USO E ACEITAÇÃO DAS PLANTAS MEDICINAIS E

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Volume 2 / Número 3 / Jul/Set – 2011
USO E ACEITAÇÃO DAS PLANTAS MEDICINAIS E FITOTERÁPICOS
NOS PSF´s DO MUNICIPIO DE PEDRA LAVRADA-PB
Joana D´arc Souza Nóbrega1; Hielma da Silva Agra1; Helder Neves de Albuquerque2
1.Graduandas em Biologia UVA/UNAVIDA. [email protected]
2. Biólogo. Doutorando em Agronomia UFPB Campus II Areia-PB
RESUMO: O processo de utilização das plantas em práticas populares e tradicionais como remédios caseiros e
comunitários, é conhecido atualmente como medicina alternativa. O homem pré histórico já utilizava e sabia distinguir
as plantas comestíveis daquelas que podiam ajudar a curá-lo de alguma moléstia. O presente trabalho se propôs a
levantar o conhecimento, aceitação, uso e aquisição dos profissionais de saúde e da população do município de Pedra
Lavrada, PB, sobre as plantas medicinais e os fitoterápicos. A pesquisa foi realizada no período de março a maio de
2011, em três PSF (Programa de Saúde da Família), do município de Pedra Lavrada, PSF I Benildes de Medeiros
Fernandes, PFS II Dina de Azevedo Melo e o PSF III Gregório Simplício da Costa, por meio de entrevistas
estruturadas, com o emprego de um questionário pré-estabelecido. Durante a pesquisa os profissionais da área da saúde
não recusaram-se em participar da pesquisa. Os vinte profissionais da área da saúde participantes da pesquisa estão
distribuídos em sete categorias profissionais: Médicos (15%); Enfermeiros (15%); Técnicos em Enfermagem (15%),
Bioquímicos (10%); Odontólogos (15%), ASB (15%) e Auxiliar de farmácia (15 %). De um total de 24 plantas citadas
pelos participantes da pesquisa, as citações foram bem variadas de profissional para profissional não havendo muitas
repetições de plantas medicinais entre, onde a mais citada foi hortelã. Todos os profissionais das diferentes categorias
de saúde relataram conhecer algum tipo de planta medicinal e/ ou fitoterápico. Os profissionais pesquisados fazem
pouco uso dos fitoterápicos, sendo estes da classe dos médicos, enfermeiros e fisioterapeutas, usando apenas a arnica,
babosa, camomila e barbatimão são usados em suas práticas. Quanto ao uso das plantas medicinais os entrevistados as
utilizam freqüentemente, principalmente na forma de chás e tintura.
Palavras-Chaves: Fitoterápicos, Remédio Caseiro, Uso Popular.
ABSTRACT: The process of using plants in popular and traditional practices as home remedies and community, it is
known today as alternative medicine. The prehistoric man already knew and used to distinguish edible plants from those
that could help cure you of any disease. This study proposes to raise the knowledge, acceptance, use and acquisition of
health and population of the city of hewn stone, PB, medicinal plants and herbal medicines. The survey was conducted
from March to May 2011, three FHP (Family Health Program), the city of hewn stone, I Benilde PSF Fernandes de
Medeiros, PFS II Dina de Azevedo Mello and PSF Gregory III Simplicio Coast through structured interviews, with the
use of a pre-established questionnaire. During the research the health professionals do not have refused to participate.
Twenty health professionals participating in the survey are divided into seven occupational categories: Doctors (15%),
nurses (15%), Nursing Technicians (15%), Biochemical (10%), Dentists (15%), ASB (15%) and pharmacy assistants
(15%). Of a total of 24 plants cited by the research participants, quotes were very varied with no professional training
for many repetitions of medicinal plants from where the most cited was mint. All professionals of different categories of
health reported knowing some kind of medicinal plant and / or herbal medicine. The professionals surveyed make little
use of herbal medicines, which are the class of doctors, nurses and physiotherapists, using only the arnica, aloe vera,
chamomile and barbatimão are used in their practices. Regarding the use of medicinal plants respondents use them
often, especially as teas and tincture.
Keywords: Herbal Medicines, home remedies, popular use.
1 INTRODUÇÃO
Ao se referir às plantas, em especial as medicinais, não se pode deixar de ressaltar que o
conhecimento adquirido sobre essas espécies, seus usos, indicações e manejo são uma herança dos
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antepassados, que de forma tradicional, têm passado seus conhecimentos de geração a geração,
desde os tempos mais remotos até os dias atuais. Assim, o processo de utilização das plantas em
práticas populares e tradicionais como remédios caseiros e comunitários, é conhecido atualmente
como medicina alternativa. O homem pré histórico já utilizava e sabia distinguir as plantas
comestíveis daquelas que podiam ajudar a curá-lo de alguma moléstia (FRANCESCHINI FILHO,
2004).
Conforme a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA, 2008), as plantas
medicinais são plantas capazes de tratar ou curar doenças. Estas plantas têm tradição, pois são
usadas como remédio em uma população ou comunidade. Para que sejam usadas, é necessário
conhecer a planta e saber onde colher e como prepará-la. Já o Fitoterápico é o resultado da
industrialização da planta medicinal para se obter um medicamento. Assim, a diferença entre planta
medicinal e fitoterápico reside na elaboração da planta para uma formulação específica, o que
caracteriza um fitoterápico.
Atualmente, muitos fatores têm contribuído para o aumento da utilização deste recurso,
entre eles, o alto custo dos medicamentos industrializados, o difícil acesso da população à
assistência médica, bem como a tendência, nos dias atuais, ao uso de produtos de origem natural
(SIMÕES et al., 1998).
As pesquisas químicas e farmacêuticas ao longo do Século XX possibilitaram o alívio para
males que assolaram a humanidade por séculos, como a tuberculose, a sífilis, o câncer e a
hanseníase, assim como para as endemias do mundo moderno, como a depressão, as cardiopatias e a
AIDS (AKERELE, 1993).
Assume-se hoje que a maior parte dos produtos farmacêuticos foi desenvolvida a partir dos
produtos naturais. A contribuição dos produtos naturais no desenvolvimento de novos produtos
farmacêuticos é inquestionável. Calcula-se que somente nos últimos 25 anos, 77,8% dos agentes
anticancerígenos testados e aprovados foram derivados de produtos naturais (Nogueira et al., 2010).
A despeito deste fato, estima-se que das 300 mil espécies de plantas no mundo, apenas 15% delas
tenham sido submetidas a algum estudo científico para avaliar suas potencialidades na preparação
de novos produtos. Estima-se também que 70% das plantas existentes no planeta ocorrem em
apenas 11 países: Austrália, Brasil, China, Colômbia Equador, Índia, Indonésia, Madagascar,
México, Peru e República Democrática do Congo (NOGUEIRA et al., 2010).
A grande oferta de medicamentos alopáticos, entretanto, não resolveu os problemas de saúde
da maior parte da população. Para essa população, as terapias alternativas são as principais formas
de tratamento, e as plantas medicinais, os principais medicamentos (MENGUE et al., 2001). Com a
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descentralização e a participação popular, os estados e municípios ganharam maior autonomia na
definição de suas políticas e ações em saúde, vindo a implantar experiências pioneiras (BRASIL,
2005).
A Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS (PNPIC), pactuada
na Comissão Intergestores Tripartite, aprovada pelo Conselho Nacional de Saúde no ano de 2005 e
publicada por meio de Portaria nº 971, de 03 de maio de 2006, a PNPIC propôs a inclusão das
plantas medicinais e fitoterapia, homeopatia, medicina tradicional chinesa/acupuntura e termalismo
social/crenoterapia como opções terapêuticas no sistema público de saúde. Essa política traz dentre
suas diretrizes para plantas medicinais e fitoterapia a elaboração da Relação Nacional de Plantas
Medicinais e de Fitoterápicos; e o provimento do acesso a plantas medicinais e fitoterápicos aos
usuários do SUS.
Desta forma, o estudo do conhecimento e a aceitação por parte dos profissionais de saúde e
da população em geral saúde da população sobre o uso e os benefícios da utilização das plantas
medicinais e ou fitoterápicos pelo SUS (Sistema único de Saúde), caracteriza-se como uma
contribuição necessária para o avanço do conhecimento científico. Portanto, o que se tem observado
nas últimas décadas é um acentuado aumento nas pesquisas de caráter interdisciplinar que buscam a
documentação do conhecimento relativo aos “povos tradicionais”, onde suas interações ecológicas,
simbólicas e culturais com as plantas representam um aparente retorno à revalorização dos
processos de cura com espécies medicinais (Castro, 2000). O presente trabalho se propôs a levantar
o conhecimento, aceitação, uso e aquisição dos profissionais de saúde e da população do município
de Pedra Lavrada, PB, sobre as plantas medicinais e os fitoterápicos, bem como o seu conhecimento
sobre as diretrizes da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC).
2 MATERIAL E MÉTODOS
A pesquisa do tipo quali-quantitativa, descritiva, exploratória e bibliográfica foi dividida em
três etapas distintas e interligadas entre si. No primeiro momento foi realizada uma pesquisa
bibliográfica, no segundo a pesquisa de campo e para finalizar o trabalho foram tabulados os dados,
realizando comparações e análises dos resultados obtidos, conforme Appolinário (2006) e Gil
(2007).
A pesquisa foi realizada na cidade de Pedra Lavrada, Estado da Paraíba, está situada na
Mesoregião da Borborema, na microrregião do Seridó, possui uma área de 393.4 km2, com um
percentual da área da microrregião de 14,70% e representando 0,70% da área do estado; a sua
altitude é de 516 metros e as coordenadas geográficas da sede municipal são de 06º45’25’’ de
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latitude e 36º28’49” de longitude (Wgr). De acordo com o censo realizado pelo IBGE (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística) no ano de 2009, sua população é de 7.035 habitantes.
Os dados foram coletados junto à população e aos profissionais da área da saúde do
Programa Saúde na Família. O instrumento utilizado para a coleta dos dados junto aos informantes
foi o questionário estruturado. A coleta de dados teve início logo após o atendimento aos preceitos
éticos da pesquisa. A pesquisa foi realizada no período de março a maio de 2011, em três PSF
(Programa de Saúde da Família), do município de Pedra Lavrada, PSF I Benildes de Medeiros
Fernandes, PFS II Dina de Azevedo Melo e o PSF III Gregorio Simplicio da Costa, por meio de
entrevistas estruturadas, com o emprego de um questionário pré-estabelecido. Foram entrevistados
homens e mulheres, escolhidos ao acaso, que após a explicação da natureza e finalidade do trabalho,
aceitavam participar da pesquisa. As categorias/ aspectos analisados foram: perfil do usuário;
utilização ou não da terapêutica e de plantas medicinais fitoterápica pelos profissionais de saúde;
razões; forma de aquisição e informações sobre as plantas medicinais. Foram utilizados
questionários com perguntas abertas com base em Rampazzo (2001). Os sujeitos profissionais
foram abordados no local de trabalho, respeitando-se a preferência pelo dia, horário e
disponibilidade, ou até mesmo agendando horários de menor fluxo de pessoas que freqüentam os
estabelecimentos e instituições amostradas.
A escolha do questionário como técnica de coleta de dados se deve ao fato de que, o
questionário é uma das técnicas mais utilizadas nas pesquisas de cunho descritivo. Além do mais
apresenta inúmeras vantagens, entre as quais garantir o anonimato das respostas, permitir que as
pessoas o respondam no momento em que julgarem mais conveniente, além de não esporem os
pesquisados à influência das opiniões e do aspecto pessoal do entrevistado (GIL, 2007).
A amostragem adotada no presente trabalho, para os profissionais da saúde, foi a por
acessibilidade ou conveniência (GIL, 2007).
Os profissionais foram abordados em seu local de trabalho (Unidade Básica de Saúde da
Família (PSF) em horários diferentes, nos turnos matutino e vespertino. Esses incluíam: médicos
(3), enfermeiros (3), técnicos em enfermagem (3), farmacêuticos (2), odontólogos (3), axiliar de
consultório dentista (3), e auxiliar de farmácia (3), totalizando 20 profissionais da saúde
amostrados.
Aplicou-se ainda o questionário estruturado a 45 sujeitos da comunidade. Tomou-se por
base o domicílio como unidade amostral, entrevistando-se a pessoa responsável a partir de 18 anos.
Os domicílios foram amostrados de forma aleatória, por meio de sorteio no bairro de cobertura do
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PSF, seguido do sorteio dos domicílios. As entrevistas foram realizadas tanto durante a semana
quanto nos finais de semana e feriados, em horários variados de 8:00 às 17:00 horas.
Os sujeitos da comunidade amostrados foram avaliados quanto ao conhecimento e aceitação
da inclusão dos fitoterápicos no SUS (Sistema Único de Saúde), além do conhecimento sobre
plantas medicinais e fitoterápicos, formas de uso, principais indicações terapêuticas e formas de
obtenção das plantas medicinais.
A pesquisa seguiu as Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisa envolvendo os
seres humanos do Conselho Nacional de Saúde, Resolução 196/96.
Os sujeitos foram abordados verbalmente pela pesquisadora, com um breve relato sobre a
finalidade e objetivos da pesquisa, quando o sujeito aceitava participar da pesquisa, tomava
conhecimento do termo de consentimento livre e esclarecido. Quando o sujeito queria participar e
no momento não disponibilizava de tempo, agendou-se dia, local e hora para a entrevista, conforme
metodologia de Dutra (2009). Todos os sujeitos que aceitaram livremente participar da pesquisa
assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os sujeitos tiveram o direito de desistir
de participar da pesquisa em qualquer momento. O anonimato dos sujeitos foi garantido bem como
as instituições pesquisadas. Os dados foram usados somente para finalidade científica. Os sujeitos
foram informados detalhadamente de todo o procedimento durante a entrega dos questionários.
Mesmo com seu consentimento e autorização para as publicações, o anonimato quanto à identidade
foi resguardado.
Após a coleta dos dados, procedeu-se a análise e interpretação dos mesmos. Os dados
obtidos foram tabulados e analisados utilizando-se a estatística descritiva, de modo a fornecer
medidas sobre os resultados em relação ao uso de plantas medicinais. Os dados foram apresentados
em valores de porcentagem nas diversas categorias analisadas.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1-
Conhecimentos e Utilização de Plantas Medicinais e Medicamentos Fitoterápicos pelos
Profissionais
Durante a pesquisa os profissionais da área da saúde não recusaram-se em participar da
pesquisa.
Os vinte profissionais da área da saúde participantes da pesquisa estão distribuídos
em sete categorias profissionais: Médicos (15%); Enfermeiros (15%); Técnicos em Enfermagem
(15%), Bioquimicos (10%); Odontólogos (15%), ASB (15%) e Auxiliar de farmácia (15 %). (Figura
1).
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No Programa de Saúde da Família (PSF) pesquisado todos os profissionais obtiveram a
mesma representatividade quantitativa com exceção os bioquímicos com uma representatividade de
10%.
Figura 1. Quantitativo e composição dos profissionais do PSF pesquisado segundo categoria
profissional. Pedra Lavrada-PB. 2011.
Todos os profissionais das diferentes categorias de saúde relataram conhecer algum tipo de
planta medicinal e/ ou fitoterápico. De um total de 24 plantas citadas pelos participantes da
pesquisa, as citações foram bem variadas de profissional para profissional não havendo muitas
repetições de plantas medicinais entre, onde a mais citada foi hortelã.
No Quadro 1, além do nome científico, é apresentada a indicação para o uso das 63 plantas
citadas pelos profissionais de saúde.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) lista mais de 280 plantas medicinais, sendo que a
maioria é encontrada no país, assim como cerca de 300 outras espécies das mesmas famílias. Na
cidade de Pedra Lavrada e nos municípios vizinhos, embora haja uma situação desafiadora, existem
condições que permitem que a privilegiada flora brasileira e a vegetação da Caatinga, que recobre
essa região, seja efetivamente utilizada e integrada nas Políticas Integrativas Complementares,
ressaltando a diversidade não só em plantas medicinais.
Do total de profissionais da saúde, somente 42% conhecem e fazem uso das plantas
medicinais e fitoterápicos, sendo estes pertencentes a três categorias: médicos, enfermeiros e
odontólogos. Apenas hortelã, aroeira, semente de linhaça, maracujá, erva-de-gato, sena, carqueja,
sabugueiro, mulungu, quixabeira, barbatimão, babosa, chá de folha de graviola, folha de goiabeira,
alho, limão, água de caju, maracujina e gingobiloba são usados em suas práticas. A hortelã é
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utilizada para dor de barriga e catarro no peito; a aroeira coceira; semente de linhaça como alimento
funcional; o maracujá como calmante; erva-de-gato muito utilizada como antidepressivo; sena
utilizado na constipação, fissura anal, halitose (mau hálito), hipertenção; a carqueja utiliza-se muito
no controle da diabetes; sabugueiro para dor de barriga, tosse, gripe e pressão alta; mulungu
sedativo natural; quixabeira na obesidade, vermes; barbatimão úlceras, hemorragias e catarros
vaginais; babosa como cicatrizante; a camomila como relaxante; chá de folha de graviola utiliza-se
para emagrecer; a folha da goiabeira para desarranjo estomacal e hemorragias; alho e limão útil para
curar gripes e resfriados; água de caju como antiflamátorio; maracujá como calmante.
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Quadro 1. Descrição por nome vulgar, científico e percentual das plantas medicinais mais citadas pelos profissionais de saúde. Pedra Lavrada-PB. 2011
Nº
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
Nome Vulgar
Água de caju
Aroeira
Barbatimão
Carqueja
Mastruz
Cumarú
Agriã
Corama
Limão
Água de caju
11.
Couve
12.
13.
14.
15.
16.
17.
18.
19.
20.
21.
22.
Beterraba
Alecrim
Alho
Endro
Hortelã da folha miúda
Limão
Malva Rosa
Mulungu
Arruda
Casca do cajueiro
Chá preto
23.
Canela
24.
25.
26.
27.
28.
29.
Folha de graviola
Folha de goiabeira
Saião
Raiz de mussambê
Malva rosa
Óleo de girrasol
Nome Científico
Anacardium occidentali
Schinus terebinthifolius
Stryphnodendron barbatimam Mart
Baccharis trimera (Less)
Chenopodium ambrosioides
Dipteryx odorata Willd
Nasturtium officinale R. Br
Bryophyllum spp
Citrus aurantifolia
Anacardium occidentale
%
4
4
4
4
4
4
4
4
4
4
Indicação
Feridas.
Coceira.
Úlceras, hemorragias e catarros vaginais
Controle da diabetes
Gripe.
Antiespasmódica, diaforética, tônico cardíaco, emenagoga e tosses
Desordem digestiva
Gastrite e úlcera
Resfriado e para perder peso
Diurético
Brassica oleracea L.
4
Furúnculos
Beta vulgaris L.
Rosmarinus officinalis
Allium sativum
Anethum graveolens
Mentha piperita
Citrus limonum
Malva sylvestris
Erythrina mulungu e Erythrina verna
Ruta graveolens
Anacardium occidentale
Camellia sinensis
Cinnamomum zeylanicum, sinônimo
C. verum
Annona muricata
Psidium guajava
Kalanchoe brasiliensis Cambess
Cleome spinosa Jacq
Alcea rosea
Helianthus annus
4
8
8
8
8
8
8
8
8
8
8
Anemia
Dor de ouvido.
Gripe.
Febre e dor de cabeça.
Dor de barriga e catarro no peito.
Gripe.
Gripe e cansaço.
Sedativo natural
Contra vermes e gases intestinais
Diabetes, tosse e cólicas
Problemas estomacais e cardíacos
8
Resfriado
8
8
8
8
8
12
Emagrecer
Dessaranjo e hemorragias
Afecções pulmonares, aftas, asma.
Asma, bronquite e tosse
Erisipela e infecções dos dentes
Eczemas
(Continua...)
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Nº
30.
Nome Vulgar
Anador
Nome Científico
Iodina rhonbifolia
%
12
31.
Carqueja
Baccharis trimera (Less) DC
12
32.
33.
34.
35.
Babosa
Folha de laranja
Romã
Sabugueiro
Aloe vera
Citrus sinensis
Punica granatum
Sambucus australis
16
16
16
16
36.
Camomila
Chamomilla recutita
20
37.
38.
Cebolinha branca
Alfazema
Allium cepa
Lavandula officinalis
20
20
39.
Capim Santo
Cymbopogon citratus
24
40.
41.
42.
43.
44.
Eucalipto
Folha da Goiabeira
Mororó
Jurema preta
Angico
45.
Flor de catingueira
46.
47.
48.
49.
50.
Erva-de gato
Boldo
Semente de linhaça
Maracujá
Quebra pedra
51.
Ameixa
52.
Bom nome
53.
Erva Cidreira
Eucaliptus spp
Psidium guajava
Bauhinia forficata Link
Mimosa tenuiflora
Anadenanthera colubrina
Caesalpinia pyramidalis
24
24
24
30
35
35
Valeriana officinalis
Peumus boldus
Linum usitatissimum L.
Passiflora incarnata
Euphorbia prostrata
35
40
40
40
45
Prunus domestica L.
80
Maytenus rigida, Mart
80
Lippia Alba
100
Indicação
Afecção nervosa, afta, dermatite, catarro brônquial, corte, ferida
Afecções febris, afecções gástricas, intestinais, das vias urinárias,
hepáticas e biliares
Caspa, dor, hemorróida e cicatrizante.
Estresse e insônia.
Garganta.
Dor de barriga, tosse, gripe e pressão alta.
Estresse, calmante, dor de cabeça, pressão alta, insônia, dor e coluna
vertebral.
Tosse e gripe.
Diurética, espectorante, antiflamatória, sedativa e cicatrizante
Dor de barriga, calmante, estômago, gripe, dor de cabeça, enjôo, pressão,
dor, coluna.
Gripe, febre e dor.
Dor de barriga, estômago, diarréia,
Afecções renais e urinárias
Cicatrizante e antiflamátorio
Afecções pulmonares e sexuais
Infecções do ovário, corrimento, bronquite
Antidepressivo
Dor de barriga, estômago, dor de cabeça, enjôo, dor e gases.
Alimento funcional
Calmante
Rins e bexiga
Anemia, Arteriosclerose, bronquite, prisão de ventre, resfriado, tosse e
rouquidão.
Inflamações e ferimentos
Dor de barriga, calmante, gripe, dor de cabeça, enjôo, dor de ouvido,
pressão alta, digestão, enxaqueca, garganta e estresse.
(Continua...)
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Nº
54.
Nome Vulgar
Erva Doce
55.
Hortelã
56.
Sena
57.
58.
Quixabeira
Sabogueiro
59.
Juazeiro
60.
61.
62.
63.
Batata de purga
Favela
Semente de sucupira
Gengibre
Nome Científico
Pimpinella anisum
%
100
Plectranthus amboinicus
100
Cassia angustifolia
100
Sideroxylon obtusifolium
Sambucus nigra
100
100
Zizyphus Joazeiro
100
Operculina macrocarpa
Dimorphandra mollis
Bowdichia nitida
Zingiber officinalis
100
100
100
100
Indicação
Dor de barriga, calmante, tosse, gripe, febre e dor de cabeça.
Dor de barriga, tosse, estômago, gripe, dores abdominais, dor de cabeça,
ameba, enjôo, dor de ouvido, dor nos ossos.
Constipação, fissura anal, halitose (mau hálito), hipertenção, Obesidade,
vermes.
Adstringente e tonificante
Inflamações, é anti diarréico, anti febrífugo
Limpeza dos dentes, gengivite, dores causadas pela extração de dente,
queda de cabelo, asma, gripe, pneumonia, tuberculose, bronquite,
constipação, inflamação de garganta, indigestão, problemas do estomago,
escabiose, dermatite seborréica, problemas de pele, dores de cabeça, como
cicatrizante de feridas, todos os tipos de febres e expectorante.
Contra cólicas, diarréia, sífilis, dores, dores reumáticas e é purgativo.
Inflamações na garganta
Inflamação na garganta, rouquidão
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Volume 2 / Número 3 / Jul/Set – 2011
3.2-
Conhecimentos e Utilização de Plantas Medicinais e Medicamentos
Fitoterápicos entre a População Pesquisada
Os 45 participantes da pesquisa na cidade de Pedra Lavrada-PB, estão
distribuídos em cinco faixas etárias, como apresentado na Figura 2.
Figura 2. Percentual dos entrevistados quanto a faixa etária em Pedra Lavrada-PB. 2011
Entre os sujeitos pesquisados, todos conhecem algum tipo de planta medicinal, porém
foram encontradas diferenças significativas entre o número de citações de plantas, tanto
conhecidas como utilizadas, em relação ao grupo etário.
Os pesquisados com idade entre 18 a 30 anos apresentaram um maior
conhecimento, uma maior diversidade e um maior uso dessas plantas do que indivíduos
com idade superior a 40 anos. Com isso, observou-se que a juventude está
demonstrando maior interesse e conhecimento sobre o tipo e o uso das plantas
medicinais. Não foi possível estabelecer qualquer relação entre o grau de escolaridade
dos entrevistados e o conhecimento sobre as plantas medicinais.
Os pesquisados exercem variadas atividades ocupacionais, as quais são
apresentadas na Figura 3.
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NÓBREGA, JDS; AGRA, HS; ALBUQUERQUE, HN. Uso e aceitação das plantas medicinais e fitoterápicos nos
PSF´s do município de Pedra Lavrada-PB. Revista Brasileira de Informações Científicas. v.2, n.3, p.66-78. 2011.
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Figura 3.: Percentual da distribuição das profissões entre a população amostrada em Pedra Lavrada-PB.
2011.
4 CONCLUSÕES
Todos os profissionais das diferentes categorias de saúde relataram conhecer
algum tipo de planta medicinal e/ou fitoterápico. Sendo as mais citadas foram hortelã,
erva-doce, erva-cidreira e boldo;
Os profissionais pesquisados fazem pouco uso dos fitoterápicos, sendo estes da
classe dos médicos, enfermeiros e odontólogos usando apenas a hortelã, aroeira e
babosa são usados em suas práticas.
Quanto ao uso das plantas medicinais os entrevistados as utilizam
frequentemente, principalmente na forma de chás, gargarejos e lambedores, destacandose a hortelã, erva cidreira, capim santo, arruda, boldo e babosa como as mais citadas;
A maioria adquiriu as plantas medicinais com os raizeiros. Esse comércio inclui
a feira livre e na própria residência.
5 REFERÊNCIAS
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