A modelagem cognitiva: desvendando os intrigantes enigmas do cérebro DINA DA SILVA CORREIA FABRIZIO LEANDRO FONSECA FISCINA NADJA MARIA LIMA MACIEL SYLVIA GANEM ASSMAR Abstract Words key: Brain, sensation and perception This article presents some aspects about the brain, the sensation and perception, using the cognitive term means " knowledge " and " structure ", it is in the human being head as a knowledge organization. The cognitive structure is much more than a summary of last experiences, in other words, a system of mental knowledge, organized in a model of work intrincado and internally consistent of the world, built through interactions with this and integrated in an all coherent one. In the brain it also contains countless outlines for other sensorial modalities - as arrangements of sounds, palates and scents, and a variety of tactile sensations many of the which intimately related each other and to patterns of events in the visual world. These frames are frequently called sceneries or complex scripts that include the multiplication of acquired abilities for the human beings, depending on your physical capacities, experiences and interests. Resumo Palavras chave: Cérebro, sensação e percepção Este artigo apresenta alguns aspectos sobre o cérebro, a sensação e a percepção utilizando o termo cognitivo que significa “conhecimento”, “estrutura” e está na cabeça do ser humano como uma organização de conhecimento. A estrutura cognitiva é muito mais que um sumário de experiências passadas, ou seja, um sistema de conhecimento mental, organizado em um modelo de trabalho intrincado e internamente consistente do mundo, construído através de interações, sensações e percepções O cérebro contém inumeráveis esquemas para outras modalidades sensoriais, como arranjos de sons, paladares e odores, e uma variedade de sensações táteis, muitas das quais intimamente relacionadas uns aos outros e a padrões de eventos no mundo visual. Estes esquemas são freqüentemente chamados de cenários ou scripts complexos que incluem a multiplicação de habilidades adquiridas pelos seres humanos, dependendo de suas capacidades físicas, experiências e interesses. Considerações Introdutórias Este trabalho é o resultado dos aspectos apresentados no Seminário da Disciplina “Aprendizagem em Organizações Virtualizadas” sobre o cérebro, a sensação e a percepção. As abordagens em torno da temática delineará o cérebro humano, como um enigma do pensamento, o qual tem sido alvo de pesquisas constantes devido a sua evolução e complexidade que só agora começam a ter respostas, neste início de novo milênio. Os mais recentes estudos sobre a questão vem utilizando algumas ciências como a psiquiatria, a neurologia, a psicologia, a física e a filosofia, a fim de comprovar que o cérebro, tecido composto por células, funciona como um computador extremamente misterioso, mediante pequenas “usinas” de elaboração e decodificação de dados, distribuídas por material orgânico, em que a realidade é recriada permanente e diuturnamente. A tarefa de desvendar esses mistérios vem sendo realizada metodicamente pelos especialistas em neuropsicologia, posto que uma das metas perseguidas há séculos tem sido reconhecer a causa de distúrbios da cognição e da especificidade de determinados comportamentos humanos. Certamente, seria simplista afirmar que na mente existe somente a “memória”, pois o cérebro não é um álbum de lembranças cheio de fotografias e gravações de segmentos do passado, já que o cérebro contém memórias com um significado e estas estão relacionadas a tudo o mais que se conhece. O indivíduo vê o que o cérebro decide que está olhando, o que significa a categoria à qual a informação visual está alocada. Muitos dos importantes esquemas, porém, são, também, apresentados na forma de tempo, possuindo uma sistematização em série ou temporal, pois o tempo e a mudança são aspectos essenciais da maneira como o homem opera e percebe o mundo de outro modo e como este poderia entender a linguagem. Considerações Complementares O cérebro humano é comparado a uma enorme estação de controle, onde cerca de cem bilhões de neurônios funcionam de acordo com suas "etnias" e precisam de suprimentos e plasma sangüíneo que são trazidos por tubos. Das suas conexões neuroniais dependem a percepção do mundo, o aprendizado, o desenvolvimento das paixões, a raiva, o altruísmo, entre outros aspectos. Sabe-se que, uma vez estimulado, um neurônio repassa a informação a outro neurônio por meio de um processo eletroquímico, que através de sinais elétricos se propagam como ondas pelos axônios. Esses impulsos são transformados em sinais químicos nas sinapses, o ponto de conexão entre os neurônios, que através de uma fenda sináptica, medindo cerca de dois a três milionésimos de um metro permite a difusão de um neurotransmissor, a partir da célula transmissora pré-sináptica para a célula receptora pós-sináptica. A diferença entre esses tipos de células é que as pré-sinápticas são sempre capazes de conduzir um impulso nervoso. As células pós-sinápticas podem ser uma outra célula nervosa transmissora de sinal nervoso ou as células de um órgão como os pulmões que mantém a respiração, ou de um músculo estimulando movimentos de contração e relaxamento muscular. Há, também, a junção neuromuscular, ligação estabelecida entre um neurônio motor e uma célula muscular, através da placa motora terminal, ou seja, as terminações ramificadas do axônio do neurônio motor. A transferência de informação entre as sinapses é um processo profundo e cheio de diversidades, posto que nem todos os sinais repassados de neurônio a neurônio têm como mensagem a estimulação. Em alguns casos, o neurotransmissor liberado tem justamente a missão de "tranqüilizar" e inibir a célula vizinha. Sem esse efeito modulador, o cérebro entraria em colapso. Tudo no cérebro funciona através da memória. As pessoas caminham, falam e se comunicam porque se lembram de como fazê-lo. O cérebro manda secretar um ou outro neurotransmissor ou hormônio quando o estado emocional dos indivíduos, de tristeza ou alegria, medo ou prazer, porque estes se recordam como fazê-lo. Os maiores avanços recentes no estudo da memória perpassam pela demonstração das áreas cerebrais envolvidas na memória de trabalho ou memória rápida que permite o processamento "on line" de todo tipo de informação: o córtex pré-frontal e suas conexões, que ressaltam a demonstração das áreas cuja função é a formação e armazenamento inicial das memórias declarativas de fatos e eventos: o hipocampo e suas conexões. Deve-se, também, considerar a descoberta da cadeia de mecanismos bioquímicos que interagem nesses processos, destacando-se ainda a evidência de setores envolvidos na memória de procedimentos (nadar, correr, tocar um instrumento): as regiões subcorticais e o cerebelo. Além disso, não se pode esquecer da importância da manifestação dos sistemas regulatórios da formação e evocação de memórias por vias nervosas e sistemas neurohumorais envolvidos nos afetos e nas emoções, inclusive a ansiedade e o estresse, com efeito neurotóxico muitas vezes repetido e continuado. Nessa perspectiva, os componentes estruturais do cérebro podem ser comparados a uma cidade cerebral que tem cruzadas e entrelaçadas vias expressas, com avenidas, ruas e becos. São feixes de nervos que permitem ao eventual visitante deslocar-se rapidamente por seus "bairros" e conhecer as modernas “usinas” processadoras de informações. O conjunto "urbano" é formado por quatro estruturas interligadas: a medula espinhal, a soma do tronco cerebral e do cerebelo, o diencéfalo e os hemisférios cerebrais. Estes últimos são o que há de mais moderno na cidade cerebral, na qual todo neurônio gostaria de trabalhar, já que são eles que comandam as atividades mais evoluídas do cérebro e distinguem o homem dos outros animais. Por exemplo, as cidades são criadas com o trabalho das mãos, mas as pessoas as vêem segundo os caprichos do cérebro, pois no grande teatro da vida, vêse apenas as peças que as células do cérebro decidem representar, através de hemisférios, ou seja, o esquerdo controla o lado direito do corpo enquanto que o hemisfério direito controla o lado esquerdo, conforme informações a seguir: HEMISFÉRIOS DO CÉREBRO ESQUERDO Razão / Raciocínio / Lógica / Percepção Fragmentada / Criticiade / Objetividade / Vocábulos / Números / Compromisso / Questões Analíticas / Significado / Normas. DIREITO Sensibilidade / Pensamento / Imaginário / Percepção Global / Imagem / Emoção / Impacto / Questões não analíticas / Prazer / Significante / Contexto / Subjetividade / Criatividade / Rostos e lugares. Essa máquina de pensar funciona vinte e quatro horas por dia na construção de modelos de percepção do mundo e de recriação da realidade captada. Para desenvolver todo seu potencial, o cérebro precisa ser estimulado, provocado, trabalhado, em suas centrais de comunicação, pois existem elementos externos que estão estritamente ligados ao cérebro como as cores que não estão fora dele, assim como o som, que estabelece relação entre determinadas vibrações externas e o cérebro. Pode-se afirmar que um dos maiores desafios para a ciência foi conhecer as complexas relações entre a cognição, aquisição do conhecimento-percepção, o comportamento humano e as atividades do sistema nervoso. As funções cerebrais superiores se engendrem mediante complicados sistemas, pois estas devido a sua complexidade não dependem unicamente de um "centro", mas da ação sincronizada de diversas regiões conectadas entre si. Cada área é, de fato, responsável por uma ou mais atividades elementares, que contribuem de modo específico para uma função particular, produzindo uma intercomunicação entre os diversos "departamentos" do cérebro. Trata-se de uma espécie de fábrica, com setores encarregados de funções específicas, mas interdependentes, a exemplo da memória, uma das mais importantes funções cerebrais, intimamente ligada ao aprendizado e à capacidade de repetir os acertos e evitar os erros já cometidos. No caso da memória visual, por exemplo, tudo tem início com os sinais luminosos captados pela retina, considerando que, os impulsos elétricos migram para o nervo óptico e, daí, para o córtex cerebral, a matéria cinza que concentra as funções cerebrais mais evoluídas. Está constatado que o impulso morre, mas a passagem do impulso por um determinado caminho estabelece conexões entre neurônios e possibilita ao cérebro recriar futuramente a imagem. Sendo assim, as sensações vividas podem ser reproduzidas, sempre que se julgar necessário e os neurônios se incubem de enviar impulsos elétricos pelo caminho já trilhado. Desse modo, sons, imagens ou a combinação de estímulos permitem ao indivíduo ativar novamente esses padrões de conexão, já que a formação e o armazenamento inicial das memórias de fatos e eventos se fazem na região do hipocampo e suas conexões, a amígdala guarda impressões de medo e alerta, o gânglio basal estoca informações de hábitos e habilidades físicas e o cerebelo guarda memória de procedimentos. Sabe-se que a memória rápida ocorre no córtex pré-frontal e em suas conexões; a natureza fragmentada dos arquivos de memória permite ao indivíduo refinar suas impressões do passado e, ao mesmo tempo, habilita o homem a selecionar, pela via das emoções e processos químicos a elas relacionados, as memórias que pretende guardar e aquelas que jamais gostaria de restabelecer. Podese apontar, então, para uma visão geral da mente como um sistema de princípios computacionais, formando e transformando representações a exemplo do conhecimento lingüístico. Em consonância com FODOR (1983): “há uma modularidade do sistema cogntivo, constituído de sub-partes independentes que possuem diversas características em comum e juntos formam uma unidade maior. Segundo o referido teórico, a mente humana é dividida em duas modalidades de processamento: os sistemas de input e o processador cognitivo. Enquanto o sistema de input tem status de problema, o sistema central tem status de mistério, embora estes sistemas possam ter a linguagem como elemento interativo entre eles, posto que os limites da modularidade são, provavelmente, os limites do que será possível entender sobre a mente”. Nessa perspectiva, a função dos sistemas de input, entre eles, o modelo lingüístico, é receber as informações que vêm de fora do organismo e que chegam a ele de formas distintas, através dos órgãos sensoriais como a visão, a audição, o tato, o olfato e o paladar. A sensação se inicia, portanto, quando a matéria atinge um conjunto particular de neurônios sensoriais que traduzem estas entradas em mudanças na permeabilidade sináptica. Assim, ao nascer uma criança está preparada biologicamente para experimentar a maioria das sensações, através dos órgãos que vão transmitir informações do mundo exterior - exteroceptores - e do seu próprio corpo proprioceptores, visto que existem cerca de um bilhão de receptores, sendo que de cada órgão dos sentidos se originam um conjunto de impulsos que passam por vários milhões de condutos nervosos em direção ao sistema nervoso central. Na modelagem cognitiva, a sensação é a resposta específica a um estímulo sensorial particular, enquanto percepção é o conjunto de mecanismo de codificação e de coordenação das diferentes sensações elementares, visando a um significado. Cada um dos sistemas tem um papel importante dentro deste aspecto. O sistema visual, que em muitos casos pode surpreender com a precisão das imagens, representa o chamado de campo visual, que normalmente estende-se horizontalmente por setenta a oitenta graus e, verticalmente, por cinqüenta a sessenta graus. Quanto mais alto o animal estiver na escala evolutiva, mais complexo e, portanto, mais demorado, será o processamento dos sinais. O córtex visual, então, pode ser considerado uma peça de hardware em nível sistêmico, inteiramente dedicado ao "processamento de informações visuais". O ponto exato em que os sinais, circulando em complexas redes nervosas, se transformam em símbolos, é um mistério sobre o qual diversas teorias já foram elaboradas. O sistema auditivo é uma sofisticada capacidade do ser humano. Para que se compreenda a mensagem é preciso que se perceba a precisão, a altura e a força do som, que correspondem à freqüência e à intensidade das ondas sonoras emitidas. Estes sons são produzidos por mudanças rápidas de pressão do ar, que podem ser sentidas pelas estruturas auditivas do homem. Por isso, o homem é capaz de distinguir em tonalidades diferentes, mas, em nível consciente, só é capaz de acompanhar uma delas - atenção seletiva. A localização do som pelo cérebro se faz de duas formas: a primeira é a capacidade de comutar intervalos de tempo de um décimo de milionésimo de segundo e de usar esse cálculo para computar a direção do som e a segunda é que o cérebro pode detectar diferenças de intensidade do som e utilizar essa diferença para orientação. O sistema olfativo permite ao indivíduo a capacidade de reconhecer milhares de odores diferentes. A captura dos odores é feita pelos receptores olfativos, que ocupam a parte superior do nariz, formando o epitélio olfativo e até chegar no córtex olfativo envia a mensagem para as diversas regiões do cérebro. O tato, por sua vez, resulta da estimulação localizada nas extremidades das fibras nervosas que terminam em nossa pele. Os sinais provenientes dos receptores cutâneos são transmitidos ao córtex somato sensorial, faixa celular estreita que se encontra na parte anterior dos lóbulos parietais do cérebro. O paladar se organiza em quatro grupos, cada qual apresentando diferentes graus de sensibilidade aos quatro sabores fundamentais: salgado, doce, ácido e amargo. O gosto ainda sofre influência da temperatura e da textura dos alimentos, além da forma. Assim, é possível dizer que os neurônios processam sensações e informações somente quando são agrupados em redes de especialização e que as emoções, as percepções e o equilíbrio psicológico também dependem de exercícios cerebrais, pois estas estão ligadas à aprendizagem pelos sentidos, através de ações que permitem a construção de conhecimentos alinhando as sensações aos elementos armazenados no cérebro, na memória, a partir das experiências vividas e dos conhecimentos adquiridos anteriormente. Normalmente, o homem trabalha com a percepção pelos olhos, mas esta pode ser trabalhada, também, por todos os sentidos, como por exemplo, através de uma ação simples: audição de uma música que foi feita para ser ouvida, mas se o indivíduo ouvir uma música com interesse e atenção ele pode se perceber nesta música com todos os sentidos mediante algumas vivências anteriores ligadas aos sentimentos. O conhecimento apresenta a música como algo invisível. Entretanto, quando se ouve uma música sente-se a sua presença, o que indica um sentimento de visão, embora não seja um olhar nos padrões tradicionais, nos quais o ato de ver é concretizado pela materialização de um objeto sólido, líquido ou gasoso. Um outro conceito estabelecido entre as pessoas é que não se pode pegar a música, tateá-la. Mas, uma música pode tocar profundamente o íntimo das pessoas, e reciprocamente pode ser tocada também por estas. É possível afirmar que um indivíduo pode gostar tanto de ouvir uma determinada música que até sente o seu gosto, pois ao ouvi-la saboreando-a, algumas vezes, sente um gosto doce de relaxamento..., apimentado de euforia, de prazer amargo que lembra algum momento ruim ou, um gosto ácido de ressaca, trazendo aquela saudade imensa, da qual a referida pessoa não consegue se livrar. Diz-se, também, que a música não pode ser cheirada, mas em alguns momentos, ao se ouvir uma música, percebe-se que ela enche o ambiente com um agradável perfume, por exemplo, “O perfume da pessoa amada, das flores do jardim da infância, da adolescência, enfim, o cheiro de vida, quer seja ela boa ou ruim. Talvez percepção seja tudo isso: interpretar a realidade com os dois mil e um sentidos e sentimentos dos sujeitos sensíveis que compõem o mundo, interligando conhecimentos anteriores e conferindo-lhes significado próprio aos novos conhecimentos. É decodificar um estímulo a partir de sensações e de elementos psicológicos da história de vida de cada indivíduo com base em suas crenças, cultura, amores, raivas, para interpretar a realidade transformando-a, dando-lhe uma marca de forma singular e personalizada. Torna-se pertinente, portanto, uma citação de Rubem Alves para melhor explicitar o que é percepção: "Estou escutando Bach neste momento. É ela, a música de Bach, a culpada pela minha tristeza. Música é feitiçaria. Bach era feiticeiro. A música, sem uma única palavra, sem que a razão possa defender-se, entra dentro do corpo e vai ao fundo da alma. Ouvindo música fico indefeso. Minha consciência crítica está morta. A beleza não deixa lugar para o pensamento. Qualquer coisa que eu pensar será um ruído que arruinará a beleza. Tenho dó dos críticos musicais. São obrigados, por profissão, a pensar enquanto ouvem. E o pensamento lhes rouba a possibilidade do transe. A música entrou em todas as partes do meu corpo. Estou em êxtase, esquecido de tudo mais. Nada desejo. Para o inferno Descartes com o seu "penso, logo existo". Digo eu: "Estou possuído pela música, logo existo." Pode-se acrescentar, então, ao texto de Rubem Alves que há uma necessidade ímpar de as pessoas possuídas pela música, logo perceberem o mundo e, mais do que tudo, se perceberem como atores da cidade da mente. Existem vários termos que podem ser utilizados para uma referência ao conhecimento armazenado na mente durante todo o tempo, ou seja, um conhecimento prévio ou informação não-visual, possibilitando que o sujeito extraia sentido da informação visual que enxerga durante o ato de ler, ao acionar a memória a longo prazo, fonte permanente de compreensão da linguagem e do mundo. Considerações Finais Face ao exposto, conclui-se que a complexidade da estrutura cognitiva no cérebro humano é, na verdade, magnífica, pois se o conhecimento prévio humano registrar todos os esforços anteriores para catalogá-los ou para reduzi-los a umas poucas categorias simples haverá tentativas de “simplificar” a organização ou operação do cérebro que podem somente levar a erros, especialmente se tornarem a base de práticas instrutivas ou diagnósticas. Portanto, o pensamento não deve ser considerado como um conjunto de processos especializados, que estão superpostos à organização do conhecimento, na teoria do mundo na mente, posto que o pensamento não é uma faculdade distinta ou um conjunto de habilidades diferentes da compreensão, previsão ou imaginação. A mente é dinâmica, constantemente modificando-se em relação às preocupações atuais e estado de coisas. Conforme Fialho (2001): O pensamento deve depender da forma como a “realidade” é representada o “hardware” cerebral. Significado, num sentido limitado, resulta de um isomorfismo que mapeie elementos ativos capazes de armazenar, transmitir e receber informações em coisas reais. O pensamento é a operação normal da teoria do mundo, à medida que o cérebro realiza sua própria tarefa de criar e testar, seletivamente, possíveis mundos, mesmo quando padrões de comportamento estabelecidos tornam-se fixados e “hábitos”, que podem ser considerados como esquemas para a atividade. O fluxo de pensamento é impulsionado por intenções e expectativas humanas, orientado pela experiência conseqüente, de forma criativa, construtiva, não-passiva e reativa. Assim, todos os vários aspectos de pensamento que a linguagem distingue podem ser vistos como a manipulação das relações cognitivas que envolvem relações entre afirmações ou estado de coisas particulares, circunstâncias e solução de problemas relacionados a estado de coisas existentes a estados desejados. Pode-se afirmar, então, que, o cérebro não está fazendo coisas diferentes quando se raciocina, faz-se inferências ou soluciona-se problemas, porém estas ações somente parecem diferentes devido ao contexto no qual são realizadas ou às conseqüências de sua prática, pois não são mensuráveis devido, conforme Fialho (2001): Às idiossincrasias, às fraquezas e as forças, às abstrações e as vicissitudes do pensamento humano” Enfim, o cérebro constantemente engaja-se em atividades de formar relações em suas transações diárias de compreender e aprender acerca do mundo à sua volta. Referências Bibliográficas FIALHO, Francisco A. P. Ciências da Cognição. Florianópolis: Insular, 2001. FODOR. Jerry A. The modularity of mind. Cambridge. MA: MIT, 1983. SMITH, Frank. Compreendendo a leitura: uma análise psicolingüística da leitura e do aprender a ler (trad. Daise Batista). Porto Alegre: Artes Médicas, 1989.