Los Servicios de Salud y la Generación de Residuos Sólidos.

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Revista CENIC. Ciencias Biológicas
ISSN: 0253-5688
[email protected]
Centro Nacional de Investigaciones Científicas
Cuba
Ferreira Rocha, Ana Júlia; Martins, Antônio João; Mouette, Dominique; Salgueiro Duro, Magda
Aparecida; Monezzi Júnior, Orlando; Silva, Pedro José da; Cymrot, Raquel; Gomes Luduvice Antunes,
Vera Regina
Los Servicios de Salud y la Generación de Residuos Sólidos.
Revista CENIC. Ciencias Biológicas, vol. 36, 2005
Centro Nacional de Investigaciones Científicas
Ciudad de La Habana, Cuba
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Revista CENIC Ciencias Biológicas, Vol. 36, No. Especial, 2005
Los Servicios de Salud y la Generación de
Residuos Sólidos.
Ana Júlia Ferreira Rocha1, Antônio João Martins2, Dominique Mouette3, Magda
Aparecida Salgueiro Duro4, Orlando Monezzi Júnior5, Pedro José da Silva6, Raquel
Cymrot7, Vera Regina Gomes Luduvice Antunes8.
1
Universidade Presbiteriana Mackenzie – Escola de Engenharia - Rua da Consolação, no 896 – Consolação
CEP 01302-090 – São Paulo (SP) – Brasil – Telefone: 55 11 32368552 –
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2
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RESUMEN: Los residuos sólidos se convierten en un problema sólo por causa de las aglomeraciones
urbanas debidas a los costumbres sociales del hombre, ya que la basura se acumula solamente en las
ciudades y los núcleos urbanos. Algunos investigadores opinan que los residuos sólidos en realidad sólo
representan un problema de viabilidad financiera, porque las diversas soluciones tecnológicas posibles son
conocidas y están al alcance de cualquier profesional del área y a disposición de las autoridades que
realmente quieran solucionar el problema de los residuos sólidos en su comunidad, estado o país. El
mejoramiento de la cualidad de vida ha sido ayudado por la evolución de la conciencia ecológica,
impulsionada por un trabajo que abarca grandes empresas, organizaciones gubernamentales y
asociaciones de barrio, preocupados con el medio ambiente. El objetivo general de este artículo es
identificar los residuos provenientes del sistema de salud y las principales fuentes generadoras, así como
los procedimientos deben ser adaptados para la recolección, almacenamiento y destino final. Los residuos
sólidos de los servicios de salud pueden estar contaminados de microorganismos patógenos, lo que los
convierte en un motivo de preocupación por las autoridades sanitarias y de protección ambiental, debido a
los serios problemas que pueden causar al medio ambiente y a la salud pública. Eso justifica la necesidad
de la identificación de los residuos y sus fuentes y de la decisión sobre su destino final. El problema se
resume al reflejo indirecto de la basura, que puede propagar enfermedades a través de vectores como
ratones, cucarachas, moscas, aves de rapiña, animales domésticos, ganado y hasta el mismo ser humano.
Todos ellos son causantes de enfermedades contagiosas como las diversas formas de diarrea y disenterías,
fiebre tifoidea y para-tifoidea, tifus marino y peste bubónica, que se transforma en peste pneumónica. La
minimización de los efectos adversos de esos residuos consiste en la adopción de medidas mitigantes que
abarcan la manipulación, condicionamiento, transporte, tratamiento y destino final de un modo adecuado,
que es tratado en el contenido de este artículo.
ABSTRACT: It has been pointed out that diverse are the used denominations to identify the residues of
health services, being current in Brazil the use of the following terminologies: hospital residue, hospital solid
residue, biomedical residue, medical residue, clinical residue, infectious or infectante residue, pathogenic
residue or more comumente hospital garbage. The denomination residues of health services was
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establishments of health assistance, beyond the hospitals. The solid residues, proceeding from the health
services can be presented contaminated with pathogenic microrganisms, consisting in a reason of concern
for the sanitary authorities and ambient protection, in virtue of the serious problems that can cause to the
environment and the health of the community, what it justifies the necessity of the identification of these
residues of the generating sources and its final destination. The problem if summarizes to the indirect
consequence of the garbage, that can provoke diseases through vectors as rats, cockroachs, flies, vultures,
dogs, cats, cattle and until the proper man, responsible for contagious diseases as the diverse forms of
diarrhea, tifoide fevers and paratifoide, tifo murino, bulbonica plague that transforms into pneumonic plague.
The minimization of the adverse effect of these residues, inhabits in the adoption of ways of measuring that
understand the manuscript, the preservation, the transport, the treatment and the final destination in adjusted
way, what is concerned in the body of this article. At this moment, what is observed, in the national and
international view, is the lack of one common politics in the areas of the health and the environment in terms
of lines of direction for the management, while the generators pressured of one and another side are without
knowing which attitude has to be taken to these problems.
Palabras chave: tratamiento, contaminación, salud, basura
Key words treatment, contamination, health, garbage.
1. OBJETIVO
O objetivo geral deste artigo é levantar e apresentar dados/informações referentes aos resíduos de serviços
de saúde, de forma a despertar em todos aqueles que estão envolvidos direta ou indiretamente com estes
resíduos a necessidade de um maior comprometimento, em termos de responsabilidade, principalmente no
que tange ao controle da contaminação em termos de saúde humana e meio ambiente.
2. INTRODUÇÃO
Os resíduos sólidos, somente, se transformam em problema por causa das aglomerações urbanas, dados
os hábitos gregários do homem, já que o lixo se acumula apenas nas cidades e núcleos urbanos. Alguns
pesquisadores entendem que os resíduos sólidos representam, na verdade, apenas um problema de
viabilidade financeira, já que as diversas soluções tecnológicas possíveis são conhecidas, e estão ao
alcance de qualquer profissional do ramo razoavelmente informado e à disposição de todas as autoridades
que pretendem dar a melhor solução para o resíduo sólido de suas comunidades, estado ou país.
Dentre os resíduos sólidos urbanos, os de serviços de saúde merecem especial atenção, não pela
quantidade gerada, mas sim pelo potencial de risco que representam à saúde pública e ao meio ambiente.
O descaso político, a inaplicabilidade da legislação, a escassez de recursos humanos e financeiros e de
informações disponíveis sobre o fenômeno de resíduos sólidos de serviços de saúde são alguns dos
principais obstáculos para a prevenção e o controle dos problemas ambientais ocasionados pela falta de
gerenciamento de tais resíduos. O fato de que há pouca literatura sobre o assunto, faz com que os
pesquisadores venham cada vez escrever artigos de forma a preencher esta lacuna de conhecimento do
tema, destacando questões referentes, em particular, ao que tange às características quantitativas e
qualitativas dos riscos inerentes às suas distintas frações componentes e às formas mais adequadas de
gerenciamento.
3. LIXO HOSPITALAR - DIAGNÓSTICO
A imprensa falada e a escrita, com certa regularidade tem constado o descaso com que os hospitais, as
farmácias, as clínicas veterinárias, laboratórios de análises clínicas, consultórios dentários, casas de
detenção e aeroportos tratam o lixo que produzem. Não é raro, por exemplo, situações onde famílias
inteiras foram flagradas catando a refeição do dia em lixões, onde os resíduos domiciliares e hospitalares se
misturam.
Segundo o relatório da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico, publicado em 1989, mostrava que 55%
dos municípios brasileiros tinham coleta específica de resíduos hospitalares. Desse total, apenas 5,4%
eram incinerados. A maioria jogava esse material, de alto poder de contaminação nos lixões a céu aberto.
No estado de São Paulo, os dados eram mais animadores, onde 60% das cidades tinham coleta específica
para lixo hospitalar, porém 6,3% incineravam seus resíduos.
Atualmente no Brasil, estima-se que das quatro mil toneladas de resíduos geradas diariamente no país, não
existe um levantamento exato, somente cerca de 20% são coletados, tratados e dispostos adequadamente.
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Os 80% restantes vão para aterros, lixões clandestinos, valas sépticas, sem qualquer tratamento, como se
fosse lixo comum, constituindo-se em um grande problema de saúde pública, ver Fig. 1.
Fig. 1. O acondicionamento conjunto de Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) com os resíduos comuns
leva inexoravelmente à contaminação da mistura, resultando em uma massa de resíduos potencialmente
infectantes.
Fonte: Fundação Estadual do Meio Ambiente – FEAM 2
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresenta como números referentes ao ano de 2000,
os seguintes valores: somente 14% dos 5547 municípios, ou 779, tratam adequadamente os resíduos de
saúde, 21% dos 5547 municípios, ou 1193, dispõem tais resíduos em meio ambiente sem qualquer
tratamento prévio; 37% dos municípios, ou 2041, sequer coletam os resíduos de saúde de forma separada
e diferenciada e 28% dos municípios, ou 1557, queimam os resíduos a céu aberto ou dão outras
destinações consideradas inadequadas.
Em função das várias atividades desenvolvidas nas instituições de saúde, os resíduos podem variar
consideravelmente, onde podemos encontrar: carcaças de animais de laboratório, tecidos, secreções,
sangue, culturas de microrganismos, agulhas, seringas, substâncias químicas tóxicas, radioativas e
materiais de escritórios.
O principal problema sanitário relacionado com esses resíduos é o conteúdo de microrganismos
potencialmente patogênicos ricos em vírus, bactérias, fungos, protozoários e outros, ver Fig. 2.
Fig. 2. Comprovação da existência de microrganismos patogênicos na massa de resíduos.
Fonte: Fundação Estadual do Meio Ambiente – FEAM2
A maioria das instituições de saúde concentra indivíduos e animais portadores de doenças infecciosas e
bactérias extremamente resistentes e virulentas que podem sobreviver por períodos longos no meio
ambiente, isto sem se falar da resistência bacteriana atribuída ao uso indiscriminado de antibiótico no meio
hospitalar.
Os resíduos infecciosos provenientes de outras áreas podem estar igualmente contaminados com
substâncias químicas tóxicas e da manipulação de substâncias cancerígenas, teratogênicas e materiais
radioativos.
4. OS RESÍDUOS DE SAÚDE E A LEGISLAÇÃO
Por lei, Resolução CONAMA No 283 de 12/07/2001 e ANVISA 33/2003, todos os resíduos de serviços de
saúde devem ser segregados, coletados de forma diferenciada, tratados e dispostos adequadamente.
Todos os geradores são responsáveis pelos resíduos podendo sofrer as conseqüências por danos
causados ao meio ambiente e às pessoas. A resolução da Anvisa, mais recente, obriga os geradores a
estabelecerem um Plano de Gerenciamento dos Resíduos de Saúde, que envolve todas as etapas e que
seguem as normas técnicas estabelecidas pela agência sanitária. Esta resolução está sendo considerada
mais permissiva do que a Conama 283, pois enquanto essa prevê tratamento para todos os tipos de resíduo
de saúde, indistintamente, a norma da Anvisa possibilita em alguns casos, a disposição sem tratamento.
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5. FONTES GERADORAS
Considera-se lixo hospitalar todo resíduo gerado pelas seguintes fontes: Hospitais, Pronto Socorro,
Farmácias, Centros de Saúde, Laboratórios, Clínicas Veterinárias e outros estabelecimentos similares. O
Lixo Hospitalar Radioativo é de competência das autoridades federais. Todo lixo hospitalar é colocado junto,
por isso que ele é considerado perigoso. Os resíduos gerados, identificados na Fig. 3, classificam-se em:
GERAÇÃO DO RESÍDUO
AEROPORTOS,
PENITENCIÁRIAS,
DROGAS APREENDIDAS E
DOCUMENTOS SIGILOSOS
UNIDADES DE SAÚDE
SELEÇÃO E
CLASSIFICAÇÃO
RESÍDUO
COMUM
RESÍDUO
INFECTANTE
RESÍDUO
ESPECIAL
TRATAMENTO NA ORIGEM
(AUTOCLAVAGEM)
ACONDICIONAMENTO POR TIPO DE RESÍDUO
DEPÓSITO DE MATERIAL
EMBALADO
COLETA
SELETIVA
INCINERADOR
ATERRO
SANITÁRIO
Fig. 3. Fluxograma de geração e destinação final dos resíduos sólidos dos serviços de saúde e demais
resíduos perigosos.
6. CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE
A classificação dos resíduos de serviços de saúde varia de país para país, ver Fig. 4. Depende,
fundamentalmente, do que se pretende e dos objetivos a serem atingidos.
Fig. 4. Lixo dos serviços de saúde.
Fonte: Fundação Estadual do Meio Ambiente – FEAM2
No Brasil, a NBR 12.808 classifica os resíduos de serviços de saúde em três classes (tipos):
Classe A - Resíduos Infectantes
Os resíduos infectantes dividem-se em:
ƒ Tipo A.1 - Material Biológico - composto por culturas ou estoques de microrganismos, provenientes de
laboratórios clínicos ou de pesquisas, meio de cultura, placas de petri, instrumentos utilizados para
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manipular, misturar, inocular microrganismos vacinas vencidas ou inutilizadas, filtros e gases aspirados de
áreas altamente contaminadas.
ƒ Tipo A.2 - Sangue Humano e Hemoderivados - compostos por bolsas de sangue com prazo de
utilização vencido ou sorologia positiva, amostras de sangue para análise, soro, plasma e outros
hemoderivados.
ƒ Tipo A.3 - Resíduos Cirúrgicos e Anátomo-patológicos - compostos por tecidos, órgão, peças de
anatomia, sangue e outros líquidos resultantes de cirurgias, drenagens, autópsias e biopsias.
ƒ Tipo A.4 - Resíduos Perfurocortantes - compostos por agulhas, ampolas, pipetas, lâminas de bisturi,
lâminas de barbear e vidros quebrados ou que se quebrem facilmente.
ƒ Tipo A.5 - Animais Contaminados - Integram este item carcaças ou parte de animais inoculados em
laboratório ou expostos a germes patogênicos, bem como forração de cama de animais.
ƒ Tipo A.6 - Material proveniente de locais de isolamento - compostos de resíduos de origem de quartos
de pacientes em isolamento ou que tenham entrado em contato com estes. Incluem-se aqui sangue e
secreções de pacientes que apresentem doenças transmissíveis.
Classe B - Resíduos Especiais:
Os resíduos especiais dividem-se em:
ƒ Tipo B.1 - Resíduos Radioativos - compostos por materiais radioativos ou contaminados por
radionuclídeos com baixa atividade, proveniente de laboratórios de pesquisa química e biologica, laboratório
de análise clínicas e serviço de medicina nuclear. Estes materiais são normalmente sólidos ou líquidos.
ƒ Tipo B.2 – Resíduo Farmacêutico – exemplos característicos: medicamentos vencidos, contaminados,
não mais necessários, interditados ou não utilizados.
ƒ Tipo B.3 – Resíduo químico perigoso – exemplos característicos: resíduos tóxicos, corrosivos,
inflamáveis, explosivos, reativos, genotóxicos ou mutagênicos. Alguns exemplos mais comuns são:
quimioterápicos, antineoplásticos, produtos químicos não utilizados, germicidas fora de especificação,
solventes, ácido crômico (usado para limpeza de vidros de laboratórios), mercúrio de termômetro, soluções
para revelação de radiografias, baterias usadas, óleo lubrificante usado, etc.
Classe C - Resíduos Comuns
Compostos por todos os resíduos que não se enquadram em nenhuma das categorias anteriores e que por
semelhança com os resíduos domésticos comuns, podem ser considerados como tais. Nesta categoria
incluem-se, por exemplo, o lixo administrativo, lixo proveniente de jardins e pátios e restos de preparos de
alimentos.
7. MINIMIZAÇÃO
De acordo com a Environmental Protection Agency (EPA), Estados Unidos, minimização de resíduos
significa a redução, na extensão em que pode ser prática, do resíduo gerado, antes de ser
armazenado/acondicionado, tratado e disposto. Conceitualmente, o termo incluiu qualquer redução de
resíduos na fonte geradora ou atividade de reciclagem que resultem em redução de volume total ou da
quantidade de resíduos perigosos ou ambos, desde que tal redução esteja de acordo com o objetivo de
minimizar os danos presentes e futuros a saúde humana e ao meio ambiente.
7.1. Redução na fonte
É qualquer atividade que reduz ou elimina a geração de resíduos na fonte, usualmente dentro do processo,
por meio de ações que causem redução na geração e que possibilitem, antes dos mesmos serem gerados,
alterações de suas propriedades de tal forma a retirá-lo do enquadramento como resíduo perigoso.
Objetivamente, a redução na fonte é uma prevenção da poluição, pois reduz a toxicidade e/ou de materiais
perigosos na fonte.
7.2. Segregação
Conceitualmente, é a operação de separação de resíduos no momento de sua geração. O
acondicionamento conjunto dos Resíduos de Serviços de Saúde -RSS com os resíduos comuns leva a certa
contaminação da mistura, resultando em uma massa de resíduos potencialmente infectantes, com o
aumento de volume, de custos com transporte, tratamento adequado e destinação final. A sua segregação
permite que os resíduos comuns passem a seguir cursos diferentes a partir da coleta, inclusive sendo
reciclados.
7.3. Acondicionamento / Armazenamento
A separação entre resíduo perigoso e resíduo comum deve ser feita no local de origem, e a embalagem
deve obedecer aos mesmos princípios que fundamentam sua classificação.
O acondicionamento dos RSS está diretamente relacionado à sua classificação, que é realizada com base
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quais são estabelecidas regras para a utilização de sacos plásticos no acondicionamento de resíduos
sólidos e seu posterior armazenamento, ver Fig.5.
Fig. 5. Sacos plásticos leitosos contendo resíduos sólidos de serviços de saúde, armazenados em local
solidário ao incinerador, aguardando processamento.
Fonte: Bidone & Povinelli1
7.3.1. Acondicionamento
9 Resíduos Cortantes ou Perfurantes - Deverão sofrer tratamentos locais, sendo posteriormente
depositados em recipientes de parede rígida, com tampa e devidamente identificados como material
infectante deverá ainda ser embalado em saco branco leitoso, classe II conforme NBR 9190.
9 Resíduos não Cortantes e não Perfurantes - Deverão sofrer tratamento local, sendo acondicionado em
saco plástico branco leitoso, classe II, conforme NBR 9190.
9 Resíduos Especiais - Devem ser embalados de forma segura, compatível com suas características
físico-químicas.
9 Resíduos Comuns – Deverão ser embalados em sacos plásticos para lixo domiciliar, de qualquer cor,
saco classe I, indicado pela NBR 9190.
8. COLETA EXTERNA DOS RESÍDUOS SÓLIDOS GERADOS NOS SERVIÇOS DE SAÚDE.
A situação na cidade de São Paulo é considerada melhor do que na maioria das demais cidades do país por
que o lixo hospitalar é coletado separadamente e incinerado.
São Paulo possui uma área urbana de 764 quilômetros quadrados e sua população ultrapassa os 10
milhões de habitantes.
De acordo com a legislação federal, o lixo hospitalar deverá ser manuseado com segurança, incinerado ou
tratado, e as autoridades estaduais são responsáveis pelo cumprimento das leis.
Pela legislação do estado de São Paulo, cada estabelecimento gerador é responsável pela coleta,
tratamento e disposição do lixo.
A CETESB é encarregada do cumprimento da lei, no entanto não pode controlar o lixo dentro do hospital.
Neste caso a Vigilância Sanitária é encarregada do controle e regras para este assunto.
Um serviço especial de coleta é estendido a quase todos os produtores de lixo hospitalar, incluindo mais de
300 hospitais, 400 centros de saúde, 2800 drogarias e 242 clínicas veterinárias.
Nos 33 maiores hospitais, cerca de 3 kg de lixo por leito é produzido a cada dia. Quase todos os hospitais e
centros de saúde fazem uso de serviço especial de coleta, e aproximadamente 100 toneladas de lixo
hospitalar é coletado a cada dia.
A coleta é realizada por veículo especializado, ver Fig 6, e pessoal treinado, sendo feitos um contrato com
empresas privadas e prefeituras do município de São Paulo através da Limpurb.
Fig. 6. Caminhão basculante utilizado na coleta de resíduos sólidos de serviços de saúde.
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9. TRATAMENTO DE RESÍDUOS INFECCIOSOS
De acordo com a Resolução No 05 do Conselho nacional do Meio Ambiente, o tratamento e a destinação
final dos RSS deve ser realizada pelos processos de esterilização a vapor ou por incineração, sendo
vedada a sua disposição in natura. Tratados por esterilização a vapor, os RSS transformam-se em resíduos
comuns, não perigosos, em virtude da destruição dos organismos patogênicos, sendo possível, então, sua
destinação final em aterros sanitários. O tratamento por processo de incineração acrescenta a vantagem
dos resíduos terem seu volume inicial reduzido a 10%.
Estudos realizados pela CETESB em 1990, abordando a questão da disposição de RSS em valas sépticas,
sendo estes recobertos com cal virgem, permitiram constatar a ineficiência da cal utilizada desta forma na
eliminação de organismos patogênicos.
Nos parágrafos abaixo indicamos os tratamentos recomendados aos diferentes tipos de resíduos de
serviços de saúde.
A. Resíduos de Isolamentos - Tratamentos Recomendados - Autoclavação, Incineração.
B. Cutura de Microorgânismos – Autoclavação (a temperatura empregada é de cento e vinte e um graus
celsius), Incineração, Inativação Térmica, Desinfecção Química, Outros.
C. Sangue – Autoclavação (a temperatura empregada é de cento e vinte e um graus celsius), Incineração,
Desinfecção Química, Outros.
D. Materiais Contaminados – Autoclavação (a temperatura empregada é de cento e vinte e um graus
celsius), Incineração.
E. Carcaça de Animais/Órgãos amputados - Incineração.
10. DESTINO FINAL
Em termos de tratamento, a solução que predominava até pouco tempo no Brasil era a incineração,
podendo ser citado como exemplo os dois incineradores que serviam a cidade de São Paulo para o lixo
doméstico e hospitalar. A incineração era seguida por um combustor secundário e câmara inerte de fixação
para remover cinzas. Ambos, cinzas e escórias, ver Fig. 7., resfriados eram dispostos em aterros sanitários.
Fig.7. Escória resultante do processamento de resíduos sólidos de serviços de saúde em incinerador.
Fonte: Bidone & Povinelli1
A incineração embora seja eficiente do ponto de vista da destruição dos resíduos, tem alguns
inconvenientes como à geração de dioxinas e furanos, substâncias reconhecidamente cancerígenas. Além
disso, requerem controle rigoroso e tratamento das emissões, processos normalmente caros.
As dioxinas, ver Fig. 8, e furanos constituem uma classe de substâncias organocloradas em que alguns
compostos são extremamente tóxicos. Podem, também, ser formadas em certas condições durante o
resfriamento dos gases incinerados, na faixa de 300º C. Podem, ainda se formar durante a ocorrência de
irregularidades operacionais que prejudicam a incineração. Mesmo que não existam dioxinas num resíduo,
sua formação pode ocorrer durante o resfriamento dos gases de exaustão do incinerador.
Fig. 8. Tratamento térmico - Emissões. Fórmula estrutural dos núcleos de dioxina.
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Usualmente o termo “dioxina”, refere-se aos congêneres clorados conhecidos quimicamente por dibenzo-pdioxinas. Esta família se caracteriza por três anéis, sendo dois benzênicos interligados por um par de
átomos de oxigênio. Os furanos, ver Fig. 9 são membros de uma família de compostos orgânicos
conhecidos quimicamente como dibenzofuranos. Eles têm uma estrutura similar as dibenzo-p-dioxinas,
exceto que os dois anéis benzênicos, são interligados por um anel de cinco lados, contendo um átomo de
oxigênio. Teoricamente, são possíveis 75 possíveis congêneres de dioxina cloradas e 135 congêneres de
furanos clorados. Do ponto de vista de perigo à saúde humana as PCDD (dibenzo-p-dioxinas policloradas) e
as PCDF (dibenzofuranos policlorados), são os mais importantes. Policlorados – quatro ou mais átomos de
cloro
Fig. 9. Tratamento térmico - Emissões. Fórmula estrutural dos núcleos de furanos.
Fonte: SOGABE (1996)
Uma solução possível para evitar a formação de dioxinas que ocorre após a incineração, é resfriar
bruscamente os gases logo após a incineração.
Atualmente a tendência tem sido a opção por processos que não envolvam queima como autoclaves,
microondas, ver Fig. 10, e eletro térmico.
Fig. 10. Processamento de resíduos sólidos de serviços de saúde em fornos de microondas.
Fonte: BIDONE & POVINELLI (1999)1
11. CONCLUSÃO
O sucesso do trato correto dos resíduos de saúde reside na conscientização do gerador, sendo assim,
antes mesmo de discutir esta ou aquela alternativa, cabe responder à simples pergunta: quanto se pode
pagar pela boa solução, e qual o melhor aproveitamento de um determinado tipo de resíduo sólido?, a partir
dos recursos disponíveis é que os técnicos poderão solucionar e projetar a saída mais adequada.
BIBLIOGRAFIA
1. BIDONE F. R. A, POVINELLI J, Conceitos Básicos de Resíduos Sólidos. São Carlos: EESC/USP, 1999.
2. FUNDAÇÃO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE/FEAM. Como destinar os resíduos sólidos urbanos.
Fundação Estadual do Meio Ambiente. Belo Horizonte: FEAM, 1995.
3. SOGABE, Milton Norio. Incineração de resíduos perigosos: uma revisão crítica atualizada.
CETESB/EET. 80 p.:il.: 30 cm. 1996.
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