CEFAC Centro de Especialização em Fonoaudiologia Clínica MOTRICIDADE ORAL A XEROSTOMIA COMO SEQÜELA DO TRATAMENTO RADIOTERÁPICO E SUAS IMPLICAÇÕES NAS FUNÇÕES ESTOMATOGNÁTICAS MARIA LUISA MICELI SILVEIRA LEITE CAMPINAS 2002 CEFAC Centro de Especialização em Fonoaudiologia Clínica MOTRICIDADE ORAL A XEROSTOMIA COMO SEQÜELA DO TRATAMENTO RADIOTERÁPICO E SUAS IMPLICAÇÕES NAS FUNÇÕES ESTOMATOGNÁTICAS Monografia apresentada ao CEFAC – Centro de Especialização em Fonoaudiologia Clínica para Obtenção do Certificado de Conclusão do Curso de Especialização em Motricidade Oral ORIENTADOR: Dr. VICENTE JOSÉ ASSENCIO FERREIRA MARIA LUISA MICELI SILVEIRA LEITE CAMPINAS 2002 I SUMÁRIO INTRODUÇÃO..................................................................................página 1 OBJETIVO.........................................................................................página 5 METODOLOGIA.............................................................................página 6 LITERATURA..................................................................................página 7 DISCUSSÃO......................................................................................página 14 CONCLUSÃO...................................................................................página 16 RESUMO..........................................................................................página 17 SUMMARY......................................................................................página 18 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................página 19 II III INTRODUÇÃO 2 A secreção salivar é um líquido aquoso, produzido pelas glândulas salivares que estão situadas na região da boca ou proximidades, com drenagem para a cavidade oral. As glândulas salivares são: as glândulas parótidas, as submandibulares e as sublinguais. Todas essas glândulas são órgãos de situação bilateral e contém uma multiciplicidade de substâncias, principalmente proteínas ou glicoproteínas. Os ácinos constituem a parte inicial da glândula e distribuem-se formando cachos; são células cúbicas cujas características diferem entre si segundo suas propriedades funcionais. O mecanismo de secreção salivar se inicia no ácino e consiste num fluído de água, íons, pequenas moléculas e produtos secretórios. Sendo uma solução essencialmente aquosa, a saliva tem como solvente a água e substâncias orgânicas e inorgânicas, sendo as orgânicas as mais importantes na função salivar, que são as proteínas da saliva. A formação da saliva, a variação do volume e a sua composição devem-se à ação do sistema nervoso autônomo simpático e parassimpático, sendo este último o mais importante (DOUGLAS, 1998). Além de atuar no processo inicial da digestão, a saliva atua na manutenção da higiene dos tecidos orais, auxiliando na remoção de bactérias patogênicas e restos alimentares que oferecem substrato metabólico ao crescimento de microrganismos (DIHLANGELI & COSTA, 1995). A produção da saliva pode ser afetada por inúmeros fatores, entre os quais a 3 radioterapia, podendo provocar a xerostomia. A radioterapia tem a finalidade de exterminar as células neoplásicas para que haja redução ou desaparecimento da neoplasia maligna; entretanto o efeito do tratamento também é sentido nas células saudáveis do organismo, acarretando alterações importantes na qualidade de vida dos pacientes, durante e após o tratamento. Na xerostomia há uma diminuição significativa ou até mesmo completa da secreção salivar, sendo que a saliva que ainda possa estar sendo produzida apresenta baixa capacidade lubrificante, perda da propriedade tampão, diminuição das imunoglobulinas e proteínas antimicrobianas, entre outras alterações qualitativas (DIB & CURI, 2000) causando alterações nas funções estomatognáticas, ou seja, as funções de mastigação, deglutição e fala não serão realizadas adequadamente quando houver a diminuição da quantidade de saliva. A mastigação é a fase inicial do processo digestivo e tem por objetivo a fragmentação dos alimentos em partículas menores que serão misturadas e ligadas pela ação da saliva, possibilitando a formação do bolo alimentar. Entendemos a mastigação como a fase preparatória da deglutição, conseqüentemente é a partir de um eficiente processo mastigatório que a deglutição tem condições de ser efetuada de maneira adequada (BIANCHINI, 1998). 4 Baseando-se na crescente demanda de pacientes com xerostomia na clínica fonoaudiológica e levando em consideração as implicações diretas entre a xerostomia e as manifestações fonoaudiológicas relacionadas ao sistema estomatognático é pertinente uma revisão da literatura sobre o tema. Assim sendo o presente trabalho tem como objetivo apresentar os trabalhos que descrevem a xerostomia como seqüela do tratamento radioterápico aplicado nos limites anatômicos da cavidade oral e suas implicações nas funções estomatognáticas. 5 OBJETIVO Relacionar a xerostomia resultante do tratamento radioterápico aplicado nas lesões neoplásicas nos limites anatômicos da cavidade oral e suas implicações nas funções estomatognáticas. 6 METODOLOGIA O presente estudo trata-se de uma revisão bibliográfica, que foi realizada através do levantamento de trabalhos científicos publicados em livros e periódicos, que abordam o tema proposto. 7 LITERATURA ESCALONA et al (1989), ressaltaram que, a xerostomia é uma condição muito traumática para os pacientes que a sofrem e é responsável por numerosos efeitos tais como: mucosa bucal seca, lisa e brilhante, língua enrijecida com algumas fissuras. Em casos mais avançados todo o tecido bucal tem uma aparência seca com dificuldade para movimentar a língua e os lábios, portanto fica inconveniente mastigar, deglutir e falar. SAMPAIO et al (1990), salientaram que as radiações ionizantes utilizadas no tratamento dos tumores de cabeça e pescoço modificam o equilíbrio existente na cavidade bucal normal, trazendo para o paciente inúmeros problemas, entre eles a xerostomia. WECKX & RODRIGUES (1990), afirmaram que, a saliva tem função no paladar, mastigação, deglutição e digestão dos alimentos, além de proteção da mucosa bucal e dos dentes e também na articulação das palavras. Ainda segundo estes autores, nos casos de hipossialia (xerostomia) moderada é freqüente a queixa de queimação na boca e nos casos severos os pacientes 8 referem dificuldades para falar, mastigar, deglutir e umidificar os lábios, necessitando recorrer constantemente a um gole de água. CAIELLI et al (1995), observaram que, a xerostomia é um dos mais freqüentes efeitos da irradiação de cabeça e pescoço, e é devida a modificações nas glândulas salivares, provocando alterações qualitativas e quantitativas no fluxo salivar. A redução do fluxo salivar tem um efeito importante na composição da microbiota oral; a população de bactérias cariogênicas aumenta às custas de microorganismos não cariogênicos. Essas mudanças predispõem o paciente a vários problemas que se desenvolvem como resultado direto e indireto da diminuição da produção da saliva. Dificuldade de mastigação e deglutição são encontradas pois a redução do fluxo salivar diminui a umidificação da comida e a irritação da mucosa faz com que a mastigação seja dolorida. MATOS et al (1995), relataram que, a baixa secreção salivar se constitui em um problema para o paciente, uma vez que a saliva, dentre outras funções tem participação na mastigação e deglutição. Pacientes xerostômicos geralmente se queixam de uma sensação de queimação dolorosa na boca, dificuldade de engolir alimentos secos e dificuldade de falar. 9 ROSA (1997), observou que, as complicações bucais decorrentes do tratamento radioterápico dependem de algumas variáveis como dose total, fracionamento e área a ser irradiada (campo de irradiação). Quando as glândulas salivares maiores estão incluídas no campo as alterações são mais severas. A xerostomia é uma das primeiras alterações a manifestar-se. Não apenas a quantidade de saliva fica diminuída mas também a sua qualidade se altera, tornando-se mais viscosa. RODE et al (1999), salientaram que, a salivação normal é um componente essencial para a saúde oral, contribuindo para os mecanismos de defesa oral e nas funções digestivas. AIBARA et al (2000), relataram que, os pacientes com câncer de cabeça e pescoço, podem ser submetidos a tratamentos, entre eles, a radioterapia. Estes tratamentos provocam efeitos colaterais que influenciam diretamente a ingestão alimentar dos pacientes, um dos efeitos é a xerostomia. Quando as glândulas salivares estão na área de radioterapia, o paciente terá diminuição da saliva na boca e vai sentir que ela fica mais grossa. Isso provoca dificuldade para se alimentar, falar e engolir. 10 DIB et al (2000), afirmaram que, nos tumores do trato aerodigestivo superior, as glândulas salivares maiores e menores são freqüentemente envolvidas nos portais de radiação. Nesses casos, invariavelmente, os pacientes submetidos à radioterapia, desenvolvem algum grau de xerostomia. NOVAES (2000), observou que, a diminuição do fluxo salivar ocorre a partir de 20 Gy, em geral após a segunda semana de radioterapia externa. Acentuase com o aumento da dose e interfere no processo alimentar e na fala. VICENTE (2000), ressaltou que, o emprego da radioterapia no câncer de boca e orofaringe habitualmente causa transtornos para o paciente se alimentar durante e após o período das aplicações. A xerostomia é comum pós radioterapia para o câncer de boca, prejudicando a formação e a propulsão do bolo alimentar. No período pós-radioterapia tardio, os efeitos são praticamente irreversíveis, podendo interferir nas fases preparatória, oral e faríngea da deglutição. ANTÔNIO et al (2001), afirmaram que, pacientes com xerostomia apresentam uma mucosa oral sem umidificação, dificultando a formação do bolo alimentar, fato que dificulta a mastigação e a deglutição do alimento, a mucosa oral sofre rachaduras que se convertem em processos dolorosos, 11 tornando a alimentação do paciente ainda mais difícil, levando a uma mudança do hábito alimentar, em geral se utilizando de alimentos pastosos. LIMA et al (2001), afirmaram que, a radioterapia, produz seqüelas anatômicas específicas da área em tratamento que são dependentes da forma de radiação ionizante utilizada. Atualmente, já está praticamente comprovado que doses de radiação entre 10 e 15 Gy de Co-60 são capazes de danificar de tal forma o funcionamento da glândula salivar humana, que o indivíduo queixa-se de xerostomia já na segunda semana de um protocolo convencional de tratamento. SANTILLÁN & CONSENTINO (2001), referiram que, a saliva humana protege o organismo, fundamentalmente o canal alimentar localizado na cavidade oral. A falta de fluxo salivar acarreta graves conseqüências no ser humano. Dificulta a fala, a mastigação e a ação de engolir. SANTOS et al (2001), salientaram que, a xerostomia ou hipossalivação, resulta do decréscimo do fluxo salivar e tem origem em várias situações clínicas, entre as quais seqüela de tratamento radioterápico. A hipossalivação pode determinar ressecamento da mucosa bucal e aumentar a suscetibilidade a 12 infecções nos ductos excretores das glândulas salivares. Isso resulta do fato que um baixo fluxo salivar deixa de proporcionar a “limpeza natural” desses ductos e também favorece o aumento da microbiota oral. Em conseqüência o ato mastigatório e a deglutição do bolo alimentar tornam-se comprometidos. VALICENA & ESCALONA (2001), observaram que, a importância da saliva se apoia nos elementos que a formam e como estes atuam dentro da cavidade bucal. Etiológicamente, a xerostomia é uma conseqüência de várias condições, entre as quais encontramos as terapias oncológicas, como a radioterapia. Nos pacientes com xerostomia, a mastigação, a deglutição e a fala é dificultosa devido a diminuição de lubrificantes salivares, os alimentos não são engolidos se não se encontram dissolvidos e isto provoca um grande impacto na qualidade de vida dos pacientes. CARDOSO et al (2002), relataram que, a secreção salivar desenvolve funções de diversas naturezas como a remoção de restos alimentares e de placas nos dentes, limitação do crescimento de bactérias que possam provocar infecções orais, lubrificação dos alimentos, adicionamento de enzimas aos alimentos para serem digeridos e umidificação da mucosa intra-oral que facilita a ingestão dos alimentos e a fala. A xerostomia pode ser resultante da 13 radioterapia utilizada em tratamentos contra o câncer que afetam a produção e a qualidade da saliva; é considerada um fator etiológico das disfagias orofaríngeas. 14 DISCUSSÃO Na literatura pesquisada é clara a função da saliva como precursora do processo mastigatório, da deglutição e da fala e também como mecanismo de defesa da cavidade oral, WECKX & RODRIGUES, 1990; RODE et al, 1999; ANTÔNIO et al, 2001; SANTILLÁN & CONSENTINO, 2001; CARDOSO et al, 2002. Parece haver um consenso de que uma das causas para a ocorrência da xerostomia pode ser o tratamento radioterápico, principalmente quando as glândulas salivares estão na área de aplicação da radiação ionizante conforme descreveram, SAMPAIO et al, 1990; CAIELLI et al, 1995; ROSA, 1997; DIB et al, 2000; VICENTE, 2000; AIBARA et al, 2000; SANTOS et al, 2001; VALICENA & ESCALONA, 2001; CARDOSO et al, 2002; com uma relação direta entre a dose de radiação e a ocorrência da xerostomia, segundo os estudos de NOVAES, 2000; e LIMA et al, 2001; doses acima de 10 Gy já causam um efeito negativo na quantidade da produção da saliva. Os sinais e sintomas clássicos, se estendem desde: queimação na boca, mucosa oral seca com possíveis rachaduras, infecções orais e até processos dolorosos, ESCALONA et al, 1989; WECKX & RODRIGUES, 1990; CAIELLI et al, 1995; MATOS et al, 1995; ANTONIO et al, 2001; SANTOS et al, 2001. Além disso, com a mucosa oral sofrendo estes efeitos em função da xerostomia, se torna difícil a formação do bolo alimentar fato este que dificulta o processo mastigatório e conseqüentemente o processo de deglutição. Esta questão entre a relação existente entre a xerostomia e as funções de mastigação, deglutição e fala, é bem salientada entre os autores 15 pesquisados, ESCALONA et al, 1989; WECKX & RODRIGUES, 1990; CAIELLI et al, 1995; MATOS et al, 1995; VICENTE, 2000; NOVAES, 2000; AIBARA, et al, 2000; ANTÔNIO et al, 2001; SANTILLÁN & CONSENTINO, 2001; SANTOS et al, 2001; VALICENA & ESCALONA, 2001; CARDOSO et al, 2002; tornando-se um consenso geral. De acordo com o referencial teórico pesquisado, constatou-se que a xerostomia resultante do tratamento radioterápico provoca alterações nas funções estomatognáticas, principalmente nas funções de mastigação, deglutição e fala e estas alterações são manifestações consideradas fonoaudiológicas. É evidente que a integração entre os fonoaudiólogos e outros profissionais de áreas afins, é de suma importância para o paciente xerostômico em razão do efeito nocivo que a xerostomia provoca na qualidade de vida deste paciente, entretanto nota-se através da literatura pesquisada que a preocupação maior quanto ao estudo da diminuição do fluxo salivar, é dos odontólogos e médicos, pois encontrei apenas dois artigos escritos por fonoaudiólogos. Em razão disto, se faz necessário que mais pesquisas sobre a xerostomia devam ser realizadas, principalmente por fonoaudiólogos. 16 CONCLUSÕES 1. A xerostomia é a seqüela mais comum resultante do tratamento radioterápico aplicado nos limites anatômicos da cavidade oral. 2. A xerostomia interfere significativamente nas funções estomatognáticas, principalmente nas funções de mastigação, deglutição e fala. 17 RESUMO A radioterapia é a modalidade terapêutica, que utiliza as radiações ionizantes com o objetivo de atingir as células neoplásicas e assim reduzir ou desaparecer com as mesmas. A radioterapia aplicada nas lesões neoplásicas nos limites anatômicos da cavidade oral pode resultar em uma série de complicações orais entre as quais a xerostomia que consiste na diminuição significativa da secreção salivar. O objetivo deste estudo foi realizar um levantamento bibliográfico que relacionasse a xerostomia decorrente do tratamento radioterápico como um fator significante nas alterações das funções estomatognáticas, principalmente nas funções de mastigação, deglutição e fala. Através deste estudo pode-se chegar a seguinte conclusão: a xerostomia é considerada a manifestação clínica mais comum resultante do tratamento radioterápico e afeta de maneira significativa as funções estomatognáticas, principalmente as funções de mastigação, deglutição e fala em função da diminuição do fluxo salivar que altera a lubrificação dos alimentos e a umidificação da mucosa intra-oral, interferindo negativamente na formação e deglutição do bolo alimentar e na fala. No entanto, creio que novas pesquisas devam ser realizadas sobre este tema principalmente por profissionais da área da fonoaudiologia, em função das manifestações fonoaudiológicas que ocorrem nos pacientes xerostômicos. 18 SUMMARY Radiotherapy is a therapeutical modality that uses ionizing radiations in order to reach neoplastic cells and thus, reduce or make them disappear. Radiotherapy applied to neoplastic lesions at the anatomical bounds of the oral cavity can result in a series of oral complications such as xerostomia, which consists of a significant reduction of the salivar secretion. The objective of this study was to carry out a bibliographical survey that pointed out xerostomia resulting from radiotherapy as a significant factor related to alterations in the stomatognathic functions, mainly mastication, swallowing and speech. Through this study the following conclusion can be made: xerostomia is considered the most common clinical manifestation resulting from radiotherapeutical treatment and affects in a significant way with the stomatognathic functions, mainly mastication, swallowing and speech, due to salivar flow reduction, which alters the lubrication of the foods as well as the moistening of the intra-oral mucosa, interfering negatively with both the formation and deglutition of the alimentary cake and the speech. However, I believe that new research should be carried out on this subject, mainly by speech therapy professionals, considering the phonoaudiological nature of the manifestations that occur in xerostomic patients. 19 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AIBARA, E.H.; LARA, S.B.; MOREIRA, A.P.R.F.; MARTINS, I.M.S.M. – Nutrição em pacientes com câncer de cabeça e pescoço. In: ANGELIS, E.C.; FURIA, C.L.B.; MOURÃO, L.F.; KOWALSKI, L.P. Atuação da fonoaudiologia no câncer de cabeça e pescoço. São Paulo, Lovise, 2000. p.319-26. ANTÔNIO, A.M.M.P.; MAIA, F.A.S.; DIAS, R.B. – Reações adversas da radioterapia: cuidados pré, trans e pós operatório. Rev Odonto,9:12-9, 2001. BIANCHINI, E.M.G. – Mastigação e ATM: avaliação e terapia. In: Fundamentos em fonoaudiologia: aspectos clínicos da motricidade oral. Rio de Janeiro, Guanabara-Koogan, 1998. p.36-49. CAIELLI, C.; MARTHA, P.M.; DIB, L.L. – Seqüelas orais da radioterapia: atuação da odontologia na prevenção e tratamento. Rev Bras Cancerol, 41:231-41, 1995. 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