FACULDADE DE ESTUDOS SOCIAIS DO ESPÍRITO SANTO ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS Economia Brasileira - 5º PERÍODO – 1º BIM 2008/1 Professor: Francisco José Teixeira Garcia TESTE DE REVISÃO Aluno(a): Turma: Data: 06/03/2008 Nota: 1. A política de valorização do café definida pelo Convênio de Taubaté em 1906: a) Foi uma iniciativa do Governo Federal e não dos cafeicultores; b) Foi financiada por emissões de papel-moeda dado a dificuldade de obtenção de empréstimos externos; c) Incentivou a expansão dos cafezais no Brasil e em outros países produtores de café; d) Possibilitou a ampliação da demanda internacional por café, promovendo a contínua elevação de seus preços, devido a elevada elasticidade preço deste produto agrícola; e) Eliminou do mercado brasileiro, os produtores ineficientes. 2. O período que vai do começo do século XX até o fim da década de 1930 caracteriza-se por crescente envolvimento de governos, tanto estaduais, como Central, nos mercados do café visando à sustentação dos preços do produto. a) Essas intervenções ocorreram em épocas de forte ampliação na demanda, geralmente causada por combinação de condições econômicas favoráveis e expansão da urbanização nos países centrais. b) O primeiro programa de sustentação de preços teve início em 1906. Para tal, o Governo Central fixou um preço mínimo para o café e transferiu recursos ao governo de São Paulo, que pode assim retirar do mercado o café excedente. c) Os programas de defesa do café, naquele período tiveram por objetivo atender às demandas das oligarquias cafeeiras, que sempre dominaram a máquina política do Governo Central. d) Nas décadas de 1920 e 1930, a defesa do café visava, também, a evitar a queda nas receitas de exportação do País; isso porque a demanda internacional pelo café brasileiro era fortemente elástica ao preço. e) Na década de 1930, a elevada elasticidade preço da demanda do café brasileiro levou o governo a retirar excedentes do mercado com o objetivo de sustentar preços e evitar queda na receita de divisas do País. 3. Segundo a interpretação clássica, a política de defesa do setor cafeeiro implementada nos anos da depressão teria sido em parte, responsável pelo crescimento industrial da década de trinta. Com respeito a tal interpretação, pode-se afirmar que: a) O crescimento da produção industrial ocorrida a partir de 1932 se deveu também, em parte, à utilização da capacidade ociosa existente na indústria; b) Graças ao alto nível de reservas internacionais, o governo pôde, ao contrário da maioria dos países devedores, saldar seus compromissos externos nos primeiros anos da década de trinta, possibilitando a expansão do setor industrial; c) A desvalorização cambial do início dos anos trinta decorreu do acréscimo das receitas de exportação e também do significativo aumento da entrada de capitais estrangeiros, o que elevou a demanda pela produção industrial local; d) A maior demanda pela produção interna nos anos 31/34 deve ser atribuída, em parte, à política de restrição à importação de bens de capital praticada à época. e) Todas as afirmativas acima estão incorretas. 4. Os efeitos da crise mundial de 1929 foram transmitidos à economia brasileira pelo comércio internacional. No que se refere aos primeiros anos da década de trinta, verifica-se que: a) A queda nos preços das exportações brasileiras provocou um aumento proporcionalmente maior das quantidades exportadas e conseqüente aumento das receitas de exportação; b) As desvalorizações cambiais do período reduziram a demanda por importações e beneficiaram a produção doméstica; c) A produção industrial brasileira se recuperou lentamente dos efeitos adversos da crise de 29, passando a apresentar taxas de crescimento relativamente baixas durante toda a década de 30; d) O desempenho do comércio internacional introduziu fortes pressões inflacionárias na economia brasileira; e) A despeito da crise internacional, o Governo brasileiro foi capaz de obter empréstimos estrangeiros e, assim, pode manter a mesma política de defesa do setor cafeeiro, praticada antes dos anos trinta. 5. O crescimento da indústria durante a década dos trinta até 1945 ocorreu num ambiente de restrição as importações criando uma reserva de mercado para a indústria nacional. Neste sentido pode-se afirmar que: a) A substituição de importações diminuiu e aumentaram as importações de bens de consumo e equipamentos b) A substituição de importações aumentou ocorrendo uma intensa produção local de bens de capital. c) A substituição de exportações diminuiu e aumentou a importação de alimentos, bebidas e tecidos. d) A substituição de importações cresceu e aumentou a produção local de alimentos, tecidos, bebidas e transportes. e) Durante a década de trinta até 1945 não existiram restrições às importações. 6. No que se refere ao desempenho da economia brasileira e às políticas implementadas nos anos trinta, são válidas as afirmativas que se seguem: a) Durante toda a década de trinta o Governo se absteve de qualquer interferência no mercado cambial; b) O produto industrial cresceu ao longo de toda a década apresentando taxas, especialmente altas, no período 19331937, graças, em parte, à utilização da capacidade ociosa instalada em períodos anteriores; c) Um aumento da demanda por produtos importados provocou um surto inflacionário sem precedentes; d) A moeda brasileira manteve-se valorizada durante todo o período para viabilizar o aumento nas importações; e) Nenhuma das respostas anteriores. 7. “Como as importações eram pagas pela coletividade em seu conjunto, os empresários exportadores estavam na realidade logrando socializar as perdas que os mecanismos econômicos tendiam a concentrar em seus lucros.” FURTADO, Celso. Formação Econômica do Brasil. SP: Companhia Editora Nacional, 1970, p. 165. A socialização de perdas a que se refere Furtado tinha como principal elemento: a) Maior taxação dos bens de consumo não duráveis a fim de financiar os esquemas de retenção de safra. b) Elevação das receitas, em mil-réis, dos exportadores de café, decorrente da desvalorização cambial. c) Queda da arrecadação dos impostos de importação. d) Barateamento do preço dos bens de capital através de subsídios governamentais. e) Política cambial restritiva, provocando valorização da moeda nacional em detrimento das camadas urbanas emergentes. 8. “Terras e escravos são os bens que possuo. Durante o século XIX até 1888, essas palavras abriram inúmeros testamentos que arrolavam e distribuíam o que os fazendeiros de Vassouras (Vale do Paraíba) haviam herdado (...) A vinculação de terras e escravos, os pilares da sociedade agrícola, não era apenas fortuita. A mão-de-obra escrava não era indispensável somente no trabalho da terra; o número de escravos havia sido um pré-requisito na obtenção de sesmaria da coroa portuguesa.” A escravidão foi instituição-chave da economia e da sociedade brasileira, tendo atingido seu ápice no século XIX, durante o Império. Sobre a escravidão no Brasil, é correto afirmar que: a) Manteve uma localização exclusivamente rural, nas grandes plantações. b) Apresentou baixa mortalidade e predomínio de mulheres. c) Chegou a ser empregada maciçamente na indústria manufatureira. d) Esteve ausente dos setores voltados para o mercado interno. e) Foi inviabilizada economicamente a partir do fim do tráfico atlântico, em 1850. 9. Considere o trecho abaixo, relativo à política de proteção do café nos anos da grande depressão que se seguiu à crise de 1929. “Ao garantir preços mínimos de compra, […], estava-se na realidade mantendo o nível de emprego na economia exportadora e, indiretamente, nos setores produtores ligados ao mercado interno”. FURTADO, C. Formação Econômica do Brasil. SP: Companhia Editora Nacional, 1975, p. 190 Este trecho faz parte da proposição clássica de Celso Furtado, de que a) Os preços mínimos eram garantidos através de uma melhor colocação dos produtos no mercado internacional. b) O preço do café foi fixado para os consumidores do mercado interno. c) A política de proteção do café desempenhou, involuntariamente, um papel de fomento a expansão da oferta de café. d) A política de proteção do café desempenhou, involuntariamente, um papel anticíclico de caráter keynesiano. e) A economia brasileira não foi atingida pela grande depressão. 10. Diga se concorda ou não com a afirmativa e justifique a sua posição: “A política de defesa do café, relativamente eficiente no primeiro quartel do século, havia conduzido a economia cafeeira a uma situação extremamente vulnerável por época da eclosão da crise mundial de 1929”. R: Entre 1925 e 1929, a produção de café cresceu em quase 100%, enquanto o volume exportado manteve-se inalterado. Entre 1927 e 1929, os consumidores externos desejavam apenas dois terços da produção. O governo ficou, então, com um terço do café. Mesmo assim, mais pés de café foram plantados. A política de contrair a oferta para sustentar o preço alto do café gerou incentivo para que outros países passassem a produzir e exportar o produto. Com a entrada de novos fornecedores, o Brasil perdeu o monopólio e o preço do café caiu. Com o início da Grande Depressão nos Estados Unidos em 1929, o governo brasileiro não obteve novos empréstimos para a compra e estocagem do café excedente. Os cafeicultores foram forçados a colocar quase toda a produção no mercado, gerando uma situação de catástrofe para o setor, visto que a demanda caiu fortemente, enquanto a oferta não parava de crescer.