Planejamento do tratamento em radioterapia Introdução • Radioterapia é feita geralmente com mais de um campo de tratamento para entregar uma dose uniforme de radiação ao volume alvo e poupar ao máximo o tecido sadio ao redor • ICRU 50 recomenda uma uniformidade de dose de +7% e -5% em relação ao ponto de prescrição de dose Técnicas de tratamento • SSD: distância da fonte a superfície é mantida constante para todos os feixes 100cm 100cm 100cm Campo Anterior Campo Lateral Técnicas de tratamento • SAD: distância da fonte ao isocentro é mantida constante para todos os feixes 100cm 100cm 100cm Campo Anterior Campo Lateral Campo Posterior Definição dos volumes de tratamento • É um pré-requisito para o planejamento 3D e para o registro das doses • ICRU 50 e 62 definem os volumes necessários para o planejamento do tratamento e fornecem uma base para comparação dos resultados dos tratamentos Gross tumor volume (GTV) • The Gross Tumour Volume (GTV) is the gross palpable or visible/demonstrable extent and location of malignant growth • É normalmente definido com base em exames de imagem (CT, MRI, ultrassom…) e no exame clínico • Pode não ser definido • Razões para se descrever e reportar o GTV: • Este volume é usado para estadiamento do tumor • Uma dose adequada de radiação deve ser entregue pelo menos a este volume para o controle tumoral • A mudança no seu volume é uma forma de se avaliar a resposta tumoral Clinical target volume (CTV) • The clinical target volume (CTV) is the tissue volume that contains a demonstrable GTV and/or sub-clinical microscopic malignant disease, which has to be eliminated. This volume thus has to be treated adequately in order to achieve the aim of therapy, cure or palliation • Envolve o GTV e a região com “doença subclínica” • A doença subclínica pode estar separada do tumor original (ex: mama) • É geralmente determinado pela adiação de uma margem ao redor do GTV (ex: CTV = GTV + 1cm de margem), mas pode ser igual ao GTV (ex: próstata) CTV • Até agora a definição dos volumes e cálculos da dose foi feita de maneira estática • Na prática, devemos considerar: • Incertezas no posicionamento, tamanho e formato dos volumes definidos • Incertezas na orientação dos feixes e posicionamento do paciente em relação a ele • Isto é feito com base na adição de margens ao redor do CTV para garantir que mesmo com estas incertezas ele receba a dose necessária Internal Target Volume (ITV) • Uma margem interna deve ser adicionada ao CTV para compensar movimentos fisiológicos e variações em seu tamanho, formato e posicionamento • Esta margem pode ser assimétrica em relação ao CTV • É resultado da respiração, preenchimento do órgão, deglutição, batimento cardíco.... • ITV = CTV + margem interna Margens de setup • Considera incertezas no posicionamento do paciente e alinhamento dos feixes durante o tratamento • Pode ser diferente para cada instituição • Depende o acessório usado para imobilização do paciente • Do controle de qualidade da instituição • Da habilidade e experiência dos técnicos • Da tecnologia usada para correção de posicionamento Planning target volume (PTV) • The planning target volume (PTV) is a geometrical concept, and it is defined to select appropriate beam arrangements, taking into consideration the net effect of all possible geometrical variations, in order to ensure that the prescribed dose is actually absorbed in the CTV • PTV = CTV + combinação da margem interna + setup • É uma responsabilidade do médico e do físico • Não inclui margens para características dosimétricas do feixe de radiação (ex: penumbra ou buildup) Penumbra • Deve ser considerada na seleção do campo de tratamento Ex: Variação posicionamento próstata durante radioterapia kvCT superimposed with kvCBCT contours showing variation in bladder and rectal volumes for a patient over a 9-week period Treated Volume • The treated volume is the tissue volume that (according to the apporved treatment plan) is planned to receive at least a dose selected and specified by the radiation oncology team as being appropriate to achieve the purpose of the treatment • É o volume englobado pela isodose de prescrição do tratamento • O volume tratado, que recebe a dose de prescrição, é geralmente maior que o volume do PTV devido a limitações das técnicas de irradiação Irradiated Volume • Is the tissue volume that receives a dose that is considered significant in relation to normal tissue tolerance • Depende da técnica de tratamento usada • Aumenta com o aumento do número de campos de tratamento • Depende da responsabilidade da equipe para selecionar a melhor opção para o tratamento Organs at risk (OR) • Are normal tissues whose radiation sensitivity may significantly influence treatment planning and/or prescribed doses • Podem exigir uma mudança no arranjo de campos usados para o tratamento ou até uma mudança na dose final • Requerem especial atenção quando OR com baixa tolerância de dose estão posicionados ao lado das regiões de tratamento (Ex: cristalino em tratamento de nasofaringe) Planning Organ at Risk Volume (PRV) • Tem o mesmo significado que o PTV tem para o CTV • Adiciona uma margem ao OR para garantir que qualquer movimento do OR durante o tratamento seja considerado Volumes de tratamento Acrescentando os OR Planejamento Convencional ou 2D • Simulação do tratamento • Definição do posicionamento do paciente • Definição dos campos de tratamento • Na técnica isocêntrica: definição do isocentro do tratamento (imagens de raiox-X simulador ou AL) e dos blocos de proteção • Aquisição das dimensões dos pacientes • DAP • DLL • Contorno do paciente Acessórios de Imobilização • Apoio para os pés • Apoio para as pernas Acessórios de Imobilização • Máscara termoplástica Acessórios de Imobilização Acessórios de Imobilização • Colchão moldado à vácuo Acessórios de Imobilização • Base T Acessórios de Imobilização • Rampa de mama Definição dos campos de tratamento • Localização é o procedimento inicial do tratamento para delineamento do alvo em relação à marcas externas Definição dos campos de tratamento Contornos para planejamento 2D • Devem ser feitos com o paciente na posição de tratamento e com marcas rastreáveis ao posicionamento Distribuição de isodoses Campos paralelos e opostos 3 campos 4 campos – técnica “box” 4 campos – técnica “X” Radioterapia em arco Correções de curvas de isodose para irregularidades de superfície Correção de inomogeneidades Outros recursos... • Bólus Experimento de hoje: Descrever como seria realizado o tratamento dos “pacientes” submetidos aos planejamentos seguintes, desde o posicionamento até o cálculo das unidades monitoras Planejamento 1: Coluna cervical / torácica • Paciente em decúbito ventral • Dose 10 frações de 300cGy em campo campo único • Setup SSD • Profundidade do tumor = 3cm Planejamento 2: Coluna cervical / torácica • Paciente em decúbito ventral • Dose 10 frações de 300cGy • 2 campos (anterior e posterior, peso maior pelo posterior 2:1) • Setup SAD • SSD posterior = 97 cm • SSD anterior = 93 cm Planejamento 3: Crânio total • Paciente em decúbito dorsal • Dose 20 frações de 200cGy • 2 campos (lateral direito e lateral esquerdo) • Setup SAD • SSD lateral direito = 92 cm • SSD lateral esquerdo = 93 cm Planejamento 4: Próstata • Paciente em decúbito dorsal • Dose 50Gy em 25 frações • 4 campos de tratamento (ant, post, LE e LD), pesos iguais, isodose 95% e setup SAD • DAP = 20cm, SSD anterior = 92 • DLL = 30cmm, SSD lateral esquerdo = 85 Planejamento 5 – mama • Dose 28 frações de 180cGy • Campos tangentes ao tórax, paralelos e opostos: • tangente interno: gantry 310 • Tangente externo: gantry 130 • Pesos iguais • Filtro de 30º nos dois campos • Setup SAD • SSD tangente interno = 90 cm • SSD tangente externo = 91 cm