UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO DEPARTAMENTO DE AGRONOMIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA MESTRADO EM MELHORAMENTO GENÉTICO DE PLANTAS SILVAN GOMES DE BRITO AUTO-INCOMPATIBILIDADE NO MARACUJAZEIRO AMARELO RECIFE – PE, NOVEMBRO DE 2010. SILVAN GOMES DE BRITO AUTO-INCOMPATIBILIDADE NO MARACUJAZEIRO AMARELO Revisão bibliográfica apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Agronomia – Melhoramento Genético de Plantas da Universidade Federal Rural de Pernambuco, como pré-requisito para obtenção de nota na disciplina de Seminários II Professor: Mário A. Lira Junior. RECIFE – PE, NOVEMBRO DE 2010. AUTO-INCOMPATIBILIDADE NO MARACUJAZEIRO AMARELO RESUMO O maracujá é uma cultura de países de clima tropical e subtropical, sendo o Brasil o maior produtor e também o maior consumidor, com excelente potencial para exportação. As espécies mais cultivadas no Brasil e em toda a América Tropical, para a obtenção de frutos para consumo in natura ou para fins de industrialização, são: P. edulis f. flavicarpa Deg., P.edulis f. edulis Sims, P. alata, P. quadrangularis, P. macrocarpa, P. caerula e P. laurifolia. Mas a espécie P. edulis f. flavicarpa Deg. (maracujazeiro amarelo), destaca-se como a mais cultivada no Brasil. O maracujazeiro é uma planta alógama por excelência. A polinização é importante fator a se considerar nesta planta, pois a frutificação, a qualidade, o tamanho e o peso dos frutos, além da porcentagem de suco, dependem da eficiência da polinização. A auto-incompatibilidade é a incapacidade de uma planta fértil formar sementes quando fertilizada por seu próprio pólen. A auto-incompatibilidade ocorre em uma ampla gama de famílias e gêneros de angiospermas, inclusive em várias plantas de interesse econômico como em espécies de Nicotiana, Brassica, Medicago, Trifolium, Secale, Lotus, Helianthus, Passifloraceae e Theobroma. A incompatibilidade é dividida em dois sistemas de acordo com a morfologia da flor: heteromorfo e homomorfo. Destes, o último apresenta maior importância para as plantas cultivadas, dividindo-se em gametofítico e esporofítico, ambos controlados geneticamente por um único gene que se manifesta em polialelia. A reação da auto-incompatibilidade engloba desde o impedimento da germinação do pólen até o rompimento do tubo polínico. A ocorrência de auto-incompatibilidade em espécies de interesse econômico pode ter uma importância muito grande, sendo muito positiva em alguns casos e um empecilho em outros. Termo para indexação: Passiflora edulis, polinização cruzada, autofecundação, fertilização. SUMÁRIO 1. Introdução................................................................................................................ 5 2. Revisão bibliográfica............................................................................................... 7 2.1. Aspectos gerais da cultura................................................................................ 7 2.2. Sistemas de auto-incompatibilidade................................................................. 8 2.2.1. Sistemas de auto-incompatibilidade gametofítica.................................... 9 2.2.2. Sistemas de auto-incompatibilidade esporofítica..................................... 10 2.3. Auto-incompatibilidade em maracujazeiro...................................................... 12 2.4. Uso da incompatibilidade no melhoramento genético .................................... 13 3. Considerações finais................................................................................................ 15 4. Bibliografia.............................................................................................................. 16 1 – INTRODUÇÃO O Brasil é o segundo maior produtor mundial de frutas, mantendo em crescimento constante a produção de seus pomares produzindo frutas sempre variadas, abundantes e melhores (Gomes, 2007), sendo o maior produtor mundial de maracujá, tendo cultivado cerca de 24.000 ha em 2003. A contínua evolução técnica dos plantios tem resultado da atividade rentável, impulsionada pela agroindústria de sucos e, principalmente, pela crescente demanda do mercado de frutas fresca (Meletti et al., 1994). O cultivo do maracujazeiro no Brasil, em escala comercial, teve inicio no começo da década de 70, com a espécie Passiflora edulis Sims f. flavicarpa Deg., também conhecida como maracujá amarelo ou maracujá-azedo (Vaz, 2008). Até então, este país não se apresentava como um dos maiores produtores mundiais, mas, a partir desse período houve grande aumento na produção, devido, principalmente a crescente exportação de suco concentrado (Souza & Meletti, 1997). O maracujazeiro é uma planta com características tropicais e subtropicais, originária do Brasil, porém cultivada em vários outros países (Gomes, 2007), de hábito trepador, pertencente à família Passifloraceae e ao gênero Passiflora, o qual é constituído de 530 espécies, das quais 150 são nativas do Brasil. Muitas das espécies do Gênero Passiflora são cultivadas pelas propriedades alimentícias, ornamentais e medicinais, mais principalmente pela qualidade de seus frutos (Souza & Meletti, 1997; Tocchini et al., 1994). O maracujazeiro tem importância econômico-social relevante por se tratar de uma cultura explorada, principalmente, em pequenas áreas, onde a grande maioria utiliza mão-de-obra familiar. Nativo do Brasil destacou-se entre as outras culturas por apresentar características medicinais, ornamentais, alimentícias e, também vantagens econômicas e sociais, tais como: elevação do índice de emprego, melhora na distribuição da renda regional, e pelas boas perspectivas no mercado, sobretudo, o interno (Lima et al., 1994). A auto-incompatibilidade é um mecanismo importante que determina a alogamia, pois impede que plantas produtoras de gametas masculinos e femininos funcionais produzam sementes quando auto-polinizadas (Bruckner et al., 2005). Esse fenômeno foi descrito pela primeira vez em fumo – Nicotiana – sendo a causa demonstrada pela incapacidade de crescimento do tubo polínico, ou por um crescimento muito lento, ineficiente para a fertilização (Ramalho et al., 2008). A ocorrência de incompatibilidade em cruzamentos em populações de plantas auto-incompatíveis de Passiflora já foi relatada por Munro (1868), citado por Nettancourt (1977). Supõe-se que mais da metade das famílias das angiospermas apresentam esse fenômeno, entre elas estão algumas plantas de valor econômico como ameixeira, macieira, repolho, brócolis, centeio, cacau, maracujá, girassol, fumo, certos tomates, etc. Em termos do melhoramento genético, a importância da auto-incompatibilidade reside na possibilidade de síntese de híbridos, sem a necessidade de cruzamentos manuais. Embora as técnicas de hibridação sejam bem simples, a autoincompatibilidade pode ser útil para viabilizar a produção comercial de semente hibrida de maracujazeiro (Bruckner et al., 2005). No que diz respeito a produção comercial, a capacidade produtiva do maracujazeiro fica dependente dos genótipos utilizados no plantio e da eficiência da polinização, sendo esta última, especialmente uma função da atividade do agente polinizador Xylocopa sp (mamangava). Entretanto, mesmo que esses dois fatores sejam atendidos, o mecanismo de auto-incompatibilidade presente nas populações de maracujazeiro pode comprometer a produtividade dos plantios comerciais da espécie. Para contornar a restrição imposta pela auto-incompatibilidade, distribui-se para plantio uma combinação de grande diversidade de alelos proveniente da mistura de genótipos diferentes, pois de acordo com Roncatto et al., (2008), não se tem uma recomendação para o controle da redução de indivíduos auto-incompatíveis. No maracujazeiro, os híbridos deverão ter suficiente diversidade de genótipos de auto-incompatibilidade para que ocorra a máxima produção de frutos. 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1 – Aspectos Gerais da Cultura As espécies de maracujazeiro pertencem à família Passifloraceae que é composta por 19 gêneros, sendo o gênero Passiflora, o de maior expressividade, com cerca de 400 espécies, no entanto, o número de espécies no Brasil é de 111 a 150 (Junqueira et al., 2006). As plantas de maracujazeiro geralmente são caracterizadas botanicamente como trepadeiras herbáceas ou lenhosas, que se prendem aos suportes, utilizando-se de gavinhas desenvolvidas, principalmente nas axilas das folhas. Apresentam raiz do tipo axial, caule glabro ou piloso com formato cilíndrico, anguloso ou ainda quadrangular em alguns subgêneros (Granadilla). As folhas são alternas simples, raramente compostas, com nervuras secundárias ao longo da nervura principal (nervação peninérvea) ou nervuras que partem de sua base (nervação palminérvea). Suas flores são bissexuais, geralmente radiadas com cálice, corola, corona, androceu e gineceu. O cálice é formado por 5 sépalas, a corola por 5 pétalas dispostas alternadamente em relação as sépalas, de coloração variável. A corona localiza-se na região apical do tubo do cálice e é constituída de vários elementos filamentosos. O androceu possui 5 estames com filetes presos no dorso das anteras. O gineceu é tricarpelar e possui ovário súpero, globoso, unilocular. Seu fruto apresenta pericarpo carnoso, indeiscente e várias sementes, o que caracteriza a baga (Carvalho - Okano & Vieira, 2001). De acordo com Souza & Meletti (1997), o maracujá amarelo representa 95% dos pomares comerciais do Brasil. Na Austrália, ao contrário do Brasil, a cultura do maracujá roxo é predominante, com variedades mais produtivas do que as brasileiras. O maracujazeiro tem grande importância socioeconômica pelas qualidades gustativas de seus frutos e farmacodinâmica e alimentares do seu suco, cascas e sementes, estando à maior importância econômica do fruto do maracujá, no produto industrializado, de onde se extrai o suco concentrado e os subprodutos da industrialização do suco tais como cascas, polpa e sementes utilizadas na alimentação humana (Manica, 1981). É uma planta típica de regiões tropicais e subtropicais, encontrando no Brasil excelentes condições de cultivo. As espécies Passiflora edulis f. flavicarpa Deg., Passiflora edulis Curtis, Passiflora alata são consideradas de grande expressão comercial no Brasil, onde a última, possui grande valor para consumo in natura (Braga & Junqueira, 2000). 2.2 – Sistemas de Auto-incompatibilidade Dá-se o nome de incompatibilidade ao insucesso de certos cruzamentos em produzir descendentes, ou à incapacidade de ocorrer autofecundação (Pinto, 1995). Esse termo refere-se à ausência de desenvolvimento de tubos polínicos, o que impossibilita a fertilização do gametófito feminino. A principal conseqüência dos sistemas de incompatibilidade é a de impedir a autogamia, promovendo o livre cruzamento, ou alogamia, entre indivíduos não aparentados elevando o grau de heterosigosidade em uma população panmítica. A auto-incompatibilidade é a incapacidade de uma planta fértil formar sementes quando fertilizada por seu próprio pólen (Wittmann & Dall’Agnol, 2002). Para Nettancourt (1977/2000), a auto-incomaptibilidade é a incapacidade de uma planta fértil hermafrodita produzir zigotos após a autopolinização. Resulta do fracasso dos grãos de pólen da mesma planta de aderirem ou germinarem no estigma ou no fracasso dos tubos polínicos de penetrarem ou crescerem através do estigma. Esta definição elimina os fracassos devido a diversas formas de esterilidade (genética, fisiológica etc.), ou outras barreiras reprodutivas, assim como os efeitos causados pela endogamia. Contudo, não se deve confundir esse sistema com formas de esterilidade, pois nestas não há formação de sementes viáveis, por causa de anomalias cromossômicas, ou por alguma forma de grande alteração funcional que afeta a formação dos gametas ou o desenvolvimento do embrião. Na macho-esterilidade os gametas geralmente são inviáveis, ao passo que na auto-incompatibilidade são férteis, havendo apenas uma barreira genética para que ocorra a fertilização (Bueno et al., 2006). Com base no controle do fenótipo da incompatibilidade do pólen, os sistemas de auto-incompatibilidade foram classificados em dois tipos básicos, heteromórfico, quando há diferenças nas estruturas florais, e homomórficos, quando essas diferenças estão ausentes. As espécies com auto-incompatibilidade heteromórfica produzem flores distintas, morfologicamente, que diferem basicamente no comprimento relativo do estilete e da antera. Os casos mais conhecidos do tipo heteromórfico são encontrados em espécies do gênero Primula, que apresenta dois tipos de plantas: brevistila (thrum) em que o estilo é curto e as anteras são proeminentes e, longistila (pin) nas quais o estilo é longo e a as anteras são curtas. Essa diferença implica em barreira física para a autopolinização da flor, embora a polinização cruzada possa ocorrer. Tal incompatibilidade esta presente em 24 famílias e 164 gêneros (Ganders, 1979). As únicas polinizações compatíveis nessas espécies são as que ocorrem entre anteras e estigmas da mesma altura (Allard, 1971). Esse sistema não tem importância nas espécies de plantas cultivadas. Nas plantas com auto-incompatibilidade homomórfica, usualmente, não existe a barreira física para a auto-incompatibilidade, porém o tubo polínico incompatível cessa seu crescimento antes da fertilização do óvulo, por causa de um mecanismo que, em muitos casos, é controlado por um único locus (locus-S) com alelos múltiplos. Esse sistema requer a expressão do gene do locus-S no pólen e no pistilo (Newbigin & Clarke, 1993; Heslop-Harrison, 1975). Essa incompatibilidade é amplamente distribuída. Nettancourt (1977) estima que mais da metade das espécies de angiosperma apresentam auto-incompatibilidade homomórfica, embora o número preciso seja incerto pelo fato de, em algumas, a taxa, demonstrar-se de forma inequívoca. A autoincompatibilidade homomórfica esta dividida em dois subgrupos: o gametofítico e o esporofítico (Nettancourt, 1977; Nasrallah & Nasrallah, 1989; Newbigin & Clarke, 1993). Contudo, das 383 famílias de angiospermas, 81 tem representantes descritos para esse tipo de auto-incompatibilidade (15 são gametofíticas, 39 auto-incompatibilidade indefinida, 21 faltam confirmar e 6 esporofíticas), de acordo com Gibbs & Ferguson (1987). 2.2.1 – Sistema de auto-incompatibilidade gametofítica Na auto-incompatibilidade gametofítica, o fenótipo do pólen é determinado pelo genótipo-S do gametófito (pelo próprio pólen). Em muitos sistemas estudados, esse tipo de incompatibilidade é controlado por um único locus-S multialélico. O próprio pólen ou o pólen de alelo idêntico aos do tecido diplóide do pistilo não podem efetuar a fertilização. Assim, o tubo polínico somente crescerá caso o alelo do pólen não esteja presente no genótipo da flor feminina. Esse tipo de incompatibilidade apresenta três situações possíveis na polinização: (1) polinização auto-incompatível, ocorre quando os dois alelos S são idênticos (S1S2 x S1S2), tanto em polinização cruzada quanto em auto- polinização; (2) compatibilidade parcial, ocorre quando metade dos grãos de pólen é compatível e a outra metade incompatível, em função da presença de um alelo em comum (S1S2 x S1S3) e (3) compatibilidade total, ocorre quando os dois alelos S são diferentes (S1S2 x S3S4) (Bueno et al., 2006). Nesse sistema, o grão de pólen germina e a reação de incompatibilidade ocorre entre o tubo polínico e o estilete (SchifinoWittmann & Dall’Agnol, 2002). 2.2.2 – Sistema de auto-incompatibilidade esporofítica O sistema esporofítico é similar ao gametofítico, por apresentar controle monogênico (gene-S) com alelos múltiplos, mas difere no controle do fenótipo da reação de incompatibilidade que é esporofítico (Bruckner et al., 2005). O fenótipo da incompatibilidade do pólen é conferido pelo genótipo-S (dois alelos do locus-S) da planta que o produziu. Consequentemente, o grão de pólen tem o fenótipo de incompatibilidade determinado pela planta que produziu o pólen, e os alelos podem expressar relações de dominância ou podem atuar independentemente no pólen ou pistilo. A inibição do tubo polínico ocorre no estigma e ainda por formação de calose em suas células (Ramalho et al., 1989). A presença ocasional de plantas auto-incompatíveis em populações autoincompatíveis tem sido relatada por vários autores e explicada por quatro situações: (a) alelos específicos da série S condicionando a auto-incompatibilidade no sistema esporofítico (Imrie & Knowles,1971; Zuberi et al., 1981); (b) alelos S de baixo nível de dominância (Thompson & Taylor, 1966, citados por Ockendon, 1974); (c) presença de um complexo gênico independente modificando a reação de incompatibilidade dos alelos S (Nasrallah & Wallace, 1968), e (d) presença de um gene independente que tem sua expressão dependente dos alelos da serie S (Lewis et al., 1988; Zuberi & Lewis, 1988). O sistema esporofítico, ao contrario do gametofítico, pode apresentar diferenças em cruzamentos recíprocos e possuir homozigotos como constituintes normais do sistema (Lewis, 1954). Em virtude da similaridade dos dois sistemas, as diferenças podem ser interpretadas em função do tempo de ação gênica. No sistema gametofítico, os fatores inibidores ou seus precursores seriam produzidos pelos alelos S, após a anáfase da primeira divisão na meiose dos microsporócitos, enquanto, no sistema esporofítico essa ação gênica deve ocorrer antes da anáfase I, consequentemente, no caso gametofítico, são produzidos dois pares de esporos bioquimicamente diferentes na tétrade, enquanto no sistema esporofítico todos os esporos são fenotipicamente idênticos (Brewbaker, 1957). Neste último caso, as reações do pólen e pistilo são de um único tipo. Supondose que S1 é dominante sobre S2 no pólen, todos os grãos de pólen de uma planta S1S2 serão funcionalmente do tipo S1 e serão capazes de penetrar e crescer normalmente em estilos portadores de S2 funcional, não importando que a constituição genética do tubo polínico seja S1 ou S2 (Bueno et al., 2006). De acordo com Lewis (1954), as principais características do sistema esporofítico, são: (1) ocorrem freqüentemente diferenças em cruzamentos recíprocos; (2) a incompatibilidade pode ocorrer com genitor feminino; (3) uma família pode apresentar três grupos auto-incompatíveis; (4) homozigotos são comuns no sistema; e (5) um grupo auto-incompatível pode conter dois genótipos. Bruckner et al., (2005) destaca algumas diferenças encontradas nos sistemas gametofítico e esporofítico citadas por outros autores, como Elleman & Dickinson (1994). No sistema gametofítico, o pólen é binucleado e a superfície estigmática é úmida. Essa umidade facilita a hidratação do pólen. Além disso, a superfície estigmática se rompe na maturação. Esses fatos favorecem a germinação rápida, de modo que a reação de auto-incompatibilidade ocorre com inibição do crescimento do tubo polínico, já no estilete. Essa inibição ocorre tanto com polinização auto-incompatível quanto com a interespecífica. Na auto-incompatibilidade esporofítica, por sua vez, o pólen é trinucleado e a superfície do estigma é seca e sua cutícula permanece intacta. O pólen tem de ser capaz de retirar a água para sua germinação do protoplasto da célula papilar. A principal função da capa polínica, nesse caso, é absorver água do estigma. Em cruzamentos compatíveis, a capa do pólen e a parede da célula da papila interagem, permitindo que o tubo polínico penetre duas camadas de paredes. Até a passagem dessa barreira, o estigma não distingue entre pólen compatível e incompatível. A reação de autoincompatibilidade ocorre entre produtos do estigma e componentes do pólen, de origem esporofítica (Bruckner et al., 2005). 2.3. - Auto-incompatibilidade em maracujazeiro No maracujazeiro amarelo, a polinização cruzada é favorecida por dois fatores, a morfologia da flor e a ocorrência de auto-incompatibilidade (Knight Jr. & Winters, 1962; Ruggiero et al., 1976). Bruckner et al., (1995) estudaram a incompatibilidade no maracujazeiro em duas progênies de irmãos completos e uma progênie proveniente de autofecundação. Com os resultados de cruzamentos recíprocos em dialelo, separaram as progênies em grupos de incompatibilidade e, a partir de cruzamentos entre esses grupos, identificaram três alelos S autofecundando uma planta de fenótipo S2, obtiveram plantas S2 e S1 na proporção 3:1, indicando dominância de S2 sobre S1. O cruzamento entre duas plantas S2 originou plantas S3, indicando, da mesma forma, dominância de S2 sobre S3. Também ocorreu incompatibilidade em cruzamentos com o genitor feminino. Com base nesses resultados, os autores determinaram que o sistema de incompatibilidade no maracujazeiro é do tipo homomórfico-esporofítico, provavelmente controlado por um gene. Rêgo et al., (2000), citado por Bruckner et al., (2005), investigaram a interação pólen-pistilo em autofecundações e cruzamentos compatíveis e incompatíveis. Confirmando os trabalhos de Ho & Shii (1986), verificou-se que o tubo polínico em autofecundações e em cruzamentos incompatíveis é inibido na superfície estigmática, 30 minutos após a polinização, no interior das células da papila. No caso de cruzamentos compatíveis, a fertilização ocorreu, aproximadamente, 12 horas após a polinização. De acordo com Bruckner et al., (2005) a autocompatibilidade tem sido relatada em plantas de maracujazeiro roxo por vários pesquisadores (Chang, 1974, 1981, 1983, Division..., 1975, Rêgo, 1997). Rêgo (1997) realizou, em Viçosa, MG, autofecundações em plantas de maracujazeiro roxo, obtendo 100% de frutificação em alguns casos. Falleiro (2000) verificou que a maioria das progênies obtidas por autofecundação e todas as plantas das progênies F1 e F2, obtidas das plantas de maracujazeiro roxo autocompatíveis, eram auto-incompatíveis. 2.4 – Uso da incompatibilidade no melhoramento genético Muitas vezes os melhoristas têm interesse em modificar o sistema de acasalamento de plantas cultivadas, introduzindo de forma permanente ou temporária, algum sistema de acasalamento que se adapte melhor às suas necessidades do que o sistema natural da espécie. Essa necessidade vem sendo sentida já por muito tempo, sobretudo em certas espécies de plantas frutíferas, onde a formação do fruto depende da inclusão, nos pomares, de duas ou mais variedades compatíveis entre si. A incompatibilidade tende a dificultar ou mesmo impedir a realização de autofecundações. As autofecundações promovem a segregação dos genes em heterozigose, expondo os fenótipos codificados pelos alelos recessivos. No entanto, se há incompatibilidade, fica dificultada a execução dos métodos de melhoramento que fazem uso da autofecundação como recurso para testar genótipos ou aumentar a variância genética (Pinto, 1995). As autofecundações são importantes também na síntese de linhagens endogâmicas, as quais, intercruzadas, serão os parentais na produção de híbridos comerciais. Linhagens endogâmicas de maracujazeiro poderão ser obtidas de cruzamento entre plantas-irmãs, retrocruzamentos ou autofecundações no estádio de botão (Bruckner et al., 1995) ou sucessivas na antese (Fernandes et al., 1996). Em fruteiras auto-incompatíveis, como ameixeira e macieira, são cultivados pelo menos dois clones compatíveis entre si e coincidentes quanto à época de floração, introduzindo-se colméias de abelhas no pomar quando a população natural de insetos polinizadores é baixa na época do florescimento (Petri, 2002). O maracujazeiro é uma planta alógama à qual vários métodos de melhoramento são aplicáveis, objetivando o aumento da freqüência de alelos favoráveis ou a exploração do vigor híbrido ou heterose (Bruckner et al., 2005). Embora a auto-incompatibilidade possa limitar a possibilidade de se autofecundar e produzir linhas endogâmicas em espécies auto-incompatíveis (Michaelson-Yeates et al., 1997) ela tem sido utilizada na produção de sementes híbridas afim de explorar o vigor hibrido, bem como em variedades sintéticas, especialmente em algumas espécies onde o sistema de macho esterilidade não está disponível. A auto-incompatibilidade necessita ser considerada no melhoramento genético do maracujazeiro. As cultivares devem ter suficiente diversidade genética em relação à auto-incompatibilidade para que haja maior eficiência na polinização, com alta frutificação (Bruckner et al., 2005). Devido à especificidade do polinizador e a dificuldade de criar as mamangavas, é importante que os plantios de maracujazeiro apresentem uma maior diversidade de genótipos de auto-incompatibilidade quando comparada com outras espécies. Pinto (1995) destaca algumas técnicas para superar a auto-incompatibilidade: a) polinização em botão; b) retardamento da polinização; c) irradiação de polens ou pistilos; d) tratamentos com alta temperatura; e) água quente ou aplicação de hormônios; f) uso de pólen mentor; g) uso de inibidores de transcrição e tradução; h) tratamento de estigma com solventes orgânicos; i) exposição das plantas à alta umidade ou concentração de CO2; j) tratamento cirúrgico do estigma; l) uso de carga elétrica aplicada sobre pólen e estigma; m) uso de açúcares específicos e lectinas e fertilização in vitro. Embora vários métodos tenham sido propostos para a utilização da autoincompatibilidade para a produção de sementes híbridas, o mais simples deles é aquele utilizado em espécies de polinização cruzada com auto-incompatibilidade gametofítica e que podem ser propagadas assexuadamente. Linhas alternadas de diferentes plantas auto-incompatíveis mas capazes de fecundação cruzada são transplantadas para o campo e as suas sementes são colhidas. Para que se estabeleça a produção comercial de semente híbrida de maracujazeiro, é necessário que se aprofundem as pesquisas com os processos seletivos intra e interpopulacionais, visando aumentar a eficiência dos processos (Bruckner et al., 2005). 3 - Considerações finais O entendimento do sistema de auto-incompatibilidade pode gerar informações úteis no planejamento de estratégias de melhoramento, hibridações controladas e composição de pomares, os quais venham a garantir uma adequada polinização com o uso de genótipos compatíveis. Diante da auto-incompatibilidade existente na cultura do maracujazeiro, torna-se necessário a adoção de genótipos com diversidade genética, com o objetivo de aumentar a eficiência na polinização, a fim de garantir a produção de frutos. 4 - BIBLIOGRAFIA AKAMINE, E. K.; GIROLAMI, G. Problems in fruit set in yellow passion fruit. Hawaii farm science.v.5.n.4.1957.p.3-5, AKAMINE, E. K.; GIROLAMI, G. Pollination and fruit set in the yellow passion fruit. HAWAII: Agric. Exp. sta., 1959.p.44.(Tec. Bull, 39). ALLARD, R. W. Princípios do melhoramento genético das plantas. São Paulo, Edgard Blücher, 1971. 381 p. BRAGA, M. F.; JUNQUEIRA, N. T. V. Uso potencial de outras espécies de Passiflora. In: Informe agropecuário, Belo Horizonte. v. 21. n. 206. 2000. p. 72-75. BREWBAKER, J. L. Pollen cytology and self-incompatibility systems in plants. The Journal of Heredity, v.48, 1957. p.271-277. BRUCKNER, C. H.; CASALI, V. W. D.; MORAES, C. F. de; REGAZZI, A. J.; SILVA, E. A. M. da. 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