CONHECENDO MELHOR O SEU CÉREBRO ENXAQUECA Você pode salvar este artigo no seu computador e enviar para amigos Aprenda a lidar com ela Doença que atinge cerca de 30 milhões de brasileiros, em especial as mulheres, a enxaqueca pode ser prevenida e tratada por meio da mudança de hábitos e tratamento médico adequado Da Redação Jornal da Comunidade Edição 1058 - 07/03 a 13/03 de 2009 F ruto da inflamação dos vasos sanguíneos, a doença chega de mansinho. Depois, aumenta progressivamente, muitas vezes acompanhada de náuseas e intolerância a barulhos e luz. As veias latejam sem parar e o tormento pode durar horas ou, até mesmo, vários dias. O neurologista Ricardo A. Teixeira, do Instituto de Cérebro de Brasília, explica que o cérebro de uma pessoa com enxaqueca excita-se com mais intensidade do que o normal a diferentes estímulos externos ou internos. A doença pode atingir pessoas de qualquer idade, até mesmo crianças, impossibilitando a realização das tarefas do cotidiano. Não há cura herda, por intermédio de seus genes, distúrbios para o problema, mas tratamentos preventivos neurológicos que levam a algumas alterações e uma alimentação saudável podem amenizar na química cerebral. Diferentemente de outras esse mal. cefaleias, a enxaqueca é caracterizada por uma dor de cabeça intensa, em um ou nos dois De acordo com Ricardo Teixeira, a enxaqueca lados da cabeça, atingindo as regiões frontal e tem como fator determinante o próprio código temporal. As dores, que podem ser contínuas ou genético do indivíduo. Cerca de 75% das latejantes, ocorrem por alterações no circuito vítimas possuem um parente em primeiro da dopamina, uma das substâncias que envia grau com o mesmo problema, ou seja, ele estímulos nervosos por meio dos neurônios. CONHECENDO MELHOR O SEU CÉREBRO Ainda, segundo o neurologista, as crises de perfumes, dietas rigorosas e períodos enxaqueca podem ser desencadeadas por menstruais são alguns desencadeantes de uma inúmeros estímulos. Entretanto, a resposta crise. Porém, a nutricionista Daniela Guimarães de cada um deles é muito individual, por isso avisa que uma alimentação equilibrada pode é recomendável que cada paciente identifique contribuir para melhorar a vida de quem sofre seus fatores desencadeantes e procure evitá- de enxaqueca. “É importante conhecer os los. Em uma crise, em geral, a dor começa alimentos que são frequentemente associados fraca e se torna cada vez mais intensa. Ricardo às crises, mas isso não significa que exista uma afirma que cerca de um terço dos pacientes dieta específica para o controle da doença. A são “avisados” várias horas antes do início sensibilidade a esse ou àquele alimento varia de da dor, com o surgimento de sinais de alerta, acordo com o organismo de cada pessoa. Não como fadiga, alterações de humor e sintomas há como criar uma regra”, avisa Daniela. gastrointestinais. Além disso, o paciente pode apresentar dificuldade de concentração, Alguns estudos mostram que entre 7% a 30% sensação de cansaço e fraqueza. dos pacientes reconhecem algum produto alimentício como fator desencadeante de crises, Nas mulheres, as crises são mais frequentes e entre eles: chocolates, carnes defumadas, duradouras, por causa da oscilação hormonal queijos amarelos, enlatados, molhos vermelhos, que acontece durante o ciclo menstrual frutas cítricas, glutamato monossódico, – especialmente pela ação do hormônio aspartame, salame e bebidas alcoólicas. “Os estrogênio. A tradutora Ana Paula Oliveira, do mecanismos de ação dessas substâncias Hospital Brasília, conta que sofre continuamente incluem a provocação dos vasos cerebrais com as crises de enxaqueca. “Sinto latejamento (vasoconstrição ou vasodilatação), estímulo de na cabeça, sensibilidade à luz e qualquer barulho liberação de neurotransmissores, assim como é insuportável”, relata. A profissional confessa estímulo direto aos centros e vias nervosas que, muitas vezes, teve de faltar ao trabalho envolvidas no processo de enxaqueca”, explica por causa da dor. “O desconforto é tão forte Ricardo Teixeira. que preciso ficar no quarto escuro, de olhos fechados, ou seja, em repouso absoluto”, diz. Alimentação Estresse físico ou emocional, falta ou excesso de sono, mudanças de temperatura, álcool, Confira outros artigos acessando nosso site www.icbneuro.com.br SHLS 716 - Centro Clínico Sul - Torre II - 2º Andar - Sala 207 • 61 3346-5383 — 3346-9102