!"#$" %'&)(*&)+,.- /10.2*&4365879&4/1:.+58;.2*<>=?5.@A2*3B;.- C)D 5.,.5FE)5.G.+&4- (IHJ&?,.+/?<>=)5.KA:.+5MLN&OHJ5F&4E)2*EOHJ&)(IHJ/)G.- D - ;./);.& Foz do Iguaçu, PR, Brasil, 09 a 11 de outubro de 2007 ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO. UMA ABORDAGEM BINOMIAL. Ubiratam de Nazareth Costa Pereira (SENAC) [email protected] Edson de Oliveira Pamplona (UNIFEI) [email protected] O investimento em Tecnologia da Informação (TI) conquistado um espaço cada vez maior nos orçamentos das empresas, justificados principalmente pelo aumento de eficiência e produtividade, além da redução dos custos. Métodos tradicionais de avvaliação de investimentos como a TIR, VPL e FCD têm-se mostrado insuficientes para captar a flexibilidade necessária para mensurar esses investimentos, dentro de um contexto de grande dinamicidade e incertezas tecnológicas. Neste quadro, este artigo apresenta a Teoria das Opções Reais como um método que pode auxiliar a análise de investimentos, oferecendo flexibilidade na tomada de decisão. Palavras-chaves: Investimentos Opções Reais, Tecnologia da Informação, PPQRSRUT8VWXYVAZ\[XVA]WRSXYVA]^F_Y`6`.aYbY`8aYcY%dYe %f_Y`6gUdhY_Yijk%h l'mMn?mIo p?q rsut9mvwJx*myrz9o w9{?t9|~}~w??t?v{9q ~ w?p9w~w9?o myq nO mMp9o r~|u}~w9>z?o wOm NwmyIt?N mMnJ rM?q q {?r~{9m Foz do Iguaçu, PR, Brasil, 09 a 11 de outubro de 2007 1 Introdução O objetivo do presente artigo é investigar a utilização da Teoria das Opções Reais na avaliação de investimento em Tecnologia da Informação, por meio do uso do modelo binomial de precificação de opções. A informação nos dias de hoje tem um valor altamente significativo e pode representar grande poder para quem a possui, seja pessoa, seja instituição. Ela possui seu valor, pois está presente em todas as atividades que envolvem pessoas, processos, sistema, recursos financeiros, tecnologias, etc. Toda empresa tem uma realidade econômica e financeira que deve ser respeitada por seus gestores. Ela deve ser confrontada com os recursos e tecnologias disponíveis no mercado, comparando-os entre o estado da arte e a obsolescência. Para tal, medir custos, benefícios, riscos e viabilidade são uma atividade que deve ser elaborada para justificar o desenvolvimento de todo e qualquer projeto empresarial, pois deixam evidentes os desembolsos, os benefícios mensuráveis e não mensuráveis, bem como a respectiva viabilidade (REZENDE, 2003). As empresas que investem em Tecnologia da Informação (TI) (microcomputadores, programas, instalações de redes, licenças, infra-estrutura de rede, internet, treinamento de pessoal, etc), o fazem principalmente por razões de aumento da eficiência operacional, melhoria do gerenciamento da informação, aumento de receita ou redução de custos, ganho de vantagem competitiva e, também, buscam o encontro das expectativas do cliente. Tradicionalmente, utilizam metodologias como Valor Presente Líquido (VPL), Taxa Interna de Retorno (TIR), Return On Investment (ROI), pay-back, entre outros, considerando essencialmente os custos/benefícios tangíveis e quantitativos (PAMPLONA; PEREIRA; TURRIONI, 2005). Os investimentos em TI têm conquistado um espaço cada vez maior nos orçamentos das empresas (BALASUBRAMANIAN; KULATILAKA; STORCK, 2000), e os métodos de avaliação econômica tradicionais, como VPL e TIR têm-se demonstrado insuficientes para analisar esses investimentos, devido principalmente ao ambiente de complexidade tecnológica (ANANDARAJAN; WEN, 1999; GUNASEKARAM et al, 2001; SUWARDY et al, 2003; PEANCOCK; TANNIRU, 2003). A compreensão do valor das iniciativas ligadas a TI tem sido desenvolvida pelas empresas, já que nem sempre pode ser prontamente demonstrado por uma análise tradicional de fluxo de caixa descontado. A rápida introdução de novas tecnologias, incluindo serviços WEB, as tecnologias móveis e sistemas de gestão empresarial, vem gerando ameaças e oportunidades estratégicas (WEILL; ROSS, 2006). Assim necessita-se de novas abordagens que sejam capazes de captar essas incertezas, ao oferecer flexibilidade na tomada de decisão (NASCIMENTO, 2005). Num cenário tão dinâmico caracterizado pelo alto nível de incerteza e a dificuldade de se estimar valores, os benefícios de um projeto de TI são difíceis de serem valorados, pois dependem de aspectos tecnológicos e fatores organizacionais. Os custos, por sua vez, são altamente imprevisíveis devido à dificuldade de se estimar corretamente o esforço realizado em um projeto e à alta volatilidade dos custos e insumos, provocada pelo surgimento de novas tecnologias. Características como essas fazem com que ferramentas tradicionais, como a TIR e o VPL, não se adequem aos ambientes altamente imprevisíveis dos projetos de TI. Neste contexto de 2 PPQRSRUT8VWXYVAZ\[XVA]WRSXYVA]^F_Y`6`.aYbY`8aYcY%dYe %f_Y`6gUdhY_Yijk%h l'mMn?mIo p?q rsut9mvwJx*myrz9o w9{?t9|~}~w??t?v{9q ~ w?p9w~w9?o myq nO mMp9o r~|u}~w9>z?o wOm NwmyIt?N mMnJ rM?q q {?r~{9m Foz do Iguaçu, PR, Brasil, 09 a 11 de outubro de 2007 dinamicidades e incertezas, o método das Opções Reais surge como uma alternativa para avaliar as decisões em investimentos em TI auxiliar a estruturação do projeto como uma seqüência de decisões gerenciais através do tempo, também revela o papel da incerteza na avaliação de projetos, permitindo captar a flexibilidade gerencial existente nos mesmos (PEREIRA; PAMPLONA, 2006). Entende-se como flexibilidade gerencial a possibilidade de se rever a estratégia inicial e alterar o plano de investimento de acordo com as novas condições econômicas. Trata-se de uma possibilidade, mas não a obrigação de alterar um projeto em diferentes etapas de sua vida útil (MINARDI, 2004). 2 Características de investimentos Em seu trabalho Dixit e Pindicky (1994) define investimento como ato de incorrer em custos imediatos na expectativa de recompensas futuras. A maioria das decisões de investimento partilha de três importantes características em diversos graus. O investimento é parcialmente ou completamente irreversível. Em outras palavras, o custo inicial do investimento é pelo menos parcialmente perdido, e você não pode recuperá-lo totalmente caso mude de idéia. Há incertezas acerca das futuras recompensas pelo investimento. O melhor que pode ser feito é avaliar as probabilidades de diferentes resultados, os quais significam maiores ou menores retornos e até mesmo perda parcial ou total de seu investimento. Quando se analisa um investimento, devem ser considerados dois tipos de incerteza: a incerteza econômica, que esta relacionada aos movimentos aleatórios da economia, e a incerteza técnica, que não está correlacionado aos movimentos macroeconômicos, são característicos de projetos de exploração e de pesquisa e desenvolvimento. Existe alguma flexibilidade em relação ao timming do seu investimento. Desta forma, pode-se adiar ação até obter mais informações (embora a informação nunca possa ser completa de modo a eliminar toda a incerteza). Os modelos de avaliação de investimentos mais comumente utilizados pelas empresas são o Valor Presente Líquido (VPL) e a Taxa Interna de Retorno (TIR). Estes métodos têm como principal deficiência o fato de analisarem os projetos de forma estática, pois não consideram possíveis informações que possam surgir ao longo de sua execução, que possam alterar o cenário no qual estão incluídos. (DIXIT; PINDICK, 1994; SANTOS; PAMPLONA, 2005). 3 Opções financeiras Opções foram comercializadas pela primeira vez em 1973, nos Estados Unidos. Uma opção é um contrato entre duas partes, que dá a seu comprador um direito, mas não uma obrigação, de comercializar uma quantidade fixa de determinado ativo a um preço estabelecido, em um determinado período (MINARDI, 2004; FIGUEIREDO, 2005). Basicamente existem dois tipos de opção: • Opção de compra: dá ao seu titular o direito de adquirir um ativo a um preço prefixado, durante certo período de tempo. • Opção de venda: é o inverso, dá ao titular, o direito de vender determinado ativo a um preço prefixado, durante certo período de tempo. As opções possuem um vocabulário especial a elas associado: 3 PPQRSRUT8VWXYVAZ\[XVA]WRSXYVA]^F_Y`6`.aYbY`8aYcY%dYe %f_Y`6gUdhY_Yijk%h l'mMn?mIo p?q rsut9mvwJx*myrz9o w9{?t9|~}~w??t?v{9q ~ w?p9w~w9?o myq nO mMp9o r~|u}~w9>z?o wOm NwmyIt?N mMnJ rM?q q {?r~{9m Foz do Iguaçu, PR, Brasil, 09 a 11 de outubro de 2007 Exercício da opção: o ato de compra de compra ou venda do ativo. Preço de exercício: preço predeterminado no contrato de opção. Data de vencimento: data a partir da qual a opção expira, e ela deixa de existir. Opção americana e européia: uma opção americana é uma opção que pode ser exercida a qualquer momento, já uma opção européia, só poderá ser exercida em sua data de vencimento. Na data de vencimento, o valor de uma opção depende do preço de mercado do ativo e do preço de exercício. Por exemplo, no caso de uma opção de compra, se o valor do ativo objeto (preço de mercado) for maior que o preço de exercício, a opção valerá a diferença, a opção estará dentro do dinheiro e será exercida. Caso contrário, se o valor do ativo for menor que o preço de exercício, a opção estará fora do dinheiro e será jogado fora, não sendo exercida. Ross, Westerfield e Jaffe (2002) e Figueiredo (2005) destacam que existem variáveis importantes que influenciam o valor da opção, a saber: Modelo de precificação de Opção de Black & Scholes C = V0 N (d1) − X 0 e P = X 0e ln d1 = rf T − rf T C(Call) Valor da Opção de Compra P(Put) Valor da Opção de Venda X0 Preço de Exercício V0 Valor presente bruto do ativo subjacente rf Taxa de desconto livre de risco n( d 2) N ( −d 2) − V0 N ( −d1) V0 1 + r+ σ2 T X0 2 σ T d 2 = d1 − σ T , onde : T N(.) Desvio padrão do fluxo de caixa futuro Tempo até a data de vencimento Distribuição normal acumulada padronizada Figura 1 – Modelo de Black & Scholes (adaptado de Santos, 2001). Um dos primeiros modelos desenvolvidos para avaliar opções é conhecido por Modelo de Black & Scholes, baseado numa distribuição normal padronizada sobre os retornos do ativo objeto (a derivação desta fórmula foge ao escopo deste trabalho), e entre algumas restrições de sua utilização, é que se trata de uma opção européia, ou seja, só poderá ser exercida na data de vencimento. A figura 1 demonstra a fórmula de precificação de Black & Scholes (ROSS; WESTERFIELD; JAFFE, 2002) 4 Teoria das Opções Reais (TOR) As empresas estão incluídas num cenário de alto grau de competitividade, caracterizado por mudanças e incertezas sobre os fatos inicialmente considerados pelos administradores. À medida que novas informações começam a ser recebidas, as incertezas sobre os cenários e os fluxos de caixa passam a ser mais bem compreendida e oferece uma flexibilidade valiosa no sentido de se ter a capacidade de alterar a estratégia operacional capitalizando lucros ou diminuindo as perdas (SANTOS, 2001; SANTOS; PAMPLONA, 2005). O valor da flexibilidade gerencial é maior quando existe grande incerteza ao futuro, ocorrendo a probabilidade de obter novas informações ao longo do tempo. Quando há muita incerteza e os administradores têm flexibilidade para reagir a ela, as opções são importantes, pois permite 4 PPQRSRUT8VWXYVAZ\[XVA]WRSXYVA]^F_Y`6`.aYbY`8aYcY%dYe %f_Y`6gUdhY_Yijk%h l'mMn?mIo p?q rsut9mvwJx*myrz9o w9{?t9|~}~w??t?v{9q ~ w?p9w~w9?o myq nO mMp9o r~|u}~w9>z?o wOm NwmyIt?N mMnJ rM?q q {?r~{9m Foz do Iguaçu, PR, Brasil, 09 a 11 de outubro de 2007 responder adequadamente a esta nova informação (AMRAM;KULATILAKA, 1999; COPELAND; ANTIKAROV, 2001). A distinção entre os termos risco e incerteza está associada ao grau de conhecimento que se possui sobre o comportamento do evento. O termo incerteza tem sido utilizado quando não se conhece nada sobre o comportamento futuro do evento e o termo risco quando se conhece, pelo menos, a distribuição de probabilidade do comportamento futuro do evento (SOUZA; CLEMENTE, 2001). A Teoria das Opções Reais (TOR) é utilizada para avaliar ativos reais, aqueles que não são negociados no mercado financeiro. Pode ser empregada para avaliar projetos de investimento de capital, propriedade intelectual, avaliação de terras, exploração de recursos minerais (minas, extração petrolífera) e na pesquisa e desenvolvimento de novos produtos. A figura 2 ilustra uma analogia entre as Opções Reais e suas primas, as Opções Financeiras (LUHERMAN, 1998). P ro je to d e In v e s tim e n to V a riá v e l O p ç ã o F in a n c e ira V alor P resente do P rojeto S P reço do A tivo S ubjecente Investim ento Inicial X P reço de E xercício V ida Ú til do P ro jeto t T em po até o V encim ento T axa d e D esconto r T axa de R etorn o L ivre de R isco Incerteza sobre o F luxo de C aixa σ V olatilidade Figura 2 – Analogia entre Opções Reais X Opções Financeiras (LUHERMAN, 1998). “As abordagens tradicionais assumem uma atitude estática na tomada de decisão, enquanto as opções reais assumem um posicionamento dinâmico de decisões futuras, em que o administrador tem a flexibilidade para se adaptar dada às mudanças de cenários nos quais está inserido” (MUN, 2006, p. 92). Brasil et al (2007) aponta que a utilização do modelo de opções reais torna-se interessante quando: — o investimento admite revisões durante a sua vida útil; — as oportunidades estratégicas são mais importantes que o fluxo de caixa em si; — existem decisões contigenciais; — for interessante esperar por mais informações; — a flexibilidade gerencial é evidente, numa condição altamente incerta. As opções reais podem ser categorizadas pelo tipo de flexibilidade que oferecem. Uma opção de diferimento é uma opção de compra americana encontrada na maioria dos projetos em que existe a possibilidade de adiar o início de um projeto. A opção de abandono de um projeto por um preço fixo (mesmo que esse preço decline com o tempo) é uma opção de venda americana. Assim como a opção de contração (reduzir a dimensão) de um projeto. A opção de expansão de um projeto, pagando-se mais para aumentá-lo, é uma opção de compra (COPELAND; ANTIKAROV, 2001). Nascimento (2005) ressalta que “como no mundo real a maioria das opções reais tem características de exercício ao de uma opção americana, e pode ser modelado de forma 5 PPQRSRUT8VWXYVAZ\[XVA]WRSXYVA]^F_Y`6`.aYbY`8aYcY%dYe %f_Y`6gUdhY_Yijk%h l'mMn?mIo p?q rsut9mvwJx*myrz9o w9{?t9|~}~w??t?v{9q ~ w?p9w~w9?o myq nO mMp9o r~|u}~w9>z?o wOm NwmyIt?N mMnJ rM?q q {?r~{9m Foz do Iguaçu, PR, Brasil, 09 a 11 de outubro de 2007 equivalente”. Uma das diferenças entre opção real e opção financeira é que o ativo-objeto não é comercializado no mercado financeiro. O ativo-objeto no caso de opções reais é o próprio valor presente do projeto, sem considerar as flexibilidades gerenciais (MINARDI, 2004). Assim, “as opções reais são baseadas nas oportunidades estratégicas embutidas nos projetos de investimento” (BRASIL et al, 2007, p.77). 5 O modelo Binomial de precificação de Opções Reais O método de avaliação de opções pode ser visto como uma abordagem de árvore de decisões. Em relação ao modelo de Black & Scholes esta abordagem apresenta duas vantagens: oferece uma análise de forma mais visível e compreensível e a outra não necessita de uma distribuição log-normal para descrever a incerteza (FAULKNER,1996). p p SUU Su S 1 -p p S ud Sd 1 -p 1 -p t o t 1 S dd t 2 Figura 3 – Distribuição binomial para dois períodos de um ativo S. A abordagem binomial assume que os preços do ativo subjacente pode variar de forma discreta com saltos para cima (up) ou saltos para baixo (down), desta forma a ação pode assumir dois valores diferentes a partir de um mesmo ponto no tempo. Uma vantagem significativa do modelo binomial é a possibilidade de avaliar outras opções além das européias, como por exemplo, as opções americanas que podem ser exercidas a qualquer momento até a data de vencimento. Desta forma é possível acompanhar o valor da opção passo a passo em cada ponto e verificar se ela deve ou não ser exercida. A figura 3 demonstra as possibilidade ascendentes e descentes que o valor do ativo S pode assumir, considerando também a probabilidade p desses movimentos podem acontecer. Uma importante observação em relação à arvore de decisões é que ela é recombinante, ou seja, as ramificações voltam aos mesmos pontos, e em todo período par, seu ponto médio será igual ao valor de S (COPELAND; ANTIKAROV, 2001). Não faz parte do escopo deste trabalho derivar a fórmula de precificação binomial geral, mas Cox, Ross e Rubinstein (1979 apud SANTOS, 2001) derivam uma fórmula binomial geral de precificação de opções. Os autores também deduzem uma relação que permite converter o desvio padrão dos retornos ( ) do ativo subjacente a risco nos movimentos ascendentes (u) e descendentes (d), a saber, (e representa a constante logarítmica de 2,718...) e probabilidade neutra ao risco: 6 SU8YA\ASYAFY6.YY8YY ¡Y¢ fY6£U¡¤YY¥¦k ¤ §'¨M©?¨Iª «?¬ ­®u¯9¨°±J²*¨y­³9ª ±9´?¯9µ~¶~±?·?¯?°´9¬ ¸~¹ ±?«9±º~±9»?ª ¨y¬ ©O¼¨M«9ª ­~µu¶~±9½>³?ª ±O¾¨¼N±¨yºI¯?ºN¼¨M©J¼­M»?¬ ¹ ¬ ´?­~´9¨ Foz do Iguaçu, PR, Brasil, 09 a 11 de outubro de 2007 C = V0 Φ[a, n, p ' ] − Xr − n Φ[ a, n, p ] Fórmula Binomial Geral de Precificação de Opção C(Call) onde p ' = (u / r ) p u = eσ d =e t/n −σ t / n r−d p= u−d ¿ Valor da Opção de Compra a Número mínimo de movimentos de subida que a ação dever ter nos próximos períodos para a opção terminar dentro do dinheiro p Probabilidade neutra ao risco n Períodos até o vencimento V0 Preço do ativo X Preço de exercício r Taxa de desconto livre de risco para um período [] Distribuição Binomial complementar Figura 4 - Fórmula Binomial Geral de Precificação de opção Fonte: Cox, Ross, Rubinstein (1979 apud SANTOS, 2001) Os valores de u e d representam as taxas de retorno se a ação se move para cima ou para baixo. Eles são requeridos em cada período para os n períodos terem uma distribuição binomial com o desvio padrão dado e p a probabilidade deles acontecerem (SANTOS, 2001). 6 Estudo de caso Trata-se de um estudo de caso, desenvolvido dentro de um hotel, “uma investigação empírica de um fenômeno contemporâneo, dentro de seu contexto da vida real” (YIN, 2005). Diante das inovações tecnológicas que surgem constantemente e afim de manter sua competitividade, a direção da empresa vislumbra como uma necessidade a implantação de um sistemas de reservas via web, com a finalidade de aumentar suas receitas e expandir a marca para novos mercados. Outros aspectos a serem considerados é que devido a dinamicidade do setor de informática como todo e também a necessidade de gerenciar melhor seus recursos, priorizando outros projetos, a empresa esta determinada a avaliar a implantação deste projeto num horizonte de no máximo de dois anos. Pelo fato deste projeto não gerar fluxos de caixas perceptíveis e apoiados sobre a sensibilidade da gerência, espera-se uma aumento mínimo de 10% sobre o valor anual das diárias, afim de justificar o investimento, visto que muitos outros fatores podem influenciar no aumento das diárias como por exemplo, campanhas publicitárias e promocionais. 154.000 21.893 A 189.664 37.017 B 125.042 0 C 233.587 62.587 D 154.000 0 E 101.530 0 F Figura 5 – Árvore de eventos da distribuição binomial Como não se trata de um aumento da capacidade e sim da implantação de um novo recurso, não há como utilizar o número de reservas feito via internet como parâmetro de comparação. A volatilidade ( ) ou desvio-padrão, foi estimada sobre o valor do faturamento das diária com base em dados históricos e foi estabelecida em 20,83%, a taxa livre de risco é 8%. O custo de implantação apurado foi de $ 171.000,00 e os retornos, o aumento do valor das diária em 10% ao ano nos próximos dois anos, já descontados pelo fluxo de caixa é de aproximadamente 7 ÀÀÁÂSÂUÃ8ÄÅÆYÄAÇ\ÈÆÄAÉÅÂSÆYÄAÉÊFËYÌ6Ì.ÍYÎYÌ8ÍYÏYÐÑYÒ ÐfËYÌ6ÓUÑÔYËYÕÖkÐÔ ×'ØMÙ?ØIÚ Û?Ü ÝÞuß9ØàáJâ*ØyÝã9Ú á9ä?ß9å~æ~á?ç?ß?àä9Ü è~é á?Û9áê~á9ë?Ú ØyÜ ÙOìØMÛ9Ú Ý~åuæ~á9í>ã?Ú áOîØìNáØyêIß?êNìØMÙJìÝMë?Ü é Ü ä?Ý~ä9Ø Foz do Iguaçu, PR, Brasil, 09 a 11 de outubro de 2007 $154.000,00. Logo o VPL do projeto estático resulta em ($17.000,00) sendo rejeitado pelas aboradagens tradicionais. Partindo da estimação dos valores de podemos deduzir pelas fórmulas apresentadas os valores de u = 1,2316, d = 0,812, p = 0,5911 e 1-p = 0,4089. Alicerçados por estes valores passamos à construção da árvore de decisões como mostra a figura 5. Os valores em azul representam o valor da opção em cada período, e em vermelho assumiram algum valor menor que zero, assim elas se encontram fora do dinheiro, no caso, uma opção de diferimento, ou seja, adiar à espera de novas informações. Apenas se justificaria o investimento no nó de decisão D, que corresponde às expectativas mais otimistas que possam se suceder. Calculando o valor da opção, Minardi (2004) demonstra que: VPLTotal = VPLtrad +ValorFlexibilidade => ValorTotal = (17.000)+22.000 = 5.000 O resultado acima caracteriza uma opção de expansão que pode viabilizar um investimento cujo VPL na abordagem tradicional é negativo (BRASIL et al, 2007). Teoricamente, poderia se utilizar o modelo de precificação de opções de Black & Scholes, e apurar um resultado muito próximo. Ao colocar os dados na fórmula chega-se a um valor aproximado de $ 21.992 (figura 1). A diferença encontrada entre os dois métodos é mínima, menos de 0,5%, isto se deve provavelmente a erros de estimação da volatilidade, e também devido ao pequeno número de passos lembrando que o modelo de Black & Sholes tem uma abordagem contínua ao longo de todos os possíveis períodos (COPELAND; ANTIKAROV, 2001). Como citado anteriormente, a árvore é recombinante, assim os pontos A e E apresentam o mesmo resultado. Outra curiosidade é que se calculássemos o valor da opção no ponto E, mesmo negativa, esta seria de ($17.000), o valor atual do VPL sem flexibilidade. 7 Conclusão Os modelos tradicionais de abordagem determinística com VPL, TIR, pay-back, são modelos estáticos, que podem sub-avaliar os valores embutidos em um projeto, visto que consideram na sua projeção, altas taxas de desconto utilizadas para compensar o risco inerente ao mesmo. Também não consideram mudanças de cenários econômicos que podem tanto beneficiar ou prejudicar um projeto de investimento, ignorando as flexibilidades gerenciais que possam surgir ao longo da vida deste projeto. Os investimentos em TI tem ganho grande espaço nos orçamentos das empresas e merecem ser analisados com grande atenção, pois muitas vezes as empresas podem alicerçar seu desempnho operacional em cima da tecnologia. Tecnologia esta, sujeita a um cenário de rápidas e profundas mudanças. Assim os modelos tradicionais não se adequam a esta dinamicidade. A Teoria das Opções Reais surge como uma metodologia neste novo panorama, capaz de possibilitar uma nova abordagem no campo das avaliações, captando as flexibilidades gerencias e ampliando o horizonte de possibilidades para os tomadores de decisão. 8 Referências AMRAM, Martha.; KULATILAKA, Nalin. Real Options.: managing strategic investment in a uncertaint world. 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