IMC recruta pacientes para tratamento com células

IMC recruta pacientes para tratamento com
células-tronco
Em estudo há oito anos, técnica evitou perda de membros em 70% dos
casos
O IMC (Instituto de Moléstias Cardiovasculares) de São José do Rio Preto
está cadastrando pacientes para pesquisa de tratamento de Isquemia
Crítica de Membros Inferiores por meio do implante de células-tronco. A
técnica é realizada há oito anos e 70% dos casos tratados até agora
conseguiram evitar a amputação.
De acordo com o médico José Dalmo de Araújo, 15 pacientes serão
submetidos a exames clínicos gerais, arteriografias, cintilografias das
pernas e medidas das pressões nas pernas. Esses exames servirão de base
para comparação com as novas análises realizadas depois dos
procedimentos, para avaliar os resultados.
“Quem for tratado com esta técnica terá maiores chances de evitar
amputações, aliviar as dores e potencializar sua longevidade e qualidade
de vida. Para a área médica, o grande benefício será angariar mais um
recurso para o tratamento de casos complexos e, geralmente, sem outros
meios de serem oferecidos pelos hospitais do SUS”, diz o cardiologista.
Participam ainda do estudo os médicos José Dalmo de Araújo Filho,
Emerson Ciorlin e Milton Arthur Ruiz, de Rio Preto, e outros profissionais
de dois hospitais de Curitiba, incluindo a Universidade Católica e a
Fundação Osvaldo Cruz, de Salvador. O Estudo é patrocinado pela CNPq
(Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico).
O especialista do IMC afirma ainda que o tempo de observação será de
seis meses, suficientes para se concluir uma avaliação objetiva. “Este
tratamento não envolve cirurgia aberta ou fechada. Faz-se punção da
medula óssea do osso ilíaco, separam-se as células apropriadas e se injeta,
de forma intramuscular, na panturrilha do paciente”, explica.
Causas
As doenças que causam deficiência da circulação são a aterosclerose
(depósito de gordura e cálcio nas artérias, causando entupimento das
mesmas), as embolias (coágulos de sangue que bloqueiam as artérias), e
as doenças inflamatórias das artérias (arterites) que as entopem, devido à
inflamação no interior das mesmas.
Esses casos são tratados com cirurgias (pontes) ou angioplastias com
cateter-balão e stents. Entretanto, em 30% desses casos, não se obtém
êxito. “Destes 30%, 50% são encaminhados para amputações, que podem
ser impedidas com células-tronco. Com essa técnica, além de se evitar
cirurgias, o tratamento tende a ser mais eficaz, já que será concluído com
células do próprio paciente, evitando qualquer tipo de rejeição”, diz
Dalmo.
No entanto, nem todos os casos podem ser encaminhados para este tipo
de tratamento. O Protocolo do Estudo estipulou critérios de exclusão, tais
como pacientes com mais de 80 anos; com expectativa de vida de menos
de 1 ano; com história de câncer nos últimos 5 anos; com retinopatia
hipertrófica, além de outros critérios técnicos.
Os pacientes elegíveis devem ter a aterosclerose como causa básica.
Todos esses detalhes serão esclarecidos através de consulta médica prévia
que pode ser marcada pelo telefone (17) 3203-4058, com referência ao
Estudo de Células Tronco do Departamento de Cirurgia Vascular. A
consulta e o tratamento são gratuitos.
Expectativa
No futuro, o tratamento com células tronco será simplificado e poderá ser
feito com processamento das células com a ajuda de aparelhos portáteis
que ficarão na sala cirúrgica e não no laboratório. “De qualquer maneira já
sabemos, hoje, que o tratamento das células-tronco, além de um alto
índice de bons resultados (que podem ser melhorados), não tem nenhum
efeito maléfico para o paciente. Além disso, é uma técnica que, no futuro,
poderá ser adotada pelos hospitais públicos, com benefício para milhares
de pacientes”, finaliza.
Serviço
Instituto de Moléstias Cardiovasculares (IMC)
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