World Economic Situation and Prospects 2007 Comunicado de Imprensa A economia mundial abrandou em 2007 mas os países em desenvolvimento continuam a registar um forte crescimento O declínio do mercado de habitação americano é um factor importante NAÇÕES UNIDAS, Nova Iorque, 11 de Janeiro. - A economia mundial deverá abrandar, em 2007, após ter apresentado durante três anos um crescimento historicamente elevado, segundo previsões recentes das Nações Unidas sobre a economia mundial. Depois de o produto mundial bruto (PMB) ter atingido um nível de crescimento sem precedentes de 4,0% em 2005 e um valor estimado de 3,8% em 2006, prevê-se que, em 2007, o crescimento mundial não ultrapasse os 3,2%. O declínio do mercado de habitação nos Estados Unidos é um importante factor do abrandamento mundial, segundo o relatório anual das Nações Unidas, World Economic Situation and Prospects 2007 (Situação e Perspectivas da Economia Mundial 2007), divulgado hoje. Prevê-se que a inversão da tendência expansionista do mercado de habitação faça diminuir a procura por parte dos consumidores e provoque uma desaceleração da economia americana, fazendo baixar a taxa de crescimento para 2,2% em 2007. A recuperação económica no Japão e na Europa não é suficientemente forte para substituir os Estados Unidos como motor do crescimento da economia mundial. Contudo, "as empresas [americanas] continuam a apresentar uma boa situação financeira e existe uma margem para reduzir as restrições monetárias, pelo que a actual situação não necessita forçosamente de degenerar em recessão", diz o relatório. Embora durante 2006 se tenha registado um forte crescimento a nível mundial, isto não conduziu a reduções substanciais das taxas de desemprego. O crescimento do emprego não correspondeu às expectativas, sobretudo nos países em desenvolvimento, onde a produção registou um aumento excepcional em 2006. Os países em desenvolvimento e as economias em transição apresentaram taxas de crescimento da produção médias de 6,5% e 7,2%, respectivamente. Prevê-se a continuação de um forte crescimento nos países em desenvolvimento em 2007, mas haverá um ligeiro abrandamento: para 5,9% nos países em desenvolvimento e para 6,5% nas economias em transição. No mundo em desenvolvimento, o crescimento económico continuou a ser conduzido pelas economias do Leste Asiático, cujo crescimento médio foi de 7,6% em 2006. A China registou um taxa de crescimento superior a 10%. Na Ásia Meridional, o crescimento económico, conduzido pela Índia, apresentou-se também forte, atingindo 6,7% em 2006. Prevê-se que este crescimento se mantenha e que as economias do Leste Asiático apresentem uma expansão média de 7,0%, embora na Ásia Meridional se espere um ligeiro abrandamento em 2007. Os países menos avançados também têm registado um excelente desempenho, tendo apresentado uma taxa de crescimento média de quase 7% em 2006, sobretudo os países produtores de petróleo e outros exportadores de minerais que beneficiaram dos preços elevados das mercadorias. Prevê-se, igualmente, que estes países continuem a apresentar um forte crescimento em 2007. Na Europa, o crescimento excedeu as expectativas em 2006 e deverá abrandar para cerca de 2% em 2007 e, no Japão, que também registou um crescimento robusto em 2006, prevê-se um abrandamento para menos de 2% em 2007. O défice da balança de transacções correntes dos Estados Unidos continuou a aumentar em 2006, atingindo quase 900 mil milhões de dólares. Cerca de dois terços deste défice foi compensado pelos excedentes dos principais países exportadores de petróleo, e os países em desenvolvimento asiáticos e de outras regiões também apresentaram excedentes de poupança, contrabalançando o défice americano. No entanto, em 2007, a ONU prevê uma ligeiras atenuação destes desequilíbrios mundiais, já que o abrandamento do crescimento económico dos Estados Unidos e a diminuição dos preços do petróleo irão fazer baixar o valor das importações da maior economia mundial. Ao mesmo tempo, prevê-se uma nova depreciação do dólar, o que irá incentivar as exportações e travar a procura de importações. No entanto, o relatório adverte que subsiste o risco de um ajustamento desordenado destes desequilíbrios financeiros. Em consequência da persistência e agravamento do défice da balança de transacções correntes, o endividamento dos Estados Unidos tem-se acentuado e atingiu um nível que põe em causa a sustentabilidade da actual constelação de desequilíbrios mundiais, havendo o perigo de uma erosão rápida da confiança no dólar como principal moeda de reserva do mundo. Uma eventual "aterragem dura" do dólar fará aumentar a incerteza entre os investidores internacionais e poderá causar perturbações nos mercados financeiros. Um ajustamento deste tipo, a dar-se, tornará o ambiente económico mais volátil e menos dinâmico, o que, provavelmente, afectará sobretudo os países em desenvolvimento. O relatório da ONU adverte, igualmente, que existe a possibilidade de um declínio mais grave da economia mundial se os preços da habitação nos Estados Unidos baixarem ainda mais e diminuírem, por exemplo, 15%. Tal declínio não só faria baixar o crescimento económico do país para menos de 1% em 2007, como também reduziria o crescimento económico mundial em um ponto percentual. Esta diminuição dos preços da habitação poderá provocar uma crise nos mercados hipotecários e desencadear um ajustamento deflacionista dos desequilíbrios mundiais, aumentando o risco de uma convulsão nos mercados financeiros. O relatório World Economic Situation and Prospects 2007 apela à acção concertada ao nível da política macroeconómica a fim de evitar um ajustamento desordenado e gerar confiança na estabilidade dos mercados financeiros e de divisas. Afirma que existe uma necessidade premente de rever as actuais posições nacionais em matéria de política macroeconómica, que não são as mais adequadas para corrigir os desequilíbrios mundiais. O relatório propõe a criação de um novo mecanismo de consulta tendo em vista a coordenação de posições e metas em matéria de política macroeconómica, a fim de reduzir os desequilíbrios e, ao mesmo tempo, evitar uma recessão mundial. Na ausência de alterações mais fundamentais ao sistema monetário e financeiro mundial, a iniciativa proposta poderá muito bem constituir a solução possível. A finalidade de tal acordo seria um aumento da poupança e das exportações e uma redução da dívida dos Estados Unidos, bem como um reforço da procura interna nos principais países credores, em particular o Japão, os países em desenvolvimento da Ásia e os principais países produtores de petróleo. Segundo o relatório, algumas plataformas existentes e que têm um reduzido número de membros, tais como o Grupo dos Oito (G8) e outras instâncias de debate, não são adequadas para se chegar a acordo sobre a coordenação das políticas macroeconómicas tendo em vista a correcção dos desequilíbrios mundiais. O mecanismo internacional de consulta proposto no relatório prevê a inclusão de um mediador, como o Fundo Monetário Internacional (FMI), o que poderá ajudar a gerar um consenso sobre a natureza e gravidade dos problemas actuais. O processo de consulta envolveria todos os principais intervenientes, o que asseguraria uma representação justa dos países em desenvolvimento. Para o efeito de entrevistas ou para obter mais informações, contactar a Secção de Desenvolvimento do Departamento de Informação Pública das Nações Unidas através de Newton Kanhema, 1-212-963-5602, [email protected] ou Oisika Chakrabarti, 212.963.6816, [email protected]. O relatório WORLD ECONOMIC SITUATION AND PROSPECTS é produzido no início de cada ano pelo Departamento de Assuntos Económicos e Sociais das Nações Unidas (UN DESA), a Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (UNCTAD) e as cinco comissões regionais das Nações Unidas (Comissão Económica para África (ECA), Comissão Económica para a Europa (ECE), Comissão Económica para a América Latina e as Caraíbas (CEPAL), Comissão Económica e Social para a Ásia e o Pacífico (ESCAP), e Comissão Económica e Social para a Ásia Ocidental (ESCWA)). O relatório WORLD ECONOMIC SITUATION AND PROSPECTS 2007 (Código de venda E.07.II.C.2, ISBN 978-92-1091533) pode ser adquirido através de: United Nations Publications, Two UN Plaza, Room DC2-853, Dept. PRES, New York, NY 10017 USA, Tel. 800-253-9646 or 1212-963-8302, Fax. 1-212-9633489; E-mail:[email protected]; ou Section des Ventes et Commercialisation, Bureau E-4, CH-1211, Geneva-10, Switzerland, Tel, 41-22-917-2614, Fax. 4122-917-0027, E-mail:[email protected]; Internet: http://www.un.org/publications.