MORDIDAS CRUZADAS

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MORDIDAS CRUZADAS
Mordida Cruzada é uma alteração da oclusão dentária normal, no sentido ântero-posterior para
os dentes anteriores, ou no sentido transversal para os dentes posteriores.
Etiologia
Baseia-se no tecido primariamente envolvido.
Classificam-se em:
Mordida cruzada dentária
Mordida cruzada muscular
Mordida cruzada óssea
Diagnóstico Diferencial
É de fundamental importância localizar precisamente onde se encontra o problema: se é
restrito à maxila, à mandíbula, ou a ambas; se envolve só o processo alveolar, se é uma
discrepância grave entre maxila e mandíbula; se é uma má posição dentária unilateral,
ou uma contração bilateral de todo o arco dental superior.
É importante discernir a origem do problema, ou seja, o primeiro tecido envolvido.
Localização
Mordida cruzada anterior
individual
múltipla
unilateral
individual
múltipla
Mordida cruzada posterior
bilateral
individual
múltipla
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Mordida Cruzada Dentária
Neste caso, o fator etiológico é a inclinação localizada de um ou mais dentes, não
afetando o tamanho ou a forma das bases ósseas.
Há quase sempre uma adaptação muscular para acomodar a oclusão; a linha mediana
dentária coincide quando em boca aberta, e há um desvio da linha mediana dentária
quando em oclusão.
Os dentes em mordida cruzada não estão centralizados no processo alveolar. O mais
importante fator diagnóstico é uma assimetria do arco dento-alveolar.
Tratamento
Movimentação dos dentes em mordida cruzada, descruzando-os.
Sempre medir o espaço para a movimentação do dente. Se não houver espaço
suficiente, abrir o espaço primeiramente e remover a interferência oclusal.
Dentes anteriores:
Molas digitais ou planos inclinados.
Sempre levantar a mordida o suficiente para o descruzamento do dente.
Dentes posteriores:
Bandas com ganchos ou botões linguais soldados na banda, ou colagem de ganchos
e uso de elásticos intermaxilares.
Levantar a mordida o suficiente para o descruzamento do dente, quando
necessário.
No caso de uso de elásticos intermaxilares, um controle clínico semanal do
paciente deve ser feito. Usar sempre elásticos 3/16" ou 1/8" força média e ou
pesada; com uso ininterrupto.
Mordida Cruzada Muscular
Envolve uma adaptação muscular para compensar a interferência dentária.
É semelhante ao tipo de mordida cruzada dentária, exceto que os dentes cruzados não
estão inclinados no processo alveolar.
A análise funcional da oclusão é muito importante, e nos dá não só o diagnóstico
diferencial, como também os dentes que estão causando a interferência oclusal.
Nestes casos é de fundamental importância, a diferenciação entre Pseudo Classe III e
uma Classe III verdadeira. Sempre colocar o paciente em relação cêntrica.
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A mordida cruzada muscular geralmente é encontrada em pacientes jovens, em fase de
dentição mista, e a interferência oclusal na maioria dos casos é na região de caninos
decíduos.
Tratamento
Desgaste oclusal nos dentes que estão interferindo na oclusão, ou seja, desgaste seletivo
nos contatos prematuros.
Geralmente ocorre nos caninos decíduos.
Mordida Cruzada Óssea ou Esquelética
Causas:
1. Crescimento ósseo assimétrico da maxila ou da mandíbula, devido à herança
genética ou traumatismo, impedindo o crescimento normal do lado afetado.
Diagnóstico:
Avaliar criteriosamente o padrão de fechamento mandibular, observando em qual
estágio de fechamento mandibular ocorrem os desvios:
Desvio de linha mediana dentária, na fase final de fechamento mandibular,
geralmente se deve a uma interferência dentária.
Desvio da linha mediana dentária aumentando durante a abertura mandibular,
geralmente se deve a crescimento ósseo unilateral.
As mordidas cruzadas, devido a crescimento ósseo assimétrico, são as mais difíceis
de serem tratadas.
2. Falta de relacionamento transversal entre maxila e a mandíbula.
Diagnóstico
É devido à contração bilateral da maxila. A musculatura desloca a mandíbula para
um lado, a fim de adquirir suficiente contato oclusal para a mastigação.
Em casos de arcos simétricos, tanto na maxila quanto na mandíbula, com uma das
arcadas dentárias grosseiramente mais larga que a outra, o paciente pode mostrar
diferentes padrões de fechamento da boca, e variadas relações oclusais. Nestes
casos, colocar a mandíbula do paciente de maneira que ocorra uma coincidência das
linhas medianas. Muitos pacientes que aparentemente apresentam uma mordida
cruzada unilateral passarão a apresentar uma contração bilateral.
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Tratamento:
As mordidas cruzadas ósseas são corrigidas com aparelhos fixos, que possuem um
parafuso central, chamados aparelhos disjuntores da sutura palatina mediana.
Estes aparelhos não devem ser usados nem pelo clínico geral, e nem pelo
odontopediatra.
Nos casos de mordidas cruzadas ósseas, tanto unilaterais quanto bilaterais, o
paciente deve ser encaminhado para um ortodontista.
Aparelhos expansores removíveis não devem ser usados, porque só conseguem
inclinar os dentes para vestibular, alterando o equilíbrio muscular, causando
recidiva, logo após a remoção do aparelho.
Aparelhos expansores mandibulares nunca devem ser usados, pois só irão inclinar
os dentes.
Mordidas Cruzadas - Oportunismo para o tratamento clínico
As mordidas cruzadas devem ser tratadas o mais cedo possível, desde que se tenha
cooperação do paciente, isto em relação às mordidas cruzadas dentárias e musculares.
Para as mordidas cruzadas ósseas cabe ao ortodontista decidir, qual a melhor época para
o tratamento ser realizado.
Trabalho a ser realizado em laboratório, com um par de modelos n.º 3, com dentição
mista, com os |6 e |6 em mordida cruzada dentária posterior.
Maxila: Colagem de gancho palatino no |6 (figuras 13 e 14).
Mandíbula: Colagem de gancho vestibular no |6 (figuras 13 e 14).
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Trabalho a ser realizado em laboratório, com um par de modelos n.º 3, com dentição
mista, com o 1| em mordida cruzada dentária anterior.
Maxila:
Placa ortodôntica, com 4 grampos ortodônticos de retenção interproximais, nas
embrasuras ou ameias vestibulares dos V|V, mesiais e distais, com fio
ortodôntico de 0,7 mm de diâmetro. Mola ortodôntica digital em "S", para dar
lábio-versão no 1|, com fio ortodôntico de 0,45 mm de diâmetro (figuras 15, 16,
17 e 18).
BIBLIOGRAFIA
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John Jin-Jong Lin Differential Diagnosis and Management of Anterior Cross Bite Manuscrito, 1993.
Moyers, R.E. Ortodontia Pag. 247, 463, 469, 471, 501-503 - 3 ed. 1979.
Profitt, W.R. Contemporary Orthodontics Pag. 115-116, 134, 178, 200-202, 205-206 e 259.
2a ed. 1993.
Faculdade de Odontologia São Leopoldo Mandic
Disciplina de Ortodontia
14 de Maio de 2012
Prof. HÉLIO ALMEIDA DE MORAES.
3º Ano - 5º Período - 2012
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