eph0383 economia solidária: sonho teórico ou realidade

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XVII Encontro de Iniciação Científica
XIII Mostra de Pós-graduação
VII Seminário de Extensão
IV Seminário de Docência Universitária
16 a 20 de outubro de 2012
INCLUSÃO VERDE: Ciência, Tecnologia e
Inovação para o Desenvolvimento Sustentável
EPH0383
ECONOMIA SOLIDÁRIA: SONHO TEÓRICO OU REALIDADE
PRÁTICA?
DANIELLE MARTINS
MATHEUS AZEVEDO
THATIANE JULIE DE ARRUDA
[email protected]
CIÊNCIAS ECONÔMICAS NOTURNO
UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ
ORIENTADOR(A)
EDSON TRAJANO VIEIRA
UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ
RESUMO
Diante da atual conjuntura econômica mundial, é possível colocar em prática uma teoria que
busca desenvolvimento levando em conta a luta contra desigualdades sociais, alienação em
relação ao processo do trabalho como um todo, e desequilíbrios ecológicos? O objetivo desta
pesquisa é demonstrar que sim, através de opiniões de profissionais influentes no tema,
leituras de artigos, pesquisas em sites e livros especializados no assunto (com ênfase nas
autorias de Paul Singer). Segundo o site do Ministério do Trabalho e do Emprego do Brasil,
existe “um jeito diferente de produzir, vender, comprar e trocar o que é preciso para viver, sem
explorar os outros, sem destruir o ambiente, cooperando e fortalecendo o grupo”, que seria a
“inovadora alternativa de geração de trabalho e renda e uma resposta a favor da inclusão
social” chamada Economia Solidária. É uma alternativa para as pessoas excluídas do processo
produtivo imposto pela globalização, pois uma parcela significativa da sociedade não consegue
se recolocar e se especializar na mesma velocidade do mercado, excluindo indivíduos da
possibilidade formal de prover seu próprio sustento (salário). A intenção é evidenciar que de
forma associativa e cooperativa cada um pode contribuir com o que for possível dentro de seus
parâmetros, sem serem necessárias grandes revoluções políticas, disseminando o conceito de
autogestão (participantes sejam simultaneamente donos e funcionários do empreendimento).
Para Anthony Giddens (1996) este processo seria o surgimento de uma democracia dialógica
que provém não do triunfo de instituições democráticas tradicionais, mas do fortalecimento de
uma sociedade civil ativa. Existem projetos em prática que utilizam os princípios da Economia
Solidária. Os principais envolvem setores da agricultura familiar, extrativismo, cooperativas de
reciclagem e bancos comunitários (que oferecem fundo rotativo comunitário e cooperativas de
crédito). Como exemplo regional, podemos citar a Cooperativa de Reciclagem de Materiais São
Vicente em São José dos Campos, que desde 1999, com o lema “Sem trabalho, por quê?”, é
responsável pelo encaminhamento de toneladas de resíduos (como plástico, metal, óleo
vegetal) para destinos corretos e eficientes. Além disso, segundo o site da cooperativa, gera
trabalho para cerca de 30 famílias, possibilitando que tenham renda integralmente gerada pela
coleta, triagem e venda de materiais reciclados. Em esfera nacional, o Governo Federal criou
(em 2003) a Secretaria Nacional de Economia Solidária (SENAES), que implementa o
programa de Economia Solidária em Desenvolvimento, com a finalidade de promover o
fortalecimento e a divulgação mediante políticas integradas visando o desenvolvimento por
meio da geração de trabalho e renda com inclusão social. Para Paul Singer, secretário da
SENAES e grande intelectual sobre o tema, a expectativa para os próximos 10 anos é de que a
nova geração participante da economia solidária seja de “optantes” e não apenas de pessoas
que foram excluídas por alguma razão do fluxo produtivo, e que esses princípios sejam
disseminados de tal forma que mude a mentalidade da sociedade ao longo da sua aplicação
(entrevista ao Roda Viva da TV Cultura em 23/04/2012). Uma prova de que a preocupação
mundial atualmente com o bem-estar social está em evidência foi o fato de o economista
indiano Amartya Sen ter ganho o Nobel de Economia em 1998 pelos seus estudos voltados à
fome e pobreza. Diante do exposto, podemos concluir que a economia solidária não é apenas
uma teoria, e sim uma alternativa de alocação eficiente das atividades econômicas de
produção, distribuição e consumo, frente às deficiências sociais e ambientais causadas pelo
sistema capitalista e economia globalizada, através de cooperativas e princípios de autogestão
empreendedora voltada para a sustentabilidade.
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