COLÉGIO INTEGRAÇÃO MINAS NOTA: ALUNO(A):_________________________________________________________ Nº _________ TURMA: ____________ 2ª SÉRIE DO ENSINO MÉDIO MANHÃ TRABALHO RECUPERAÇÃO FINAL - FILOSOFIA CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS Prof.: Eduardo Valor: 40,0 pontos Data Devolução: 09/01/2014 É obrigatória a devolução dessa folha anexada ao trabalho e esta servirá como “CAPA”. Preencha todo o cabeçalho acima. O trabalho deverá ser resolvido somente À TINTA azul ou preta e com letra legível. Coloque suas respostas completas e apresente-as manuscritas em folhas pautadas, portanto, NÃO SERÃO aceitos trabalhos a lápis, datilografados ou digitados. Coloque suas respostas completas. As matérias das exatas deverão conter as resoluções e a humanas, conforme pedido. Você poderá fazer pesquisa na Internet, mas não copie textos prontos. Apresente com suas palavras o seu ponto de vista sobre o assunto. Faça sua pesquisa, elabore as respostas e apresente-as conforme orientação do professor. A interferência de outra pessoa em sua atividade implica anulação de seu trabalho, ou seja, a nota será zerada. É NECESSÁRIA A APRESENTAÇÃO DE DOCUMENTO COM FOTO NO DIA DA PROVA QUESTÃO 01 (Valor: 2,0) Leia o trecho extraído do Poema Sobre a Natureza, de Parmênides, escrito no séc. V a.C.: Pois bem, agora vou eu falar, e tu, prestes atenção ouvindo a [palavra acerca das únicas vias de questionamento que são a pensar: uma, para o que é e, como tal, não é para não ser, é o caminho de Persuasão — pois segue pela Verdade —, outra, para o que não é e, como tal, é preciso não ser, esta via afirmo-te que é uma trilha inteiramente insondável; pois nem ao menos se conheceria o não ente, pois não é realizável , nem tampouco se o diria. Observe a letra da música de Arnaldo Antunes, “O Que!” O Que não é o que não pode ser que não é o que não pode ser que não é o que não pode ser que não É o que não Pode ser Que não É Titãs, do álbum Cabeça Dinossauro, 1986. Analise as assertivas abaixo: I. A letra da música expressa a filosofia do Ser de Parmênides, em que a possibilidade do movimento é desconsiderada na via da razão. II. Parmênides pensa um Ser em completo movimento, por isso podemos afirmar que o não é, expresso na música citada. III. “O não é o que não pode ser” ilustra a imobilidade do Ser de Parmênides, visto que o não ser não é possível. IV. O ser e o não-ser se confundem tanto na letra da música de Arnaldo Antunes quanto no poema de Parmênides, o eterno devir é a temática de ambas. Assinale a alternativa que contenha somente as assertivas que expliquem a música citada partindo do imobilismo de Parmênides. (a) I e III (b) II e III (c) II e IV (d) I e IV (e) III e IV QUESTÃO 02 (Valor: 2,0) Leia atentamente os fragmentos abaixo: Fragmentos 1 “Não podemos entrar duas vezes no mesmo rio porque suas águas não são as mesmas e nós não somos os mesmos.” “O que se opõe a si mesmo está em acordo consigo mesmo; harmonia de tensões contrárias como as do arco e da lira” “Para as almas, morrer é água; para a água, morrer é terra; da terra, porém, forma-se a água e da água, a alma” “O fogo vive a morte da terra e o ar vive a morte do fogo; a água vive a morte do ar e a terra a da água” TRABALHO_FILOSOFIA_2SEM_MANHÃ_KEL_13 1 Fragmentos 2 “é preciso que de tudo te instruas, do âmago inabalável da verdade (aletheia) bem redonda, e das opiniões (dóxa) dos mortais, em que não há fé verdadeira. (...) ...eu te direi, e tu, recebe a palavra que ouviste, os únicos caminhos de inquérito que são a pensar: o primeiro, que é; e, portanto, que não é não ser, de Persuasão é caminho, pois à verdade acompanha. O outro, que não é; e, portanto, que é preciso não ser. Eu te digo que este último é atalho de todo não crível, pois nem conhecerias o que não é, nem o dirias... (...) Pois o mesmo é a pensar e portanto ser. (...) Necessário é o dizer e pensar que o ente é; pois é ser. E nada não é. Isto eu te mando considerar”. CHAUÍ, Marilena. Introdução à história da filosofia: dos présocráticos a Aristóteles. São Paulo: Brasiliense, 1994, pp. 66-73. Analise as assertivas a baixo: 1. ( ) Os fragmentos acima exprimem o pensamento de dois dos mais importantes filósofos do chamado período présocrático, os primeiros atribuídos a Heráclito de Éfeso, que compreendia a realidade como fluxo ou devir permanente e eterno, e, os segundos, à Parmênides de Eléia, para quem a realidade é aquilo que permanece sempre idêntico a si mesmo e imutável. 2. ( ) A tese sobre a realidade ou o Ser de Heráclito pode ser expressa, em síntese, da seguinte maneira: “O ser é (existe) e o não-ser não é (não existe)”. Já a tese de Parmênides se resumiria assim: “O não-ser é (existe) e o ser não é (não existe)”. 3. ( ) Como Heráclito e Parmênides pensavam apenas por metáforas (linguagem figurada), pode-se dizer que estavam muito mais próximos dos poetas, como Homero e Hesíodo, do que dos filósofos e da busca da verdade. 4. ( ) Embora a concepção do Ser ou da realidade seja para Heráclito e Parmênides bastante distinta e até mesmo oposta, é necessário reconhecer que, tanto para um quanto para outro, os sentidos e o senso comum não alcançam o verdadeiro conhecimento, mas engendram apenas a opinião (doxa). Para ambos, apenas o pensamento (logos) pode conhecer a verdade. Assinale a alternativa que contenha somente as assertivas corretas. (a) V, F, F, V (b) V, V, F, F (c) F, F, V, V (d) V,V,V,V (e) F, F, F, F QUESTÃO 03 (Valor: 2,0) O texto citado abaixo é extraído da obra platônica ‘Apologia de Sócrates’, nele encontramos elementos que demonstra um pouco da pessoa polêmica que foi Sócrates de Atenas; observe: “Assim, pois, como acabei de dizer, pouco ou absolutamente nada disseram de verdade; mas, ao contrário, eu vo-la direi em toda a sua plenitude. Contudo, por Zeus, não ouvireis, por certo, cidadão atenienses, discursos enfeitados de locuções e de palavras, ou adornados como os deles, mas coisas ditas simplesmente com as palavras que me vieram à boca; pois estou certo de que é justo o que eu digo, e nenhum de vós espera outra coisa. Em verdade, nem conviria que eu, nesta idade, me apresentasse diante de vós, ó cidadãos, como um jovenzinho que estuda os seus discursos. E todavia, cidadãos atenienses, isso vos peço, vos suplico: se sentirdes que me defendo com os mesmos discursos com os quais costumo falar nas feiras, perto dos bancos, onde muitos de vós tendes ouvido, e em outros lugares, não vos espanteis por isso, nem provoqueis clamor. Porquanto, há o seguinte: é a primeira vez que me apresento diante de um tribunal, na idade de mais de setenta anos: por isso, sou quase estranho ao modo de falar aqui. Se eu fosse realmente um forasteiro, sem dúvida, perdoaríeis, se eu falasse na língua e maneira pelas quais tivesse sido educado; assim também agora vos peço uma coisa que me parece justa: permiti-me, em primeiro lugar, o meu modo de falar - e poderá ser pior ou mesmo melhor - depois, considerai o seguinte, e só prestai atenção a isso: se o que digo é justo ou não: essa, de fato, é a virtude do juiz; a do orador - dizer a verdade.” Assinale a alternativa que melhor descreveria a postura que Sócrates adota em sua defesa frente ao tribunal ateniense. (a) (b) (c) (d) (e) O texto acima demonstra que na sua defesa Sócrates usará uma forma rebuscada e difícil de linguagem. Para Sócrates não seria cabível utilizar no tribunal os mesmos discursos que empregava nas praças e feiras. O objetivo de Sócrates é se defender das acusações partindo de um discurso simples e direto. Sócrates está condenado à pena de morte porque utiliza uma defesa fundamenta na tradição retórica. Sócrates afirma que um postura simples em seu discurso, tal como ele costumava usar nas feiras, perto dos bancos, não seria lícito e por isso pede desculpas. QUESTÃO 04 (Valor: 2,0) Leia atentamente o trecho do diálogo platônico Apologia de Sócrates: Como se dá, caro amigo, (...) não te envergonhes de só te preocupares com dinheiro e de como ganhar o mais possível, e quanto à honra e à fama, à prudência e à verdade, e à maneira de aperfeiçoar a alma, disso não cuidas nem cogitas? PLATÃO, Apologia de Sócrates. Trad. de Carlos Alberto Nunes. Belém: EDUFPA, 2001. p. 130, 29d-e. A partir do texto acima, escolha a alternativa que melhor exprime a ética socrática. TRABALHO_FILOSOFIA_2SEM_MANHÃ_KEL_13 2 (a) Sócrates define a virtude a partir de um conjunto de ações que são ensinadas aos discípulos por meio de exemplos. Somente a ciência constitui o saber, pois não se pode conhecer a essência da virtude. O aperfeiçoamento da alma só acontece através do saber técnico, que permite ao homem voltar-se para a prática do bem. (b) O exame da alma constitui, para Sócrates, simultaneamente uma investigação acerca da verdade e a escolha de um modo de vida virtuoso. Na investigação sobre a essência das virtudes são empregadas a refutação e a ironia, que expurgam as falsas opiniões acerca do bem e conduzem a razão para os verdadeiros valores. (c) O objetivo da investigação filosófica é o exame da natureza e da cosmologia, pelo qual são delimitados os critérios racionais que permitem o abandono dos falsos valores e que conduzem ao aperfeiçoamento da alma pela ciência. A investigação socrática não se ocupa das questões éticas e políticas. (d) O aperfeiçoamento da alma só ocorre pelo abandono das preocupações éticas e pela investigação racional do discurso lógico. O exame filosófico é propiciado pela refutação e pela ironia, que permitem a defesa de argumentos contrários e configuram as regras do discurso político persuasivo. (e) O não saber socrático é fundamental para entendermos a postura cética do platonismo; como Sócrates afirma nada saber, inferimos que esse saber é incognoscível. QUESTÃO 05 (Valor: 2,0) Na República, livro VII, apresenta-se a "alegoria da caverna", em que se diz que, quando o homem sai da caverna, ele vê o sol e esse corresponde à ideia do Bem. De acordo com esse texto de Platão, pode-se afirmar que o conhecimento: (a) (b) (c) (d) (e) está vinculado a uma maneira de viver, mas tal alegoria mostra que não é assim que se encontra a verdade. não é pensado, na vida dos homens, como vinculado a um modo de vida; a alegoria é apenas ilusória. está vinculado a uma maneira de viver, e a educação dialética oferece os meios para a alma voltar-se para o Bem. não é pensado, na vida dos homens, como vinculado a um modo de vida; a alegoria mostra que o homem pode ser feliz. é relativo e a ideia de bem não passa de uma construção lingüística. QUESTÃO 06 (Valor: 2,0) "Todos os homens, por natureza, desejam conhecer. Sinal disso é o prazer que nos proporcionam os nossos sentidos; pois, ainda que não levemos em conta a sua utilidade, são estimados por si mesmos; e, acima de todos os outros, o sentido da visão". Mais adiante, Aristóteles afirma: "Por outro lado, não identificamos nenhum dos sentidos com a Sabedoria, se bem que eles nos proporcionem o conhecimento mais fidedigno do particular. Não nos dizem, contudo, o porquê de coisa alguma". Fonte: ARISTÓTELES, Metafísica. Tradução de Leonel Vallandro. Porto Alegre: Globo, 1969, p. 36 e 38. Com base nos textos acima e nos conhecimentos sobre a metafísica de Aristóteles, considere as afirmativas a seguir. I. Para Aristóteles, o desejo de conhecer é inato ao homem. II. O desejo de adquirir sabedoria em sentido pleno representa a busca do conhecimento em mais alto grau. III. O grau mais alto de conhecimento manifesta-se no prazer que sentimos em utilizar nossos sentidos. IV. Para Aristóteles, a sabedoria é a ciência das causas particulares que produzem os eventos. A alternativa que contém todas as afirmativas corretas é: (a) I e II (b) II e IV (c) I, II e III (d) I, III e IV (e) II, III e IV QUESTÃO 07 (Valor: 2,0) O princípio da não-contradição diz que "o ser não pode ser e não-ser do mesmo modo e do mesmo aspecto". Seu autor e criador das bases da lógica formal é: (a) Sartre. (b) Parmênides. (c) Aristóteles. (d) Plotino. (e) Sócrates. QUESTÃO 08 (Valor: 2,0) Aristóteles de Estagira (384-322 a.C.) deixou uma vasta obra e exerceu uma influência incomparável até o séc. XVII. Sua doutrina do hilemorfismo defendia que todas as coisas consistem de matéria (hile) e forma (morfe). Por “matéria” entende-se um substrato (matéria prima) que só existe potencialmente; sua existência em ato pressupõe também uma forma. A junção de matéria e forma, segundo o estagirita, é denominada de (a) Substância (b) Acidente (c) Forma (d) Peso (e) Inferência QUESTÃO 09 (Valor: 2,0) No famoso mito da caverna, Platão (428-347 a.C.) imagina uma caverna onde estão acorrentados os homens desde a infância, de tal forma que, não podendo se voltar para a entrada, onde há uma fogueira, apenas enxergam o fundo da caverna. A luz da fogueira projeta, nesse fundo, sombras das coisas que passam as suas costas. Ora, se um desses homens se libertasse das correntes e chegasse à luz do dia, voltaria contando aos outros o que são realmente os verdadeiros objetos. Entretanto, seus companheiros o tomariam por louco, pois não acreditariam em suas palavras. Esse mito pode ser analisado sob dois pontos de vista: o epistemológico e o político. Do ponto de vista epistemológico, é correto afirmar: 1. Acima do mundo ilusório sensível, há o mundo das ideias gerais e essências imutáveis. TRABALHO_FILOSOFIA_2SEM_MANHÃ_KEL_13 3 2. O mundo dos fenômenos só existe se participa do mundo das ideias. 3. O homem atinge as essências imutáveis através da contemplação e da depuração dos enganos dos sentidos. 4. A alma humana pode elevar-se das coisas múltiplas e mutáveis às coisas unas e imutáveis. 5. As ideias unas e imutáveis e no topo delas está a ideia de Bem. Assinale a alternativa correta. (a) Somente as afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras. (b) Somente as afirmativas 1, 4 e 5 são verdadeiras. (c) As afirmativas 1, 2, 3, 4 e 5 são verdadeiras. (d) Somente as afirmativas 2, 4 e 5 são verdadeiras. (e) Somente as afirmativas 3, 4 e 5 são verdadeiras. QUESTÃO 10 (Valor: 2,0) Aristóteles rejeitou a dicotomia estabelecida por Platão entre mundo sensível e mundo inteligível. No entanto, acabou fundindo os dois conceitos em um só. Esse conceito é (a) a forma, aquilo que faz com que algo seja o que é. É o princípio de inteligibilidade das coisas. (b) a matéria, enquanto princípio indeterminado de que o mundo físico é composto, e aquilo de que algo é feito. (c) a substância, enquanto aquilo que é em si mesmo e enquanto é suporte dos atributos. (d) o Ato Puro ou Primeiro Motor Imóvel, causa incausada e causa primeira e necessária de todas as coisas. (e) A acidente, pois particulariza o ser e o torna único. A Patrística (séculos II ao V d.C.) é o movimento intelectual dos primeiros padres da Igreja, destinado a justificar a fé cristã, tendo em vista a conversão dos pagãos. Sobre a Patrística pode-se afirmar, com certeza: I. assume criticamente elementos da filosofia platônica na tentativa de melhor fundamentar a doutrina cristã. II. considera que as verdades da razão estão sempre em contradição com as verdades reveladas por Deus. III. incorpora as teses da metafísica aristotélica para fundar uma teologia estritamente racionalista. IV. considera a razão como auxiliar da fé e a ela subordinada, tal como expressa a frase de Sto. Agostinho "creio porque entendo". (a) II e IV são corretas. (b) I e IV são corretas. (c) III e IV são corretas. (d) Apenas II é correta. (e) Apenas a I é correta. QUESTÃO 11 (Valor: 2,0) "Começando a lê-los [os livros da Sagrada Escritura] notei que tudo que havia de verdadeiro nos textos platônicos também se encontrava nesses textos em meio à proclamação de Vossa graça" (Agostinho, Confissões, VII, 21). A afirmação acima endossa uma tese muito comum à investigação filosófica e teológica da Idade Média cristã, a saber: (a) Platão teve acesso aos escritos de Moisés e não fez nada além de ocultar a originalidade do profeta hebreu. (b) As verdades cristãs não são compatíveis com nenhuma espécie de conhecimento filosófico ou racional. (c) A Revelação é historicamente anterior à Filosofia, e esta última não pode contribuir em nada para esclarecer os conteúdos da fé. (d) A Revelação é mais ampla que a Filosofia por abarcar verdades que esta última não alcançaria por si só e ainda por conter verdades filosóficas. (e) A Revelação na sustenta toda verdade científica; isto é, a razão é imensamente superior ao mito religioso. QUESTÃO 12 (Valor: 2,0) I. Deus é o Criador do mundo. II. A existência do mal no mundo não é responsabilidade de Deus. Agostinho concilia essas duas teses da seguinte forma: (a) O mundo, por ser substância divina, é bom em si mesmo; apenas os homens experimentam as coisas como más de modo absoluto. (b) Deus cria o mundo através de dois princípios coeternos equivalentes em luta permanente, a saber: o Bem e o Mal, este último princípio explica a segunda tese. (c) Tudo que Deus cria é bom, inclusive a vontade do homem, que escolhe, livremente, trocar o Bem imutável pelos bens mutáveis, isto é, pecar. (d) Ontologicamente, apenas Deus é bom; a simples existência das coisas criadas, portanto, já permite justificar a possibilidade de algum mal no mundo. (e) O Mal não existe pois o bem também não; tudo é construção da linguagem humana. QUESTÃO 13 (Valor: 2,0) "Todos os homens, por natureza, desejam conhecer. Sinal disso é o prazer que nos proporcionam os nossos sentidos; pois, ainda que não levemos em conta a sua utilidade, são estimados por si mesmos; e, acima de todos os outros, o sentido da visão". Mais adiante, Aristóteles afirma: "Por outro lado, não identificamos nenhum dos sentidos com a Sabedoria, se bem que eles nos proporcionem o conhecimento mais fidedigno do particular. Não nos dizem, contudo, o porquê de coisa alguma". Fonte: ARISTÓTELES, Metafísica. Tradução de Leonel Vallandro. Porto Alegre: Globo, 1969, p. 36 e 38. TRABALHO_FILOSOFIA_2SEM_MANHÃ_KEL_13 4 Com base nos textos acima e nos conhecimentos sobre a metafísica de Aristóteles, considere as afirmativas a seguir. I. Para Aristóteles, o desejo de conhecer é inato ao homem. II. O desejo de adquirir sabedoria em sentido pleno representa a busca do conhecimento em mais alto grau. III. O grau mais alto de conhecimento manifesta-se no prazer que sentimos em utilizar nossos sentidos. IV. Para Aristóteles, a sabedoria é a ciência das causas particulares que produzem os eventos. A alternativa que contém todas as afirmativas corretas é: (a) I e II (b) II e IV (c) I, II e III (d) I, III e IV (e) II, III e IV QUESTÃO 14 (Valor: 2,0) O princípio da não-contradição diz que "o ser não pode ser e não-ser do mesmo modo e do mesmo aspecto". Seu autor e criador das bases da lógica formal é: (a) Sartre. (b) Parmênides. (c) Aristóteles. (d) Plotino. (e) Sócrates. QUESTÃO 15 (Valor: 2,0) Aristóteles de Estagira (384-322 a.C.) deixou uma vasta obra e exerceu uma influência incomparável até o séc. XVII. Sua doutrina do hilemorfismo defendia que todas as coisas consistem de matéria (hile) e forma (morfe). Por “matéria” entende-se um substrato (matéria prima) que só existe potencialmente; sua existência em ato pressupõe também uma forma. A junção de matéria e forma, segundo o estagirita, é denominada de (a) Substância (b) Acidente (c) Forma (d) Peso (e) Inferência QUESTÃO 16 (Valor: 2,0) A teologia natural, segundo Tomás de Aquino (1225-1274), é uma parte da filosofia, é a parte que ele elaborou mais profundamente em sua obra e na qual ele se manifesta como um gênio verdadeiramente original. Se se trata de física, de fisiologia ou dos meteoros, Tomás é simplesmente aluno de Aristóteles, mas se se trata de Deus, da origem das coisas e de seu retorno ao Criador, Tomás é ele mesmo. Ele sabe, pela fé, para que limite se dirige, contudo, só progride graças aos recursos da razão. GILSON, Etienne. A Filosofia na Idade Média, São Paulo: Martins Fontes, 1995, p. 657. De acordo com o texto acima, é correto afirmar que (a) (b) (c) (d) (e) a obra de Tomás de Aquino é uma mera repetição da obra de Aristóteles. Tomás parte da revelação divina (Bíblia) para entender a natureza das coisas. as verdades reveladas não podem de forma alguma ser compreendidas pela razão humana. é necessário procurar a concordância entre razão e fé, apesar da distinção entre ambas. a ciência construída pelo ser humano é falhar e não consegue alcançar nenhuma verdade. QUESTÃO 17 (Valor: 2,0) Considere o seguinte texto sobre Tomás de Aquino (1226-1274). Fique claro que Tomás não aristoteliza o cristianismo, mas cristianiza Aristóteles. Fique claro que ele nunca pensou que, com a razão se pudesse entender tudo; não, ele continuou acreditando que tudo se compreende pela fé: só quis dizer que a fé não estava em desacordo com a razão, e que, portanto, era possível dar-se ao luxo de raciocinar, saindo do universo da alucinação. Eco, Umberto. “Elogio de santo Tomás de Aquino”. In: Viagem na irrealidade cotidiana, p.339. É correto afirmar, segundo esse texto, que: (a) Tomás de Aquino, com a ajuda da filosofia de Aristóteles, conseguiu uma prova científica para as certezas da fé, por exemplo, a existência de Deus. (b) Tomás de Aquino se empenha em mostrar os erros da filosofia de Aristóteles para mostrar que esta filosofia é incompatível com a doutrina cristã. (c) o estudo da filosofia de Aristóteles levou Tomás de Aquino a rejeitar as verdades da fé cristã que não fossem compatíveis com a razão natural. (d) a atitude de Tomás de Aquino diante da filosofia de Aristóteles é de conciliação desta filosofia com as certezas da fé cristã. (e) a verdade filosófica é um luxo que o espécie humana não consegue construir e somente Deus pode filosofar. QUESTÃO 18 (Valor: 2,0) Para Santo Tomás de Aquino, um dos princípios do conhecimento humano era o princípio da causa eficiente. Esse princípio da causa eficiente exigia que o ser contingente (a) não exigisse causa alguma. (b) fosse causado pelo intelecto humano. (c) fosse causado pelo ser necessário. TRABALHO_FILOSOFIA_2SEM_MANHÃ_KEL_13 (d) fosse causado por acidentes casuais. (e) fosse causado pelo nada. 5 QUESTÃO 19 (Valor: 2,0) Leia o texto a seguir. A razão humana, num determinado domínio dos seus conhecimentos, possui o singular destino de se ver atormentada por questões, que não pode evitar, pois lhe são impostas pela sua natureza, mas às quais também não pode dar respostas por ultrapassarem completamente as suas possibilidades. (KANT, I. Crítica da Razão Pura (Prefácio da primeira edição, 1781). Tradução de Manuela Pinto dos Santos e Alexandre Fradique Morujão. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1994, p. 03.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre Kant, o domínio destas intermináveis disputas chama-se (a) experiência. (b) natureza. (c) entendimento. (d) metafísica. (e) sensibilidade. QUESTÃO 20 (Valor: 2,0) "Deveis saber, portanto, que existem duas formas de se combater: uma, pelas leis, outra, pela força. A primeira é própria do homem; a segunda, dos animais. [...] Ao príncipe torna-se necessário, porém, saber empregar convenientemente o animal e o homem. [...] Sendo, portanto, um príncipe obrigado a bem servir-se da natureza da besta, deve dela tirar as qualidades da raposa e do leão, pois este não tem defesa alguma contra os laços, e a raposa, contra os lobos. Precisa, pois, ser raposa para conhecer os laços e leão para aterrorizar os lobos. Os que se fizerem unicamente de leões não serão bem-sucedidos. Por isso, um príncipe prudente não pode nem deve guardar a palavra dada quando isso se lhe torne prejudicial e quando as causas que o determinaram cessem de existir". Fonte: MAQUIAVEL, N. O Príncipe. Tradução de Lívio Xavier. São Paulo: Nova Cultural, 1993, cap, XVIII, p.101-102. Com base no texto e nos conhecimentos sobre O Príncipe de Maquiavel, assinale a alternativa correta: (a) Os homens não devem recorrer ao combate pela força porque é suficiente combater recorrendo-se à lei. (b) Um príncipe que interage com os homens, servindo-se exclusivamente de qualidades morais, certamente terá êxito em manter-se no poder. (c) O príncipe prudente deve procurar vencer e conservar o Estado, o que implica o desprezo aos valores morais. (d) Para conservar o Estado, o príncipe deve sempre partir e se servir do bem. (e) Para a conservação do poder, é necessário admitir a insuficiência da força representada pelo leão e a importância da habilidade da raposa. TRABALHO_FILOSOFIA_2SEM_MANHÃ_KEL_13 6