Memória: O que é e como melhorá-la

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Sumário
Introdução ................................................................................................................... 1
1. Tipos e características da memória ......................................................................... 1
2. Os mecanismos cerebrais da memória ................................................................... 6
3. O Crescimento do Cérebro...................................................................................... 7
4. Perda da Memória ................................................................................................... 9
5. Drogas e Medicamentos........................................................................................ 11
6. Como melhorar a sua memória ............................................................................. 11
7. Dicas para melhorar a memória ............................................................................ 14
Bibliografia................................................................................................................. 16
1
MEMÓRIA: O QUE É E COMO MELHORÁ-LA
Introdução
O que nos faz lembrar de uma detalhada história ocorrida no passado? Como
deixamos fluir naturalmente as frases complicadas de longas canções? Por que
nunca nos esquecemos de como se dirige um automóvel?
Nestes exemplos, a memória surge como um processo de retenção de
informações no qual nossas experiências são arquivadas e recuperadas quando as
chamamos. É uma função cerebral superior relacionada ao processo de retenção de
informações obtidas em experiências vividas.
O termo memória tem sua origem etmológica no latim e significa a faculdade
de reter e /ou readquirir idéias, imagens, expressões e conhecimentos adquiridos
anteriormente reportando-se às lembranças, reminiscências.
A memória é uma faculdade cognitiva extremamente importante porque ela
forma a base para a aprendizagem. Se não houvesse uma forma de armazenamento
mental de representações do passado, não teríamos uma solução para tirar proveito
da experiência. Assim, a memória envolve um complexo mecanismo que abrange o
arquivo e a recuperação de experiências, portanto, está intimamente associada à
aprendizagem, que é a habilidade de mudarmos o nosso comportamento através
das experiências que foram armazenadas na memória; em outras palavras, a
aprendizagem é a aquisição de novos conhecimentos e a memória é a retenção
daqueles conhecimentos aprendidos.
Esta intrigante faculdade mental forma a base de nosso conhecimento, estando
envolvida com nossa orientação no tempo e no espaço e nossas habilidades
intelectuais e mecânicas.
Assim, aprendizagem e memória são o suporte para todo o nosso
conhecimento, habilidades e planejamento, fazendo-nos considerar o passado, nos
situarmos no presente e prevermos o futuro.
1. Tipos e características da memória
Pense na diferença entre memorizar a data de aniversário de alguns amigos
versus aprender a andar de bicicleta.
As diversas coisas que aprendemos e lembramos não são processadas
sempre pelo mesmo mecanismo neural.
Existem diferentes categorias de memórias, entre elas estão:

A memória ultra-rápida cuja retenção não dura mais que alguns segundos.
2

A memória de curto prazo (ou curta duração ou memória secundária), que
dura minutos ou horas e serve para proporcionar a continuidade do nosso
sentido do presente

A memória de longa duração(ou de longa duração, ou memória primária,
principal), que estabelece engramas duradouros (dura dias, semanas ou
mesmo anos)
Você acaba de ouvir o telefone ditado por alguém, mas em poucos segundos é
incapaz de se lembrar de parte ou de todos aqueles números. Por que ? Esta
memória é temporária e limitada em sua capacidade, sendo armazenada por um
tempo muito curto no cérebro, da ordem de milisegundos a poucos minutos. É a
memória de curta duração.
Para que ela se torne permanente, ela requer atenção, repetições e idéias
associativas. Mas, através de um mecanismo ainda não conhecido, você pode se
lembrar subitamente de um fato esquecido, como aquele número de telefone que
havia esquecido. Neste caso, a informação foi armazenada na memória de longa
duração que é mais permanente e tem uma capacidade muito mais ampla.
O processo de armazenar novas informações na memória de longa duração é
chamado de consolidação.
A memória para datas (ou fatos históricos e outros eventos) é mais fácil de se
formar, mas ela é facilmente esquecida, enquanto que a memória para
aprendizagem de habilidades tende a requerer repetição e prática.
Uma elaboração do conceito da memória de curta duração que tem sido feita
nos últimos anos é a memória operacional (veja abaixo), um termo mais genérico
para o armazenamento da informação temporária.
Muitos especialistas consideram memória de curta duração e memória
operacional como a mesma coisa. Entretanto, uma característica chave que
distingue uma da outra é, não somente o seu aspecto operacional, como também as
múltiplas regiões no cérebro onde o armazenamento temporário ocorre.
Isto implica que nós podemos não ser conscientes de todas as informações
armazenadas ao mesmo tempo na memória operacional, nas diferentes partes do
cérebro. Tomemos o exemplo de dirigir um carro. Esta é uma tarefa complexa que
requer diversos tipos de informações processados simultaneamente, tais como a
informação sensorial, cognitiva e motora.
Parece improvável que estes vários tipos de informação sejam armazenados
em um único sistema de memória de curta duração.
Nossa habilidade de lembrar eventos não se reflete na operação de um único
sistema de memória, mas em uma combinação de no mínimo duas estratégias
usadas pelo cérebro para adquirir informação.
3
Uma das estratégias é denominada de memória explicita, ou memória
declarativa, requerendo participação consciente e envolvendo o hipocampo e o lobo
temporal. a outra estratégia é a memória implícita, a qual não requer participação
consciente, utilizando estruturas não corticais. Vejamos o significado de cada uma
delas.
1.1. Memória operacional
Esta memória é crucial tanto no momento da aquisição como no momento da
evocação de toda e qualquer memória, declarativa ou não. Através dela
armazenamos temporariamente informações que serão úteis apenas para o
raciocínio imediato e a resolução de problemas, ou para a elaboração de
comportamentos, podendo ser esquecidas logo a seguir. Em outras palavras, ela
mantém a informação viva durante poucos segundos ou minutos, enquanto ela está
sendo percebida ou processada. Armazenamos em nossa memória operacional, por
exemplo, o local onde estacionamos o automóvel, uma informação que será
necessária até o momento de chegarmos até o carro. Esta forma de memória é
sustentada pela atividade elétrica de neurônios do córtex pré-frontal (a área do lobo
frontal anterior ao córtex motor). Esses neurônios interagem com outros, através do
córtex entorrinal, inclusive do hipocampo, durante a percepção, aquisição ou
evocação.
1.2. Memória declarativa (ou explícita)
É a memória para fatos e eventos, por exemplo, lembrança de datas, fatos
históricos, números de telefone, etc. Reúne tudo o que podemos evocar por meio
de palavras (daí o termo declarativa). Subcaracterizada em:

episódica - quando envolve eventos datados, isto é relacionados ao tempo.
Usamos a memória episódica, por exemplo, quando lembramos do ataque
terrorista em 11 de setembro.

semântica - Abrange a memória do significado das palavras (do latin
"significado"). É a co-participação partilhada do significado de uma palavra
que possibilita às pessoas manterem conversas com significado. A memória
semântica ocorre quando envolve conceitos atemporais. Usamos este tipo
de memória ao aprender que Einstein criou a teoria da relatividade, ou que
a capital da Itália é Roma.
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1.3. Memória não-declarativa (ou implícita)
Se difere da explícita (declarativa) porque não precisa ser verbalizada
(declarada). É a memória para procedimentos e habilidades, por exemplo, a
habilidade para dirigir, jogar bola, dar um nó no cordão do sapato e da gravata, etc.
Pode ser de quatro subtipos.

memória adquirida e evocada por meio de "dicas" (Priming) (ou
memória de representação perceptual) - que corresponde à imagem de
um evento, preliminar à compreensão do que ele significa. Um objeto, por
exemplo, pode ser retido nesse tipo de memória implícita antes que
saibamos o que é, para que serve, etc. Considera-se que a memória pode
ser evocada por meio de "dicas" (fragmentos de uma imagem, a primeira
palavra de uma poesia, certos gestos, odores ou sons)

memória de procedimentos - se refere às habilidades e hábitos.
Conhecemos os movimentos necessários para dar um nó em uma gravata,
nadar, dirigir um carro, sem que seja preciso descrevê-lo verbalmente.

memória associativa

memória não-associativa - Estas duas últimas estão estreitamente
relacionadas a algum tipo de resposta ou comportamento. Empregamos a
memória associativa, por exemplo, quando começamos a salivar pelo
simples fato de olhar para um alimento apetitoso, por termos, em algum
momento de nossa vida associado seu aspecto ou cheiro à alimentação.
Por outro lado, usamos a memória não associativa quando, sem nos
darmos conta, aprendemos que um estímulo repetitivo, por exemplo, o latido
de um cãozinho, não traz riscos, o que nos faz relaxar e ignorá-lo.
Ainda que estas divisões pareçam ser arbitrárias a princípio, é muito útil em
neurociências, desde que cada tipo de memória provavelmente tipos diferentes de
substratos neurais. Por exemplo, o hipocampo e o córtex temporal (veja abaixo)
parecem estar envolvidos na formação da memória declarativa, mas não na
memória de procedimentos. Enquanto que certos núcleos do cerebelo e medula
espinhal parecem ser necessários para a formação de memórias de procedimento,
mas não intervêm na memória declarativa. Devido a esta organização anatômica,
assume-se que a memória declarativa é controlada por mecanismos cerebrais
superiores, enquanto que a memória de procedimentos parece depender de
5
sistemas
e
regiões
inferiores.
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2. Os mecanismos cerebrais da memória
A memória não está localizada em uma estrutura isolada no cérebro; ela é um
fenômeno biológico e psicológico envolvendo uma aliança de sistemas cerebrais que
funcionam juntos.
O lobo temporal é uma região no cérebro que apresenta um significativo
envolvimento com a memória. Ele está localizado abaixo do osso temporal (acima
das orelhas), assim chamado porque os cabelos nesta região freqüentemente são
os primeiros a ser tornarem brancos com o tempo.
Existem consideráveis evidências apontando esta região como sendo
particularmente importante para armazenar eventos passados.
O lobo temporal contém o neocórtex temporal, que pode ser a região
potencialmente envolvida com a memória a longo prazo.
Nesta região também existe um grupo de estruturas interconectadas entre si
que parece exercer a função da memória para fatos e eventos (memória
declarativa), entre elas está o hipocampo, as estruturas corticais circundando-o e as
vias que conectam estas estruturas com outras partes do cérebro.
O hipocampo ajuda a selecionar onde os aspectos importantes para fatos e
eventos serão armazenados e está envolvido também com o reconhecimento de
novidades e com as relações espaciais, tais como o reconhecimento de uma rota
rodoviária.
A amígdala, por sua vez, é uma espécie de "aeroporto" do cérebro. Ela se
comunica com o tálamo e com todos os sistemas sensoriais do córtex, através de
suas extensas conexões. Os estímulos sensoriais vindos do meio externo como
som, cheiro, sabor, visualização e sensação de objetos, são traduzidos em sinais
elétricos, e ativam um circuito na amígdala que está relacionado à memória, o qual
depende de conexões entre a amígdala e o tálamo.
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Conexões entre amígdala e hipotálamo, onde as respostas emocionais
provavelmente se originam, permitem que as emoções influenciem a aprendizagem,
porque elas ativam outras conexões da amígdala para as vias sensoriais, por
exemplo, o sistema visual.
O Córtex pré-frontal exibe também um papel importante na resolução de
problemas e planejamento do comportamento. Uma razão para se acreditar que o
córtex pré-frontal esteja envolvido com a memória, é que ele está interconectado
com o lobo temporal e o tálamo.
3. O Crescimento do Cérebro
O processo de memorização é complexo envolvendo sofisticadas reações
químicas e circuitos interligados de neurônios.
As células nervosas ou neurônios, quando são ativadas liberam hormônios
ou neurotransmissores que atingem outras células nervosas através de ligações
denominadas sinapses.
Os fatos antigos naturalmente têm mais tempo de se fixar em nosso banco de
dados e daí sua melhor fixação, o que não ocorre com fatos recentes, que têm
pouco tempo para se fixarem e ainda podem ter sua capacidade de fixação alterada
por razões relacionadas a variações de estado emocional ou a problemas de ordem
física.
Você sabia que toda vez que você aprende alguma coisa ou adquire alguma
experiência, as células do seu cérebro sofrem uma alteração e essa alteração
refletirá em seu comportamento?
Por exemplo, se você já passou por uma rua à noite e percebeu que ali haviam
pessoas com aparência estranha e perigosa, você evitará passar por aquela rua
novamente. Ou, se uma criança levou um choque ao colocar o dedinho dentro de
uma tomada elétrica, ela nunca mais emitirá aquele comportamento.
Nestes exemplos, o comportamento foi modificado em decorrência de uma
experiência. Cada célula cerebral(ou neurônio)contribui para o comportamento e
para a atividade mental, conduzindo ou deixando de conduzir impulsos.
Todos os processos da memória são explicados em termos dessas descargas.
Neurônio
8
Fig.1. A Estrutura do Neurônio. Um neurônio típico tem quatro regiões
morfologicamente definidas: dendritos (1), corpo celular (2), axônio (3), e terminais présinápticos (5).
Neurônios recebem sinais nervosos de axônios de outros neurônios. A maioria
dos sinais é liberada aos dendritos (1). Os sinais gerados por um neurônio são
enviados através do corpo celular (2), que contém o núcleo (2a), o "armazém" de
informações genéticas. Axônios (3) são as principais unidades condutoras do
neurônio. O cone axonal (2b) é a região na qual os sinais das células são iniciados.
Células de Schwann (6), as quais não são partes da célula nervosa, mas um dos
tipos das células gliais, exercem a importante função de isolar neurônios por
envolver seus processos membranosos ao redor do axônio formando a bainha de
mielina (7), uma substância gordurosa que ajuda os axônios a transmitirem
mensagens mais rapidamente do que as não mielinizadas. A mielina é quebrada em
vários pontos pelos nodos of Ranvier (4), de forma que em uma secção transversal o
neurônio se parece como um cordão de salsichas. Ramos do axônio de um neurônio
(o neurônio pré-sináptico) transmitem sinais a outro neurônio (o neurônio póssináptico) em um local chamado sinapse (5). Os ramos de um único axônio podem
formar sinapses com até 1000 outros neurônios.
As alterações celulares decorrentes da aprendizagem e memória são
chamadas de plasticidade.
Elas se referem a uma alteração na eficiência das sinapses e podem aumentar
a transmissão de impulsos nervosos, modulando assim o comportamento. A
experiência pode se dar por uma aprendizagem ativa ou pela convivência em
lugares enriquecidos com indivíduos, cores, música, sons, livros, cheiros, etc.
Em laboratórios científicos também foi possível demonstrar que ratinhos
apresentam um número muito maior de células cerebrais interconectadas umas com
as outras quando eles vivem em conjunto em uma gaiola cheia de brinquedos como
rodinhas, bolas, etc., do que os ratos que vivem em uma gaiola sozinhos e sem nada
para fazer ou aprender.
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Alguns dos maiores estudiosos do fenômeno da aprendizagem e memória na
década de 40, Donald Hebb, de Montreal, e Jersy Konorski, da Polônia, foram os
primeiros a acreditar que a memória deve envolver mudanças ou aumentos nos
circuitos nervosos.
Circuitos nervosos são conjuntos de neurônios que se comunicam entre si
através de junções denominadas de sinapses.
Retirado de Raciocínio Lógico Matemático, 2002. Tese de doutorado de Waldemar de Maio
Quando uma célula é ativada, é desencadeada a liberação de substâncias
químicas nas sinapses, chamadas neurotransmissores, tornando-as mais efetivas.
Pesquisas encontraram que neurônios "exercitados" possuem um número maior de
ramificações (dendritos) se comunicando com dendritos de outros neurônios.
Assim, para que as memórias sejam criadas, é preciso que as células nervosas
formem novas interconexões e novas moléculas de proteína.
4. Perda da Memória
A perda de memória pode estar associada a determinadas doenças
neurológicas, a distúrbios psicológicos, a problemas metabólicos e também a certas
intoxicações.
A forma mais freqüente de perda de memória é conhecida popularmente como
"esclerose" ou demência. A demência mais comum é a doença de Alzheimer que se
caracteriza por acentuada perda de memória acompanhada de graves
manifestações psicológicas como por exemplo a alienação.
Estados psicológicos alterados como o estresse, a ansiedade e a depressão
podem também alterar a memória.
A falta de vitamina B1 (tiamina) e o alcoolismo levam a perda da memória para
fatos recentes e com freqüência estão associados a problemas de marcha e de
confusão mental. Doenças da tireóide, como o hipotireoidismo, se acompanham de
comprometimento da memória.
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O uso de medicação tranqüilizante ("calmantes") por tempo prolongado
provoca a diminuição da memória e favorece também a depressão, o que leva a
uma situação que pode se confundir com a demência.
A vida sedentária com excesso de preocupações e insatisfações, bem como
uma dieta deficiente, favorece a perda de memória.
Contrariamente ao esquecimento comum ocorrido normalmente no dia-a-dia de
nossas vidas, existem algumas doenças e injúrias no cérebro que causam séria
perda de memória e também interferem com a capacidade de aprender. A esta
inabilidade dá-se o nome de Amnésia.
Fatores que podem causar perda total ou parcial da memória:






Concussão
Alcoolismo crônico
Drogas e Medicamentos
Tumor cerebral
Encefalite
Concussão
A Concussão ou traumatismo do cérebro pode causar perda da memória
manifestada de diferentes formas:
- Amnésia retrógrada: Os eventos ocorridos antes do trauma (no momento ou
meses e anos antes) não serão lembrados, mas a pessoa se lembra de coisas após
o trauma.
- Amnésia anterógrada: Os eventos ocorridos após o trauma não serão
lembrados. Em casos mais severos, a pessoa pode ser incapaz de aprender
qualquer coisa nova, como é o caso de um paciente que todas as vezes que
encontrava o seu médico o cumprimentava como se fosse a primeira vez que o
visse.
- Amnésia transitória global: É uma forma de amnésia que dura um curto
período de tempo e envolve a amnésia anterógrada acompanhada pela retrógrada.
Este tipo de amnésia é causado por isquemia cerebral (redução temporária do
suprimento sanguíneo).
De acordo com Bear e cols., 1996, embora raros, existem registros deste tipo
de amnésia causado por:







Stress
Acidente de carro
Jogo de futebol
Drogas
Banho frio
Sexo
Alcoolismo crônico
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Álcool. O alcoolismo é um dos mais sérios candidatos a afetar a memória. O
álcool afeta especialmente a memória a curta duração, o que prejudica a habilidade
de reter novas informações. Estudos mostraram que mesmo a ingestão de baixas
quantidades de bebida alcoólica durante toda a semana interfere com a habilidade
de lembrar.
5. Drogas e Medicamentos
Medicação. Algumas drogas podem causar perda da memória: tranqüilizantes,
relaxantes musculares, pílulas para dormir, e drogas anti-ansiedade, particularmente
os benzodiazepínicos que incluem o diazepam (valium) e lorazepam. Algumas
drogas cardíacas, tais como o propanolol, que é usada para controlar a pressão alta
(hipertensão) pode causar problemas de memória e depressão.
Fumo. Já é conhecido que o fumo quebra a quantidade de oxigênio que chega
ao cérebro e este fato muitas vezes afeta a memória. Estudos mostraram que
fumantes de um ou mais pacotes de cigarros por dia tiveram dificuldades em lembrar
de faces e nomes de pessoas em teste de memória visual e verbal, quando
comparados com indivíduos não fumantes (Turkington, 1996).
Cafeína. Café e chá têm um efeito muito positivo para manter a atenção e
acabar com o sono, mas a excitação provocada por estas bebidas pode interferir
com a função da memória.
Tumor cerebral: O Tumor cerebral pode evoluir com problemas de memória
além de outros sintomas próprios.
Encefalite: Nas Encefalites e no acidente vascular cerebral também podem
ocorrer problemas em diversas fases da memória.
6. Como melhorar a sua memória
Existem muitas coisas que você pode fazer para melhorar a sua memória,
entre as quais o uso de determinadas técnicas mentais, e os cuidados com a
nutrição e os medicamentos.
- Estimular a memória. Utilize ao máximo a sua capacidade mental. Desafie o
novo. Aprenda novas habilidades. Se você trabalha em um escritório, aprenda a
dançar. Se for um dançarino, aprenda a lidar com computador; se trabalhar com
vendas, aprenda a jogar xadrez; se for um programador, aprenda a pintar. Isto
poderá estimular os circuitos neurais do seu cérebro a crescerem.
- Prestar atenção. Não tente guardar todos os fatos que acontecem, mas
focalize sua atenção e se concentre naquilo que você achar mais importante,
procurando afastar de si todos os demais pensamentos.
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- Exercício: pegue um objeto qualquer, por exemplo, uma caneta e se
concentre nela. Pense sobre suas diversas características: seu material, sua função,
sua cor, sua anatomia, etc. Não permita que nenhum outro pensamento ocupe a sua
mente enquanto voce estiver concentrado na caneta.
- Relaxar. É impossível prestar atenção se você estiver tenso ou nervoso.
Exercício: prenda a respiração por dez segundos e vá soltando-a lentamente.
- Associar fatos a imagens. Aprenda técnicas mnemônicas.Elas são uma
forma muito eficiente de memorizar grande quantidade de informação.
- Visualizar imagens. Veja as figuras com os "olhos da mente".
Exercício:





Feche os olhos e imagine um bife frito, grande e suculento.
Sinta o o aroma e a maciez da carne.
Imagine-se cortando a carne com uma faca e um garfo e saboreando-a.
Se a sua boca se encheu de água enquanto você visualizou esta cena,
então você fez um bom trabalho!
Faça exercícios com outros objetos como: um prato de sopa, uma taça de
sorvete, uma torta de chocolate, em uma sala de dentista, em uma sala de
exame, etc.
- Alimentos. Algumas vitaminas são essenciais para o funcionamento
apropriado da memória: tiamina, ácido fólico e vitamina B12. São encontradas no
pão e cereais, vegetais e frutas. Alguns especialistas afirmam que vitaminas
sintetizadas melhoram a memória, mas outros duvidam dizendo que estudos não
comprovaram que estes nutrientes funcionam.
- Água. A água ajuda a manter bem funcionante os sistemas da memória,
especialmente em pessoas mais velhas. De acordo com a Dra.Turkington, a falta de
água no corpo tem um efeito direto e profundo sobre a memória; a desidratação
pode levar a confusão e outros problemas do pensamento.
- Sono. Afim de se conseguir uma boa memória, é fundamental que se permita
sono suficiente e descanso do cérebro. Durante o sono profundo, o cérebro se
desconecta dos sentidos e processa, revisa e armazena a memória. A insônia leva a
um estado de fadiga crônica e prejudica a habilidade de concentrar-se e armazenar
informações.
- Dicas tais como: tomar notas, organizar-se, usar um diário, manter-se em
forma, check up regular da saúde, etc
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Como melhorar sua memória

A contínua atividade intelectual como a leitura, exercícios de memória,
palavras cruzadas e jogo de xadrez auxiliam a manutenção da memória.

O estilo de vida ativo com atividade física feita com regularidade e uma
dieta saudável são básicas para a manutenção da memória.

A diminuição da memória que ocorre na 3a. Idade, na maioria das vezes é
absolutamente benigna, mas freqüentemente, por falta de melhor
informação, angustia o idoso que tem dificuldade de aceitá-la como um fato
normal.

A perfeita compreensão do fato inexorável e a utilização de uma agenda
para as anotações dos fatos recentes, ajudam a conviver satisfatoriamente
com o problema.

Uma excelente oportunidade para o resgate e desenvolvimento de
potencialidades presentes durante toda a vida, é a participação em grupos
educativos e terapêuticos.

Exercícios cerebrais feitos de maneira rotineira apresentam efeitos muito
positivos sobre a memória.

Semelhante ao que ocorre com exercícios musculares realizados para se
manter a forma física, a atividade cerebral também deve ser realizada com
freqüência, sempre procurando estimular nossos principais sentidos: olfato,
paladar, tato, visão e audição, bem como nossa memória e inteligência.

Esse tipo de exercício pode ser denominado "Fitness" Cerebral, que é a
capacidade de se manter um estado adequado, em forma.

O declínio de nossas funções mentais que ocorre com a idade, se deve em
grande parte à falta de atividade mental que com freqüência segue
paralelamente ao envelhecimento.

Vários trabalhos científicos realizados em diversos países demonstram
claramente que o declínio mental que ocorre com a idade pode ser evitado.

O conceito de que a função faz o órgão aplica-se tanto ao "fitness" muscular
quanto ao "fitness" cerebral.

Devemos identificar nossas diversas habilidades mentais e exercitá-las
sempre com regularidade.

Devemos estimular nossas percepções, nossa memória (recente e antiga),
noções espaciais, habilidades lógicas e verbais, etc.
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
Os exercícios cerebrais nada mais são do que estímulos às funções
cerebrais que podem estar decadentes devido à idade e que já foram ativas
no passado. A ativação deve ser feita diariamente, durante as atividades
normais, como o caminhar, durante as refeições ou mesmo durante as
compras.

Todo dia procure observar um objeto ou pessoa e desenhe suas principais
características.

No fim de semana procure recordar as figuras.

É um tipo de exercício de memória.

Procure identificar ingredientes dos alimentos pelo gosto e pelo cheiro.

Faça isto diariamente e depois procure recordar dos mesmos.

Memorize os preços das coisas sempre que possível e procure recordá-las
mais tarde.

Procure identificar as pessoas pela voz ao usar o telefone, por exemplo.
Memorize números de telefones.

Memorize no fim do dia as pessoas com quem falou.

Depois, procure lembrar-se do mesmo para toda semana.

Utilize sempre de anotações para consultas posteriores.

Inúmeras outras situações podem ser criadas a partir dessas idéias.
7. Dicas para melhorar a memória
Estimular a memória:
Atividade diária: Praticar jogos de xadrez, palavras cruzadas, exercícios
simples como recordar fatos do dia-a-dia (o que comeu no almoço, o que leu no
jornal do dia, o que ocorreu no último capítulo da novela, etc.)
Aprender novas habilidades: computador, pintura, música, etc.
Cultivar a atenção: Ater-se aos fatos mais importantes dos que ocorreram
durante o dia e procurar guarda-los; exercitar-se com objetos simples mantendo a
concentração. (pegue um relógio, por exemplo, e procure concentrar-se no mesmo,
observando suas características, etc); exercitar-se com um texto e procurar refletir
somente sobre o mesmo (um poema, um salmo, etc).
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Exercícios mnemônicos: Associar fatos a imagens e procurar guardá-los na
memória. Imaginar um alimento suculento e imaginar todas as suas características a
ponto de sentir prazer.
Alimentação: A boa alimentação é fundamental para a conservação da
memória. Deve-se evitar excessos. Deve-se entender que uma boa alimentação é a
bem balanceada entre proteínas, gorduras e açúcar, sendo rica em vitaminas. A
tiamina, o ácido fólico e a vitamina B12 são importantes para o metabolismo dos
neurotransmissores envolvidos no processo da memória, devendo ser utilizados de
preferência produtos naturais .
A água é muito importante, devendo se ter cuidado em manter-se a hidratação.
Psiquismo: Estar relaxado e emocionalmente bem, é fundamental para manter
uma boa atenção de conservar a memória. A tensão e a ansiedade prejudicam a
memória. A depressão dificulta muito o processo de memorização.
Atividade física: Os exercícios feitos regularmente trazem benefícios
importantes para o processo de memorização. Uma simples caminhada diária é o
suficiente.
Sono: O repouso cerebral é muito importante para se ter uma boa memória.
Quem sofre de insônia tem sua memória prejudicada.
Lembre-se:

Não existem medicamentos específicos para o tratamento da perda da
memória.

A Gingko Biloba é a droga hoje em dia mais utilizada numa tentativa de
diminuir a perda da memória ou mesmo regredir um quadro já instalado. Ela
é extraída de folhas de uma árvore muito comum na Europa e nos Estados
Unidos, sendo muito popular na Alemanha, onde tem seu uso aprovado
oficialmente.

É conhecida há centenas de anos, tendo ampla gama de efeitos, atuando
em problemas cardiovasculares, neurológicos e metabólicos.

É uma substância que atua na circulação cerebral, sendo muito utilizada na
velhice, com a finalidade de melhorar problemas de memória, dificuldades
de concentração e confusão mental.

Tem sido utilizada nas fases iniciais da Doença de Alzheimer, no combate
aos problemas cognitivos próprios da doença, melhorando o
comportamento. Infelizmente esses resultados são muito discutidos.

Não se sabe bem como age, mas parece ativar a circulação cerebral
melhorando o aproveitamento do oxigênio pelas células nervosas. Então,
16
para conservar ou melhorar sua memória, a melhor maneira é EXERCITÁ LA !
Bibliografia
1. Bear, M.F.; Connors, Barry W. e Paradiso, Michael - Neuroscience: Exploring the
Brain. Em: Memory Systems, pp514 a 545. Editora Williams & Wilkins, 1996.
2. Bear, F.M.; Connors, B.W and Paradiso, M.A. - Structure of the Nervous System.
In: Neuroscience. Exploring the Brain - F.M. Bear.; B.W Connors, and M.A. Paradiso
(eds.) - Williams & Wilkins pp.152-185, 1996
3. Turkington, C. - Improve your memory through your lifestyle. Em: C. Turkington
(ed.). 12 Steps to a Better Memory.Editora Macmillan. 12:129-140, 1996.
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