Conheça as principais modalidades de tratamento para o câncer Várias modalidades de tratamento são utilizadas como estratégias no combate ao câncer. A cirurgia é uma forma de tratamento local muito importante nos tumores sólidos, podendo ter a intenção curativa em diversos tipos de tumor. “É o método de tratamento do câncer mais antigo. É utilizada no tratamento do câncer inicial de estômago, mama, próstata, intestino, entre diversos outros”, explica Dr. Amândio Soares, médico oncologista da Oncomed BH. A radioterapia consiste na utilização de radiação ionizante no combate à proliferação das células malignas. Pode ser realizada antes (neoadjuvante) ou depois (adjuvante) de um procedimento cirúrgico. Pode ainda ser utilizada sem o tratamento cirúrgico e combinada com a quimioterapia (por exemplo, em tumores de canal anal). Pode ainda ter a intenção paliativa de combate à dor (radioterapia antiálgica). Alguns tipos de tumores são sensíveis à ação de hormônios produzidos pelo próprio organismo. A maioria dos cânceres de mama e endométrio se desenvolvem na presença dos hormônios sexuais femininos (estrogênio e progesterona), ao passo que o câncer de próstata tem seu crescimento aumentado sob ação da testosterona. A hormonioterapia consiste no bloqueio da ação destes hormônios que, na presença do câncer, passam a ter papel importante na proliferação e desenvolvimento das células malignas. Pode-se fazer o bloqueio hormonal através de medicamentos, cirurgia ou radioterapia. Já a quimioterapia antineoplásica consiste na aplicação de medicamentos que agem nas células malignas impedindo ou reduzindo o seu potencial de crescimento, invasão e disseminação. Em alguns casos podem levar à queda de cabelo, vômitos, alterações da imunidade e outros efeitos colaterais. “É importante salientar que atualmente existem vários medicamentos que ajudam no controle desses efeitos tóxicos do tratamento. Os quimioterápicos podem ser de utilização, intramuscular ou subcutânea”, diz Dr. Amândio. Os medicamentos são infundidos na própria clínica de oncologia, em períodos que variam de uma hora até quatro dias, dependendo do regime utilizado. Os intervalos entre as aplicações também variam de uma a seis semanas. Cada caso deve ser avaliado de forma individualizada. A bioterapia oral consiste em medicações direcionadas a alvos específicos na célula tumoral, com intuito de poupar ao máximo as células normais da ação do medicamento. Nos últimos anos, com os avanços das pesquisas no campo da oncologia, cientistas tem elucidado cada vez mais alterações genéticas e vias intracelulares de desenvolvimento do câncer. Essas descobertas têm levado ao descobrimento de drogas que agem especificamente nesses alvos (bioterápicos). Tradicionalmente, o tratamento contra o câncer tem tido como principal pilar a aplicação de quimioterapia endovenosa. “Este tratamento, muito temido e estigmatizado pelos pacientes, pode levar, em algumas situações, à queda do cabelo, náuseas e vômitos, alterações da imunidade, dentre outros efeitos tóxicos. A aplicação é feita em regime hospitalar ou em clínica especializada”, reforça o oncologista. Nas últimas duas décadas, a oncologia tem passado por profundas mudanças, uma delas tem sido a incorporação de drogas administradas por via oral (comprimidos ou cápsulas) para o combate à doença, como descrito anteriormente. A possibilidade de tratamento com pílulas certamente tem impactado na melhoria da qualidade de vida dos doentes, já que o tratamento pode ser feito em casa, junto à família, sem a necessidade do paciente dispender horas, ou até dias, para administração da quimioterapia em regime hospitalar. Entretanto, há indicações específicas para a sua utilização e nem todos os casos podem ser tratados desta forma. “Pergunte ao seu médico se no seu caso está indicado o tratamento com medicações orais”, completa. Drogas orais As drogas orais, a depender do tipo, possuem perfis de efeitos colaterais específicos como, por exemplo, manchas e alterações da cor da pele, diarreia, alterações de sensibilidade. Obviamente, existe uma gama imensa de medicações orais para combate ao câncer, cada uma delas com indicação específica e perfil de toxicidade peculiar. Os medicamentos orais em oncologia podem ser classificados como medicamentos quimioterápicos, hormonioterápicos ou ainda medicamentos alvo (bioterapias). A diferença entre esses subtipos está no mecanismo de ação da medicação. “A quimioterapia consiste em uma droga que age no organismo como um todo, nas células cancerígenas e nas células normais, interferindo na sua multiplicação. Lembramos que a quimioterapia oral pode ter efeitos colaterais tão proeminentes quanto as medicações venosas”, completa Dr. Amândio. “É importante frisar que, apesar da comodidade da administração da medicação oral em oncologia, são necessários esclarecimento e disciplina por parte do paciente e familiares. A não administração correta dessas medicações, fato esse comum na prática médica, pode determinar o insucesso do tratamento, levando a desfechos desfavoráveis. A aplicação de medicações endovenosas, ao contrário, permite a regulação rigorosa da administração e dose pela equipe médica, farmacêutica e de enfermagem”, finaliza o médico. Fonte: Oncomed