J Bras Nefrol 2000;22(4):226-30 226 Revisão: Dificuldades no diagnóstico de glomerulopatia esquistossomótica Israel Nussenzveiga e Thales de Britob Resumo A imunomicroscopia eletrônica, feita com anticorpo monoclonal preparado a partir do Schistosoma mansoni adulto e marcado pelo ouro coloidal, permite a localização precisa, na biopsia renal, do antígeno esquistossomótico depositado nas estruturas glomerulares. Após terem publicado uma série de pacientes com glomerulopatia esquistossomótica estudados por esse método, os autores atualizam o seu diagnóstico diferencial. A necessidade de excluir as glomerulopatias dos vírus das hepatites B e C, que podem produzir quadro patológico semelhante ao da glomerulopatia esquistossomótica, é ressaltada. Serviço de Nefrologia do Hospital das Clínicas da FMUSP. bInstituto de Medicina Tropical da FMUSP Endereço para correspondência: Israel Nussenzveig Hospital das Clínicas da FMUSP Serviço de Nefrologia Av. Dr. Enéas de Carvalho Aguiar, 255 05403-000 São Paulo, SP, Brasil E-mail: [email protected] a Glomerulopatia esquistossomótica. Imunomicroscopia eletrônica. Diagnóstico diferencial. Schistosomal glomerulopathy. Immunoelectron microscopy. Differential diagnosis. As diferenças com as lesões renais descritas no Egito são comentadas. )>IJH=?J Immunoelectron microscopy with monoclonal anti-Schistosoma mansoni antibody, obtained from an adult worm and labeled with colloidal gold, allows the accurate recognition of the schistosomal antigen deposited in the glomerular structures in kidney biopsies. A series of patients with schistosomal glomerulopathy was studied by this method and their differential diagnosis is reviewed here. It is paramount to exclude glomerulopathies by hepatitis B and C virus, since they can cause the same pathological lesions in the kidney as seen in schistosomiasis. The differences in the renal lesions described in Egypt are also commented here. Introdução Embora descrita há mais de 30 anos, a glomerulopatia associada ao Schistosoma mansoni continua sendo sujeita a controvérsias, a ponto de ser negada a sua existência. Assim, por exemplo, Seggie et al,1 analisando as causas de proteinúria nefrótica no Zimbábue, pelo estudo de biópsias renais, negaram a etiologia esquistossomótica em 42 pacientes parasitados. Basearam essa afirmação no fato de não terem encontrado 4_1348.p65 226 nenhum padrão histológico específico e pela ausência, nas respectivas biópsias renais, em todos os casos, do antígeno anódico que se mostrou positivo nos glomérulos de animais infectados com o parasita. Realmente, essa é a primeira dificuldade no diagnóstico da glomerulopatia esquistossomótica (GE): os quadros clínico e patológico nada possuem de específico, e a sua evocação decorre da comprovação da parasitose. Em 1979, Andrade & Rocha,2 revendo o material de biópsia renal e de autopsia, enumeraram as seguintes 08/01/01, 17:27 J Bras Nefrol 2000;22(4):226-30 227 Nussenzveig I & Brito T - Diagnóstico de glomerulopatia esquistossomótica formas histológicas para a GE: glomerulonefrite proliferativa mesangial, glomerulonefrite membranoproliferativa, glomeruloesclerose focal, glomerulonefrite aguda difusa proliferativa, glomerulonefrite rapidamente progressiva, glomerulonefrite membranosa e rim terminal. Com a exceção da doença de lesões mínimas, as principais variedades de glomerulopatias estão aí mencionadas. Bastaria, então, o diagnóstico da parasitose para que a lesão renal correspondente fosse considerada específica. Entretanto, é necessário lembrar que nada impede os indivíduos parasitados de adquirir outra nefropatia, quer idiopática ou secundária, como a nefropatia lúpica. Exemplificando, Andrade & Rocha2 não pesquisaram as hepatites B e C em seus pacientes. Como os elementos clinicopatológicos da GE não apresentam nenhuma característica patognomônica, o diagnóstico diferencial com outras patologias glomerulares concomitantes apresenta dificuldades. Em revisão editorial de 1993, Barsoum3 propõe classificar a GE em 5 categorias histopatológicas: • Classe I: glomerulonefrite proliferativa mesangial, subdividida em lesões mínimas, focal e difusa. • Classe II: glomerulonefrite exsudativa. • Classe III: glomerulonefrite membranoproliferativa, que pode ser do tipo I ou do tipo III. • Classe IV: glomeruloesclerose segmentar e focal. • Classe V: amiloidose. A glomerulonefrite exsudativa está presente quando a esquistossomose se associa à salmonelose crônica. Quanto à amiloidose, tem sido encontrada em esquistossomóticos que sofriam de salmonelose crônica ou infecção urinária persistente por Escherichia coli. Curiosamente, a primeira menção da literatura à associação entre esquistossomose e amiloidose ocorreu no Brasil: Lichewitz & Cavallo4 descreveram a autópsia de paciente do sexo feminino com esquistossomose e amiloidose secundária generalizada. Sadigursky & Andrade5 abordaram especificamente esse problema, revendo 53 necrópsias realizadas em Salvador em pacientes com esquistossomose hepatoesplênica: em nenhum caso encontraram amiloidose. O material de autópsia e de biópsia renal em pacientes esquistossomóticos do Departamento de Anatomia Patológica da FMUSP também não chamou a atenção para o problema da amiloidose. Por conseguinte, os autores deste estudo puderam se deter nas formas histopatológicas restantes, isto é, as glomerulonefrites proliferativa mesangial e membranoproliferativa e a glomeruloesclerose focal. 4_1348.p65 227 A GE foi inicialmente descrita como incidindo apenas na forma hepatoesplênica da esquistossomose mansônica.6 Entretanto, Sobh et al,7 biopsiando os rins de 15 pacientes assintomáticos que apresentavam apenas proteinúria, encontraram glomerulonefrite proliferativa mesangial focal em 6 casos, dos quais 3 na forma hepatoesplênica e 3 na forma hepatointestinal da esquistossomose. Em 1992, Abensur et al8 relataram 24 doentes com biópsia renal evidenciando várias formas de glomerulonefrite manifestadas com síndrome nefrótica, todos com esquistossomose hepatointestinal. Demonstraram, assim, que a presença de hipertensão portal e de circulação colateral portossistêmica não é essencial para o desenvolvimento de GE e síndrome nefrótica. A literatura é unânime em considerar as glomerulonefrites proliferativa mesangial e membranoproliferativa tipo I como as formas mais comuns de GE. Clinicamente, elas podem se apresentar como assintomáticas, apenas com alterações urinárias, como proteinúria e hematúria, ou então como síndrome nefrótica, com potencial para evoluir para insuficiência renal terminal. A glomerulonefrite membranoproliferativa freqüentemente se acompanha de hipocomplementemia, com CH50, C3 e C4 baixos, evidenciando a ativação do complemento pela via clássica. A glomerulonefrite membranoproliferativa tipo III, mais rara, foi associada por Barsoum3 à concomitância com a hepatite B. De Brito et al9 documentaram a transformação da glomerulonefrite proliferativa mesangial em membranoproliferativa. Não se conhecem os fatores que induzem essa transformação. Dos 24 casos relatados por Abensur et al,8 8 eram de glomerulonefrite proliferativa mesangial, e 5 de membranoproliferativa tipo I. A microscopia de imunofluorescência foi realizada em 6 casos da primeira, e 4 da segunda lesão. Nos 10 pacientes, encontraram-se depósitos granulares de IgM e C3, com distribuição global e difusa no mesângio e, por vezes, também ao longo das alças capilares dos glomérulos. Na experiência de Barsoum,3 IgM e C3 são os depósitos encontrados nos glomérulos na glomerulonefrite proliferativa mesangial. Na glomerulonefrite membranoproliferativa, os depósitos predominantes são IgG e C3, ao passo que IgM é menos freqüente. Em 1987 Sobh et al10 relataram 17 casos de esquistossomose ativa, dos quais 11 em programa de diálise crônica e 6 com síndrome nefrótica. Dos 17 pacientes, 9 apresentaram glomerulonefrite membranoproliferati- 08/01/01, 17:27 228 J Bras Nefrol 2000;22(4):226-30 Nussenzveig I & Brito T - Diagnóstico de glomerulopatia esquistossomótica va por ocasião da biópsia renal, dos quais 7 evidenciaram o antígeno esquistossomótico circulante anódico em material eluído dos glomérulos, quando pesquisado por imunofluorescência direta e indireta. Dentre os 17 casos, 15 mostraram imunofluorescência para IgG, 10 para IgM e 8 para C3 e/ou C1q, no mesângio e ao longo de alças capilares. Com o objetivo de detectar os antígenos esquistossomóticos no tecido renal por método mais sensível e preciso, De Brito et al11 prepararam um anticorpo monoclonal anti-Schistosoma mansoni. Esse anticorpo é capaz de precipitar o antígeno circulante catódico, e o epítopo reconhecido é um carboidrato expresso principalmente pelo tubo digestivo do verme adulto. Como marcador, foram utilizadas partículas de ouro coloidal. Desse modo, com imunomicroscopia eletrônica, é possível visualizar as partículas de ouro ligadas ao antígeno esquistossomótico. Assim, depósitos de antígeno marcado pelo ouro foram localizados nos glomérulos, principalmente na matriz e nas células mesangiais, mas também ao longo da membrana basal glomerular e, ocasionalmente, no citoplasma das células epiteliais. Os nove doentes examinados apresentavam esquistossomose hepatointestinal e síndrome nefrótica.11 Em todos eles, a sorologia foi negativa para as hepatites B e C. Desse total, um caso evidenciava o padrão de glomerulonefrite proliferativa mesangial, e quatro o de glomerulonefrite membranoproliferativa tipo I. Nesses quatro últimos doentes, o CH50 e o C3 estavam baixos e o C4 estava reduzido em três, e no limite inferior da normalidade no quarto. A imunofluorescência do caso de glomerulonefrite proliferativa mesangial mostrou IgM e C3. Os quatro casos de glomerulonefrite membranoproliferativa apresentavam IgG, IgM e C3; dois pacientes tinham também depósitos de C1q, indicando a ativação do complemento pela via clássica. Em resumo, todos os dados da literatura permitem concluir que a glomerulonefrite proliferativa mesangial (em geral com IgM e C3 à imunofluorescência) constitui a forma inicial da glomerulopatia associada à esquistossomose, podendo evoluir para a glomerulonefrite membranoproliferativa em fases mais avançadas, com depósitos predominantes de IgG, IgM e C3. Os trabalhos experimentais, realizados em várias espécies animais,12,13 são compatíveis com os dados obtidos em seres humanos, confirmando ser a área mesangial o principal alvo dos antígenos do parasita. 4_1348.p65 228 No diagnóstico diferencial da GE é de grande importância a exclusão das hepatites pelos vírus B e C, sendo obrigatória a pesquisa das respectivas sorologias. Na hepatite B, a complicação renal, acompanhada com freqüência de síndrome nefrótica, assume quase sempre a forma de glomerulonefrite membranosa, mas também foram descritos casos de glomerulonefrites proliferativa mesangial e membranoproliferativa.14 A imunofluorescência mostra IgG, IgM e C3 nas estruturas glomerulares. Assim sendo, nenhuma das duas microscopias distingue a GE das lesões renais causadas pelo vírus B. A microscopia eletrônica pode eventualmente evidenciar estruturas vírus like microtubulares nas células endoteliais glomerulares nas duas últimas formas histológicas. Além disso, é possível pesquisar a presença dos antígenos HBs, HBe e Hbc nas estruturas glomerulares, por imunofluorescência. Em caso de positividade, o achado concomitante do antígeno esquistossomótico nos glomérulos pela imunomicroscopia eletrônica deve levar à hipótese de dupla etiologia. No caso de hepatite pelo vírus C, a lesão renal mais freqüente é a glomerulopatia crioglobulinêmica, cuja forma histológica é a glomerulonefrite membranoproliferativa tipo I, raramente tipo III. Também foram descritos alguns casos de glomerulonefrite proliferativa mesangial e de glomerulopatia membranosa. A glomerulopatia crioglobulinêmica se apresenta na maior parte dos casos com síndrome nefrótica e se acompanha de crioglobulinemia mista do tipo II, ou por vezes do tipo III. Em cerca da metade dos pacientes com crioglobulinemia mista, existem sintomas sistêmicos, como púrpura, artrites e neuropatia periférica. A biópsia renal mostra os glomérulos invadidos por leucócitos, podendo chegar ao número de 80 em cada um, na grande maioria monócitos-macrófagos.15,16 Facilitando ainda mais o diagnóstico diferencial com a GE, em mais de 1/3 dos casos de glomerulopatia crioglobulinêmica encontram-se trombos intraluminais constituídos por crioglobulinas depositadas na luz dos capilares glomerulares. A imunofluorescência revela IgG, IgM e C3 no mesângio, nas paredes capilares e nos trombos. Johnson et al15 admitem que, de 30% a 40% dos doentes, a glomerulopatia do vírus C pode se manifestar sem crioglobulinemia. Entretanto, os autores europeus16-18 não admitem essa possibilidade. De Brito et al19 encontraram em um doente com hepatite C, cuja epidemiologia, clínica e laboratório permitiram excluir com segurança o diagnóstico de esquistossomose, reação 08/01/01, 17:27 J Bras Nefrol 2000;22(4):226-30 229 Nussenzveig I & Brito T - Diagnóstico de glomerulopatia esquistossomótica falso-positiva para o antígeno esquistossomótico pela imunomicroscopia eletrônica. Assim sendo, caso exista a glomerulopatia do vírus C sem crioglobulinemia, será impossível distingui-la da GE pelo método das partículas de ouro nos pacientes esquistossomóticos positivos para a hepatite C. A terceira forma histológica admitida para a GE é a glomeruloesclerose segmentar e focal (GESF). Esse tipo de lesão foi produzido experimentalmente no babuíno e no hamster.12,20 Em seres humanos a incidência de GESF varia entre 11,2% e 38% dos casos de GE.3 Na série de Abensur et al,8 25% dos pacientes mostravam essa lesão histológica. Na microscopia ótica e na imunofluorescência, nada permitia distingui-la da GESF idiopática. Dentre os 9 pacientes de De Brito et al,11 dois mostravam lesões de GESF, um com depósitos de C3 e o outro com IgM e C3 presentes no mesângio. Do ponto de vista patogenético, duas possibilidades se abrem para a GESF esquistossomótica: 1. GESF primária: nessa hipótese, a esquistossomose deverá ser incluída entre as etiologias da GESF, ao lado do HIV. 2. GESF secundária: as lesões seriam conseqüentes à cicatrização da glomerulonefrite mesangial segmentar e focal. No presente momento, não é possível distinguir entre essas duas vias patogenéticas, tornando-se necessárias novas pesquisas a respeito. Os dois últimos casos da série de De Brito et al11 apresentavam glomerulopatia membranosa em um deles e, no outro, doença de lesões mínimas. A glomerulopatia membranosa não faz parte das lesões mencionadas na classificação proposta por Barsoum3 para a GE. Essa variedade histológica também não se desenvolve em animais infectados.12 Entretanto, dentre os 17 casos descritos em seres humanos por Sobh et al,10 quatro eram de glomerulopatia membranosa. Abensur et al8 encontraram dois casos num total de 24 (8,3%). O último paciente positivo pela microscopia imunoeletrônica evidenciava rim normal à microscopia ótica e imunofluorescência reiteradamente negativa. Submetido a tratamento pela prednisona, comportou-se como doença de lesões mínimas, alcançando rapidamente remissão completa e assim permanecendo pelo menos 5 anos. Por conseguinte, nesse doente, o antígeno esquistossomótico se encontra depositado nos glomérulos na ausência de imunoglobulinas e de complemento. Fato semelhante foi descrito por Houba 12 em babuínos infectados pelo Schistosoma mansoni. 4_1348.p65 229 Se realmente esses dois casos forem considerados como GE, serão cinco as formas histológicas pelas quais a parasitose pode se manifestar nos rins. Em seu editorial, De Brito et al19 descrevem os possíveis mecanismos patogenéticos envolvidos. Entretanto, existe uma hipótese alternativa. A esquistossomose é doença de antigenemia crônica, e o verme pode sobreviver no organismo humano durante 15-20 anos ou mais. Assim sendo, é possível admitir que o antígeno esquistossomótico poderia impregnar passivamente (nonimmunologic trapping) as estruturas glomerulares anteriormente lesadas por outros agentes patogênicos. Nesse caso, a glomerulopatia membranosa e a doença de lesões mínimas seriam idiopáticas, com depósito passivo do antígeno esquistossomótico nos glomérulos. Sobh et al10,21 também admitiram a possibilidade de se tratar de nefropatia associada de natureza não especificamente esquistossomótica nos pacientes de sua série em que a pesquisa dos antígenos CAA e CCA se mostrou negativa nas biópsias renais. Em conclusão, o método das partículas de ouro constitui avanço do ponto de vista patogenético, permitindo visualizar a localização precisa do antígeno esquistossomótico nas estruturas glomerulares. Permite ainda o diagnóstico seguro da parasitose, exceto nos pacientes contaminados pelo vírus da hepatite C. Entretanto, não resolve o problema das concomitâncias de patologias. Em 1996, Barsoum et al22 descreveram a presença crescente de IgA depositada nos glomérulos de pacientes com GE avançada, atribuindo grande importância patogenética a essa imunoglobulina na progressão das lesões renais. No Brasil, os depósitos de IgA nos glomérulos dos doentes carecem de importância. De Brito et al9 mencionam apenas depósitos glomerulares de IgG, IgM e C3 na série de 11 pacientes com lesões avançadas. Dentre os 9 casos de De Brito et al,11 apenas o de glomerulopatia membranosa apresentava IgA (+), ao lado de IgG (++), IgM (+) e C3. Os pacientes estudados por Abensur et al8 só evidenciavam IgM e C3 nos glomérulos. Do ponto de vista experimental, El-Sherif & Befus,23 utilizando cercárias procedentes de Porto Rico para infectar camundongos, demonstraram a predominância de IgA nos depósitos glomerulares. Por outro lado, De Brito et al,24 infectando hamsters com cercárias nativas, encontraram apenas depósitos de IgG, IgM e C3. Esses dados, em conjunto, sugerem que os efeitos imunopatogenéticos do Schistosoma 08/01/01, 17:27 230 J Bras Nefrol 2000;22(4):226-30 Nussenzveig I & Brito T - Diagnóstico de glomerulopatia esquistossomótica mansoni possam diferir conforme a região geográfica de que procedem. A esquistossomose já é mencionada em papiros egípcios datados do século XIX a.C. sob a denominação de ã-a-ã. Apesar de quase quatro milênios de conhecimento, ainda há muito a elucidar sobre essa parasitose. Referências 1. Seggie J, Davies PG, Ninin D, Henry J. 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