Os filósofos pré-socráticos OBJETIVOS DOS PRIMEIROS

Propaganda
Os filósofos pré-socráticos
OBJETIVOS DOS PRIMEIROS FILÓSOFOS
 Encontrar explicações naturais para os processos da natureza.
 Os pré-socráticos são os filósofos da natureza.
 A pergunta que os orienta é:
“Existe uma substância básica, um princípio (arché) a partir da qual tudo é feito?”.
Sempre existiu “alguma coisa”.
 Há constantes transformações na natureza.
 Acreditavam que determinada substância básica estava por detrás de todas essas
transformações.
 Queriam entender por si mesmos (e não pelos mitos) o que acontecia na natureza.
 A maior parte do que eles escreveram se perdeu.
 O que sabemos está muito em função do que Aristóteles escreveu, ele que viveu cerca de 200
anos após.
TALES (625-545 a.C.)
 Nasceu em Mileto, na Ásia menor.
 Viajou muito e dizem que calculou a altura de uma pirâmide egípcia no exato momento que sua
sombra tinha a mesma medida de sua altura e que em 585 a.C. previu um eclipse solar.
 Trouxe para a Grécia conhecimentos matemáticos e astronômicos.
 Não se conhecem textos de Tales. Aristóteles via em Tales o primeiro “físico” (equivalente a
filósofo), pois foi o primeiro a perguntar sobre um princípio elementar de todas as coisas.
 É o mais antigo dos Sete Sábios.
 Considera a água a origem de todas as coisas.
ANAXIMANDRO
 Nasceu em Mileto, na Ásia Menor.
 Considera que nosso mundo é apenas um dos muitos mundos que surgiram de alguma coisa e
se dissolvem nesta alguma coisa que ele chama de infinito.
 Dele tem-se o primeiro texto, “Sobre a natureza” (escrito em prosa).
 Chegou-nos um único fragmento: “Onde as coisas têm sua origem, aí ocorre sua dissolução,
segundo a necessidade. Pois pagam reciprocamente a penitencia por sua injustiça, conforme a
ordem do tempo”.
 Chamou a expressão arché (onde) de apeíron (o ilimitado e indeterminado), que é nãoexperienciável, do qual todo devir surge, em um movimento infinito.
 Representa o Cosmo como dependente do efeito de forças polares primordiais ou idênticos a
elas (calor e frio; água e terra; masculino e feminino).
ANAXÍMENES (550-526 a.C.)
 Nasceu em Mileto, na Ásia Menor.
 O ar ou o sopro de ar é a substância básica do universo (arché).
 “Assim como rege nossa alma, composta de ar, assim também o sopro de ar abrange todo o
universo”.
 Representa o Cosmo como dependente do efeito de forças polares primordiais ou idênticos a
elas (calor e frio; água e terra; masculino e feminino).
 Há um deslocamento da pergunta “De onde o mundo surgiu?” para “De que é feito o mundo?”.
PITÁGORAS (570- a.C.)
 Samos, Ásia Menor.
 Emigrou para Crotona (Baixa Itália).
 Sua doutrina durante muito tempo foi transmitida apenas oralmente e as lendas se
encarregaram do restante.
 Desenvolveu uma nova interpretação do mundo em termos simbólico-matemáticos.
 No centro de sua doutrina está a sobrevivência da alma, para cuja salvação parecia necessário
um modo de vida consciencioso e pautado pela moderação.
PARMÊNIDES (540-470 a.C.)
 Tudo o que existe sempre existiu, nada pode surgir do nada. Não considera possível qualquer
transformação das coisas.
 Para ele os sentidos nos oferecem uma visão enganosa do mundo, uma visão que não está em
conformidade com o que diz a razão.
 A sua tarefa, como filósofo, é desvendar todas as formas de “ilusão dos sentidos”
(racionalismo).
Zenão de Eléia – 504 a.c.
 O movimento não é real. O paradoxo da Flecha e de Aquiles
 Para realizar um movimento é preciso completar a metade dele, depois a metade da metade e ir
subdividindo, sucessivamente, sem jamais concluir.
 Aquiles jamais alcançará a tartaruga, porque antes fará a metade do percurso, depois a metade
da metade, depois a metade da metade, ao infinito.
 Aristóteles dirá que o espaço não está dividido infinitamente, mas é divisível infinitamente.
HERÁCLITO (540-480 a.C.)
 Éfeso – Ásia Menor.
 Constantes transformações são as características fundamentais da natureza.
 “O ser é e não é ao mesmo tempo”.
 “Tudo flui” – tudo está em movimento e nada dura para sempre.
 “Não podemos entrar no mesmo rio duas vezes” – na segunda vez tanto eu quanto o rio já
estaremos mudados.
 O mundo está impregnado de constantes opostos (doença/saúde; fome/refeição; guerra/paz).
 O bem e o mal são necessários ao todo.
 Sem a constante interação dos opostos o mundo deixaria de existir.
 Há uma espécie de “razão universal” que dirige todos os fenômenos da natureza.
 É a partir dela que todos se orientam, embora cada pessoa se guie pela sua.
EMPÉDOCLES (494-434 a.C.)
 Quatro elementos (raízes): terra, ar, fogo, água.
 Basicamente nada se altera; o que há são combinações diferentes (pintor-cor; bolo-farinha).
 Como as coisas se combinam?
 Na natureza atuam duas forças: amor e disputa.
 O que une as coisas é o amor e o que separa é a disputa.
 Diferencia elemento e força.
 Podemos enxergar as coisas porque nossos olhos são formados pelos quatro elementos; se
faltar aos olhos um dos quatro elementos, não se pode enxergar a totalidade da natureza.
ANAXÁGORAS (500-428 a.C.)
 Aos 40 anos, mudou-se para Atenas, onde foi acusado de ateísmo e teve que deixar a cidade ao
dizer que o Sol não é um deus, mas uma massa incandescente, maior que a península do
Peloponeso.
 A natureza é composta por uma infinidade de partículas minúsculas, invisíveis a olho nu. Tudo
pode ser dividido em partes ainda menores, mas mesmo na menor parte existe um pouco de
tudo (células).
 O amor une as partes para formar o todo.
 A inteligência é a força responsável pela ordem e criação de tudo o que existe.
 Acreditava que os corpos celestes eram feitos da mesma matéria que compunha a Terra. Chega
a esta conclusão após analisar um meteorito. Por isso deveria se pensar que em outros planetas
houvesse vida.
 Explicou que a Lua não possuía luz própria, mas tirava seu brilho da Terra. Explicou como
surgiam os eclipses.
Leucipo de mileto (450 – 370 A.C.)
 É considerado o mestre de Demócrito de Abdera e, talvez, o verdadeiro criador do atomismo
(segundo a tese de Aristóteles), que relatava que uma matéria pode ser dividida ate chegar em
uma pequena partícula indivisível chamada átomo. Sobre suas origens praticamente nada é
conhecido, mas o lugar mais provável de seu nascimento é Mileto na Ásia Menor; em seguida
mudou-se para Abdera. Parece ter sido contemporâneo de Anaxágoras de Clazômenas e
de Sócrates.
DEMÓCRITO (460-370 a.C.)
 Abdera (cidade portuária na costa norte do mar Egeu).
 As coisas são formadas por “pedrinhas” minúsculas, invisíveis: os átomos (atomon – o que é
indivisível).
 Os átomos também são eternos. Eram unidades firmes e sólidas.
 Não eram iguais: alguns arredondados e lisos, outros irregulares e retorcidos.
 Diferentes, mas todos eternos, imutáveis e indivisíveis.
 Se movimentam no espaço, possuem diferentes “ganchos” e “engates”.
 As únicas coisas que existem são os átomos e o vácuo (materialista).
 Tudo o que acontece tem uma causa natural.
 Nossas percepções sensoriais ocorrem pelo movimento dos átomos no espaço.
 A alma é composta por alguns átomos arredondados e lisos: os átomos da alma.
 Quando uma pessoa morre, os átomos de sua alma espalham-se em todas as direções, podendo
agregar-se a outra alma, no momento em que é formada.
 A alma não é imortal, ela está ligada ao cérebro, não podendo subsistir qualquer forma de
consciência quando o cérebro deixa de viver.
 Concorda com Heráclito que tudo flui, pois as formas vem e vão, mas por detrás de tudo que
flui; há algo de eterno e imutável, o átomo.
 Atenas transforma-se no centro cultural do mundo grego (450 a.C.).
SOFISTAS
 Mestres da arte retórica, dedicam-se à questão do homem e seu lugar na sociedade.
 Rejeitavam as especulações filosóficas desnecessárias.
 Ninguém seria capaz de encontrar respostas seguras e definitivas para os mistérios da natureza:
ceticismo.
 Criaram em Atenas a discussão do que seria natural e o que seria criado pela sociedade.
PROTÁGORAS (487-420 a.C.)
 “O homem é a medida de todas as coisas”.
 Agnóstico: incapaz de dizer se deus existe ou não – “Dos deuses nada posso dizer de
concreto...”.
Górgias (485 – 380 a.c.)
 Foi um retórico e filósofo grego, natural de Leontinos, na Sicília. Juntamente com Protágoras,
formou a primeira geração de sofistas. Diversos doxógrafos relatam que teria sido discípulo
de Empédocles, embora tenha sido apenas alguns anos mais jovem que ele. Como outros
sofistas estava continuamente mudando de cidade, praticando e dando demonstrações públicas
de suas habilidades em diversas cidades, e nos grandes centros pan-helênicos como Olímpia
e Delfos, cobrando por suas apresentações e por aulas. Uma característica especial de suas
aparições era a de ouvir questões da plateia sobre todos os assuntos e respondê-las sem
qualquer preparo.

Seu principal legado foi ter levado a retórica desde sua Sicília natal para a Ática, e contribuir
com a difusão do dialeto ático como idioma da prosa literária.
 Antístenes, fundador do cinismo, foi ouvinte de Górgias, e Platão escreveu um diálogo
intitulado Górgias, onde discute a função e a validade da retórica.
Pródico (465-399 a.c)
 Veio a Atenas como embaixador de Ceos, e tornou-se conhecido como orador e professor. Do
mesmo modo que Protágoras, almejava treinar seus pupilos para assuntos domésticos e civis;
mas enquanto Protágoras focalizava seu ensino principalmente em disciplinas como retórica e
estilo, Pródico fazia da ética disciplina proeminente em seu currículo.
“É de louvar-se o homem que, bebendo,
revela atos nobres
Como a memória que tem e o
desejo de virtude.
Sem nada falar de Titãs, nem de Gigantes,
Nem de Centauros, ficções
criadas pelos antigos.
Ou de lutas civis violentas, nas quais
nada há de útil.
Ter sempre veneração pelos deuses,
isto é bom.”
(Xenófanes)
Download