Fitoterápicos: estudos com plantas para fins terapêutico e medicinal Mayara Teles da Cruz 1 Marina Neiva Alvim 2 Resumo Fitoterápicos são medicamentos obtidos empregando-se exclusivamente como fonte de matéria prima partes de vegetal ou o próprio vegetal. Estudos com plantas para uso terapêutico e medicinal estão sendo realizados para que a eficácia e ação destes sejam comprovadas. Este trabalho teve como objetivo avaliar o atual panorama de estudos científicos que estão sendo realizados com plantas medicinais. As plantas são importantes fontes de matéria-prima na obtenção de compostos químicos que podem fornecer substâncias para composição de um medicamento, para tanto devem ser observados todas as etapas regulamentadoras da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para que o fitoterápico em questão seja liberado para venda. Os medicamentos fitoterápicos são uma fonte de tratamento mais acessível e de baixo custo. Entretanto, mais estudos são necessários principalmente com plantas nativas. Palavras-chave: fitoterápico, plantas medicinais, estudos com plantas. 1 Introdução As plantas são importantes fontes de matéria prima. O uso de plantas na terapêutica é muito antigo, e está intimamente relacionado com a própria evolução do Homem. Para utilizarem as plantas como medicamentos, os Homens antigos usavam de suas próprias experiências e da observação do uso das plantas pelos animais (OLIVEIRA, 2006). Partes da planta como raiz, caule, folha podem fornecer substâncias ativas que serão empregadas na obtenção de um medicamento (ROSA et al. 2012). 1 Graduanda em Ciências Biológicas pelo Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix, email para correspondência [email protected] 2 Professora de Biologia Vegetal do Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix Esses medicamentos são conhecidos como fitoterápicos que utilizam exclusivamente, como princípio ativo, a planta (ANVISA). É também considerado como a prática do uso de plantas e suas partes com finalidade terapêutica. A fitoterapia sobreviveu no Brasil devido às raízes profundas na consciência popular que reconheceu sua eficácia e legitimidade. Essa terapia é regulamentada pela Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) nº 17, de 24 de fevereiro de 2000 que dispõe sobre o registro de medicamentos fitoterápicos (OLIVEIRA et al, 2006). Atualmente, essa prática vem crescendo a cada dia devido ao grande interesse da população por terapias menos agressivas (YUNES et al., 2001), por ser uma prática comum na sociedade e até mesmo pela falta de medicamentos sintéticos (FERREIRA E PINTO, 2010). Segundo Arnous et al. (2005) a procura pelos medicamentos fitoterápicos vem aumentando atualmente, pois a população acredita nos benefícios do tratamento natural. Por ser de baixo custo e de fácil acesso, ao contrário do que ocorre com outros medicamentos, as pessoas veem na fitoterapia um método de cura e prevenção mais acessível. Para tanto são necessários estudos que comprovem a eficácia do fitoterápico em questão, sem que o mesmo cause danos à saúde do paciente e dessa forma a população possa fazer uso do fitoterápico com segurança (REZENDE E COCCO, 2002). A importância desse tipo de estudo remete à necessidade de um conhecimento mais direcionado ao estudo da fitoterapia e do entendimento de qual sua contribuição para a população atual. Assim, ao se realizar um levantamento bibliográfico, espera-se que estudos com plantas para uso terapêutico e medicinal estejam sendo realizados para que a eficácia e ação destes sejam comprovadas. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi avaliar o atual panorama de estudos científicos que estão sendo realizados com plantas medicinais, identificando as técnicas mais utilizadas e os usos mais testados. Para realização deste trabalho foram utilizados 49 artigos que fundamentaram a revisão bibliográfica. Para construção da tabela 1 foram utilizados 31 artigos que demonstravam estudos relacionados ao potencial fitoterápico ou efeito fitoterápico de plantas nativas e exóticas. Os artigos foram pesquisados na base de dados do Scielo, Google Acadêmico e da Revista Virtual em Saúde. Para pesquisa foram utilizados os descritores fitoterápicos, utilização dos fitoterápicos, legislação, fitoterápicos e doenças. Para escolha dos artigos foram utilizados os mesmos parâmetros, leitura do resumo e análise dos resultados. 2 Desenvolvimento De acordo com dados do Ministério da Saúde 85% da população mundial depende da utilização de partes de plantas ou medicamentos à base desses vegetais como fontes de tratamento (Ministério da Saúde – Brasília, 2006). A utilização de plantas com fins medicinais para tratamento, cura e prevenção de doenças, é uma das mais antigas formas de prática medicinal (VEIGA JÚNIOR et al. 2005). 2.1 Legislação dos fitoterápicos Visando uma maior segurança e maior controle na utilização de medicamentos fitoterápicos, a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), dispõe de várias resoluções (RDC: Resolução da Diretoria Colegiada) que regulamentam a obtenção, qualidade e distribuição (venda) do fitoterápico (CARVALHO, 2007). De acordo com a Resolução da Diretoria Colegiada – RDC n°48/04 da ANVISA, fitoterápico é definido como: Medicamento obtido empregando-se exclusivamente matérias-primas ativas vegetais. É caracterizado pelo conhecimento da eficácia e dos riscos de seu uso, assim como pela reprodutibilidade e constância de sua qualidade. Sua eficácia e segurança é validada através de levantamentos etnofarmacológicos de utilização, documentações tecnocientíficas em publicações ou ensaios clínicos fase 3. Não se considera medicamento fitoterápico aquele que, na sua composição, inclua substâncias ativas isoladas, de qualquer origem, nem as associações destas com extratos vegetais (BRASIL, 2004). Para adquirir o registro do fitoterápico e sua liberação para venda é necessário o cumprimento de várias etapas, que incluem estudos microscópicos do vegetal, análise farmacológica, toxicidade, entre outras. Para todas as etapas descritas existe uma legislação específica que define e regulamentam passo a passo, de acordo com a ANVISA (OLIVEIRA, 2006). 2.2 Estudos com Fitoterápicos Tabela 1: Artigos publicados em periódicos nacionais sobre estudos relacionados à fitoterápicos período de 2006 – 2012. Foram incluídos estudos cujo o objetivo era determinar o potencial ou o efeito fitoterápico de plantas nativas e exóticas, in vivo e também in vitro. Planta Pfaffia glomerata (ginseng brasileiro) Lippia sidoides (alecrim pimenta) Jatropha gossypiifolia L. (pião roxo) Tipo de teste Doença/ enfermidade ou ação Veículo Autor Realizado em ratos Cicatrização de feridas cirúrgicas Extrato Silva et al. 2010 in vitro Parasitoses gastrointestinais de ruminantes Extrato hidroalcoólico Souza, . et al. 2010 Realizado em ratos Cicatrização de lesões de pele Extrato bruto Santos et al. 2006 Realizado em um paciente portador de Diabetes mellitus Infecção ou lesão superficial causada por bactérias Óleo Souza et al. Sem ano in vitro Ação antimicrobiana (bacteria e fungo) Extrato bruto de raiz e folha Aguiar, 2008 Anti-inflamatório e adstringente Folhas (chás) ou extrato Alves, 2010 in vitro Acao antibacteriana Extrato Carelli, 2011 in vitro Ação contra Staphylococcus aureus, causador de mastite bovina Extrato etanolico Bezerra, 2009 in vivo em ratos Redução dos níveis de colesterol e triglicérides Extrato bruto (folhas) ou decocção (cascas) Brandt et al, 2009 in vitro Ação antifungica (Cândida albicans) Óleo essencial Cleff et al, 2012 Método de cultura Ação antibacteriana Óleo essencial Costa et al, 2008 Erythrina mulungu in vivo em ratos Análise mutagênica Extrato De Bona et al, 2012 Plantago major (transagem) Euterpe edulis (palmeira Juçara) Brunfelsia uniflora (manacá) Meio de cultura de Staphylococcus aureus Ação antibacteriana contra Staphylococcus aureus Extrato Freitas et al, 2002 Analise quantitativa Atividade antioxidante Extrato do fruto Lima et al, 2012 Meio de cultura Ação antibacteriana Extrato Martins et al, 2009 Albizia lebbeck Meio de cultura Ação antibacteriana Extrato Miranda et al, 2009 Alecrim-do-campo Lippia alba (Mill.) erva cidreira Arrabidaea chica (carajuru) Ilex paraguariensis (erva-mate) Mimosa tenuiflora (jurema-preta) Vitex megapotamica (Tarumã) Rosmarinus officinalis (alecrim) Croton zehntneri (canelinha) Maytenus ilicifolia (espinheira santa) Croton urucurana - Meio de cultura Ação antioxidante Ação antibacteriana Látex seco e in natura Folhas e entrecasca (extrato) Negri et al, 2009 Oliveira et al, 2008 Uncaria tomentosa Pacientes de uma clinica odontológica in vivo (efeito cicatrizante), in vitro (antibacteriano) Ação contra Candida Gel de Uncaria tomentosa Paiva et al, 2009 Efeito cicatrizante e antibacteriano Extrato etanolico das flores Parente et al, 2009 in vitro Ação antibacteriana Extração alcoólica, hidroalcoolica, decocção in natura e seca Passos et al, 2009 Meio de cultura Ação antibacteriana Extrato Porfírio et al, 2009 Meio de cultura Ação contra Streptococcus mutans (bactéria) Extrato das sementes Samarão et al, 2010 Meio de cultura Ação antimicrobiana (bactéria e fungo) Óleo essencial Santos et al, 2009 Pterodon emarginatus Meio de cultura Ação antimicrobiana (bactéria e fungo) Óleo essencial Santos et al, 2010 Kalanchoe brasiliensis Meio de cultura Extrato, alcoolatura e óleo essencial Silva et al, 2009 Extrato Silva et al, 2010 Calendula Officinalis Ocimum gratissimum (alfavaca) Lafoensia pacari Rheedia gardneriana (bacupari) Cymbopogon citratus (capim-cidreira) Lippia sidoides (alecrimpimenta) Dioclea grandiflora (olho de boi) Curcuma longa (cúrcuma) Meio de cultura Ação antimicrobiana (bactéria e fungo do gênero Candida) Ação contra Staphylococcus aureus (bactéria) de pacientes hospitalizados Meio de cultura Ação antimicrobiana (bactéria e fungo) Extrato Silva et al., 2010 bioensaio Ação contra as larvas de Artemia salina e de moluscos Biomphalaria glabrata Oleoresina e óleo essencial Silva Filho et al, 2009 Pectis jangadensis in vivo (em camundongos) Atividade analgésica Extrato hidroalcoolico Soares et al, 2009 Achillea milefollium, Cymbopogon citratus (capim limão), Artemisia camphorata (cânfora) e Rosmarinus officinalis (alecrim) Meio de cultura Ação contra o fungo Exserohilum turcicum, que infecta grãos de milho Extrato bruto Scapin et al, 2010 Como mostra a tabela, estudos vem sendo realizados para testar a eficácia das plantas no tratamento de enfermidades. O Pfaffia glomerata (Spreng.), (ginseng brasileiro) obteve resultado satisfatório no teste representando uma diminuição da ferida cirúrgica (SILVA et al. 2010). O extrato de Lippia sidoides Cham., (alecrim pimenta) em concentração adequada (in vitro) apresentou uma resposta positiva ao inibir em 98% o desenvolvimento embrionário dos parasitas (SOUZA, et al. 2010). O estudo com Jatropha gossypiifolia L. (pião roxo) obteve uma resposta na cicatrização da pele no âmbito microscópico (SANTOS et al. 2006). No teste realizado com alecrim-docampo verificou-se sua eficácia no tratamento de uma ferida no pé de um paciente portador de diabetes mellitus, apresentando uma cicatrização mais rápida (SOUZA et al.). A espécie Lippia alba (Mill.) N. E. Brown, conhecida popularmente como erva - cidreira, em estudo realizado apresentou, principalmente sua raiz, boa atividade antimicrobiana contra microorganismos como o Staphylococcus aureus, e incentiva as novas pesquisas com a planta para testar seus constituintes isolados na tentativa de descobrir qual o responsável pela atividade antimicrobiana (AGUIAR et al.2008). Brandt (2009), estuda a relação da planta Vitex megapotamica (Spreng) Moldenke (V. montevidensis Cham) com a redução dos níveis de colesterol e triglicérides, sua pesquisa foi realizada com teste in vivo em ratos Wistar e apresentou resultado satisfatório na redução dos niveis de colesterol e triglicérides, reafirmando a utilização da planta na medicina popular (BRANDT et al., 2009). O uso de fitoterápicos na odontologia vem merecendo destaque a cada dia, no artigo de Paiva et al. 2009, objetivou-se testar o ação do gel (comercialmente vendido) de Uncaria tomentosa, em pacientes com infecção por Candida na boca, os resultados obtidos foram positivos mas ainda são necessários mais pesquisas com o medicamento, pois na literatura não se encontra relação entre a Uncaria tomentosa e a ação contra Candida na região bucal. O Lippia sidoides Cham, mencionado anteriormente, demonstra no artigo de Silva et al. (2010), ação antibacteriana contra Staphylococus aureus de ambiente hospitalar, ressaltando a importância de estudos posteriores para avaliação de sua toxicidade in vivo. Pectis jangadensis (S. Moore), é muito utilizada na forma de chá pela população do estado do Mato Grosso. Na literatura, segundo Soares et al. (2009), a planta não está relacionada a nenhum efeito farmacológico, no entanto seu estudo procura demonstrar a atividade analgésica da planta. Os resultados obtidos demonstram que por via oral não foi possível detectar nenhum efeito analgésico do extrato, sendo necessários estudos com administração do extrato por via endovenosa. Figura 1: Número de artigos encontrados na literatura que objetiva estudar a ação de plantas medicinais de acordo com doença ou ação: Número de artigos encontrados de acordo com doença ou ação: 14 13 12 10 8 5 6 3 4 3 1 2 1 1 2 3 0 Fonte: próprio autor A figura 1 agrupa artigos que foram encontrados para cada tipo de ação do fitoterápico estudada, de acordo com os artigos da tabela (31), sendo que no gráfico são apresentados 32, pois uma planta apresentou efeito cicatrizante assim como efeito antibacteriano. De acordo Melo e colaboradores (2012) o termo antimicrobiano é a ação contra qualquer microorganismo (nos casos estudados os microorganismos são bactérias e fungos); antibacteriano corresponde a ação contra bactérias e antifúngico ação contra fungos. Atividade mutagênica é a capacidade da planta em induzir danos ao DNA (VARANDA, 2006) e efeito antioxidante retarda o aparecimento de alterações oxidativas (DUARTE-ALMEIDA et al., 2006). Para efeito antibacteriano foi encontrados quatorze artigos, efeito fungicida três artigos, efeito antimicrobiano cinco artigos, efeito cicatrizante três artigos. Para atividade analgésica, mutagênica, anti-inflamatória e adstringente foi encontrado um artigo para cada tipo de ação. Na coluna outros foram encontrados três artigos que discutem a ação do extrato fitoterápico em larvas, na redução dos níveis de colesterol e em parasitoses gastrointestinais de ruminantes. Observa-se pelo gráfico que o número de estudos realizados, é mais evidente contra atividade antimicrobiana. Isso se deve, provavelmente, ao fato de que as bactérias apresentam atualmente uma grande resistência aos fármacos já existentes, sendo necessárias pesquisas para descobertas de novos medicamentos que consigam combatê-las (BERTINI et al. 2005, SILVA et al. 2008). Outro fator considerável é a existência de compostos (químicos) nas plantas que ao serem extraídos apresentam atividade contra bactérias (SANTOS et al., 2010). Figura 2: Testes utilizados nos artigos que auxiliaram nos resultados obtidos: Número de testes realizados: 25 22 20 in vitro 15 10 5 0 Fonte: próprio autor 8 in vivo A figura 2 demonstra os artigos pesquisados e que apresentaram testes in vivo ou in vitro para pesquisa. Os testes realizados in vitro correspondem a 73,3% dos artigos, enquanto in vivo corresponde a 26,7 %. O número significativo de testes realizados in vitro deve-se ao tipo de pesquisa a que foram submetidos cada estudo, a maior parte remete a testes com microorganismos, principalmente as bactérias. Figura 3: Número de artigos que apresentaram resultados positivo ou negativo na utilização dos extratos das plantas na inibição do crescimento de bactérias e/ou fungos. Artigos que apresentaram atividade inibitória contra bactérias e/ou fungos positivo negativo 19 2 Fonte: próprio autor A figura 3 demonstra o número de estudos que apresentaram ou não atividade inibitória contra bactérias e/ou fungos. Sendo importante ressaltar que a maioria dos artigos estudava mais de uma espécie de bactéria/fungo, para tanto na construção do gráfico foi considerado como positivo o artigo que apresentou pelo menos atividade inibitória contra uma espécie estudada, e considerado como negativo aquele artigo que não apresentou atividade inibitória contra nenhuma das espécies estudada. Os artigos estudados que não apresentaram atividade inibitória justificase pelo tipo de obtenção do extrato (MARTINS, 2009) ou pela parte do vegetal que foi utilizada para obtenção do extrato (raiz, folha ou caule) (MIRANDA, 2009). Segundo Carelli (2011) o método do tipo de extração pode alterar o resultado, levando em consideração também o período de colheita do vegetal. 2.3 Vantagens e desvantagens do uso de fitoterápicos Uma das grandes preocupações com o uso de plantas medicinais como forma de tratamento (cura) é o seu uso indiscriminado e sem comprovação científica. Com uma forte tendência pela procura por medicamentos menos agressivos e mais naturais, a população faz uso dessas “substâncias” que por serem ditas de fonte “natural”, não irão fornecer nenhum malefício a sua saúde (VEIGA JUNIOR et al. 2005). Muitas vezes esses medicamentos são rotulados e aparecem na mídia com promessa de cura (VEIGA JÚNIOR. et al. 2005), o que não está correto, pois primeiro são necessários estudos botânicos, farmacológicos, toxicológicos que comprovem a eficácia de determinada substância, para sua então liberação para venda (OLIVEIRA, 2007). Os fitoterápicos são também uma oportunidade de obtenção de medicamentos mais barato em países em desenvolvimento, onde a maior parte da população não tem acesso à medicamentos sintéticos por seu alto custo (OLIVEIRA, 2007). Segundo informações da ANVISA todos os medicamentos a base de vegetais assim como qualquer outro medicamento podem causar reações desagradáveis e até mesmo problemas mais sérios de saúde, deve-se ter uma atenção especial com crianças, idosos e gestantes. O uso de fitoterápicos associados com outros medicamentos também é um risco para a saúde do paciente, principalmente se o médico desconhecer dessa utilização (VEIGA JÚNIOR; 2008). Esses dados corroboram com o estudo de Andreatini (2000), para ele os fitoterápicos podem contribuir com um tratamento eficaz para o paciente, entretanto é necessário que se conheça as propriedades farmacológicas do fitoterápico e se existem reações adversas quando administrado juntamente com outro medicamento. 3 Conclusão Conclui-se que as plantas são importantes fontes de matéria-prima na obtenção de medicamentos, sendo necessário para tanto que todas as etapas regulamentadoras da ANVISA sejam cumpridas para o uso adequado e com segurança do medicamento. As plantas apresentam uma importante fonte de compostos que atuam como inibidores de bactérias e fungos, tendo em algumas espécies sua eficácia comprovada cientificamente. Entretanto, sugerese que mais estudos sejam realizados principalmente no Brasil, onde encontramos uma vasta variedade de espécies de plantas nativas. Os futuros estudos podem contribuir muito na área farmacológica, com a descoberta de novos compostos químicos das plantas que podem ser princípio ativo de algum novo medicamento. São necessários também mais estudos in vivo, para que se possa testar a capacidade em ser vivo, pois estudos in vitro apresentam algumas limitações. Os médicos das unidades de saúde devem receber um treinamento do órgão de Saúde competente, para que ele tenha conhecimento dos benefícios e contraindicações do fitoterápico, para que ao prescrever ao paciente, seja feito com segurança e ciente das combinações e reações que o seu uso concomitante com outros medicamentos sintéticos possam apresentar. Referências Bibliográficas AGUIAR, Jaciana S.; COSTA, Maria C. C. D.; NASCIMENTO, Silene C. and SENA, Kêsia X. F. R.. Atividade antimicrobiana de Lippia alba (Mill.) N. E. Brown (Verbenaceae). Rev. bras. farmacognosia. 2008, vol.18, n.3, pp. 436440. ALMEIDA, Emanuel Eustáquio. 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