Marketing de Gestão Inicialmente o marketing público estabelece explicitamente o consumidor/contribuinte como controlador de ações estratégicas. Este é a razão de o governo existir. A gestão pública compreende, em palavra e ação, que todo o processo de decisão, em todas as esferas de governo, considera como prioridade a identificação e satisfação de necessidades e expectativas da sociedade. Paralelamente o marketing tem o papel de função integradora. Este não é mais um departamento isolado, mas uma filosofia e práxis profissional que continuamente molda todas as ações estratégicas governamentais. O marketing moderno reconhece a existência, necessidades e idiossincrasias de cada área pertinente ao setor público, contudo, como fator integrador trabalha para servir e potencializar a eficácia da ação pública visando o objetivo maior; a satisfação continua do cidadão. Somente através do marketing público integrado é que será possível almejarmos uma sociedade mais justa e digna capaz de sonhar não somente com a sobrevivência presente, mas também com realizações futuras. O marketing público como fator de integração e gestão eficaz considera que a integração precede a divulgação, a eficácia preceda e propaganda, a implementação precede a publicidade e a sinergia, em todas as esferas da gestão governamental e da sociedade, precede o posicionamento público. Se invertermos a ordem destas praticas, perderemos a chance de produzir resultados e relacionamentos concretos, relevantes e duradouros, obtendo nada mais que “castelos de areia” que sucumbirão mediante a primeira onda. A gestão pública brasileira tem ao seu alcance a mais pura prática de integração e sinergia, onde podem existir compreensão e comprometimento estratégico. A prática profissional contínua onde todos caminham para a mesma direção estabelecendo as mesmas prioridades e praticando os mesmos princípios de planejamento e implementação concreta. Os instrumentos do marketing público possibilitam tal prática através da análise, planejamento, implementação e controle de todas as ações pertinentes ao setor público integrando os mais variados setores. O marketing público como função integradora possibilita eficácia estratégica, comunicativa e operacional estabelecendo sempre o benefício do cidadão como a mais alta prioridade. O marketing público adota os princípios, já consagrados, do planejamento considerando, a análise ambiental interna e externa, a elaboração de objetivos e estratégias, a criação de planos de ação para cada estratégia e o monitoramento e controle de todo o processo. Para que a implementação estratégica seja bem sucedida, é imprescindível que o processo, desde as primeiras etapas do planejamento, considere todos os setores envolvidos tão como os mais variados níveis hierárquicos. Muitos programas não saem do papel por que não atentam para os problemas de implementação relacionados à falta de integração, comunicação e sinergia. Projetos são elaborados sem considerar, em muitos casos, as pessoas que estão diariamente na linha de frente. No contexto público é um erro fatal propor ações estratégicas sem integrar os setores direta e indiretamente envolvidos tão como a sociedade que é o objeto final. Outro fator crítico é a falta de comunicação do programa estratégico. Não devemos confundir a “publicidade” do projeto com a comunicação estratégica do mesmo. Não basta elaborarmos um projeto e divulgarmos aos canais de mídia visando agregar valor à gestão pública. Infelizmente não são poucos os casos onde a publicidade de um respectivo projeto é a última ação efetiva em relação ao mesmo. A publicidade, lamentavelmente, torna-se o objeto final e não o meio para a devida implementação em busca de resultados concretos. É necessário que haja uma estratégia de comunicação integrada que considere a conscientização, aceitação e comprometimento dos profissionais envolvidos. Se servidores e gestores públicos não forem profundamente conscientizados quanto à relevância do projeto, tão como com as respectivas etapas relativas ao planejamento e implementação estratégica, jamais haverá integração e comprometimento. Sem integração e comprometimento dificilmente haverá a operacionalização bem sucedida da implementação. O que resta é, mais uma vez, um belo projeto que só serve para permanecer na fotografia e no papel.