PARALISIA FACIAL BILATERAL Causas e tratamentos

Propaganda
CEFAC
CENTRO DE ESPECIALIZAÇÃO EM FONOAUDIOLOGIA CLÍNICA
MOTRICIDADE ORAL
PARALISIA FACIAL BILATERAL
Causas e tratamentos
Monografia de conclusão do curso de
Especialização em Motricidade Oral
Orientadora: Mirian Goldenberg
VIVIANE RITA CAROPRESO
SÃO PAULO
2000
RESUMO
Esta pesquisa teórica tem como objetivo observar qual a incidência de casos que
apresentam paralisia facial bilateral, enfocando as etiologias e os tipos de terapia
mais recomendados para estes casos.
Para tanto, foi realizado um estudo aprofundado sobre a parte
anatômica e funcional do nervo facial, bem como quais os músculos que o facial
inerva e os níveis de lesão. Através dos estudos feitos, observou-se que há outros
pares cranianos que podem estar comprometidos, dependendo da etiologia.
Devido a isto, resolvemos fazer um breve relato sobre cada par.
Em relação à parte terapêutica, concluiu-se que o trabalho é
semelhante ao de outras etiologias onde ocorre paralisia facial unilateral, com a
diferença de que a pessoa com paralisia facial bilateral não possui a referência de
apresentar ao menos um dos lados da face íntegros, dificultando um pouco mais a
recuperação. Em algumas bibliografias lidas, notou-se que há uso de estimulação
elétrica logo que a paralisia é detectada, porém a maior parte dos autores não
recomenda seu uso, pois o excesso de estimulação pode causar espasmos e
contraturas, dificultando ainda mais o quadro. A terapia deve ser executada em
todos os casos onde, dependendo do grau de acometimento do nervo, existir ou
não maior probabilidade de recuperação.
A paralisia facial bilateral não é tão estudada quanto a unilateral e,
devido este fator, há muitas contradições em relação a suas etiologias. Por ser a
mais estudada, faremos um breve relato sobre a Síndrome de Möebius e outras
patologias que podem causar este tipo de paralisia.
Esta
pesquisa
pode
contribuir
para
os
fonoaudiólogos
se
aprofundarem mais nessa área pelo simples fato de que todo e qualquer tipo de
paralisia deve ser tratada, proporcionando maior bem estar para o paciente; para
que os otorrinolaringologistas se conscientizem cada vez mais sobre a importância
da atuação do fonoaudiólogo em casos de paralisia facial; para os neurologistas
tomarem conhecimento do nosso trabalho, e o quanto podemos contribuir para a
melhora destas pessoas; e finalmente, para a família e para o próprio paciente,
que fique bem claro que a terapia é fundamental na recuperação total ou parcial a
fim de que o paciente possa prosseguir sua vida com mais qualidade.
ABSTRACT
This theoretical research aims to observe which is the incidence on cases
which
present
types
of
bilateral
most
facial
palsys,
focusing
recommended
on
therapies
etiologies
for
and
these
the
cases.
For this reason a deep study about the anatomic and functional part ofthe
facial nerve was made, as well as the muscles that the face innervates and
the levels of injury. It has been observed through these studies that there
are other skull pairs which may be involved, depending on the etiology. Due
to
this,
we
decided
to
make
a
brief
report
on
each
pair.
In relation to the therapeutic side, it has been concluded that the work
is
similar
to
other
etiologies
where
unilateral
facial
palsys
occurs,
with the difference that the person who has bilateral facial palsys does
not have the reference to present at least one of the sides of the face
without injury making the recuperation a little more difficult. It has been
noticed
in
some
of
the
bibliographies
read
that
there
is
electric
stimulation as soon as the palsys is detected, although most of the
authors do not recommend its use, because the excess of stimulation may
cause spasms and contracting, making the case more difficult. The therapy
must be applied in all cases where there is or not a bigger probability of
recuperation
depending
on
the
level
of
the
nerve
attack.
Bilateral facial palsys is not so much studied as the unilateral one,
and because of this factor, there are many contradictions in relation to
its etiologies. We will make a short report on the Möebius Syndrome and
other pathologies which may cause this type of palsys because they are the most
studied ones.
This research may contribute to speech pathology therapists to learn better
about this field for the simple reason that all types of paralysis must be
treated giving the patient a better life quality; for otorhinolaryngologists
realize the important part speech pathology therapists play in cases of
facial palsyis; for the neurologists become aware of our work, and how
much we can contribute to make these people better; and finally, for the
patient and his or her family to realize that the therapy is essential for
the total or partial recuperation of the patient, so that he or she can have a better
life quality.
Dedico este trabalho aos meus pais,
que durante todo o caminhar de minha
vida estiveram presentes. Pais por
natureza, por opção e por amor. Pais que
me ajudaram a encontrar ânimo, mesmo
nos
momentos mais difíceis, me
incentivando a nunca fugir dos meus
objetivos. Meus queridos pais, dedico este
trabalho a vocês, devido ao amor e
carinho intenso que têm por mim, e se
mais uma etapa está sendo cumprida, isto
também é graças a vocês. Muito obrigada.
AGRADECIMENTOS
À Maria Valéria S. Goffi Gomes, por todo ensino passado durante alguns anos, e
por ter mostrado o quanto que trabalhar com paralisia facial pode ser prazeroso
À Eliézia Helena de Lima Alvarenga, com quem pude contar durante todo o
trabalho, orientando e incentivando, no tema a ser estudado
À grande amiga e companheira Christina Lee Mac Fadden, que sempre me apoiou
com suas palavras amigas, mesmo nas horas mais difíceis.
Às minhas novas amigas Renata Beatriz Sayeg Goussain, Christiane Torloni e
Sandra Maria Ayusso Ulsom, que mesmo com todas as suas preocupações, em
nenhum momento esqueceram seus amigos
Aos meus queridos irmãos, Paulo, Carlos e Luiz, que dispensaram boa parte de
seu tempo, colaborando com uma grande porcentagem, para que este trabalho
fosse concluído
Às minhas cunhadas, Marilisa, Solange e Bete, que com toda sua paciência,
sempre estiveram presentes com suas palavras de carinho e seus conhecimentos
Ao Márcio, pelo carinho, paciência, compreensão e grande colaboração na
realização deste trabalho
À Adriana Diniz Pereira, que além de amiga, mostrou-se muito disponível em
contribuições que só foram possíveis graças a sua boa vontade
À fonoaudióloga Zelita Guedes, que mesmo sem me conhecer, abriu as portas do
ambulatório onde trabalha, mostrando sua disponibilidade em ensinar assuntos
que para mim eram desconhecidos
Aos meus pais, Antonio e Magda pelo apoio, compreensão, e dedicação, que com
suas valiosas palavras de carinho e incentivo me ajudaram a chegar onde estou
À professora e orientadora Mirian Goldenberg, por suas orientações valiosas no
decorrer de todo o trabalho
À minha grande amiga de tantos anos Ana Carolina Fontolan e toda sua equipe
que além de todo carinho dispensado, fez certas mudanças nas figuras deste
trabalho, que além de fundamentais, só foram possíveis devido sua grande
amizade
Ao Gabriel Vinícius, meu querido sobrinho e afilhado, por ter feito valiosas
contribuições no início deste trabalho
Ao Luiz Bronzati, professor e amigo, por ter feito a tradução do resumo deste
trabalho
A todos que direta ou indiretamente, colaboraram de alguma forma para que este
trabalho fosse concluído. Sem vocês isto não seria real, mas apenas um sonho.
Muito obrigada
“Pode-se viver no mundo uma vida
magnífica,
quando
se
sabe
trabalhar e amar, trabalhar pelo que
se ama e amar aquilo que se
trabalha”
Tolstoi
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO
1
2. DISCUSSÃO TEÓRICA
3
2.1. ASPECTO ANÁTOMO FUNCIONAL DO NERVO FACIAL
2.2. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE PARALISIA FACIAL CENTRAL
E PARALISIA FACIAL PERIFÉRICA
2.3. MÚSCULOS DA FACE INERVADOS PELO NERVO FACIAL
6
9
2.4. ETIOLOGIA DA PARALISIA FACIAL CENTRAL E PARALISIA
FACIAL PERIFÉRICA
16
2.5. NÍVEIS DE LESÃO DO NERVO FACIAL
18
2.6. PARES CRANIANOS
21
2.7. PARALISIA FACIAL BILATERAL
26
2.8. TERAPIA
31
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
35
1- INTRODUÇÃO
Dentre as patologias que interferem diretamente na vida das pessoas, está a
paralisia facial.
Mesmo sendo uma patologia antiga, e possuindo inúmeras
etiologias, ainda é pouco conhecida. Quando ocorre, gera problemas muito sérios
devido a mutilação dos movimentos expressivos da face, causando inclusive
sérios problemas psicológicos. Ocorre também o comprometimento das funções
fisiológicas, tais como, o lacrimejamento, o reflexo do músculo do estribo, a
sensibilidade gustativa dos dois terços anteriores da língua, a salivação, os
movimentos voluntários e a modificação do tônus da boca, gerando problemas no
processo alimentar.
As paralisias faciais periféricas são as mais estudadas em relação ao
prognóstico e tratamento, enquanto que pouco se sabe sobre as paralisias faciais
centrais, bem como sobre as bilaterais.
Entre estas, a de Möebius é a mais estudada. Entretanto, há
diferenças que deveriam ser levantadas para fim de prognóstico, e do próprio
tratamento, pois nem toda paralisia bilateral é Möebius.
O objetivo desta pesquisa é realizar um levantamento bibliográfico a
respeito das paralisias faciais bilaterais, apresentando sua incidência, etiologias,
tratamentos, e grau de extensão - ou seja, quais são as outras áreas que podem
ser lesadas em decorrência da patologia, fazendo um breve relato sobre cada uma
delas, e determinando seu prognóstico. A partir destes dados, poderemos
estipular uma terapia adequada, levando-se em conta que, em alguns casos mais
sérios, esta terá por finalidade a melhora da qualidade alimentar da pessoa, e não
mudanças estéticas. Porém, sempre deverá ser feita, pois a sua realização é de
suma importância para o paciente.
2 - DISCUSSÃO TEÓRICA
2. 1 - ASPECTOS ANÁTOMO FUNCIONAIS DO NERVO FACIAL
O conhecimento detalhado sobre a anatomia do nervo facial (VII par craniano), é
essencial para a localização do nível da lesão e conseqüentemente, correto
prognóstico e tratamento.
O nervo facial é um nervo misto, dividido em duas porções. A maior
porção, motora, inerva os músculos da expressão facial, e a menor porção, de
fibras aferentes sensitivas e eferentes parassimpáticas (Nervo intermédio de
Wrisberg), inervam os dois terços anteriores da língua, e as glândulas lacrimais e
salivares, submaxilar e sublingual, consecutivamente (BENTO & BARBOSA,
1993).
O núcleo de origem do nervo facial, situa-se no tronco encefálico,
descrevendo um trajeto circular em torno do núcleo do nervo abducente (VI par). A
porção motora caminha ao lado da porção sensitiva, e juntamente com o nervo
vestíbulo coclear (VIII par), atravessam a região do ângulo ponto cerebelar.
Penetram o meato acústico interno, percorrendo um trajeto lateral e superior entre
a cóclea e o canal semi circular superior.(FIGÚN & GARINO, 1978). Caminham
juntos até determinado ponto, no segmento labiríntico, onde o nervo facial separa-se do nervo vestíbulo coclear e percorre em um canal próprio denominado canal
de Falópio, ou canal do nervo facial. Caminha até a parede medial do recesso
epitimpânico, encurvando-se em ângulo agudo, formando o primeiro joelho do
nervo facial, onde está situado o gânglio geniculado (LUCENA, 1993).
Do vértice do gânglio geniculado, nascem os nervos petrosos
superficiais maiores e menores, periféricos e centrais, com função secretomotora
da glândula lacrimal, da sensibilidade gustativa da língua, e da sensibilidade
profunda da face, determinados pelo nervo intermédio e raiz motora do facial
(HUNGRIA, 1984).
Em direção quase paralela ao maior eixo da parte petrosa do osso
temporal, encontra-se o segmento timpânico. No gânglio geniculado o nervo facial
faz uma curvatura, para entrar na porção timpânica horizontal do canal de
Falópio.(MAY & SHAMBAUGH, 1991).
Na área correspondente ao segundo joelho do nervo facial, localizase o segmento piramidal. O segundo joelho é constituído pela angulação do
segmento vertical ou mastóideo, estabelecendo uma relação íntima com o canal
semicircular lateral, e com o tendão do músculo do estapédio (HUNGRIA, 1984).
Segundo HUNGRIA (1984), até o décimo oitavo mês de vida, a ponta
da mastóide está ausente ou pouco desenvolvida, o que deixa o nervo
desprotegido e, portanto, mais exposto ao trauma no decurso da antrotomia,
abertura cirúrgica da mastóide.
O último ramo importante é o nervo corda do tímpano, que se inicia
quatro a seis milímetros antes do orifício estilomastoídeo, e contém fascículos
secreto-motores destinados às glândulas sublingual e submandibular, vinculada à
sensibilidade da gustação (LUCENA, 1993).
Ao passar para o segmento extratemporal, quando emerge do
forame estilomastoídeo, o nervo facial descreve trajeto em alça anteriormente na
região abaixo do ouvido, penetrando a seguir a fascía parotídea e, passando entre
os lobos superficial e profundo da glândula, porém sem inervá-la. Nesta, ele se
divide em vários ramos a partir de dois grupos principais: o têmporo-facial e o
cérvico-facial (CRUZ & ALVARENGA, 1998).
Estes se subdividem em cinco ramos que são:
Ramo Temporal- inervando o músculo orbicular do olho, músculos auriculares
anterior e superior, ramo frontal do músculo occiptofrontal e o músculo corrugador
do supercílio.
Ramo Zigomático- inerva os músculos zigomático e orbicular do olho, corrugador
do supercílio, e supre os músculos relacionados com o lábio superior, abertura da
asa do nariz e bucinador.
Ramo Bucal- segue inferiormente em direção ao músculo risório, músculo
bucinador e músculos elevadores do lábio superior e do ângulo da boca, e os
músculos depressores do lábio inferior e do ângulo da boca.
Ramo Mandibular- passa à cima e à frente do ramo da mandíbula (deglutição),
abaixo do músculo platisma, em direção ao ângulo da boca. Passa pelo músculo
masseter e superficialmente pela artéria e veias faciais, suprindo os músculos
relacionados com o lábio inferior e o ângulo da boca.
Ramo Cervical- após deixar a glândula parótida, dirige-se para baixo e depois para
diante, até suprir a parte profunda do músculo platisma (LUCENA, 1993;
KENDALL & MC CREARY, 1986).
Os neurônios que se dirigem aos músculos frontal, parte superior do
orbicular dos olhos e superciliar, recebem inervação cortical bilateral e estão
situados no núcleo superior do facial. Estes dados são de suma importância para
o reconhecimento da paralisia facial central, onde estes músculos encontram-se
preservados (BENTO & BARBOSA, 1994).
2.2 - DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE PARALISIA FACIAL CENTRAL E
PARALISIA FACIAL PERIFÉRICA
As paralisias faciais periféricas são decorrentes de uma lesão do núcleo de origem
ou do próprio tronco nervoso, afetando os músculos inervados pelo facial do lado
da lesão. Toda esta hemi face estará comprometida, em maior ou menor grau de
acometimento (BENTO & BARBOSA, 1994).
Neste tipo de paralisia ocorre hipotonia da musculatura facial, pois o
nervo está comprometido e não permite a passagem de impulsos nervosos, além
de, geralmente, o lacrimejamento encontrar-se alterado. Há também o
comprometimento dos movimentos voluntários e involuntários, devido à lesão
ocorrer no tronco nervoso (GOMEZ, 2000).
Quanto às paralisias faciais centrais, há lesão das fibras corticais,
que fazem conexão com os núcleos do nervo facial, situados no tronco cerebral, e
atingem os músculos faciais contralaterais à lesão. Neste caso, não há
acometimento das fibras superiores do nervo facial. Em conseqüência disto, a
musculatura do quadrante superior da face apresenta-se preservada (BENTO &
BARBOSA, 1994).
Nos casos em que ocorre paralisia facial central, o tônus encontra-se
preservado porque o nervo apresenta-se conectado e íntegro. Os movimentos
involuntários preservam sua integridade porque são determinados pela área extra
piramidal que se situa sob o córtex. Caso a área lesada seja muito extensa, todos
os movimentos estarão afetados (GOMEZ, 2000).
Para se obter um diagnóstico diferencial, basta solicitar ao paciente
que feche os olhos. Se ele não conseguir, estaremos diante de um caso de
paralisia facial periférica. No caso de ser uma paralisia facial central, é possível
que ele feche os olhos sem dificuldade, porém apresentará um desvio de boca
para um dos lados da face.
Há casos, menos comuns, onde a paralisia facial periférica é
bilateral. Ela é determinada por apresentar falta de mímica na musculatura da
expressão. Durante o tratamento, ocorre a recuperação mais rápida de uma face
do que de outra, porém isto se normaliza com o decorrer do tratamento (LUCENA,
1993).
2.3 - MÚSCULOS DA FACE INERVADOS PELO NERVO FACIAL
Os músculos da face inervados pelo nervo facial devem ser trabalhados em
terapia. Porém, para isto, é necessário que se tenha conhecimento sobre qual é o
sentido em que caminham suas fibras. Conseqüentemente, onde estão
localizadas as origens e inserções de cada um dos músculos e suas determinadas
funções.
Músculo occiptal
Origina-se nos 2/3 externos da linha curva occiptal superior e região mastoideana
do temporal, inserindo-se sobre a borda posterior da aponeurose epicraniana. O
músculo occipital tem a função de mover o couro cabeludo para trás.
Músculo frontal
Possui três tipos de fibras cujas origens são:
Fibras mediais- contínuas às fibras do prócero;
Fibras intermédias- misturadas com o corrugador e o orbicular dos olhos;
Fibras laterais- misturadas com o orbicular dos olhos sobre o processo
zigomático do osso temporal.
Estas fibras se unem, inserindo-se na camada profunda da pele na
região supraciliar e interciliar. O músculo frontal tem como função mover o couro
cabeludo para frente, e elevar as sobrancelhas, formando rugas horizontais na
testa (expressão de surpresa ou medo).
Músculo corrugador do supercílio
Origina-se através de fibras carnosas, sobre a extremidade medial da arcada
superficial. Após haver passado sob o frontal e sob a porção orbitária do orbicular
superior das pálpebras, insere-se na camada profunda da pele da sobrancelha,
nos 2/3 ou metade da órbita. Tem como função tracionar o supercílio para baixo e
medialmente.
Músculo prócero (piramidal do nariz)
Origina-se na aponeurose que recobre a parte inferior do osso nasal e parte
superior da cartilagem nasal lateral, inserindo-se na camada profunda da pele na
região intermediária das sobrancelhas, após ter se cruzado com as fibras do
frontal. Sua função é a de tracionar a pele situada entre as sobrancelhas,
elevando a pele da raiz do nariz.
Músculo orbicular dos olhos
Este músculo divide-se em duas porções. A porção palpebral tem origem na
porção lateral do ligamento palpebral interno e sobre a crista posterior do osso
lacrimal, inserindo-se na linha palpebral lateral. A porção orbitária, tem origem na
porção nasal do osso frontal, ramo ascendente frontal da maxila, face anterior e
borda do ligamento palpebral medial. As fibras musculares formam uma elipse que
se alarga inserindo-se no ângulo externo do olho. Este músculo tem a função de
proteger os olhos contra a luz, fechando as pálpebras, de modo normal e forçado.
Músculo transverso do nariz
Origina-se sobre a linha aponeurótica do dorso do nariz. As fibras inferiores
dirigem-se à camada profunda da pele inserindo-se nesta. As fibras superiores
fundem-se com as fibras laterais do mirtiforme. Possui a função de dilatar as
narinas junto com o dilatador.
Músculo nasal (dilatador das narinas)
Origina-se na cartilagem lateral da asa do nariz, inserindo-se na camada profunda
da pele no sulco nasolabial, extremidade inferior da asa do nariz. Sua função é de
aumentar o diâmetro transversal da narina.
Músculo depressor do septo (mirtiforme)
Origina-se na fosseta mirtiforme da maxila e da saliência alveolar do dente canino,
inserindo-se no septo nasal e borda posterior da asa do nariz. Possui a função de
abaixar a ponta do nariz estreitando o orifício nasal e abaixar o lábio superior.
Músculo elevador do lábio superior e da asa do nariz
O músculo elevador superficial, tem origem na face externa da apófise ascendente
da maxila e inserção na camada profunda da pele da borda posterior da asa do
nariz. Sua função é de elevar e everter o lábio superior e elevar a asa do nariz. Há
também o músculo elevador profundo, com origem na metade medial da borda
inferior infra-orbitária. Após ter cruzado as fibras do canino; insere-se na camada
profunda da pele na borda inferior da asa do nariz e do lábio superior. Sua função
é idêntica à do elevador superficial.
Músculo elevador do ângulo da boca (canino)
Origina-se abaixo da cavidade infra-orbitária, na fossa canina. Insere-se na
camada profunda da pele comissural e do lábio superior. Possui a função de
elevar o ângulo da boca, descobrindo o dente canino.
Músculo zigomático menor
Origina-se na parte média da face lateral do osso zigomático. Insere-se na
camada profunda da pele do lábio superior, lateralmente ao elevador. Possui a
função de movimentar o lábio superior para cima e para fora.
Músculo zigomático maior
Origina-se através de fibras aponeuróticas na face do osso zigomático, abaixo e
atrás do músculo zigomático menor. Insere-se na camada profunda da pele e na
mucosa da comissura labial. Possui a função de movimentar a comissura dos
lábios para cima e para fora.
Músculo bucinador
Origina-se posteriormente sobre a borda alveolar da maxila e mandíbula, ao longo
dos três últimos molares, e na borda anterior do ligamento pterigomandibular. As
fibras superiores e inferiores cruzam-se na altura da comissura labial e, então,
inserem-se na camada profunda da pele, no terço extremo do vestíbulo da boca.
Sua função é movimentar a comissura labial para trás, alongando a fenda bucal.
Comprime a cavidade bucal, apoiando-se fortemente sobre a face externa dos
molares.
Músculo risório
Origina-se posteriormente, sobre as fibras aponeuróticas do músculo masseter.
Insere-se na pele da comissura labial. Possui a função de tracionar o ângulo da
boca para trás.
Músculo depressor do lábio inferior
Origina-se no terço anterior da borda lateral da mandíbula, inserindo-se na
camada profunda da pele do lábio inferior, fundindo-se com o músculo orbicular
dos lábios. Possui a função de retrair o lábio inferior.
Músculo mental
Origina-se nas saliências alveolares dos dois incisivos e caninos inferiores. Inserese na polpa da camada profunda da pele do mento. Possui a função de elevar o
mento havendo protrusão do lábio inferior.
Músculo depressor do ângulo da boca (triangular dos lábios)
Origina-se abaixo do depressor do lábio inferior, sobre a porção anterior da linha
externa da mandíbula. Insere-se na comissura labial. Possui a função de
movimentar a comissura do lábio para baixo e para fora, determinando assim, a
expressão de tristeza.
Músculo platisma (cutâneo do pescoço)
Origina-se através de fibras carnosas na camada profunda da pele, que recobrem
o acrômio, as regiões deltoídea e clavicular, e peitoral maior. Sua inserção se
apresenta da seguinte forma: as fibras anteriores entrecruzam-se com as fibras
opostas, e se dirigem em direção à pele da eminência mentoniana; as fibras
médias terminam em parte sobre a borda inferior da mandíbula, e em parte
entrecruzam-se com as fibras do músculo triangular dos lábios e do músculo
depressor do lábio inferior; as fibras posteriores ou externas, continuam nas fibras
carnosas do músculo triangular, outras vão diretamente para a camada profunda
da pele da comissura labial e da bochecha. Possui a função de abaixar a pele do
mento e a comissura labial, esticar transversalmente a pele do pescoço e elevar
(KENDALL & MC CREARY, 1986).
Músculo orbicular dos lábios
Músculo em forma de elipse, constrictor principal, que ocupa a espessura dos
lábios. Ele compreende duas partes: uma externa (periférica), e a outra interna
(central).
As fibras externas: são compostas de fibras extrínsecas e de fibras intrínsecas.
As fibras extrínsecas, são formadas pelas fibras terminais dos músculos triangular,
bucinador e canino, essencialmente, e de todos os músculos peribucais.
As fibras intrínsecas fazem parte dos músculos incisivos, dois para cada lábio.
As fibras internas seguem a borda livre dos lábios, misturando-se com as fibras do
compressor dos lábios.
Possui a função de aproximar e comprimir os lábios.
Músculo compressor dos lábios
Nome dado às fibras musculares estendidas de frente para trás, ao redor do
orifício bucal. Suas fibras misturam-se com o orbicular interno dos lábios. Músculo
particularmente bem desenvolvido no lactente (sucção).
Possui a função de comprimir os lábios de frente para trás; trabalha
em sincronia com o músculo orbicular dos lábios, músculo bucinador, músculos
masseteres e os músculos da língua (LACÔTE, 1987).
Os Músculos auriculares posteriores, superior e anterior, também são
inervados pelo nervo facial, porém, não possuem função importante
É importante ressaltar que os músculos: elevador da pálpebra superior e o
masseter não são inervados pelo nervo facial e sim pelo terceiro par (nervo
oculomotor) e pelo quinto par (nervo trigêmeo), respectivamente (LUCENA, 1993).
2.4 - ETIOLOGIA DA PARALISIA FACIAL CENTRAL E DA PARALISIA FACIAL
PERIFÉRICA
Há inúmeras etiologias para as paralisias. No entanto, as mais estudadas são as
que causam a paralisia periférica.
Apresentaremos, a seguir, as principais etiologias das paralisias
faciais.
Paralisia de Bell
Também conhecida como a Frigore ou Idiopática: paralisia de aparecimento
súbito, afetando um lado da face. A recuperação é espontânea e sua causa é
desconhecida. Dentre todas as etiologias de paralisia facial, esta é a mais comum.
Paralisia Facial Traumática
É determinada por fraturas do osso temporal ou dos ossos da face causadas por
projéteis de arma de fogo, por ferimentos corto-contusos nas partes moles da
face, por acidentes de carro - e, principalmente – motocicletas. Ocorre também,
por traumas de parto (causados por fórceps, ou por compressão do rosto do feto
no canal de parto) e ainda pelas iatrogênicas, quando o cirurgião lesa o facial
deliberada ou inadvertidamente.
Paralisia por Infecção
Estas infecções podem ser virais (herpes zoster, mononucleose, caxumba,
citomegalovírus e sarampo), bacterianas inespecíficas (otite média aguda e otite
média crônica colesteatomatosa), e bacterianas específicas (tuberculose e lues).
Paralisia por Tumores
A instalação súbita pode ser confundida com a paralisia de Bell, por isso deve-se
fazer um diagnóstico bem preciso. Pode ocorrer no Sistema Nervoso Central
(neurinoma ou schwanoma do facial), no Osso Temporal - que são os mais
comuns - e no Extratemporal, quase sempre de conotação congênita. Outras
linhagens possíveis nesta região, são os hemangiomas.
Paralisia Congênita
Já se comentou sobre os traumas no parto; além destes há a Síndrome Congênita
de Möebius, caracterizada por envolvimento simultâneo do VI e VII nervos
cranianos, associada a outras alterações.
Paralisia Metabólica
Aparece em indivíduos com diabetes, hipotiroidismo, ou até mesmo durante a
gravidez.
Síndrome de Melkerson-Rosenthal
De início súbito, com edema de hemi-face, língua plicata, normalmente com
aparecimento entre a terceira ou quarta década da vida. A etiologia é
desconhecida, e a recuperação é espontânea, como a paralisia facial de Bell.
Doença de Lyme
É uma infecção causada pela espiroqueta transmitida por picada de carrapato. A
paralisia facial pode ser uni ou bilateral (CRUZ & ALVARENGA, 1998; BENTO &
BARBOSA, 1994; MAY & SHAMBAUGH JR., 1991).
Dentre estas patologias citadas, faremos uma referência mais
abrangente sobre as patologias que causam paralisia facial bilateral.
2.5 - NÍVEIS DE LESÃO DO NERVO FACIAL
As lesões do facial podem ocorrer em pontos específicos do seu trajeto, até atingir
a musculatura. A seguir, citaremos os locais das lesões com os respectivos sinais
e etiologias.
Lesão supranuclear (lesão central)
Os quadrantes superiores da face encontram-se intactos e há presença de sorriso
espontâneo. Possui como etiologias acidente vascular cerebral ou trauma crânio
encefálico.
Lesão nuclear
Há envolvimento do VI e do VII par craniano e sinal do trato corticoespinal. Suas
etiologias são de causa vascular, intoxicação por talidomida, poliomielites,
esclerose múltipla, encefalites ou adenocarcinoma.
Lesão no ângulo ponto-cerebelar
Há envolvimento da porção vestibular e coclear do VIII par craniano, diminuição do
lacrimejamento e do reflexo de piscar. O paladar e a salivação podem encontrarse alterados. Envolve, também, o V par craniano e mais tarde o IX, X e XI par
craniano. Possui como etiologias neurinoma, meningioma, colesteatoma, trauma
crânio encefálico ou adenocarcinoma.
Lesão no gânglio geniculado
Há paralisia facial, hiperacusia (sensibilidade auditiva, principalmente aos sons
agudos), alterações no paladar, lacrimejamento e salivação. Possui como
etiologias o herpes zoster, trauma crânio encefálico, paralisia de Bell, neurinoma
ou meningioma.
Lesão na timpanomastóide
Há paralisia facial, diminuição no reflexo de piscar, alteração do paladar e
salivação, porém o lacrimejamento permanece intacto. Pode apresentar
hiperacusia se houver lesão no nervo do estribo. Possui como etiologias paralisia
de Bell, colesteatoma, trauma crânio encefálico, infecção, neurinoma, glomus
jugular ou adenocarcinoma.
Lesão extracraniana
Há paralisia facial. O caminho parassimpático e o paladar encontram-se intactos,
ocorre desvio do mento para o lado normal. Possui como etiologias trauma crânio
encefálico, carcinoma parotídeo ou carcinoma de faringe (MAY & SHAMBAUGH
JR., 1991).
2.6 - PARES CRANIANOS
Os nervos cranianos se originam em pares simétricos, nas faces ântero-inferior e
lateral do tronco encefálico, com exceção do nervo olfatório e do nervo óptico, que
se ligam, respectivamente, ao telencéfalo e ao diencéfalo.
Há doze pares numerados de I a XII de acordo com a seqüência de
emergência, de anterior para posterior, no tronco encefálico.
I Olfatório
Origina-se das células olfatórias da mucosa que recobre uma porção do palato e
das paredes medial interna e lateral externa das fossas nasais. Possui um
prolongamento periférico que termina na área olfatória e um central que atravessa
a lâmina crivosa do osso etmóide, para terminar no bulbo olfatório. É um nervo
exclusivamente sensitivo. Função: olfação.
II Óptico
Origina-se de células ganglionares da retina, estendendo-se desde o quiasma
óptico, onde há o cruzamento parcial de suas fibras, até o bulbo ocular. É um
nervo exclusivamente sensitivo. Função: visão.
III Oculomotor
Origina-se de um degrau do aqueduto cerebelar com emergência perto da linha
média da parte superior e da ponte. Procede lateralmente para o clinóide posterior
na parede lateral do seio cavernoso, passa através da fissura orbital superior
chegando na órbita. Inerva o esfíncter da pupila e músculo ciliar.
IV Troclear
Origina-se na face dorsal do mesencéfalo e finaliza no músculo oblíquo maior.
Função: rodar o globo ocular para dentro e para baixo.
V Trigêmeo
Este nervo é assim denominado devido a seus três ramos: nervo oftálmico, nervo
maxilar e nervo mandibular. Possui duas raízes, uma motora e uma sensitiva, que
originam-se na face anterior da ponte e no limite com os pedúnculos cerebelares
médios. A raiz sensitiva termina no gânglio trigeminal e a motora fusiona-se ao
nervo mandibular. Função: sensitiva (temperatura, dor, pressão e tato),
vasomotora, secretora, sobre a pupila e o tônus muscular.
VI Abducente
Origina-se no sulco bulbo-pontino, por cima da pirâmide da medula oblonga,
caminha para frente, para cima e para fora, atravessando sucessivamente as
fossas craniais posterior e média, a fissura orbital superior e a órbita onde termina
o seu trajeto. Função: rotação do globo ocular.
VII Facial
Nervo facial propriamente dito e o nervo intermédio (considerado por alguns como
a raiz sensitiva e visceral do nervo facial).
VIII Vestíbulo coclear
Possui duas raízes: a coclear, cujas fibras procedem da cóclia originadas no
gânglio espiral ou de Corti, e a vestibular, que tem origem nos canais
semicirculares e no gânglio vestibular situado no vestíbulo da orelha interna. É um
nervo exclusivamente sensitivo. Função: audição e equilíbrio.
IX Glossofaríngeo
Origina-se superiormente no sulco dorso lateral do bulbo, entre a raiz troclear do
VIII par, e inferiormente, junto ao nervo vago. Função: sensibilidade do terço
posterior da língua, nas fauces e tonsilas, faringe e palato mole; estímulos motores
para a faringe e para o músculo estilo faríngeo e impulsos para a glândula
parótida.
X Vago
Nervo misto e essencialmente visceral. Origina-se no sulco lateral posterior do
bulbo sob forma de filamentos radiculares que se reúnem para formar o nervo
vago. Este emerge do crânio pelo forame jugular, percorre o pescoço e o tórax,
terminando no abdômen. Função das fibras sensitivas: sensibilidade à porção
posterior do meato acústico externo, faringe, laringe, tórax e vísceras abdominais;
inervação das fibras motoras: fibras para a faringe, base da língua, laringe,
inervação gangliar autônoma do tórax e vísceras abdominais.
XI Acessório
Possui duas raízes, a bulbar e a medular. A raiz bulbar origina-se por quatro ou
cinco filetes muito finos da porção inferior do sulco dorso-lateral do bulbo,
inferiormente à origem do X par craniano. A raiz medular destaca-se por quatro ou
cinco filetes delgados e superpostos, na parte mais elevada da face lateral dos
cinco ou seis primeiros segmentos cervicais da medula óssea, localizados à frente
da emergência das raízes dorsais dos nervos espinhais. Inerva: a faringe, porção
superior da laringe, úvula e palato, fibras recorrentes da laringe, nervo cardíaco,
músculo esternocleidomastoídeo e músculo trapézio, C2, C3 e C4.
XII Hipoglosso
Nervo essencialmente motor. Emerge do sulco lateral anterior do bulbo sob a
forma de filamentos radiculares que se unem para formar o tronco nervoso. Inerva:
músculos do pescoço e da língua - estilo-hioideo, milo-hioideo, esterno-tiroídeo,
estiloglosso, hioglosso, genioglosso, genio-hioideo e músculos intrínsecos da
língua (NETTER, 1957; MACHADO, 1986).
2.7 – PARALISIA FACIAL BILATERAL
Pouco se sabe sobre as patologias que causam paralisia facial bilateral. Durante
nossos levantamentos bibliográficos, pudemos notar que existem certas etiologias
que causam paralisia facial bilateral. No entanto, o quadro geral da doença é tão
sério que a paralisia facial acaba sendo apenas comentada superficialmente. Em
outras, o sintoma é passageiro.
Segundo May & Shambaugh Jr. (1991), as etiologias que causam
paralisias faciais bilaterais são:
Síndrome de Guillain-Barré
Sarcondosis
Distrofia Miôtonica
Trauma de Tronco
Mononucleose
Citomegalovírus
Botulismo
Paralisia de Bell – Herpes Simples
Segundo Gomez (2000), a paralisia de Bell nunca é bilateral. Se for
bilateral, não é Bell.
A seguir descreveremos alguns casos de paralisia facial bilateral.
Nossa dificuldade foi muito grande em encontrar textos sobre o assunto, pois a
bibliografia possui um maior número de referências à Seqüência de Möebius.
Além desta, descreveremos a Doença de Lyme, e a Síndrome de MelkersonRosenthal, que, apesar de não possuírem grande incidência, devem ser descritas
para nosso conhecimento.
Doença de Lyme
É uma doença transmitida através da picada do carrapato. Ocorre com maior
freqüência no verão, porque nessa época as pessoas permanecem fora de casa
por maior tempo. É caracterizada por eritema crônico migratório de cinco a doze
centímetros. As lesões somem após três semanas.
Há a paralisia facial de aparecimento súbito, semelhante à paralisia
de Bell. Os sintomas associados são: mal-estar, fadiga, calafrios e febre, dor de
cabeça, rigidez de nuca, dor nas costas, dores musculares, náusea e vômito e
sensibilidade oral. Há envolvimento cardiológico, reumatológico (artrite) e auditivo
(perda sensório neural irreversível), sendo que raros casos podem apresentar
sintomas neurológicos (polineurite).
Através de estudos, alguns autores concluíram que a incidência de
paralisia facial era de dez por cento em todos os pacientes com doença de Lyme,
e vinte e cinco por cento destes pacientes apresentavam paralisia facial bilateral.
A paralisia se resolve de forma espontânea.
A suspeita inicia-se a partir dos dados da história e quadro clínico,
sendo confirmada através de exames de sangue, cultura e sorológico.
O prognóstico é ótimo e o tratamento é medicamentoso (MAY &
SHAMBAUGH JR., 1991; GOMEZ, 2000; CRUZ & ALVARENGA, 1998).
Síndrome de Melkerson-Rosenthal
Desordem rara caracterizada por paralisias faciais recorrentes. A síndrome
caracteriza-se pela presença de edemas de lábios ou face, que podem preceder,
acompanhar ou suceder a paralisia em meses ou anos. Apresentam também
fissuras de língua, e paralisia facial intermitente, de início súbito e etiologia
desconhecida.
A paralisia pode ser parcial ou completa e, ocasionalmente, é
bilateral. Recidivas são freqüentes, porém há recuperação da maior parte dos
pacientes. Um terço dos pacientes estudados apresentavam fissura de língua,
meio por cento apresentavam língua plicata, sendo que em uma população normal
o índice de língua plicata é de cinco por cento.
É uma patologia de origem genética e a maior parte dos casos ocorre
em mulheres (oitenta por cento).
Outras associações encontradas são: protuberâncias nas mãos,
peito e nádegas, enxaqueca, dor de cabeça e anormalidades oftalmológicas
(incluindo neurites retrobulares) e anormalidade na retina.
É comum encontrar casos onde somente uma ou algumas das
características descritas são encontradas.
O prognóstico é favorável na maioria dos casos, no entanto, há
permanência de seqüelas piores a cada recidiva.
O tratamento é semelhante ao da paralisia de Bell. Alguns autores
observaram que após cirurgia de descompressão do nervo facial, não houve mais
a ocorrência de recidiva (MAY & SHAMBAUGH JR., 1991; BENTO & BARBOSA,
1994).
Seqüência de Möebius
Recebe o nome de seqüência porque não possui uma sintomatologia fechada.
Possui etiologia desconhecida, porém alguns autores acreditam que a causa
principal seja a ingestão de medicamentos abortivos pela mulher. Não há
comprovação hereditária.
Causa paralisia parcial ou completa do VI par e do VII par, resultando
em paralisia uni ou bilateral, com ausência de expressão facial (face de máscara)
e estrabismo convergente, como se o paciente estivesse olhando para a ponta do
nariz
durante
todo
tempo.
Muito
freqüentemente
está
associado
a
comprometimento de outros pares cranianos. O XII par pode estar afetado,
causando hipoglossia e micrognatia. O III par e o IV par podem resultar em ptose
palpebral e oftalmoplegia completa. O V par altera a sensibilidade da face e os
músculos da mastigação e por fim o VIII par que pode ser acometido levando a um
quadro de déficit auditivo (FERREIRA, 1998).
Há uma série de alterações que são de suma importância e
citaremos a seguir:
Alterações Orgânicas
Pregas epicânticas proeminentes lembrando o mongolismo;
Fácie de máscara, inerte tanto no riso como no choro. Impossibilidade de franzir a
testa, fraqueza dos músculos zigomáticos e, muitas vezes, movimentação
compensatória do músculo platisma;
Lábios pequenos permanentemente abertos, com queda das comissuras e filtro
longo;
Atrofia, assimetria e fasciculação da língua;
Hipoplasia dentária, lábio ou linguoversão de dentes e oclusão tipo classe II de
Angle;
Alteração de palato podendo ocorrer fissura palatina ou úvula bífida;
Alteração das extremidades como polidactilia, sindactilia, fusão das falanges,
eqüino varo (pés tortos);
Hipoplasia dos músculos do pescoço e do tórax;
Problemas cardíacos;
Possível paralisia de outros pares como o IX e o X.
Alterações Funcionais
Diminuição do piscar;
Inabilidade ou dificuldade para sugar;
Dificuldades na deglutição;
Restrições ou ausência de movimentos mastigatórios;
Incontinência salivar;
Diminuição da abertura de boca;
Fala disártrica;
Na ausência de problemas mentais, geralmente a linguagem encontra-se
preservada;
Sensibilidade normal para toque, dor e temperatura (ALTMANN e colaboradores,
1999).
Alguns autores referem que pouco se pode esperar em termos de um
bom prognóstico. Embora este não possa ser estabelecido, a experiência clínica
demonstra que há melhoras com fonoterapia em até seis meses.
O tratamento deve ser iniciado o mais precocemente possível,
realizando massagens e exercícios até a idade adulta. Também devem ser
realizadas estimulação das funções de respiração, mastigação, sucção e
deglutição. Quanto às alterações de membros e visuais, podem ser feitas
cirurgias, inclusive no decorrer da vida adulta (ALTMANN e colaboradores, 1999;
FERREIRA, 1999).
2.8 - TERAPIA
Há vários métodos terapêuticos que podem ser aplicados com igual eficiência, no
entanto, o que se pode notar em todos os trabalhos lidos é que, quanto antes
iniciar a terapia, maiores serão as possibilidades de recuperação. O período
considerado de melhora espontânea ocorre nos primeiros seis meses, porém,
deixando-se sempre claras as limitações do trabalho de acordo com a etiologia
determinante do problema.
As terapias utilizadas para o tratamento das paralisias faciais
bilaterais são semelhantes às utilizadas para o tratamento das unilaterais. A
diferença é que ao invés das manobras serem efetuadas apenas em um lado da
face, estas são realizadas bilateralmente.
As terapias dividem-se em: fisioterapia, massagem e eletroterapia.
A fisioterapia é o primeiro estágio da terapia, preparando a face para
massagem e a pele para a condução da eletroterapia quando necessário. Podemse usar também compressas úmidas geladas, tapinhas em toda face e luz
infravermelha (com proteção nos olhos).
Após a face estar preparada, são passadas orientações e exercícios.
As orientações são referentes aos cuidados com os olhos e estratégias para
facilitar na mastigação. Em relação aos olhos, o próprio médico orienta o paciente,
porém, como o fonoaudiólogo mantém contatos semanais com este, deve estar
sempre frisando a importância de usar óculos escuros, colírio a cada uma hora e
proteger os olhos durante a noite com pomada e micropore. Quanto à mastigação,
deve-se estimular o paciente a mastigar bilateralmente, e se necessário ajudar
colocando as palmas das mãos sobre cada bochecha, e o dedo mínimo no lábio
inferior. Isto ajuda a não sobrarem restos de comida no vestíbulo e permite que os
lábios fiquem fechados.
No decorrer de todo tratamento terapêutico, o fonoaudiólogo deve
observar se as orientações estão sendo seguidas corretamente. Os exercícios
devem ser feitos três vezes ao dia em frente a um espelho. Para um melhor
aproveitamento do tempo, podem ser realizados durante a escovação. A terapia
se divide em exercícios de mastigação, sucção, deglutição, sopro e movimentos
faciais, que serão descritos a seguir (GUEDES, 1994).
Os ramos a serem trabalhados são: temporal, zigomático, bucal e
mandibular. Os exercícios dividem-se em:
elevar a testa;
fechar os olhos naturalmente;
elevar o nariz fazendo cara de assustado ou cara de bravo;
fazer cara de cheiro ruim ou de cachorro rosnando;
boca de sapo;
preensão de lábios isolado ou segurando bexiga;
bico de peixe com facilitação;
beijo bem estalado;
empurrar as bochechas com a língua;
rodar a língua no vestíbulo;
sugar a seringa com água;
alternar ar nas bochechas;
estourar ar com resistência das bochechas e lábios (GOMEZ, 2000).
Depois de realizados por algum tempo, caso a recuperação do
paciente não tenha sido satisfatória, introduzem-se as massagens. Estas são
realizadas de forma manual, lenta e simétrica, com pressão superficial ou
profunda (GUEDES, 1994).
Em casos de Síndromes congênitas, a terapia deve ser realizada
logo que a paralisia facial foi detectada. Nos bebês são realizadas massagens
intra e extra orais, estimulação das funções de respiração, mastigação, sucção e
deglutição. Podem-se usar compressas frias. Em relação à cavidade oral
propriamente dita, é necessário fazer um trabalho de sensibilização gustativa. Este
poderá ser o ponto básico para o processo terapêutico. Quando a criança está
maior, a terapia é voltada para massagens indutoras e exercícios ativos do tipo
isométrico, e de simetria do sistema sensório motor oral (ALTMANN e
colaboradores, 1999; GEMIGNANI e colaboradores, 1996).
Segundo GOMEZ (2000), as massagens sempre devem ser feitas
em casos onde há ausência total de movimentos.
De acordo com BOARDI e colaboradores (1996), em casos como na
Seqüência de Möebius, por suas características específicas de alteração, o
trabalho direto mioterápico é de fundamental importância. Assim, a estimulação
através de massagens, variação térmica (principalmente fria) e de texturas e
manobras facilitadoras para posturas e movimentação devem ser utilizadas.
A eletroterapia não é muito recomendada, pois o estímulo pode
causar espasmos e contraturas que são muito mais difíceis de serem tratados e,
na maioria das vezes, o paciente não obtém melhora significativa. Pode ser
utilizada no início do tratamento, quando a musculatura ainda encontra-se muito
flácida, e deve ser interrompida com o reaparecimento dos primeiros movimentos
voluntários (GUEDES, 1994).
Estudos recentes citam a utilização de acupuntura no tratamento das
paralisias faciais unilaterais, porém não há estudos que relatem casos de sua
utilização em paralisias faciais bilaterais.
Sempre devemos lembrar que a terapia é fundamental para qualquer
caso de paralisia facial, e mesmo que não haja melhora na estética facial, nós,
fonoaudiólogos, podemos melhorar as condições de vida do paciente.
3 – CONSIDERAÇÕES FINAIS
A idéia de fazer esta pesquisa teórica surgiu devido ao pequeno número de
estudos publicados por fonoaudiólogos sobre o assunto. Há aproximadamente
quatro anos, quando trabalhávamos com pacientes portadores de paralisia facial,
para nossa surpresa, nos foi encaminhado um caso de paralisia facial bilateral.
Procuramos trabalhos que relatassem etiologias e tratamentos mas,
apesar de tê-los encontrado, eram tão escassos que muitas dúvidas persistiram. A
maior parte encontrada era sobre a Seqüência de Möebius. Sabíamos que haviam
outras etiologias, mas pouco era relatado sobre as paralisias faciais bilaterais.
O objetivo desta pesquisa é ressaltar as etiologias das paralisias
faciais bilaterais, as ocorrências, os seus tratamentos e fornecer mais subsídios ao
fonoaudiólogo para trabalhar com este tipo de patologia sem receio.
Durante o levantamento bibliográfico, encontramos fatores muito
importantes. Um deles foi o trajeto percorrido pelo nervo facial, que, por se tratar
de um nervo extenso, quando afetado, provoca um determinado tipo de
sintomatologia, e de acordo com a etiologia, pode-se deduzir qual é este tipo de
segmento.
Foi possível observar que 100% dos casos de paralisia facial devem
ser tratados, mesmo nas etiologias com recuperação espontânea, ou quando
houver a secção do nervo. Quanto antes se iniciar o tratamento, maiores serão as
chances de recuperação. No entanto, se após seis meses não houver melhora, o
prognóstico se torna desfavorável e a recuperação limitada.
Nos casos onde há paralisia facial decorrente de Síndromes, o
cuidado deve ser ainda maior, como no caso da Seqüência de Möebius. As
crianças que nascem com esta Síndrome merecem atenção especial. O
tratamento deve iniciar logo que a paralisia facial é diagnosticada, e deve-se
enfatizar o trabalho de sensibilização oral e das funções neurovegetativas.
Conforme a criança vai crescendo o trabalho continua com direcionamento
muscular, sempre acompanhado de massagens.
Sobre as terapias, não há divergências de idéias, a não ser em
relação à estimulação elétrica que, alguns acreditam, deve ser sempre utilizada,
enquanto outros acham que só deve ser usada no início do tratamento, sendo
interrompida com o reaparecimento dos primeiros movimentos voluntários. Há
também quem acredite que, devido a estimulação elétrica ser muito intensa
podendo causar espasmos e contraturas, ela não deve ser usada, mesmo porque,
os exercícios, e as massagens, são muito eficientes.
Em nossa pesquisa notamos que existe um número pequeno de
textos sobre as diferentes etiologias que causam paralisia facial bilateral. Alguns
casos onde ocorre este tipo de paralisia, a patologia é tão grave que logo o
paciente vai a óbito. Conseqüentemente a paralisia facial é apenas citada. Há
casos em que a recuperação é rápida e espontânea. Como no Brasil a incidência
da Seqüência de Möebius tem aumentado, devido à quantidade de mulheres que
tem usado abortivos, há uma grande variedade de textos sobre este assunto,
porém, somente alguns relatam o método terapêutico.
Observou-se também que muitos fisioterapeutas atuam nesta área,
deixando para segundo plano a fonoaudiologia. Será que a pouca atuação do
fonoaudiólogo nessa área é devida à pequena quantidade de trabalhos publicados
por este profissional sobre o assunto, ou por falta de conhecimento mais
abrangente sobre a musculatura e seus tratamentos?
Seria interessante a realização de uma pesquisa com crianças
possuidoras de paralisia facial, pois é um público fácil de ser encontrado; além do
que, há casos onde a probabilidade de uma criança adquirir paralisia facial, é
maior do que no adulto.
Como desdobramento desta pesquisa, pretendemos elaborar
ilustrações como: palhaços, crianças, bonecos, representando passo a passo os
respectivos exercícios faciais, com o objetivo de ajudar no trabalho terapêutico
com idosos, crianças e analfabetos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALTMANN, E.B.C.; VAZ, A.C.N.; RAMOS, A.L.N.F.; PAULA, M.B.S.F.; KHOURY,
R.B.F.; MARQUES, R.M.F. -- Paralisia Facial Congênita: resultados com
fonoterapia oromiofuncional - Revista Fono Atual 8(3):14-8 2° trimestre,
1999.
AMAYA, L.G.; WALKER, J.; TAYLOR, D. -- Moebius Syndrome: a study and report
of 18 cases- from the hospital for sick children. Binocular Vision Quaterly,
3(5): 119-32, London- April, 10, 1990.
BACHA, S.M.C.; CAMARGO, A.F.F.P.; ENNES, J.; RIBEIRO, J.M.L.; VOLPE,
M.R.F.T. -- Exercícios de Motricidade Oral: Anatomia e Fisiologia - Manual
do Pró- Fono, 1998. 47p.
BALLENGER, J.J. --Parálisis del Nervio Facial. In:___ - Enfermidades de la
Nariz, Garganta y Oído. Barcelona, Jims,1972. p.861-70.
BENTO, R.F.& BARBOSA, V.C. -- Paralisia Facial Periférica. In: LOPES FILHO,
O.- Tratado de Otorrinolaringologia. São Paulo, Roca, 1994. p.888-912.
BOARI, C.; LIMA, D.R.A.; BRIGAGÃO, G.M.; MORAES, L.M.S.; TOLEDO, L.;
GOMES,
M.;
PACHECO,
V.
B.;
LIMONGI,
S.C.O.
–
Intervenção
Fonoaudiológica Precoce na Seqüência de Möebius: Relato de Caso Revista Pró-Fono, 2(8): 55-61, set, 1996.
CRUZ, O.L.M. & ALVARENGA, E.H.L. -- Paralisia Facial na Infância. In: SIH, T.Otorrinolaringologia Pediátrica. Rio de Janeiro, Revinter, 1998.p.144-52.
FERREIRA, V.J.A. -- Síndrome de Möebius: Você Precisa Saber !. Revista da
Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, 4(2): 51-2, dez.1998.
FIGÚN, M.E.& GARINO, R.R. -- Neurologia. In:___ -- Anatomia Odontológica
Funcional e Aplicada. 2.ed. São Paulo, Panamericana, 1989. p.119-68.
GEMIGNANI, E.Y.M.Y.; LONGONE, E.; GUEDES, Z.C.F. – Seqüência de Möebius
– Relato de um caso clínico sob a luz da investigação fonoaudiológica e
psicológica - Revista Pró-Fono, 2(8): 51-4, set, 1996.
GOMEZ, M.V.S.G. -- A contribuição do trabalho fonoaudiológico na paralisia facial
no câncer de cabeça e pescoço. In: KOWALSKI, L.P.; DIB, L.L.; IKEDA, M.K.;
ADDE, C. -- Prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer bucal. São
Paulo, Frôntis, 1999. p.522-8.
GOMEZ, M.V.S.G.; LIBERMAN, P.H.P.; MARTINS, N.M.S.; BARROS, A.P.B. -Reabilitação Miofuncional na Paralisia Facial. In: ANGELIS, E.C.; FURIA,
C.L.B.; MOURÃO, L.F.; KUWALSKI, L.P. -- A Atuação da Fonoaudiologia
no Câncer de Cabeça e Pescoço. São Paulo, Lovise, 2000. p.257-64.
GUEDES, Z.C.F. -- Atuação do Fonoaudiólogo na Equipe Multidisciplinar de
Atendimento ao Portador de Paralisia Facial Periférica. São Paulo, 1994.
[Tese --- Doutorado --- Escola Paulista de Medicina]
GUEDES, Z.C.F. -- Atendimento Fonoaudiológico das Paralisias Faciais no Adulto
e na Criança. In: LAGROTTA, M.G.M. & CÉSAR, C.P.H.A.R. -- A
Fonoaudiologia nas Instituições: Terceira Idade, Hospital, Escola,
Centro de Saúde, Clínica-Escola e Creche. São Paulo, Lovise, 1997.
p.163-7.
HUNGRIA, H. -- Paralisia Facial Endotemporal. In:___ -- Otorrinolaringologia.
5.ed. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 1984. p.343-56.
LACÔTE, M.; CHEVALIER, A.M.; MIRANDA, A.; BLETON, J.P.; STEVENIN, P. -Avaliação Clínica da Função Muscular. São Paulo, Manoele, 1987. 116p.
LOCKHART, R.D.; HAMILTON, G.F.; FYFE, F.W. -- Sistema Nervoso. In:___
Anatomia do Corpo Humano. 2.ed. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan,
1983. p.252-435.
LUCENA, A.C.T. -- Fisioterapia na Paralisia Facial Periférica. São Paulo,
Lovise, 1993. 95p.
MAIA, R.A. & TSUCHIYA, T.A. -- Avaliação do Teste de Excitabilidade Mínima
(“Teste de Hilger”) na Paralisia Facial Periférica. Revista Brasileira de
Otorrinolaringologia, 1(63): 24-8, jan/fev 1997.
MEYERSON, M.D. & FOUSHEE, D.R. -- Speech, Language and Hearing in
Moebius Syndrome: a Study of 22 Patients. Reprinted from Developmental
and Child Neurology, 3(20): 357-65, june, 1978.
MAY, M. & SHAMBAUGH JR., G.E. -- Facial Nerve Paralysis. In: PAPARELLA,
M.M.;
SHUMRICK,
D.A.;
GLUCKMAN,
J.L.;
MEYERHOFF, W.L. --
Otolaryngology, vol ll, Saunders, 1097-136, 1991.
NETTER, F.H. -- Cranial Nerves. The Ciba Collection of Medical Illustrations,
vol I, New York, 42-3, 1957.
REED, H. & GRANT, W. -- Mobius s Syndrome. J. Opthal. 1957. p.731-40.
RIBEIRO, E.C. & CASSOL, M. -- Enfoque Fisioterápico & Fonoaudiológico na
Paralisia Facial Periférica. @rquivos da Fundação Otorrinolaringologia, 3
(3), 140-6, 1999.
TESTA, J.R.G. -- Paralisia facial: diagnóstico e tratamento. RBM-ORL, 5(4): 14350, set, 1997.
Download