- Laboratório Bom Pastor

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MONONUCLEOSE
• Causada pelo vírus Epstein-Barr, caracterizada por febre, dor de garganta e
linfoadenopatia.
• Além desta apresentação clássica, pode se manifestar de formas atípicas em crianças,
idosos e imunocomprometidos podendo ser confundida com outras infecções virais ou bacterianas.
• O período de incubação é de 30 a 45 dias, sendo o período prodrômico de 7 a 14 dias e é
caracterizado por fadiga, mialgias e dores de cabeça.
• Em alguns casos o início é mais abrupto, manifestando- se com febre alta. Dor de garganta
é o sintoma mais comum (80%), outros sintomas incluem fadiga, dor de cabeça, anorexia, mialgias,
calafrios, enjôo, desconforto abdominal, tosse e artralgias.
• Febre em mais de 90 % dos pacientes. Linfadenopatia (90 %) dos casos envolve
principalmente a cadeia cervical posterior, mais pode ser generalizada.
• Aumento do tamanho das amídalas, tonsilite exsudativa ou edema faringiano ocorrem em
80 % dos casos. Ocorre esplenomegalias em 50 % dos casos e hepatomegalias em 10 % dos casos.
COMPLICAÇÕES
• A maioria dos casos apresenta evolução benigna, mas complicações podem ocorrer.
• Anemia hemolítica: Teste de coombs positivo. É causada por crioaglutininas da classe IgM,
que se fixam no antígeno;
• Anemia hemolítica: Teste de coombs positivo. É causada por crioaglutininas da classe IgM,
que se fixam no antígeno i das hemácias.
• Trombocitopenia leve é comum, mas pode ocorrer ocasionalmente trombocitopenia grave.
• Granulocitopenia: é discreta e autolimitada, em casos não complicados; evolução para
agranulocitose e óbito devido a sepsis podem ocorrer.
AGENTE E PATOGENIA
• Agente é um vírus pertencente à família herpesviridae;
• Existem 2 tipos, subtipo I e II, com distribuição geográfica distinta;
• O tipo I é o mais prevalente e o mais isolado de orofaringe de indivíduos assintomáticos;
• O tipo II é mais prevalente em pessoas previamente infectadas com tipo I e com o HIV;
• É encontrado na orofaringe de cerca de 15 % de adultos soropositivos;
• Excreção na saliva é mais freqüente em pacientes com mononucleose infecciosa (MI) e em
pacientes imunocomprometidos (transplantados, aidéticos);
• A transmissão se dá por contato oral, raramente por transfusões sanguíneas e contato
sexual;
• A doença ocorre mais na faixa de 10 a 20 anos, em indivíduos mais jovens geralmente é
subclínica;
• Patogenia ocorre após replicação do vírus nas células da nasofaringe e após infecta os
linfócitos B, os quais carregam o vírus para outras partes do corpo. Após a entrada do vírus, no
linfócito B (cerca de 24 horas) pode-se detectar a presença de antígenos nucleares (EBNA), aos
quais são responsáveis pela imortalização do linfócito, Estes linfócitos tem a capacidade de produzir
várias imunoglobulinas policlonais, denominadas anticorpos heterófilos, que reagem com
antígenos da superfície das hemácias provocando a hemólise dos eritrócitos de carneiro. Estes
anticorpos estão presentes em cerca de 90 % dos pacientes com MI, durante algum momento da
doença . O teste Monotest , tem como base a pesquisa destes anticorpos heterófilos;
• Uma minoria dos linfócitos B infectados sofre lise, liberando antígenos específicos, dentre
os quais os antígenos do capsídeo viral (VCA);
• A resposta do individuo infectado é de natureza humoral e celular. Anticorpos neutralizantes
dirigidos contra os virions e contra o capsídeo viral (VCA) e EBNA são produzidos em todos os
pacientes.
DIAGNÓSTICO SOROLÓGICO
• Pesquisa de anticorpos heterófilos presentes em 90 % dos pacientes em algum momento. É
o chamado monoteste;
• Este teste é bastante específico, mas possui sensibilidade em torno de 80 %. Deve-se
lembrar que em pacientes imunocomprometidos o teste é pouco útil , pois estes pacientes não
produzem anticorpos heterófilos;
• Pesquisa do anticorpo IgG anti-capsídeo viral (VCA IgG), que aparece na fase aguda
(100%) e persiste por toda a vida;
• Pesquisa do anticorpo IgM anti-capsídeo viral (VCA IGM), que aparece na fase aguda (100
%) e persiste por 1 a 2 meses .
Alterações laboratoriais mais freqüentes:
• Linfocitose absoluta > 4.500 células e relativa > 50 % de linfócitos (70 % dos casos). Ocorre
mais na 2ª ou 3ª semana;
• Presença de linfócitos atípicos não é patognômica, pois podem ocorrer em outras viroses,
tais como citomegaloviroses, rubéola, caxumba, herpes vírus, toxoplasmose, hepatites virais e
reações a medicamentos;
• Neutropenia ocorre em 60 90 % dos pacientes, geralmente entre 2000 a 3000 /mm3;
• Trombocitopenia: 50 % dos pacientes com plaquetas < 140.000;
• Aumento dos níveis de IgG, IgM e IgA e aumento das AST e ALT, mas abaixo de 500 UI.
LISTERIOSE
Listeria monocytogenes é um pequeno bastonete gram positivo, pleomórfico, anaeróbicofacultativo.
É causa de meningite neonatal ou puerperal, septicemias ou meningites em
imunodeprimidos e pode ser isolada em liquido cefalorraquidiano, sangue, fluido amniótico e
secreções do trato genital materno. Em esfregaços do LCR, corado pelo Gram, a listéria se encontra
intra ou extracelularmente;
Dois aspectos colocam a listeriose em uma situação alvo referente a doenças infecciosas e
da imunologia:
1- Pacientes em uso de imunossupressores e com imunidade mediada por células
suprimidas, resultado de malignidade linforeticular, tem maior suscetibilidade a infecções por L.
monocytogenes;
2- Estas bactérias são capazes de encontrar um nicho onde ficam inacessíveis aos
anticorpos circulantes, sua eliminação necessita de mecanismos imunes diferentes dos
mecanismos de defesa usual contra bactérias extracelulares.
Linhagens virulentas produzem hemolisinas, que promove a sobrevivência da bactéria
intracelularmente, provavelmente devido à formação de poros na membrana do fagossoma, e assim
liberam as bactérias no citoplasma impedindo a sua degradação nos fagolisossomas. A hemolisina
pode também bloquear o processamento antigênico pelos macrófagos;
• Importante ressaltar o risco de contaminação em profissionais assistentes na obstetrícia,
tendo em vista a formação de aerossóis, durante o trabalho de parto.
SOROLOGIA PARA LISTERIOSE
• Bastante solicitada quando se procura a etiologia de abortos de repetição;
• Suspensão de listerias mais freqüentemente envolvidas em casos humanos,
preferencialmente a Listeria monocytogenes sorotipos 1 e 4b, nas quais são pesquisados antígenos
somáticos (O) flagelares (H);
• Em indivíduos recentemente infectados, os anticorpos que primeiro aparecem são contra o
antígeno O e depois contra o antígeno flagelar.
INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS
• Suspeitos: soros que apresentam títulos = ou > 1:320
• Soros positivos devem ser interpretados com cautela, visto que anticorpos antistaphylococcus e contra outras bactérias podem causar reações cruzadas, embora com títulos
inferiores a 1:320;
• Em infecções recentes, mesmo com títulos inferiores a 1:320 o título dos anticorpos contra o
antígeno O é mais alto que o antígeno flagelar, nestes casos deve-se realizar o acompanhamento
sorológico entre 14 e 21 dias com a finalidade de observar a soroconversão.
Exemplos de sorologia para listeriose
Caso 1
LM sorotipo 1 antígeno O: 1:40
antígeno H: 1:80
LM sorotipo 4b antígeno O: 1:80
antígeno H: 1:160
*Resultado normal
Caso 2
LM sorotipo 1 antígeno O : 1:160
antígeno H: 1:80
4b antígeno O: 1:40
antígeno H: 1:20
*Observa-se que a infecção pelo sorotipo 1 é recente (presença de anticorpos somáticos mais altos
que flagelares). Repetir o exame em 21 dias. Antes de iniciar o tratamento.
Novo exame 21 dias após sorotipo 1 antígeno O: 1:320
antígeno H: 1:320
4b antígeno O: 1:40
antígeno H: 1:20
Observa-se aumento do título de anticorpos contra o antígeno somático e o aumento dos anticorpos
contra o antígeno flagelar. Houve soro conversão e o paciente deve ser tratado e monitorado.
Repetir o teste 40 dias após, para observar se não houve aumento dos títulos de anticorpos.
Caso 3
Sorotipo 1 antígeno O: 1:640
antígeno H: 1:640
sorotipo 4b antígeno O: 1:40
antíge no H: 1:40
*Deve se tratar o paciente.
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