AF_fyler_Fazendo Escola

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AF_fyler_Fazendo Escola.pdf 1 06/05/2014 15:00:19
Alimentos contendo matéria-prima vegetal de origem
transgênica já são comuns nos supermercados brasileiros.
Mas muitos têm receio em comê-los. Conhecer o que de
fato são esses alimentos nos ajuda a consumi-los de
maneira consciente e segura.
Alimentos Transgênicos:
Posso Comer?
O Que São Transgênicos?
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Todos os organismos vivos possuem uma coleção de
genes que constituem o seu DNA, genes esses que
determinam as características de cada organismo e
definem as espécies. Com o surgimento da biotecnologia,
tem sido possível retirar um gene de um organismo e
transferi-lo para um organismo de outra espécie.
Organismos transgênicos, sejam plantas, animais ou
qualquer outro, são, portanto, organismos que possuem no
seu material genético um ou mais genes que são
originários de outro organismo. Por exemplo, se
transferirmos um gene de uma bactéria para uma planta,
dizemos que essa planta passa a ser transgênica. Ao fazer
isto, a planta transgênica passa a carregar uma
característica, tal como a capacidade de produção de uma
proteína, que a planta original não possuía. Exceto para a
característica expressa pelo(s) gene(s) introduzido(s), não
há diferenças entre as plantas transgênicas e as
convencionais.
Fazendo Escola
Escola de Ciências Agrárias e Medicina Veterinária
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Quais Plantas Transgênicas São
Cultivadas No Brasil?
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A regulamentação do plantio de transgênicos no Brasil
começou em 2003. Até 2014, as plantas transgências que
têm seu cultivo autorizado são a soja, milho, algodão e
feijão. De fato, hoje a quase totalidade da soja cultivada no
Brasil é transgênica, e o cultivo de milho e algodão
transgênico também tem crescido rapidamente,
representando mais da metade da área plantada, graças
aos benefícios econômicos que os transgênicos trazem aos
produtores rurais. Para que uma determinada semente
seja autorizada, há uma comissão técnica, a Comissão
Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), que avalia
os riscos e os possíveis benefícios dos transgênicos. Este
órgão federal tem a participação de pesquisadores,
representantes de ministérios federais e representantes da
sociedade civil como órgãos de defesa do consumidor.
As plantas transgênicas são seguras?
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Para determinar a segurança de uma planta transgênica
devem ser considerados dois aspectos: qual exatamente é
a transgenia e o que os resultados de testes de segurança
têm demonstrado. Sabendo-se qual o gene ou genes uma
planta recebeu, pode-se estimar as consequências dele(s)
para sua segurança. A maioria das plantas transgênicas
autorizadas no Brasil possuem genes que conferem
tolerância a alguns herbicidas e resistência a alguns
insetos que são pragas agrícolas. Por exemplo, a soja
transgênica mais cultivada possui um gene transferido de
uma bactéria para ela (a soja). Este gene confere à planta
a capacidade de tolerar a presença do herbicida. Isto
facilita o controle das plantas invasoras da cultura da soja,
permitindo a aplicação do herbicida na lavoura sem afetar
a soja, mas matando as plantas invasoras. O que confere
essa tolerância à planta de soja é a produção de uma nova
proteína, de origem bacteriana, muito parecida com uma
proteína da própria soja, não oferecendo assim riscos à
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saúde de quem a ingere. Além disso, testes diversos têm
demonstrado que a soja transgênica contendo esse gene
não causa nenhum dano à saúde. Da mesma forma, um
gene muito comumente adicionado ao milho - que
confere resistência a algumas pragas - faz com que a
planta produza uma proteína de ação inseticida. Essa
proteína é produzida na planta como uma pré-toxina que
é ativada pelo pH alcalino do intestino do inseto, não
apresentando risco ao homem ou a animais domésticos.
Além disso, a modificação genética do milho é feita de tal
forma que a proteína inseticida não é produzida na espiga,
mas em outras partes da planta (folhas, colmos), que são
as partes atacadas pelos insetos.
Para garantir a segurança dos transgênicos, os órgãos
reguladores baseiam-se em resultados de diversos testes,
como de toxicidade e potencial alergênico, antes de serem
liberados. Ou seja, a avaliação de segurança de
transgênicos acaba sendo mais rigorosa do que de plantas
convecionais.
Como saber se o alimento que
consumimos é transgênico?
A legislação brasileira obriga os fabricantes de produtos
alimentícios que utilizam mais de 0,9% de matéria-prima
vegetal transgênica na composição do alimento de
rotularem seus produtos com o símbolo correspondente a
uma letra “T” dentro de um triângulo amarelo. O
propósito da rotulagem é de informar o consumidor,
permitindo sua escolha do produto a ser consumido,
transgênico ou não.
As plantas transgênicas afetam o meio
ambiente?
Comparadas às plantas convencionais, o cultivo dos
transgênicos atuais, que conferem resistência a insetos,
tolerância a herbicidas ou a combinação das duas
características, têm sido muito benéficos ao meio
ambiente. Isto porque esses transgênicos proporcionam o
uso mais adequado dos agrotóxicos, com diminuição
significativa da quantidade total de herbicidas e
inseticidas aplicados na lavoura. A redução do uso desses
produtos diminui os riscos de intoxicação, contaminação
do meio ambiente, preocupações com descarte de
embalagens, economia de água e combustível, entre
outros. Outro importante benefício está ligado ao menor
custo e à qualidade dos alimentos, por receberem menor
quantidade de produtos químicos.
Prof. Dr. Humberto Maciel França Madeira
Professor Titular
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