intervenção fonoaudiológica em portadores de má oclusão

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CEFAC
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM FONOAUDIOLOGIA CLÍNICA
MOTRICIDADE ORAL
INTERVENÇÃO FONOAUDIOLÓGICA EM
PORTADORES DE MÁ OCLUSÃO DE CLASSE III
(DENTÁRIA E/OU ESQUELÉTICA)
VERIDIANA PROSINI
RECIFE
1998
1
CEFAC
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM FONOAUDIOLOGIA CLÍNICA
MOTRICIDADE ORAL
Intervenção Fonoaudiológica em Portadores de
Má Oclusão de Classe III (Dentária e/ou
Esquelética)
MONOGRAFIA DE ESPECIALIZAÇÃO
EM MOTRICIDADE ORAL
ORIENTADORA: MIRIAN GOLDENBERG
VERIDIANA PROSINI
RECIFE
1998
2
RESUMO
Este trabalho teve como objetivo a realização de uma pesquisa teórica
referente à má oclusão de Classe III de Angle. O estudo foi realizado em duas
etapas, incluindo revisão bibliográfica e utilização de questionários dirigidos aos
profissionais de saúde envolvidos com a área em questão.
O estudo abordou: incidência de casos, grau da má oclusão,
caracterização
do
quadro
das
alterações
oromiofaciais
apresentadas,
resultados terapêuticos e prognóstico, e ainda, o fator da interdisciplinaridade
no tratamento da Classe III, fundamental para a obtenção dos progressos
esperados em cada caso.
Fatores relacionados à intervenção fonoaudiológica, nesses pacientes,
foram discutidos, chegando-se à conclusão de que o portador de má oclusão
de Classe III de Angle apresenta um quadro significativo de alterações
oromiofacias.
A
correção
da
má
oclusão,
associada
ao
tratamento
fonoaudiológico, resulta em melhores prognósticos para os referidos casos.
3
Meu eterno amor e gratidão à Senhora
Durcila Anderaus Ferreira, minha avó, que me proporcionou,
entre tantas realizações, esta grande conquista profissional.
AGRADECIMENTOS
4
A Deus.
A minha mãe, Ana Maria Prosini, pelo suporte durante esse difícil
período, e também pela correção deste trabalho.
A minha irmã, Doutora Priscila Prosini da Fonte, por sua colaboração e
auxílio em todas as etapas desta pesquisa.
A Celso Luís Moura Ramos, pelo apoio, amizade e compreensão nos
momentos difíceis.
A todos que, direta ou indiretamente, contribuíram para a realização
deste trabalho.
5
SUMÁRIO
1 – INTRODUÇÃO ........................................................................................07
2 – DISCUSSÃO TEÓRICA ..........................................................................10
2.1 – Conceitos básicos .....................................................................10
2.2 – Classificação da más oclusões .................................................11
2.3 – O paciente classe III .................................................................13
2.4 – Intervenção fonoaudiológica ....................................................15
2.5 – Intervenção ortodôntica / ortopédica ........................................16
2.6 – Intervenção ortopédica-funcional .............................................18
2.7 – Intervenção cirúrgica ................................................................19
2.8 – Questionários: objetivos ............................................................20
3 – ANÁLISE DOS RESULTADOS ...............................................................21
4 – CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................25
5 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................27
ANEXOS
6
1. INTRODUÇÃO
Quando se trata de oclusão, sabe-se que estão envolvidos todos os
componentes do sistema estomatognático: dentes, ossos, músculos, glândulas,
sistema linfático, além de inervação, irrigação, e de todos os elementos de sua
constituição anátomo-fisiológica.
Em sentido mais restrito, a oclusão pode ser definida como o contato
entre os dentes das arcadas superior e inferior. Esse contato, ou articulação,
sofre modificações de acordo com o crescimento e o desenvolvimento de cada
indivíduo, a considerar desde as erupções dentárias decíduas (por volta dos
seis meses de idade), até completar-se a dentadura permanente, quando todos
os dentes já estão erupcionados e em suas alturas definitivas (entre 12 e 13
anos de idade). Nessa idade, porém, ainda há crescimento craniofacial, que é
também fator determinante na oclusão.
O padrão oclusal, considerado adequado ou não, modifica-se de acordo
com as fases da dentição, porém, quando é observada falta de harmonia na
oclusão, podemos nomeá-la má oclusão.
As más oclusões podem ocorrer de formas diferentes e, para melhor
compreendê-las, pode-se organizá-las em grupos de acordo com suas
características. A forma de classificação mais utilizada por dentistas,
ortodontistas, fonoaudiólogos e profissionais afins é a classificação de Angle,
que se baseia nas relações ântero-posteriores dos maxilares, considerando,
principalmente, a relação entre os primeiros molares superior e inferior, e que
7
também é usada para classificar as relações esqueléticas. Essa classificação
divide as más oclusões em: Classes I, II e III.
Nesta pesquisa, trataremos das más oclusões de Classe III, desde sua
definição, até as formas de tratamento ortodôntico e/ou ortopédico-funcional,
cirúrgico (nos casos mais severos), e, principalmente, serão consideradas as
possibilidades de intervenção fonoaudiológica (tratamento miofuncional) antes,
durante e após a correção da má oclusão.
Sabe-se que os pacientes com esse tipo de má oclusão podem ter
prejuízos em funções do sistema estomatognático, tais como: respiração,
mastigação, deglutição e fala, devido à desproporção entre maxila e mandíbula
que pode ocorrer pela presença de atresia maxilar e/ou de projeção
mandibular, ou devido ao posicionamento incorreto dos elementos dentários.
Nos casos menos graves, em que é caracterizada pequena discrepância
esquelética, alterações de origem dentária ou funcional, a correção da má
oclusão, associada à terapia miofuncional, que irá tratar as alterações relativas
à musculatura e funções estomatognáticas, assegura um prognóstico melhor
para o caso. Já, em casos mais severos, onde a forma inadequada dos
maxilares impede a função adequada, geralmente adota-se conduta cirúrgica
seguida de terapia fonoaudiológica, a fim de possibilitar ao paciente a
adaptação necessária à nova forma.
Os casos de má oclusão de Classe III são os que representam a mais
baixa incidência nos consultórios fonoaudiológicos. Estaria esse fato
relacionado apenas à baixa prevalência populacional de pacientes portadores
de má oclusão do tipo Classe III, ou existiria algum fator que dificulta o
encaminhamento desses pacientes para avaliação fonoaudiológica?
8
Quanto à prevalência de casos de má oclusão de Classe III, Graber
(1974) relata que é muito baixa, aparecendo nos estudos epidemiológicos
como a menos prevalente. Segundo o autor, apenas em populações orientais,
essa má oclusão aparece com prevalência significativa. A grande maioria de
casos de má oclusão é a de Classe I com apinhamentos, seguida das más
oclusões de Classe II.
Freqüentemente, a necessidade de tratamento fonoaudológico em
pacientes Classe III é questionada. Seria adequado aguardar-se a correção
cirúrgica dessa patologia sem, ao menos, proporcionar ao paciente uma
avaliação fonoaudiológica? Como a terapia fonoaudiológica poderia beneficiar
esses pacientes, partindo-se do princípio de que existem alterações
miofuncionais
nesses
casos?
Existe
uma
relação
entre
a
terapia
fonoaudiológica e a linha de tratamento dentário à qual o paciente é
submetido?
Evidências clínicas têm demonstrado que o tratamento fonoaudiológico
tem suas indicações em pacientes portadores de má oclusão de Classe III.
Mesmo quando existem limitações na correção da má oclusão que determinem
restrições ao trabalho miofuncional, deve-se considerar os benefícios que ele
pode trazer ao paciente.
É importante ressaltar que existe uma enorme carência de bibliografia a
respeito do assunto. As informações disponíveis sobre a área em questão são
vagas e discordantes. Apesar disso, é significativo o quadro de alterações em
funções estomatognáticas que o paciente Classe III apresenta.
A intenção deste trabalho é a realização de um aprofundamento teórico
do tema em questão, através de pesquisa bibliográfica e do recurso de
9
questionários direcionados a profissionais envolvidos com o tratamento de
pacientes Classe III.
2. DISCUSSÃO TEÓRICA
2.1 Conceitos básicos
A compreensão do termo má oclusão depende do conhecimento das
características de normalidade da oclusão dentária, que pode ser definida
como: o contato entre as arcadas e a força resultante entre os dentes quando
ocorre esse contato. A oclusão ideal, numa visão estática, é aquela em que
existe harmonia de todo o sistema estomatognático, quando os dentes estão
em intercuspidação e com perfeita adaptação entre suas superfícies oclusais.
Sob o ponto de vista funcional, oclusão ideal é aquela em que “os
contatos são simultâneos e estáveis entre todos os dentes na posição
intercuspideana, sem que haja interferência nos movimentos mandibulares
funcionais; deve haver distribuição das forças oclusais, nas zonas de trabalho,
pelo maior número de dentes; a resultante das forças oclusais deve seguir uma
direção axial ótima para as estruturas de suporte do dente; e finalmente, deve
existir um equilíbrio funcional com a articulação têmporo-mandibular e o
sistema neuro-muscular da mandíbula.” (Marchesan, 1993, pg 18).
Quando existe alguma característica fora dos parâmetros de uma
oclusão ideal, pode-se estar diante de algum tipo de má oclusão. Para melhor
compreendê-las, pode-se organizá-las e classificá-las em grupos de acordo
com a relação estabelecida entre as arcadas.
10
2.2 Classificação das más oclusões
O sistema de classificação mais utilizado pelos profissionais das áreas
odontológica e fonoaudiológica é o sistema de Angle modificado, que é
baseado nas relações ântero-posteriores entre maxila e mandíbula, com ênfase
nas relações entre os primeiros molares permanentes. Angle, originalmente,
tomou, como parâmetro de classificação das más oclusões, a relação mesiodistal entre os primeiros molares, porém, devido a diversos fatores, como por
exemplo, funcionamento muscular, crescimento ósseo, e, até mesmo, o fato de
que essa relação não permanece estável durante todas as etapas do
desenvolvimento da dentição, tornou-se necessário observar as relações
esqueléticas envolvidas nesse tipo de classificação. Segundo Moyers (1991),
atualmente, os clínicos utilizam o sistema de Angle de modo diferente do
originalmente apresentado, pois as bases de classificação mudaram dos
molares para as relações esqueléticas.
Classificação de Angle:
•
Classe I (neutroclusão)
A cúspide mesiovestibular do primeiro molar superior oclui no sulco
mesiovestibular do primeiro molar inferior, ou seja, a relação mesiodistal
está normal e a má oclusão é relativa a maus posicionamentos dentários
que se traduzem em desalinhamentos, apinhamentos, discrepâncias em
tamanhos de dentes, posições, giroversões, etc. Sob o ponto de vista
11
esquelético existe, neste caso, uma correta relação ântero-posterior
entre maxila e mandíbula.
•
Classe II (distoclusão)
A cúspide distovestibular do primeiro molar superior oclui no sulco
mesiovestibular do primeiro molar inferior. Avaliando-se as bases
ósseas, observa-se retrognatismo mandibular, prognatismo maxilar ou,
ainda, as duas situações ocorrendo simultaneamente. A Classe II está
ainda subdividida em:
Divisão 1: com incisivos centrais superiores em labioversão.
Divisão 2: com incisivos centrais superiores em linguoversão.
•
Classe III (mesioclusão)
A cúspide mesiovestibular do primeiro molar superior articula-se com o
sulco mesial do primeiro molar inferior. Com relação ao posicionamento
das bases esqueletais, nesse tipo de má oclusão, pode ocorrer
prognatismo mandibular, retrognatismo maxilar ou uma combinação de
ambos.
As desproporções entre maxila e mandíbula induzem alterações no perfil
do paciente. De acordo com o tipo de má oclusão, o paciente poderá
apresentar três tipos de perfil: perfil reto (geralmente encontrado em pacientes
de Classe I), perfil convexo (indicando Classe II) e perfil côncavo (indicando
Classe III).
Analisando a face do paciente no plano vertical, encontram-se,
novamente, três tipos de faces: médias, curtas e longas. A importância da
12
análise da tipologia facial reside no fato de que as características da oclusão
estão fortemente relacionadas ao tipo de face do paciente.
2.3 O paciente Classe III
Caracterizada por prognatismo mandibular e/ou por deficiência maxilar
(Moyers, 1991), a má oclusão de Classe III está associada à mordida cruzada
anterior, que poderá trazer inadequação de postura labial. Dependendo da
severidade do caso, o lábio inferior, acompanhando o posicionamento dentário,
pode situar-se anteriorizado ao superior. Pode-se observar, ainda, um apoio do
lábio superior sobre os incisivos inferiores.
Alterações na postura de lábios e língua, em pacientes Classe III, foram
observadas por Bianchini (1995). Segundo a autora, os lábios podem estar
abertos, com o inferior hipotônico, ou fechados, ocasionando alongamento do
lábio superior e hiperfunção do músculo mentoniano. Quanto à língua, observase posicionamento inferior, proporcionado pelo espaço que a arcada oferece, e,
por conseqüência de seu posicionamento, terá tensão diminuída.
As alterações posturais de lábios e língua irão interferir nas demais
funções desempenhadas pelo sistema estomatognático. Proffit (1991) percebe
e refere a relação existente entre más oclusões e dificuldades na função oral:
“A mastigação pode estar prejudicada, e, muitas vezes, esses pacientes
aprendem a evitar certos alimentos duros para cortar e mastigar. Durante a
mastigação, eles podem morder os lábios e as bochechas. Esses pacientes
indicam tais problemas e relatam que, após o tratamento ortodôntico, sua
função oral melhorou” (pg. 138). Segundo Bianchini (1995), a mordida cruzada
13
anterior irá dificultar a mastigação em eficiência e coordenação, prevalecendo
os movimentos verticais. A utilização do dorso de língua que, em direção ao
palato, atua no esmagamento do alimento, também será prejudicada.
A deglutição deverá estar adaptada ao padrão anatômico do indivíduo
(Marchesan,1994). Isso significa que podem estar presentes: anteriorização de
língua e participação da musculatura peri-oral (Bianchini, 1995).
Podem ocorrer, também, distorções dos sons da fala, com “movimentos
de ponta de língua substituídos pelo meio ou dorso, fonemas labiais e/ou
labiodentais efetuados com predomínio de lábio superior e movimentos dorsais
de língua incoordenados” (Bianchini, 1995, pg. 21). Os fonemas sibilantes (s, z,
ch, j) são freqüentemente afetados devido às alterações de língua, e a
articulação de f e v pode ocorrer de forma inversa: lábio superior em contato
com o bordo incisal dos dentes inferiores (Silva, s/d).
Moyers (1991) estabelece a Classe III como uma displasia esquelética
bem definida, considerando, porém, que existem Classes III funcionais. Em
adultos, nos casos mais severos, o tratamento ortodôntico visa a camuflar o
padrão esquelético com finalidade de melhoria estética e funcional, mas, em
crianças, pode-se tentar a correção através de direcionamento de crescimento.
Alguns autores fazem referência à intervenção cirúrgica em pacientes
Classe III, que está diretamente relacionada à severidade do caso.
Ocasionalmente, a cirurgia deve ser considerada para melhor tratar a Classe III
grave (Moyers, 1991). Bianchini (1995) concorda e acrescenta que a Classe III,
em que aparecem recuo de maxila e avanço de mandíbula, é o tipo mais
severo e terá, freqüentemente, indicação cirúrgica. Em adultos, os melhores
14
resultados são aqueles obtidos através de cirurgias ortognáticas (Marchesan,
1994).
2.4 Intervenção fonoaudiológica
Marchesan (1994), em seu estudo, “O trabalho fonoaudiológico nas
alterações do sistema estomatognático”, faz questionamentos bastante
interessantes, como por exemplo: seria de fato importante todo paciente, em
acompanhamento dentário, sofrer intervenção do fonoaudiólogo? Questiona,
ainda, o momento ideal para a intervenção e refere descrédito no trabalho
fonoaudiológico isolado do trabalho ortodôntico em Classe III.
Para Ferraz (1997), o tratamento miofuncional deve ser indicado sempre
que forem observadas alterações oromiofaciais que possam prejudicar o
paciente ou o tratamento ortodôntico. Segundo a autora, não adiantaria efetuar
correção ortodôntica sem eliminação da causa da pré-oclusão inicial.
Quanto à realização de trabalho fonoaudiológico preventivo em
pacientes de Classe III, Marchesan (1994) refere grande importância. Segundo
a autora, a prevenção, no aspecto fonoaudiológico, estaria baseada na
orientação a respeito das funções de mastigar e respirar corretamente, bem
como da postura adequada de lábios e língua. Ferraz (1997) concorda em
realizar a terapia miofuncional preventiva, principalmente em crianças com
idade entre 4 e 5 anos. Para a autora, a realização da terapia, em adolescentes
e adultos, paralela aos tratamentos ortodônticos e/ou ortopédicos, apresenta
resultados positivos.
15
2.5 Intervenção ortodôntica/ortopédica
Existem diferentes linhas de tratamento para a correção dentária e/ou
esquelética das más oclusões de Classe III. Observou-se, na literatura,
referências aos tratamentos
ortodôntico/ortopédico, ortopédico-funcional e
cirúrgico.
Segundo Moyers (1991), a Ortodontia é um ramo da Odontologia que
estuda o desenvolvimento da oclusão, o crescimento do complexo crânio-facial,
e tem como objetivo o tratamento das anomalias dento-faciais, ou más
oclusões. Dentro dos prejuízos que podem ocorrer pela presença da má
oclusão, estão as alterações mastigatórias, distúrbios na articulação têmporomandibular e, ainda, alterações na fala.
Para Petrelli (1994), o tratamento ortodôntico pretende melhorar a
função muscular e o posicionamento dos dentes através do uso de aparelhos
apropriados, a fim de favorecer a mastigação, a oclusão, a fala, etc. O
tratamento é dividido em: preventivo, interceptador (quando já há indícios de
instalação da má oclusão) e corretivo (na presença da má oclusão).
16
Faltin, citado por Petrelli (1994), divide a Ortodontia em: ortodontia
(propriamente dita) fixa e/ou removível, e ortopedia maxilar mecânica e/ou
funcional.
Atualmente,
o
Conselho
Federal
de
Odontologia
estabelece
a
especialidade como Ortodontia e Ortopedia Facial, que inclui a ortodontia e a
ortopedia mecânica e funcional (documento anexo [1] ).
O tratamento exclusivamente ortodôntico para alterações de Classe III
está restrito às más oclusões dentárias, nas quais, as bases ósseas estão bem
posicionadas e existe apenas um posicionamento dentário incorreto. Esse
tratamento também pode ser utilizado quando a desproporção esquelética é
muito suave, e o tratamento propõe-se a “mascarar” a má oclusão esquelética,
através da compensação das posições dentárias. A aparatologia utilizada
nesses casos pode ser removível ou fixa, dependendo da idade do paciente e
dos objetivos a serem alcançados.
O tratamento ortodôntico/ortopédico mecânico para a Classe III está
indicado para os casos de má oclusão esquelética suave e moderada, quando
existe possibilidade de se evitar a cirurgia ortognática. O objetivo desse tipo de
tratamento é reduzir a discrepância esquelética, através de aparelhos
ortopédicos mecânicos, e corrigir o posicionamento dentário inadequado. Os
aparelhos ortopédicos mecânicos diferem dos funcionais devido à emissão de
forças
pesadas
sobre
o
esqueleto;
eles
podem
ser
utilizados:
no
redirecionamento do crescimento da mandíbula, atuando sobre o prognatismo
mandibular; com o propósito de abrir mecanicamente a sutura palatina maxilar,
expandindo o osso maxilar no sentido transversal; ou tracionando a maxila para
17
a frente, com o objetivo de atuar sobre o retrognatismo maxilar. Já os
aparelhos funcionais atuam adequando o ambiente oro-facial, e não liberam
forças.
2.6 Intervenção ortopédico-funcional
Fränkel & Fränkel (1990) consideram que, do ponto de vista funcional,
as desproporções ósseas e/ou dentárias presentes na má oclusão de Classe III
estão interrelacionadas às alterações funcionais no que diz respeito à
causalidade. Sendo assim, a base do tratamento ortopédico-funcional irá
consistir na correção de tais alterações.
Dentre as implicações desse tipo de má oclusão, estão a redução do
espaço funcional oral superior e o aumento do espaço inferior em maior ou
menor escala. A ortopedia funcional dos maxilares relaciona tais alterações a
problemas com a estrutura e a postura musculares da cápsula bucal de tecidos
moles.
Outro fator a ser considerado é a interferência exercida pela língua, que,
na presença de um palato atrésico, pode se posicionar inferiormente,
proporcionando aumento do crescimento mandibular. Nesse sentido, o
tratamento não interfere, reduzindo o volume da língua, mas preserva seus
movimentos funcionais e sua posição postural. Através da aplicação de
determinada força a estruturas vizinhas, a língua irá adequar sua postura e
passar a ter uma ação apropriada ao desenvolvimento maxilar.
O tratamento ortopédico-funcional terá como diretriz a expansão da
cápsula externa, formada pelos tecidos moles, por meio da aplicação de tensão
nos tecidos e inserções periostais, que irão desencadear determinadas
18
respostas da estrutura óssea a eles relacionada. Sua atuação funcional está
em retreinar a musculatura associada a determinada estrutura óssea com o
objetivo de, valendo-se de sua plasticidade, modificá-la para padrão adequado.
Portanto, na má oclusão de Classe III, além de proporcionar atuação
positiva da língua no desenvolvimento da maxila, o tratamento ortopédico
funcional, através da aplicação de forças nos tecidos moles relacionados, atua
também diretamente na maxila para obtenção de melhor desenvolvimento
ósseo, que se traduz pelo movimento de expansão. Nos casos onde há
crescimento mandibular além do esperado, estará associada ao tratamento, a
tentativa de contenção desse crescimento pelo mesmo mecanismo de
aplicação das forças naturais.
Vale destacar que, segundo Fränkel & Fränkel, os resultados do
tratamento estão na dependência direta da idade em que o paciente irá iniciálo, já que as possibilidades terapêuticas crescem quando o tratamento se vale
dos surtos de crescimento ósseo do paciente.
2.7 Intervenção cirúrgica
Segundo Moyers (1991), a cirurgia ortognática surgiu devido às
dificuldades encontradas em tratar as más oclusões que apresentavam maior
grau de severidade.
Os aparelhos ortopédicos conseguem modificações significativas em
discrepâncias esqueléticas apresentadas por crianças, a não ser em casos de
displasias esqueléticas severas. Moyers (1991) é bastante categórico quanto à
presença desse tipo de alteração em adultos, dizendo que sua correção por
19
redirecionamento
do
crescimento
simplesmente
não
é
possível.
É,
principalmente, nesse tipo de caso que está indicada a cirurgia ortognática.
A primeira das indicações cirúrgicas referida por Proffit (1991) é para
tratamento do prognatismo mandibular que, dependendo do caso, poderá ser
corrigido com manobra de avanço maxilar ou redução mandibular. Ele sugere,
em pacientes que apresentam crescimento excessivo, que se aguarde o
término do crescimento para a intervenção cirúrgica, já que os resultados
obtidos em cirurgia precoce poderiam ser prejudicados pelo crescimento ativo,
que resultaria em prováveis recidivas, principalmente nos casos de
prognatismo mandibular.
2.8 Questionários: objetivos
Como parte da proposta deste estudo, foram elaborados questionários
para alguns dos profissionais envolvidos com o tratamento da Classe III.
O primeiro questionário, elaborado para fonoaudiólogos que atuam na
área de motricidade oral (anexo 2), teve o objetivo de investigar: a prevalência
de pacientes portadores de má oclusão de Classe III nos consultórios
fonoaudiológicos; a origem dos encaminhamentos desses pacientes à
fonoaudiologia; e informações sobre o quadro de alterações miofuncionais,
momento ideal de intervenção fonoaudiológica, efetividade e prognóstico
fonoaudiológico dos casos.
O questionário destinado aos profisionais que trabalham na correção da
má oclusão (anexo 3), investiga a prevalência dos casos de Classe III; a
conduta terapêutica aplicada a esses pacientes de acordo com a severidade
20
dos casos; a credibilidade desses profissionais frente ao tratamento
fonoaudiológico; e a conduta de encaminhamento do paciente Classe III.
3. ANÁLISE DOS RESULTADOS
Questionário apresentado aos fonoaudiólogos
No questionário dirigido aos fonoaudiólogos, 92,31% dos entrevistados
referiram que a freqüência de pacientes Classe III em seu consultório, em
relação a outros tipos de má oclusão, é menor. 7,69% dos profissionais
referiram freqüência inexistente de pacientes Classe III. Esses números vêm
confirmar os achados de Graber (1974) que, em seus estudos epidemiológicos,
aponta a baixa prevalência desse tipo de má oclusão.
Quanto à procedência dos encaminhamentos de pacientes Classe III ao
consultório fonoaudiológico, observou-se que 53,85% desses pacientes foram
encaminhados exclusivamente por ortodontistas. Em 46,15% dos questionários
respondidos, houve associação dos encaminhamentos feitos por ortodontistas,
dentistas que trabalham com ortopedia funcional dos maxilares e cirurgiões
buco-maxilo-faciais, em ordem decrescente de prevalência. Em apenas 15,38%
21
dos casos, os pacientes procuraram o fonoaudiólogo por conta própria. Nessa
etapa da pesquisa, foi possível concluir que a maioria significativa dos
fonoaudiólogos recebeu encaminhamentos de casos de má oclusão de Classe
III de ortodontistas, já que esses profissionais foram referidos em 92,31% dos
questionários respondidos.
Com relação à severidade do caso, 69,23% dos fonoaudiólogos
referiram experiência apenas com casos de Classe III suave. Os 30,77%
restantes referiram atuação clínica com pacientes apresentando Classe III
severa, pré e pós cirúrgica. Isso leva a crer que são mais freqüentemente
encaminhados para tratamento fonoaudiológico os pacientes que apresentam
casos de Classe III suave.
Todos
os
fonoaudiólogos
referiram
presença
de
alterações
miofuncionais nos pacientes com má oclusão de Classe III. Entre as
características apresentadas, observam-se: alterações em tônus, postura e
mobilidade da musculatura oral e peri-oral, desordens têmporo-mandibulares,
alterações em mastigação, respiração e deglutição e ainda a presença de
distúrbios articulatórios. Esse dado confirma as considerações a respeito dos
prejuízos miofuncionais apresentados pelo paciente portador de má oclusão de
Classe III.
Quanto aos benefícios que o tratamento fonoaudiológico pode trazer aos
pacientes Classe III, os fonoaudiólogos foram unânimes em responder que o
tratamento pode proporcionar: equilíbrio da musculatura orofacial com
adequação de tônus e mobilidade, equilíbrio das funções estomatognáticas,
maior eficiência mastigatória, adequação da articulação e, em pacientes
acompanhados após a cirurgia ortognática, readaptação das funções
estomatognáticas à nova forma. Ainda nesta questão, 8,33% dos profissionais
22
afirmaram que a fonoterapia só trará resultados para o paciente, se associada
ao tratamento ortodôntico. Do ponto de vista dos profissionais entrevistados, é
grande a possibilidade de intervenção fonoaudiológica com respostas
terapêuticas positivas, desde que a mesma esteja associada à correção da má
oclusão, o que assegura melhor prognóstico para o caso.
Quanto ao momento ideal para a intervenção fonoaudiológica, as
opiniões foram bastante diversificadas, o que vem evidenciar o fato de que
cada caso é orientado de acordo com as particularidades que apresenta, com
destaque para o fato de que nenhum dos profissionais que participaram da
pesquisa considerou inadequada a intervenção fonoaudiológica em pacientes
Classe III.
Com relação ao prognóstico dos casos atendidos, 30,77% dos
fonoaudiólogos consideraram que o prognóstico para os pacientes tratados é
bom, desde que os mesmos estejam sendo devidamente acompanhados para
a correção da má oclusão. 23,08% dos profissionais consideraram a presença
de limitações no tratamento fonoaudiológico, referindo que o prognóstico para
os pacientes de Classe III deve ser avaliado de acordo com as particularidades
de cada caso. 15,38% relataram prognósticos de casos isolados, bastante
divergentes entre si, e não puderam ser considerados nesta etapa da pesquisa.
Os 30,77% restantes não responderam à pergunta. Observa-se que, na
questão a respeito de prognósticos, não há congruidade nas respostas
apresentadas, que pode ser explicada pela baixa prevalência da má oclusão de
Classe III, somada à presença de limitações nos resultados do tratamento
fonoaudiológico para esses casos.
23
Questionário apresentado aos profissionais que trabalham na correção da má
oclusão
Foi observado que a maioria significativa dos profissionais atua nas
diversas áreas da ortodontia, incluindo a ortopedia mecânica e funcional. Todos
os ortodontistas que participaram da pesquisa consideraram a freqüência de
pacientes Classe III como a menor em relação aos demais tipos de má
oclusão. Esse achado confirma aqueles encontrados por Graber (1974), em
que ele refere a baixa prevalência desse tipo de má oclusão.
Com relação ao tipo de tratamento, cerca de 61,54% dos casos de
Classe III receberam terapia ortodôntica-ortopédica. 15,38% dos ortodontistas
responderam ser o tratamento preparatório para cirurgia ortognática o mais
freqüente em seu consultório. A mesma porcentagem de 15,38% foi
encontrada para profissionais que relataram equivalência quantitativa entre os
tipos de tratamento ortodôntico, ortopédico e preparatório para cirurgia
ortognática. Apenas 7,5% apresentaram a maioria dos casos de Classe III
tratados através da ortopedia funcional. Esses resultados apontam que os
casos de Classe III, tratados com o objetivo de preparar a arcada para cirurgia
ortognática, representam minoria. Essa minoria reflete a baixa incidência de
casos de Classe III severa.
100% dos ortodontistas entrevistados consideram que a terapia
fonoaudiológica deve ser indicada como coadjuvante no tratamento da Classe
III. 23,08% dos ortodontistas assinalaram que a referida terapia pode ser
aplicada, associada a todos os tipos de intervenção ortodôntica, nesses
pacientes.
Porém,
69,23%
dos
entrevistados
associam
a
terapia
fonoaudiológica a casos tratados através de cirurgia ortognática. Os 7,69%
24
restantes consideram que a terapia está restrita a pacientes tratados através de
ortodontia e ortopedia.
Embora a totalidade dos ortodontistas entrevistados considere a
importância da terapia fonoaudiológica, 30,77% dos entrevistados referiram
não encaminhar, com freqüência, seus pacientes à fonoaudiologia. Segundo
esses profissionais, a baixa quantidade de encaminhamentos deve-se à baixa
incidência de casos de Classe III tratados em seus consultórios; à limitação da
intervenção fonoaudiológica devido a um comprometimento dentário e/ou
esquelético significativo; e à ausência de indicação para o encaminhamento.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A finalidade deste trabalho foi o estudo das questões relacionadas ao
portador de má oclusão de Classe III de Angle.
Os resultados alcançados após a revisão da literatura e análise dos
resultados dos questionários aplicados, demonstraram que, apesar da baixa
incidência de casos de Classe III nos consultórios de fonoaudiólogos e de
ortodontistas, esses pacientes têm sido encaminhados, avaliados e tratados,
independentemente da severidade da má oclusão.
Fica comprovada a presença de alterações oromiofaciais no paciente
Classe III e também o fato de que o tratamento ortodôntico/ortopédicofuncional, associado à fonoterapia, melhora o prognóstico dos casos.
Quanto
à
intervenção
fonoaudiológica,
os
autores
pesquisados
concordam que o paciente deve ser avaliado e, caso haja indicação,
encaminhado para terapia ou orientação, no momento oportuno.
25
Os casos de Classe III podem apresentar limitações diante do
tratamento fonoaudiológico, que terão relação direta com a presença de
limitações na correção da má oclusão. Porém, esse fato não contra-indica a
terapia fonoaudiológica. Deve-se ter em mente que, para aqueles que
apresentam
limitações,
reestabelecidos
e
os
objetivos
esclarecidos,
para
devem
que
ser
suas
cuidadosamente
conquistas
sejam
compreendidas e valorizadas. A realização de um bom trabalho, dentro das
condições oferecidas, pode minimizar o quadro de alterações apresentado,
permitindo melhor qualidade de vida para o paciente.
Os resultados deste estudo demonstram que o portador de má oclusão
de Classe III representa um tema pouco explorado no campo fonoaudiológico.
Torna-se evidente a necessidade da realização de maior número de pesquisas
teóricas e clínicas, objetivando o aprofundamento científico na área em
questão.
26
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. BIANCHINI, E. M. G. A cefalometria nas alterações miofuncionais orais:
diagnóstico e tratamento fonoaudiológico. 3.ed. Carapicuiba, Pró-Fono
Departamento Editorial, 1995. 79p.
2. FERRAZ, M. C. A. Alterações oromiofaciais. In: ARAÚJO, R. B.,
PRACOWNIK, A., SOARES, L. S. D. (Coord.) Fonoaudiologia atual. Rio
de Janeiro, Revinter, 1997. p.63-75.
3. FRÄNKEL, R. & FRÄNKEL, C. Ortopedia orofacial: com o regulador de
função. São Paulo, Santos, 1990. 249p.
4. GRABER, T. M. Ortodoncia: teoria y práctica. 3.ed. México, Nueva
Editorial Interamericana, 1974. 892p.
5. HANSON, M. L. & BARRET, R. H. Fundamentos da miologia orofacial.
Rio de Janeiro, Enelivros, 1995. 416p.
27
6. JUNQUEIRA, P. A postura em repouso dos órgãos fonoarticulatórios frente
aos limites anatômicos do paciente na terapia miofuncional. PRÓ-FONO
Revista de Atualização Científica., 9 :59-61.
7. MARCHESAN, I. Q. Motricidade oral: visão clínica do trabalho
fonoaudiológico integrado com outras especialidades. São Paulo,
Pancast, 1993. p.88.
8. MARCHESAN, I. Q. O trabalho fonoaudiológico nas alterações do sistema
estomatognático. In: MARCHESAN, I. Q., BOLAFFI, C., GOMES, I. C. D.,
ZORZI, J. L. (Org.) Tópicos em fonoaudiologia. São Paulo, Lovise, 1994.
v.1, cap.4, p.83-96.
9. MOYERS, R. E. Ortodontia. 4.ed. RJ, Guanabara Koogan, 1991. 483p.
10. PETRELLI, E. Ortodontia para fonoaudiologia. São Paulo, Lovise, 1994.
318p.
11. PROFFIT, W. R. Ortodontia contemporânea. São Paulo, Pancast, 1991.
589p.
12. SILVA, R. C. Ribeiro da. Pressões atípicas da língua. Rio de Janeiro,
(s/d). [Tese - Especialização em Ortodontia - Policlínica Geral do Rio de
Janeiro]
28
ANEXOS
ANEXO 1
Questionário destinado aos fonoaudiólogos clínicos:
PROFISSÃO:
01) Quanto tempo você tem de atuação clínica?
02) Relacionando as más oclusões de Casse I, II e III, você considera que a
freqüência de encaminhamentos de pacientes apresentando Classe III em
seu consultório, diante dos outros tipos de má oclusão, é:
(
) predominante
(
) equivalente
(
) menor
(
) inexistente
03) Se você recebeu pacientes apresentando má oclusão de Classe III, que
profissional, ou profissionais, fizeram o encaminhamento?
(
) Cirurgião buco-maxilo-facial
(
) Ortodontista
(
) Dentista que trabalha com ortopedia funcional dos maxilares
(
) Fonoaudiólogo
(
) Outro profissional
(
) Paciente veio por conta própria
04) Quais as alterações miofuncionais freqüentemente encontradas no
paciente portador de má oclusão de Classe III?
SuaveSevera pré-cirúrgicaSevera pós-cirúrgica-
29
05) Quais as principais modificações que o tratamento fonoaudiológico pode
trazer aos pacientes Classe III?
SuaveSevera pré-cirúrgicaSevera pós-cirúrgica-
06) Em que momento (s) você considera ideal a intervenção fonoaudiológica
para o paciente portador de má oclusão de Classe III?
(
) antes do tratamento ortodôntico
(
) durante o tratamento ortodôntico
(
) após o tratamento ortodôntico
(
) antes do tratamento ortpédico-funcional
(
) durante o tratamento ortpédico-funcional
(
) após o tratamento ortpédico-funcional
(
) antes do tratamento cirúrgico
(
) após o tratamento cirúrgico
(
) não deve haver intervenção fonoaudiológica nesse tipo de caso
07) Qual o prognóstico esperado em pacientes Classe III que são submetidos
ao tratamento fonoaudiológico?
SuaveSevera pós-cirúrgica-
30
ANEXO 2
Questionário destinado a profissionais que trabalham com a correção da má
oclusão de Classe III
PROFISSÃO:________________________________________________
CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO REALIZADOS
(referentes à sua área de atuação clínica):
___________________________________________________________
INSTITUIÇÃO ONDE REALIZOU PÓS-GRADUAÇÃO:
___________________________________________________________
01) Quanto tempo você tem de atuação clínica?
02) Você trabalha com (assinale um ou mais itens):
(
) ortodontia
(
) ortopedia maxilar mecânica
(
) ortopedia funcional dos maxilares
03) Relacionando as más oclusões de Classe I, II e III, você considera que a
freqüência de pacientes apresentando Classe III em seu consultório, diante dos
outros tipos de má oclusão, é:
(
) predominante
(
) equivalente
(
) menor
(
) inexistente
31
04) A maioria dos casos de má oclusão de Classe III, tratados em seu
consultório, recebeu tratamento:
(
) ortodôntico / ortopédico
(
) ortopédico-funcional
(
) preparatório para cirurgia ortognática
05) Você considera que o tratamento fonoaudiológico pode trazer resultados
favoráveis em pacientes Classe III
(
) que têm indicação de tratamento ortodôntico / ortopédico
(
) que têm indicação de tratamento ortopédico-funcional
(
) que têm indicação de tratamento cirúrgico (antes da cirurgia)
(
) que têm indicação de tratamento cirúrgico (após a cirurgia)
(
) o tratamento fonoaudiológico não tem indicação para pacientes
portadores de má oclusão de Classe III
06) Em sua conduta, é freqüente o encaminhamento de pacientes Classe III
para avaliação e/ou terapia fonoaudiológica?
(
) não
(
) sim
Por quê?
R-
32
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