obter o valor desejado da condutividade
elétrica. As irrigações foram realizadas em dias alternados,
sendo o volume calculado em função da demanda
evapotranspiratória.
O crescimento inicial do maracujazeiro amarelo foi avaliado
em duas épocas, aos 21 e 27 dias após semeadura (DAS), através
das variáveis de altura de planta, mensurada da inserção dos
cotilédones à inserção da folha mais jovem; número de folhas,
considerando-se as de comprimento mínimo de 1,5 cm, com
limbo completamente expandido; comprimento da maior raiz,
medindo após lavagem com água corrente, e fitomassa de parte
aérea e de raízes, mediante secagem em estufa a 65 ºC, a partir
das quais se obteve a fitomassa total.
Os dados obtidos foram avaliados por meio de análise de
variância com teste ‘F’. Para o fator salinidade da água de
irrigação, realizou-se análise de regressão polinomial, por ser
de natureza quantitativa (Ferreira, 2000).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Verificou-se diferença significativa (p < 0,01) entre os níveis
de salinidade da água de irrigação (S), tipos de sais (T) e sua
interação S x T sobre a altura de planta (AP), aos 21 e 27 dias
após semeadura (DAS), dependendo os efeitos da salinidade
dos tipos de sais testados (Tabela 1).
Os dados de desdobramento da interação S x T, para altura
de planta (AP) estão apresentados nas Figuras 1A, B, C e D,
ajustando-se melhor ao modelo quadrático nas duas épocas
de avaliação (21 e 27 DAS).
Segundo as equações obtidas, os decréscimos relativos de
AP, entre S5 e S1, com uso dos sais CaCl2 (CC), Ca(NO3)2 (NC),
NaCl (CS) e NaNO3 (NS), aos 21 DAS, foram 51,45, 39,55, 53,80
e 68,19%, respectivamente; aos 27 DAS, esses decréscimos
foram 41,20, 46,21, 43,35 e 71,00%, respectivamente; portanto,
a maior redução de altura da planta ocorreu com Na(NO3)2,
aumentando o efeito prejudicial desse sal com o decorrer do
tempo de cultivo, afetando o crescimento da planta em altura.
Lima et al. (2000), estudando o efeito de 5 tipos de sais e níveis
salinos da água de irrigação sobre o crescimento inicial da
pinheira (Annona squamosa), observaram significância da
salinidade, decrescendo linearmente a altura das plantas com
o aumento do teor de NaCl na água de irrigação.
Em geral, as plantas irrigadas com águas preparadas com
sais de cálcio cresceram mais em altura (Figura 1), principalmente
nos níveis de salinidade da água de irrigação, superiores a 2 dS
m-1, semelhante ao registrado por Fernandes et al. (2000b), ao
avaliarem o efeito de diferentes tipos e níveis de salinidade em
plântulas de melão; esses autores observaram serem as
plântulas mais afetadas pelos sais de sódio que de cálcio, nos
níveis mais altos de CEa. Barros (1998), também trabalhando
com melão, verificou reduções mais acentuadas na altura de
plantas a partir de 4,7 dS m-1, usando apenas NaCl.
Igualmente à altura de plantas, o número de folhas (NF) foi
estatisticamente afetado pelos níveis de salinidade da água de
irrigação (S) e pelos tipos de sais (T) (p < 0,01), com efeito,
também significativo, para a interação S x T (Tabela 1), uma
indicação de ter variado o efeito da salinidade sobre o NF em
função dos tipos de sais.
Pelos estudos de regressão, desdobrando-se os níveis do
fator salinidade (S), em cada tipo de sal (T), obteve-se efeito
quadrático da CEa sobre o NF (p < 0,01), nas duas épocas de
avaliação (Figura 2A, B, C e D); aos 21 e 27 DAS as reduções
foram, respectivamente, de 32,59 e 34,56% para CC, de 52,79 e
50,86% para NC, de 86,83 e 62,83% para CS e de 89,32 e 86,23%
para NS, no nível S5 em relação a S1.
De maneira similar à AP, os valores máximos de NF foram
obtidos pelos sais à base de cálcio, no nível de 2 dS m-1, aos 21
dias após semeadura, e de 4 dS m-1, aos 27 dias após semeadura
(Figura 2A, B, C e D); aumentou, assim, a tolerância à salinidade,
Tabela 1. Resumo de análise de variância para altura de planta (AP), número de folha (NF) e comprimento da maior raiz (CR) do
maracujazeiro amarelo irrigado com águas de diferentes tipos e concentrações de sais, aos 21 e 27 dias após semeadura (DAS)
Causa de variação
Salinidade (S)
Tipos de sais (T)
Interação (S x T)
Resíduo
CV
AP
NF
CR
21 DAS
27 DAS
21 DAS
27 DAS
21 DAS
27 DAS
7,77**
0,59**
0,17**
0,01
4,72
8,52**
1,77**
0,42**
0,00
1,10
10,96**
2,55**
0,48**
0,00
1,70
13,16**
3,82**
0,80**
0,00
2,33
103,37**
4,51**
0,76**
0,11
5,18
159,89**
5,97**
1,84**
0,17
4,97
(**) significativo a 1% de probabilidade
R. Bras. Eng. Agríc. Ambiental, Campina Grande, v.9, (Suplemento), p.242-247, 2005
E. G. da Costa et al.
244
21 DAS
__
4,0
27 DAS
2
A ( 27 DAS) Y = 3,2136 + 0,3809**X - 0,0683**X
R2 = 0,98
4,0
Altura de planta (cm)
2
2,0
2,0
2
1,0 ( - - 21 DAS) Y = 2,8585 + 0,0811**X - 0,0278**X2
R2 = 0,84
0,0
1,0 (- - 21 DAS) Y = 2,8889 + 0,2414**X - 0,0534**X
R2 = 0,86
0,0
3,0
__
( 27 DAS) Y = 3,3167 + 0,0004**X - 0,0240**X
2
R = 0,91
3,0
3,0
4,0
B
C (__ 27 DAS) Y = 3,1412 + 0,1738**X - 0,0430**X2
R2 = 0,97
4,0
D
__
( 27 DAS) Y = 3,3431 - 0,0791**X - 0,0272**X
R2 = 0,87
3,0
2
2,0
2,0
( - - 21 DAS) Y = 2,7614 + 0,1511**X - 0,0421**X
2
R = 0,99
1,0
0,0
0
2
4
2
(- - 21 DAS) Y = 2,8589 + 0,0627**X - 0,0383**X
R2 = 0,91
1,0
0,0
0
8
-1
CEa (dS m )
6
2
4
6
2
8
Figura 1. Altura de planta do maracujazeiro amarelo irrigado com água preparada com cloreto de cálcio (A), nitrato de cálcio (B),
cloreto de sódio (C) e nitrato de sódio (D) em função da salinidade da água de irrigação (CEa), aos 21 e 27 dias após semeadura
(DAS)
21 DAS
4,0
A
3,0
__
( 27 DAS) Y = 3,2039 + 0,2336**X - 0,0465**X
2
R = 0,86
2
Número de folhas
0,0
4,0 C
3,0
4,0 B
3,0
(__ 27 DAS) Y = 3,2085 + 0,2184**X - 0,0528**X2
2
R = 0,91
2,0
2,0
1,0
27 DAS
2
1,0 ( - - 21 DAS) Y = 3,0051 + 0,0729**X - 0,0339**X
2
R = 0,97
0,0
(- - 21 DAS) Y = 2,965 + 0,0864**X - 0,0259**X2
R2 = 0,99
__
( 27 DAS) Y = 3,4341 + 0,0503**X - 0,04**X
R2 = 0,98
2,0 (- - 21 DAS)
Y = 3,0145+0,0456**X-0,0466**X2
1,0
R2 = 0,98
0,0
0
2
4
6
4,0 D
2
(__ 27 DAS) Y = 3,4236 - 0,2154**X - 0,0192**X2
R2 = 0,99
2,0 (- - 21DAS)
2
1,0 Y=3,0524-0,1184**X-0,0278**X
2
R = 0,98
0,0
0
2
4
6
8
3,0
8
CEa (dS m-1)
Figura 2. Número de folhas do maracujazeiro amarelo irrigado com água composta de cloreto de cálcio (A), nitrato de cálcio (B),
cloreto de sódio (C) e nitrato de sódio (D) em função da salinidade da água de irrigação (CEa), aos 21 e 27 dias após semeadura
(DAS)
pois as plantas submetidas ao cloreto de cálcio e ao nitrato de
cálcio desenvolveram número maior de folhas com aumento
do tempo de exposição à salinidade e da concentração dos
sais da água de irrigação.
Comprimento de raiz
Constataram-se diferenças significativas da salinidade da
água de irrigação, dos tipos de sais e da interação (S x T) sobre
o comprimento da maior raiz (CR), todas em nível de 0,01 de
probabilidade, nas duas épocas de observação (Tabela 1). Pela
interação significativa, notou-se que o efeito dos níveis salinos
sobre o CR, aos 21 e 27 dias, dependeu dos sais utilizados na
formação da água de irrigação, de forma similar às observações
de altura de planta e número de folhas.
O desdobramento da interação (S x T) resultou em efeito
quadrático da salinidade sobre o comprimento da raiz (p < 0,01),
quando as águas salinas foram preparadas a partir dos sais
CC, CS e NS, e linear (p < 0,01), quando as águas de irrigação
R. Bras. Eng. Agríc. Ambiental, Campina Grande, v.9, (Suplemento), p.242-247, 2005
continham NC, em ambas as épocas de avaliação (Figura 3A,
B, C e D).
Pelas equações obtidas na mesma figura, as reduções de
comprimento de raiz em ralação a S1, aos 21 DAS, foram de 2,88,
13,86, 32,93 e 60,09%, com uso de CC, enquanto aos 27 DAS,
os decréscimos foram de 9,42, 22,70, 39,82 e 60,79%; aos 21
DAS com CS, os decréscimos foram de 8,91, 22,96, 42,15 e
66,48% e, aos 27 DAS, foram de 3,60, 15,90, 36,92 e 66,66%;
com NS, aos 21 e 27 DAS, os decréscimos foram de 18,91 e
15,23%, 36,63 e 31,38%, 53,16 e 48,43%, 68,49 e 66,41%, para os
S2, S3, S4 e S5, respectivamente; com NC, os percentuais de
decréscimo relativo de comprimento de raiz, por incremento
unitário da condutividade elétrica da água de irrigação, foram
de 16,82 e 17,35%, aos 21 e 27 DAS, respectivamente. Fernandes
et al. (2000a), estudando os efeitos de diferentes níveis e tipos
de sais na água de irrigação sobre a melancia, verificaram grande
sensibilidade das raízes nos níveis mais altos (6 e 8 dS m-1) em
todos os tipos de sais usados.
Crescimento inicial do maracujazeiro amarelo sob diferentes tipos e níveis de salinidade da água de irrigação 245
21 DAS
15,0 A
( __ 27 DAS) Y = 11,93 - 0,4474**X - 0,0574**X2
R2 = 0,83
Comprimento da raiz (cm)
10,0
5,0
(- - 21 DAS) Y = 9,2932 + 0,0154**X - 0,094**X2
0,0
R2 = 0,93
15,0 C
(__ 27 DAS) Y = 11,459 + 0,0436**X - 0,1248**X2
R2 = 0,97
10,0
( - - 21 DAS)
5,0 Y = 9,2123-0,2919**X-0,0592**X2
R2 = 0,95
0,0
0
2
4
27 DAS
15,0
B
(__ 27 DAS) Y = 11,858 - 1,0285**X
R2 = 0,95
10,0
5,0
0,0
15,0 D
10,0
( - - 21 DAS) Y = 9,3645 - 0,7875**X
R2 = 0,92
( __ 27 DAS) Y = 11,481 - 0.8482**X - 0,0131**X2
R2 = 0,93
(- - 21 DAS)
Y = 9,3404-0,9109**X+0,0139**X2
R2 = 0,92
0,0
8
0
2
4
CEa (dS m-1)
6
5,0
6
8
Figura 3. Comprimento da raiz do maracujazeiro amarelo irrigado com água composta de cloreto de cálcio (A), nitrato de cálcio (B),
cloreto de sódio (C) e nitrato de sódio (D) em função da salinidade da água de irrigação (CEa), aos 21 e 27 dias após semeadura
(DAS)
Tabela 2. Resumo de análise de variância para fitomassa da parte aérea (FPA), de raiz (FR) e total (FT) do maracujazeiro amarelo
irrigado com águas de diferentes tipos e salinidades, aos 21 e 27 dias após semeadura (DAS)
FPA
Causa de variação
Salinidade (S)
Tipos de sais (T)
Interação (S x T)
Resíduo
CV
FR
FT
21 DAS
27 DAS
21 DAS
27 DAS
21 DAS
27 DAS
47,62**
0,99**
0,45**
0,00
1,29
82,24**
1,57**
0,35**
0,00
1,36
143,02**
3,91**
0,67**
0,00
0,80
183,29**
4,08**
0,83**
0,05
2,78
352,27**
7,70**
1,55**
0,00
0,80
503,37**
10,23**
1,78**
0,04
1,69
(**) significativo a 1% de probabilidade
21 DAS
Fitomassa da parte aérea (g)
A
10,0
__
2
( 27 DAS) Y = 6,8943 - 0,1949**X - 0,0576**X
2
8,0
R = 0,81
6,0
4,0 (- - 21 DAS)
2,0 Y = 5,2902 - 0,1902**X - 0,0379**X2
2
0,0
R = 0,91
10,0
8,0
6,0
4,0
2,0
0,0
C
__
( 27 DAS) Y = 6,7046 - 0,4232**X - 0,0272**X
2
R = 0,88
(- - 21 DAS)
2
2
Y = 5,3125-0,3463**X-0,0216**X R = 0,91
0
2
4
6
2
27 DAS
10,0 B
8,0
6,0
4,0
2,0
0,0
(__ 27 DAS) Y = 6,8254 - 0,5925**X - 0,0081**X2
2
R = 0,81
(- - 21 DAS)
2
Y = 5,3635-0,5961**X+0,012**X
2
R = 0,84
D
__
2
10,0
( 27 DAS) Y = 6,7949 - 0,7349**X + 0,009**X
2
8,0
R = 0,85
6,0
4,0
(- - 21 DAS)
2,0
2
2
Y = 5,4344-0,7272**X+0,0236**X R = 0,84
0,0
0
2
4
6
8
8
CEa (dS m-1)
Figura 4. Fitomassa da parte aérea do maracujazeiro amarelo irrigado com água composta de cloreto de cálcio (A), nitrato de cálcio
(B), cloreto de sódio (C) e nitrato de sódio (D) em função da salinidade da água de irrigação (CEa), aos 21 e 27 dias após
semeadura (DAS)
Fitomassa
Foi significativo o efeito dos fatores e da interação sobre a
fitomassa da parte aérea (FPA), de raiz (FR) e total (FT), nas
duas épocas analisadas (Tabela 2). A interação significativa
denota ser o efeito dos níveis de salinidade sobre a produção
de fitomassa, dependente dos tipos de sais utilizados.
Mediante os valores de desdobramento e da análise de
regressão para o fator salinidade da água de irrigação, em cada
nível do fator tipo de sais, os efeitos significativos dos níveis
salinos sobre a FPA foram quadráticos (p < 0,01), aos 21 e 27
dias após a semeadura (Figura 4A, B, C e D).
Segundo as equações obtidas na referida figura, os
decréscimos relativos de FPA nos tipos de sais CS, CC, NC e
NS, aos 21 DAS, em S5 comparado com S1, foram de 78,17,
74,61, 74,59 e 79,26%, respectivamente; aos 27 DAS, os
decréscimos foram de 76,46, 76,09, 77,04 e 78,05%,
R. Bras. Eng. Agríc. Ambiental, Campina Grande, v.9, (Suplemento), p.242-247, 2005
E. G. da Costa et al.
246
21 DAS
Fitomassa da raiz (g)
15,0
A
(
___
15,0
27 DAS) Y = 11,112 + 0,1621**X - 0,1417**X2
2
R = 0,94
10,0
10,0
5,0
5,0
20,0
10,0
10,0
0
2
4
(
27 DAS) Y = 10,927 - 0,0523**X - 0,1185**X2
R2 = 0,97
___
27 DAS) Y = 11,0852 - 0,5698**X - 0,0622**X
2
R = 0,94
0,0
0
8
2
(- - - 21 DAS)
Y = 9,3882 - 0,7542**X-0,023**X2
2
R = 0,94
5,0
6
___
D
15,0
(- - -21 DAS)
Y = 9,3381 - 0,5826**X - 0,0411**X2
2
R = 0,95
0,0
(
(- - - 21 DAS) Y = 9,2989 - 0,0413**X - 0,1072**X2
2
R = 0,96
0,0
2
(- - - 21 DAS) Y = 9,3543 + 0,0298**X - 0,1132**X
0,0
R2 = 0,95
C
20,0
___
( 27 DAS) Y = 11,1267 - 0,4878**X - 0,0675**X2
15,0
R2 = 0,92
5,0
27 DAS
B
2
4
6
8
CEa (dS m-1)
Figura 5. Fitomassa da raiz do maracujazeiro amarelo irrigado com água composta de cloreto de cálcio (A), nitrato de cálcio (B),
cloreto de sódio (C) e nitrato de sódio (D) em função da salinidade da água de irrigação (CEa), aos 21 e 27 dias após semeadura
(DAS)
21 DAS
Fitomassa total (g)
20,0
A
___
(
27 DAS) Y = 18,011 - 0,0304**X - 0,1997**X2
R2 = 0,89
27 DAS
20,0
15,0
15,0
10,0
10,0
5,0
B
(
___
2
27 DAS) Y = 17,752 - 0,6448**X - 0,1265**X
2
R = 0,92
5,0
(- - - 21 DAS) Y = 14,642 - 0,1595**X - 0,1511**X2
R2 = 0,94
2
15,0
(- - - 21 DAS) Y = 14,662 - 0,6374**X - 0,0952**X
2
R = 0,92
0,0
D
___
20,0
( 27 DAS) Y = 17,88 - 1,3047**X - 0,0532**X2
R2 = 0,91
15,0
10,0
10,0
5,0
5,0
0,0
20,0
C
(
___
2
27 DAS) Y = 17,831 - 0,911**X - 0,0947**X
2
R = 0,91
(- - -21 DAS) Y = 14,651 - 0,929**X - 0,0627**X2
R2 = 0,93
0,0
0
2
4
6
0,0
8
(- - - 21 DAS) Y = 14,818 - 1,4764**X
R2 = 0,91
0
CEa (dS m-1)
2
4
6
8
Figura 6. Fitomassa total do maracujazeiro amarelo irrigado com água composta de cloreto de cálcio (A), nitrato de cálcio (B),
cloreto de sódio (C) e nitrato de sódio (D) em função da salinidade da água de irrigação (CEa), aos 21 e 27 dias após semeadura
(DAS)
respectivamente; com base nos referidos decréscimos,
independente da época de avaliação, observa-se maior
sensibilidade da matéria seca da parte aérea ao nitrato de sódio,
comportamento observado também com melancia (Fernandes
et al., 2000a).
Da mesma forma ao verificado para FPA, foi quadrático o
efeito da salinidade sobre a FR (p < 0,01), em todos os tipos de
sais, aos 21 e 27 dias após a semeadura (Figura 5A, B, C e D).
De acordo com os modelos matemáticos obtidos, os
R. Bras. Eng. Agríc. Ambiental, Campina Grande, v.9, (Suplemento), p.242-247, 2005
decréscimos relativos de FR, aos 21 DAS, nos mesmos tipos
de sais acima citados, em S5 comparado com S1, foram de 74,90,
77,33, 78,08 e 79,55%, respectivamente; aos 27 DAS, os
decréscimos foram de 69,94, 73,24, 73,90 e 77,03%,
respectivamente; igualmente à FPA, o nitrato de sódio foi mais
prejudicial pois afetou mais a FR que os outros tipos de sais,
sendo o efeito menor na medida em que se aumentou o tempo
de cultivo das plântulas em condições de sódio com o íon
nitrato; esses resultados concordam com os obtidos por
Crescimento inicial do maracujazeiro amarelo sob diferentes tipos e níveis de salinidade da água de irrigação 247
Fernandes et al. (2000b) ao observarem um favorecimento no
crescimento das plantas de meloeiro, em termos de parte aérea
e de raiz, até CEa de 4 dS m-1.
A FT sofreu efeito quadrático da CEa (p < 0,01) sob os sais
de CC, NC e CS, aos 21 e 27 dias, e sob NS, aos 27 dias, e linear
(p < 0,01) sob NS, aos 21 dias (Figura 6A, B, C e D).
Os decréscimos de FT, aos 21 DAS, estimados pelas
equações contidas na figura supracitada, foram de 78,12% para
CS, de 74,76% para CC, de 76,33% para NC e de 79,71% para
NS, em S5 relativo a S1; aos 27 DAS, foram de 74,86% para CS,
de 72,31% para CC, de 74,66% para NC e de 77,42% para NS, em
S5 relativo a S1; em concordância com os resultados obtidos
para FPA e FR, a produção de matéria seca total é mais afetada
pelo sódio (Tester & Davenport, 2003), na forma de nitrato,
sendo o efeito também menor com aumento do tempo de
exposição das plântulas ao nitrato de sódio.
CONCLUSÕES
1. O crescimento inicial do maracujazeiro amarelo é maior
com cloreto de cálcio, no nível salino de 2 dS m-1.
2. Os efeitos dos níveis salinos dependem dos tipos de sais
utilizados.
3. A produção de fitomassa da parte aérea, de raiz e total é
mais sensível ao sódio, na forma de nitrato.
4. A parte aérea das plântulas é mais sensível à salinidade
que o sistema radicular, em águas compostas com nitrato de
sódio.
LITERATURA CITADA
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Engenharia Agrícola 29, 2000, Fortaleza, CE: SBEA, 2000a.
CDRom.
Fernandes, P.D.; Souza, R.F.A. de; Gheyi, H.R. Germinação e
vigor de plântulas de melão em diferentes tipos e
concentrações de sais da água de irrigação. In: Congresso
Brasileiro de Engenharia Agrícola 29, 2000, Fortaleza, CE:
SBEA, 2000b. CDRom
Ferreira, P.V. Estatística experimental aplicada à agronomia. 3
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Santos, J.B. dos. Produção e qualidade da muda do
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higher plants. Annals of Botany, Oxford, v.91, p.503-527,
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R. Bras. Eng. Agríc. Ambiental, Campina Grande, v.9, (Suplemento), p.242-247, 2005
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