Oncologia de precisão já é uma realidade

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Oncologia de precisão já é uma realidade
A oncologia clínica é uma especialidade jovem no Brasil, com cerca de 30 anos de
existência. Até o início da década dos anos 80, os cirurgiões operavam os
tumores e faziam a quimioterapia, pois o tratamento clínico não era tão
complexo. O oncologista clínico do IOP-Oncoville, Dr. João Soares Nunes, conta
que na medida em que a oncologia foi evoluindo, com aprimoramento do
conhecimento da biologia do câncer e a evolução tecnológica médicofarmacêutica, o tratamento clínico se tornou mais eficaz e cada vez mais
complexo, sendo necessário médicos especialistas na área. “Era fundamental um
médico dedicado a entender os remédios e como eles interagem com o paciente e
nos tumores.”
Hoje o conhecimento médico mudou, é sabido que há diversos subtipos de
câncer dentro do que se pensava ser apenas um, e que se comportam de
diferentes formas em cada pessoa. Estudos das células neoplásicas identificaram
os mecanismos que a fazem se tornar maligna, entendendo-se como ocorre o
crescimento e reprodução descontrolados, característica básica do câncer, além
de melhor compreender como a doença se espalha por outros tecidos. “Muito foi
estudado sobre como a mudança dos genes das células malignas alteravam o
comportamento do tumor, com esse conhecimento a indústria farmacêutica
começou a fazer medicamentos específicos, criando o conceito da oncologia
personalizada ou de precisão”, complementa.
A oncologia personalizada tem um sentido mais amplo, onde o especialista avalia
a doença e o perfil do paciente e busca, dentro do conhecimento médico,
estabelecer o melhor tratamento para aquele indivíduo. Já a oncologia de
precisão é aquela que além de personalizada é guiada por um alvo muito preciso,
por um mecanismo específico. “A medicina de precisão não é somente para
definir o melhor tratamento, mas também é base para diagnóstico e prognóstico,
além de ser útil na avaliação de diversas características do paciente, que
individualmente ganha em eficácia terapêutica e mais qualidade de vida”,
ressalta Dr. João Soares Nunes.
O tratamento é utilizado rotineiramente em linfoma, leucemia crônica, câncer de
pulmão, mama, melanoma e uma série de outros tumores sólidos. Alguns desses
pacientes são tão beneficiados por tratamentos-alvo que assim não precisam
utilizar recursos como quimioterapia e radioterapia. “Com o estudo dos alvos,
conseguimos indicar o melhor tratamento para cada paciente, permitindo
conhecer quais os medicamentos são os ideais para aquela situação, evitando ao
máximo os efeitos colaterais ou tratamentos pouco eficazes”, acrescenta.
O oncologista clínico finaliza com a certeza de que um dos principais benefícios
da oncologia de precisão está na melhora da qualidade de vida do paciente.
“Algumas pessoas poderiam morrer rapidamente com a progressão da doença.
Agora, com os novos medicamentos, é possível conseguir uma história
totalmente diferente, melhorando a qualidade de vida durante e depois do
tratamento”, finaliza.
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