protocolo de conduta de exposição à material biológico

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PROTOCOLO DE CONDUTA DE EXPOSIÇÃO A MATERIAL BIOLÓGICO:
HIV E HEPATITE B E C
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PROTOCOLO DE CONDUTA DE EXPOSIÇÃO À MATERIAL
BIOLÓGICO: HIV E HEPATITE B E C
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SUMÁRIO
Introdução
3
Profissionais de Saúde e Tipos de Exposição
4
Risco de Transmissão
4
Prevenção da Exposição a Materiais Biológicos
6
Categoria de Exposição
8
Conduta no Momento do Acidente
8
Profilaxia
10
Vírus da Hepatite B
11
Acompanhamento
12
Prevenção
13
Anexos – Termos de Consentimento
14
Referências
18
Aprovações
19
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INTRODUÇÃO
Historicamente, os trabalhadores da área da saúde nunca foram considerados uma categoria
profissional de alto risco para acidentes de trabalho. O risco ocupacional com agentes infecciosos é
conhecido desde o início dos anos 40 do século XX. Porém, as medidas profiláticas e acompanhamento
clínico-laboratorial, de trabalhadores expostos aos patógenos de transmissão sanguínea, só foram
desenvolvidos e implementados a partir da epidemia de infecção pelo HIV/aids, no início da década de 80.
O objetivo deste manual é abordar e orientar as condutas, pré e pós-exposição, indicadas para
prevenir o risco de contaminação de profissionais de saúde pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) e
pelos vírus das hepatites B e C no ambiente de trabalho, visto que estes são os agentes infecciosos mais
importantes nas infecções ocupacionais ocorridas em serviços de saúde.
Os acidentes de trabalho com sangue e outros fluidos potencialmente contaminados devem ser
tratados como casos de emergência médica, uma vez que, para se obter maior eficácia, as intervenções
para profilaxia da infecção pelo HIV e hepatite B necessitam ser iniciados logo após a ocorrência do
acidente.
È importante ressaltar que as profilaxias pós-exposição não são totalmente eficazes. Assim, a
prevenção da exposição ao sangue ou a outros materiais biológicos é a principal e mais eficaz medida para
evitar a transmissão do HIV e do vírus da hepatite B e C. Portanto, ações educativas permanentes e
medidas de proteção individual e coletiva são fundamentais.
Este protocolo permitirá ao profissional que sofra exposição com material biológico com risco de
soroconversão (HIV, HBV e HCV), conduta de atendimento inicial, orientação e seguimento dos
trabalhadores acidentados, uso de quimioprofilaxia e notificação de casos.
Além disso, aponta alguns parâmetros que devem ser considerados pelo Hospital 5 Outubro:
1) Estabelecer medidas de avaliação e orientação ao acidentado, orientar as ações imediatas de
investigação da fonte (se conhecida) e do próprio acidentado.
2) Oferecer condições de atendimento imediato na profilaxia para vírus da hepatite B e quimioprofilaxia
para o vírus da imunodeficiência humana.
3) Manter o seguimento dos acidentados com risco de soroconversão por, no mínimo, seis meses.
4) Organizar um modelo de atendimento, privilegiando o acolhimento do paciente e a responsabilidade
de orientação junto ao ambiente de trabalho.
5) Manter o Sistema de Notificação e Registro permanentemente atualizado no Ministério da Saúde
com vistas a permitir ações de vigilância em saúde do trabalhador.
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1. PROFISSIONAIS DE SAÚDE E TIPOS DE EXPOSIÇÕES
Serão considerados todos os profissionais do setor da saúde que atuam, direta ou indiretamente, em
atividades onde há risco de exposição ao sangue e a outros materiais biológicos.
As exposições que podem trazer riscos de transmissão ocupacional do HIV e do vírus da hepatites B
(HBV) e C (HCV) são definidas como:

Exposições percutâneas - lesões provocadas por instrumentos perfurantes e cortantes (p.ex.
agulhas, bisturi, vidrarias);

Exposições em mucosas - p.ex. quando há respingos na face envolvendo olho, nariz, boca ou
genitália;

Exposições cutâneas (pele não íntegra) - p.ex. contato com pele com dermatite ou feridas
abertas;

Mordeduras humanas - consideradas como exposição de risco quando envolvem a presença de
sangue, devendo ser avaliadas para o indivíduo que provocou a lesão quanto aquele que tenha sido
exposto.
2. RISCOS DE TRANSMISSÃO
2.1RISCOS DE TRANSMISSÃO DO VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA
Vários fatores podem interferir no risco de transmissão do HIV. Estudos realizados estimam, na média,
que o risco de transmissão do HIV é de 0,3% em acidentes percutâneos e de 0,09% após exposição em
mucosas. O risco após exposição envolvendo pele não-íntegra não é precisamente quantificado, estima-se
que ele seja inferior ao risco das exposições em mucosas.
Materiais biológicos e risco de transmissão do HIV:

Sangue, outros materiais contendo sangue, sêmen e secreções vaginais são considerados
materiais biológicos envolvidos na transmissão do HIV. Apesar do sêmen e das secreções vaginais
estarem frequentemente relacionados à transmissão sexual desses vírus, esses materiais estarão
envolvidos habitualmente nas situações de risco ocupacional para profissionais da saúde
laboratório.

Líquidos de serosas (peritoneal, pleural, pericárdio), líquido amniótico e líquido articular são fluidos e
secreções corporais potencialmente infectantes. Não existem, no entanto, estudos epidemiológicos
que permitem quantificar os riscos associados a estes materiais biológicos. Estas exposições
devem ser avaliadas de forma individual, já que, em geral, estes materiais são considerados como
de baixo risco para transmissão viral ocupacional.

Suor, lágrima, fezes, urina, vômitos, secreções nasais e saliva são líquidos biológicos sem risco de
transmissão ocupacional. Nestes casos, as profilaxias e o acompanhamento clínico-laboratorial não
são necessários. A presença de sangue nestes líquidos torna-os materiais infectantes.
Casos de contaminação ocupacional pelo HIV podem ser caracterizados como comprovados ou
prováveis. De maneira geral, casos comprovados de contaminação por acidente de trabalho são definidos
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como aqueles em que há evidência documentada de soroconversão e sua demonstração temporal
associada a exposição ao vírus. No momento do acidente, os profissionais apresentam sorologia não
reativa, e durante o acompanhamento se evidência sorologia reativa, e durante o acompanhamento se
evidencia sorologia reativa. Alguns casos em que a exposição é inferida (mas não documentada) também
podem ser considerados como casos comprovados de contaminação quando há evidência de homologia da
análise seqüencial do DNA viral do paciente-fonte e do profissional de saúde.
Casos prováveis de contaminação são aqueles em que a relação casual entre a exposição e a infecção
não pode ser estabelecida porque a sorologia do profissional acidentado não foi obtida no momento do
acidente. Os profissionais de saúde apresentam infecção e não possuem risco identificado para infecção
diferente da exposição ocupacional, onde não foi possível a documentação temporal da soroconversão.
Em um estudo caso-controle multicêntrico retrospectivo, envolvendo acidentes percutâneos, um risco
maior de transmissão esteve associado ás exposições com grande quantidade de sangue do pacientefonte, cujos marcadores foram: a) dispositivo visivelmente contaminado pelo sangue do paciente; b)
procedimentos com agulha diretamente inserida em acesso venoso ou arterial; e c) lesão profunda. Ficou
demonstrado ainda que o uso profilático do AZT (zidovudina) esteve associado a redução de 81% do risco
de soroconversão.
2.2RISCO DE TRANSMISSÃO DO VÍRUS DA HEPATITE B
O risco de contaminação pelo vírus da Hepatite B (HBV) está relacionada, principalmente, ao grau de
exposição ao sangue no ambiente do trabalho e também à presença ou não do antígeno HBeAg no
paciente-fonte. Em exposição percutâneas envolvendo sangue sabidamente infectado pelo HBV e com a
presença HBeAg (o que reflete uma lata taxa de replicação viral e, portanto, uma maior quantidade de vírus
circulante), o risco de hepatite clínica varia entre 22 a 31% e o da evidência sorológica de infecção de 37 a
62%. Quando o paciente-fonte apresenta somente a presença de HBsAg (HBeAg negativo), o risco de
hepatite clínica varia de 1 A 6% e o de soroconversão 23 a 37 %.
Apesar das exposições percutâneas serem um dos mais eficientes modos de transmissão do HBV,
elas são responsáveis por uma minoria dos casos ocupacionais de hepatite B entre profissionais de saúde.
Já foi demonstrado que, em temperatura ambiente, o HBV pode sobreviver em superfícies por períodos de
até 1 semana. Portanto, infecções pelo HBV em profissionais de saúde, sem história de exposição nãoocupacional ou acidente percutâneo ocupacional, podem ser de contato, direto ou indireto, com sangue ou
outros materiais biológicos em áreas de pele não-íntegra, queimaduras ou em mucosas.
O sangue é o material biológico que tem maiores títulos de HBV e é o principal responsável pela
transmissão do vírus nos serviços de saúde. O HBV também é encontrado em vários outros materiais
biológicos, incluindo leite materno, líquido biliar, líquor, fezes, secreções nasofaríngeas, saliva, suor e
líquido articular. A maior parte desses materiais biológicos não é um bom veiculo para a transmissão do
HBV. As concentrações de partículas infectantes do HBV são 100 a 1.000 vezes menor do que a
concentração de HBsAg nestes fluídos.
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2.3RISCO DE TRANSMISSÃO DO VÍRUS DA HEPATITE C
O vírus da hepatite C (HCV) só é transmitido de forma eficiente através do sangue. A incidência média
de soroconversão, após exposição percutânea com sangue sabidamente infectado pelo HCV é de 1.8%
(variando de 0 a 7%). Um estudo demonstrou que os casos de contaminações só ocorreram em acidentes
envolvendo agulhas com lúmen.
O risco de transmissão em exposição a outros materiais biológicos que não o sangue não é
quantificado, mas considera-se que seja muito baixo. A transmissão de HCV a partir de exposições em
mucosa é extremamente rara. Ao contrário do HBV, dados epidemiológicos sugerem que o risco de
transmissão do HCV, a partir de superfícies contaminadas não é significativo.
3. PREVENÇÃO DA EXPOSIÇÃO A MATERIAIS BIOLÓGICOS
A prevenção da exposição ao sangue ou a outros materiais biológicos é a principal medida para que
não ocorra a contaminação por patógenos de transmissão de transmissão sangüínea. Precauções padrão
são normatização que visam reduzir a exposição aos materiais biológicos. Essas medidas devem ser
utilizadas na manipulação de artigos médicos-hospitalares e na assistência a todos os pacientes,
independentemente do diagnóstico definido ou presumido de doença infecciosa (HIV/aids, hepatites
B e C).
Recomenda-se o uso rotineiro de barreiras de proteção (luvas, capotes, óculos de proteção ou
protetores faciais) quando o contato mucocutâneo com sangue ou outros materiais biológicos puder ser
previsto. Incluem-se ainda as precauções necessárias na manipulação de agulhas ou outros materiais
cortantes, para prevenir exposições percutâneas; e os cuidados necessários de desinfecção e esterilização
na reutilização de instrumentais usados em procedimentos invasivos.
Entre as recomendações específicas que devem ser seguidas, durante a realização de
procedimentos que envolvam a manipulação de material perfurocortante, destacam-se a importância
de:

Ter a máxima atenção durante a realização de procedimentos;

Jamais utilizar os dedos como anteparo durante a realização de procedimentos que envolvam
materiais perfurocortantes;

As agulhas não devem ser reencapadas, entortadas, quebradas ou retiradas da seringa;

Todo material perfurocortante (agulhas, SC alp, lâmina de bisturi, vidrarias, entre outros), mesmo
que estéril, deve ser desprezado em recipientes resistentes à perfuração;
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
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Os coletores específicos para descarte de material perfurocortante não devem ser preenchidos
acima do limite de 2/3 de sua capacidade total e devem ser colocados sempre próximos do local
onde é realizado o procedimento;

Resíduos de serviço de saúde - seguir o PGRSS da instituição.
A frequência de exposições a sangue pode ser reduzida, em mais de 50%, quando esforções são
direcionados para a motivação e para o cumprimento das normas de Precauções Básicas. Entretanto,
estas mudanças de comportamento podem não alcançar uma redução consistente na frequência de
exposições percutâneas. Outras intervenções também devem ser enfatizadas para prevenir o contato
com sangue e outros materiais biológicos, como:

Mudanças nas práticas de trabalho, visando a implementação e o desenvolvimento de uma política
de revisão de procedimentos e de atividades realizadas pelos profissionais de saúde, e ações de
educação continuada;

Utilização nas práticas de trabalho, visando a implementação e o desenvolvimento e materiais
médico-hospitalares. Nesta categoria estão incluídos, por exemplo: a) a possibilidade de
substituição de materiais de vidro por plásticos; b) os dispositivos que permitam a realização de
procedimentos sem a utilização de agulhas; c)a utilização de agulhas com mecanismos de
segurança; d) a substituição dos bisturis por eletrocautérios; e) novos projetos de materiais
cortantes usados em cirurgias, entre outros. Observamos que é preciso se levar em conta,
inicialmente, os procedimentos com maior risco de contaminação (por exemplo: acessos
vasculares), a segurança para o paciente com o uso destes dispositivos e a aceitabilidade dos
profissionais que estarão usando novos materiais.

Disponibilidade e adequação dos equipamentos de proteção individual ( EPI – dispositivos de uso
individual destinados a proteger a integridade física do profissional), incluindo luvas, protetores
oculares ou faciais, protetores respiratórios, aventais e proteção para os membros inferiores:
- Luvas – indicadas sempre que houver possibilidade de contato com sangue, secreções, com
mucosas ou com áreas de pele não íntegra (ferimentos, escaras, feridas cirúrgicas e outros).
Apesar de não existir um benefício cientificamente comprovado de redução dos riscos de
transmissão de patógenos sanguíneos, o uso de duas luvas reduz, de forma significativa, a
contaminação das mãos com sangue e, portanto, tem sido recomendado em cirurgias com alto risco
de exposições ( por exemplo obstétricas, ortopédicas, torácicas). A redução da sensibilidade tátil e
as parestesias dos dedos podem dificultar essa prática entre alguns cirurgiões.
- Máscaras, gorros e óculos de proteção – indicados durante a realização de procedimentos em que
haja possibilidade de respingos de sangue e outros fluídos corpóreos, nas mucosas da boca, nariz e
olhos do profissional;
- Capotes (aventais de algodão ou de material sintético) – devem ser utilizados durante os
procedimentos com possibilidade de contato com material biológico, inclusive em superfícies
contaminadas e;
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- Calçados fechados e botas – proteção dos pés em locais úmidos ou com quantidade significativa
de material infectante (por exemplo, centros cirúrgicos, áreas de necropsia e outros).
4. CATEGORIA DE EXPOSIÇÂO (CE)
Quadro I: Determinação do Grau de Risco conforme Categoria de Exposição.
Material = Sangue, fluidos com
sangue ou fluidos de risco
SIM
Exposição de mucosa
ou pelo lesada
Volume
Pequeno (poucas
gostas, curta
duração)
CE I
NÃO
Exposição de
pele íntegra
Exposição
percutânea
Sem profilaxia pós
exposição
Gravidade
Grande volume
(muita gotas e/ou
longa duração)
Menos grave (agulha
sólida, arranhão)
CE II
CE II
Sem profilaxia
pós exposição
Mais grave (agulha oca,
profundo, sangue visível,
procedimento vascular)
CE III
5.CONDUTA NO MOMENTO DO ACIDENTE
5.1 Profissional Acidentado
Na eventualidade de exposição acidental a material biológico, o profissional de saúde deve seguir
cuidados que diminuem o risco de transmissão, conforme prescrito abaixo:

A primeira medida que deve ser tomada após a exposição a qualquer material contaminado é a
lavagem exaustiva do local com água e sabão, ou clorexidina degermante, exceto quando o
local de contato for à conjuntiva ocular, que deve ser irrigada intensamente com qualquer
solução fisiológica estéril ou água corrente.

Em caso de acidente com materiais perfuro-cortante não se deve apertar a lesão, permitindo o
sangramento espontâneo.
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
O colaborador deve notificar o acidente imediatamente a Enfermeira da Unidade.

Encaminhar ao plantonista do Pronto Socorro, onde terá prioridade de atendimento.
5.2 Médico assistencial

Prescrever esquema de quimioprofilaxia para HIV quando este for indicado.

Fornecer uma quantidade de comprimidos suficientes para a manutenção do tratamento até o
primeiro dia útil após o acidente. Estes medicamentos deverão ser solicitados à Farmácia do
Hospital, através da requisição de medicamentos padronizados.

Solicitar os seguintes exames para o colaborador acidentado do impresso de SADT Anti-HIV, AntiHBs, HBs Ag, Anti HCV. Acrescentar TGO, TGP, Bilirrubina Total e Frações e Hemograma
completo somente para os casos que iniciarem quimioprofilaxia. Os pedidos de SADT deverão
estar preenchidos com todos os dados solicitados e assinados pelo Colaborador Acidentado e
pelo Médico solicitante.
 Solicitar exames no impresso interno para Paciente Fonte, depois de obtido seu consentimento,
em impressos separados, um para o Anti HIV (teste rápido) e outro para HBs Ag, Anti-HCV, AntiHIV (ELISA).
Observação:
Acidentes com exposição a outros materiais biológicos sem a presença de sangue como: lágrima, suor,
urina, fezes, secreção nasogástrica, escarro e secreção purulenta deve-se proceder apenas a notificação ao
S/CCIH e ao SESMT para abertura de Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT). Nestes casos, a
quimioprofilaxia e o acompanhamento sorológico não são recomendados.
5.3 Notificação
 Comunicar a CCIH e o SESMT imediatamente, ou no primeiro dia útil após o acidente para
avaliação e acompanhamento.

Notificar na ficha de investigação de Acidente de Trabalho com Exposição Material Biológico.

O SESMT emitirá a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT), a fim de documentar o
acidente para efeitos legais.
 A CCIH e será responsável pelo acompanhamento posterior.
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6. PROFILAXIA
6.1 HIV
6.2 Situação sorológica do paciente-fonte
a) Paciente-fonte comprovadamente HIV negativo – envolve a existência de documentação
laboratorial disponível e recente para o HIV (até 03 meses da data do acidente) ou no momento do
acidente. Neste caso não está indicada a quimioprofilaxia antirretroviral.
b) Paciente-fonte comprovadamente HIV positivo – um paciente é considerado infectado pelo HIV
quando há documentação de exame anti-HIV positivo ou o diagnóstico clínico de AIDS. Conforme a
gravidade do acidente deve-se iniciar a quimioprofilaxia antirretroviral.
c) Paciente-fonte com situação sorológica desconhecida ou paciente-fonte desconhecido – um
paciente com situação sorológica desconhecida deve, sempre que possível, ser submetido rapidamente
ao teste rápido para o vírus HIV, depois de obtido o seu consentimento.
Deve-se também colher sorologia para HBV, HVC e Elisa Anti HIV. Na impossibilidade de colher as
sorologias do paciente-fonte ou desde ser desconhecido (exemplo: acidente com agulha encontrada no
lixo), recomenda-se a avaliação do risco de infecção pelo HIV levando-se em conta o tipo de exposição e
dados clínicos e epidemiológicos.
6.3 Critérios de Indicação de Quimioprofilaxia para HIV
Acidentes: Com agulha de grandes calibres e grande lúmen, lesão profunda, sangue visível no objeto
contaminante ou agulha usada recentemente em artéria ou veia do paciente-fonte, ou lesão superficial,
agulha sem lúmen, ou poucas gotas de material biológico de risco, ou contato prolongado ou grande
quantidade de material biológico de risco.
(1)
Estudos em exposição sexual e transmissão vertical sugerem que indivíduos com carga
viral < 1500 cópias/ml apresentam um risco muito reduzido de transmissão do HIV.
(2)
Considerar uso em locais com alta prevalência de indivíduos HIV + ou história epidemiológica
para HIV e outras DST.

Em situações de risco, recomenda-se o uso de esquemas com 3 drogas, incluindo Lamivudina
+ Zidovudina 150+300mg e Fumarato de tenofovir desoproxila 300mg.
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Esquema:
DROGA
DOSE
Fumarato de tenofovir
desoproxila 300
INTERVALO
DURAÇÃO
1 comprimido
24/24 horas
28 dias
1 comprimido
12/12 horas
28 dias
mg
Lamivudina
+
Zidovudina 150+300
mg
Todas as drogas antirretrovirais podem levar a efeitos colaterais como náuseas, vômitos,
diarreia, fraqueza e cefaleia. Apesar disso, não se deve interromper arbitrariamente o esquema
profilático. Comunicar o problema ao médico do trabalho que poderá ter outras soluções para cada
situação.
7. VÍRUS DA HEPATITE B
Quadro III: Recomendações para profilaxia de Hepatite B para profissionais de Saúde
Expostos a Material Biológico:
Situação do
Paciente Fonte HBsAg
Paciente-Fonte
Paciente-Fonte
Profissional de Saúde
Positivo ou desconhecido
HBsAg desconhecido
HBsAg negativo
Exposto
com Risco
sem Risco
Não
Vacinado
ou
Vacinação Incompleta
Vacinado
com
Resposta adequada
Vacinado
resposta adequa
1
01 dose de HBIG e iniciar
Iniciar
esquema
vacinal** ou completar
vacinal** ou completar
completar vacinação
esquema vacinal
esquema vacinal
Não imunizar
Não imunizar
Não imunizar
**
ou
Iniciar
esquema
2
sem
3
01
dose
de
4
HBIG
e
5
5
Revacinar
Revacinar
Revacinar5
Vacinado
com
Fazer
Resposta
Não
resposta
Conhecida
vacinal
esquema
6
Anti-HBs
adequada
Imunizar.
Sem
Fazer Anti-HBs
Não
resposta
resposta
4
adequada: 01 dose deHBIG
e Revacinar
7
com
Não
com
adequada
Imunizar.
resposta
Fazer Anti-HBs
Não imunizar
Sem
adequada:
5
Revacinar
(*) Paciente usuários de drogas, contactuantes domiciliares e sexuais de portadores de HbsAg (+),
homossexuais e bissexuais masculinos, indivíduos com história prévia de DST, pacientes provenientes
de prisões, paciente HIV +,
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(**) A vacina anti-hepatite B consiste em 03 doses (0,1 e 6 meses).
1. HBIh (Imunoglobulina Humana contra a Hepatite B): administre o mais precocemente
possível até 7 dias após o acidente; dose= 0,06 ml/kh, administrada por via IM. Solicitar o
HBIh aos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais-SVE- Marabá-Central de
Imunização.
2. Anti-HBs> 10UL/ml;
3. Anti-HBs<UL/ml;
4. Apenas para pessoas que, mesmo após revacinação, continuam sem resposta adequada;
5. Administrar novamente 03 doses da vacina contra Hepatite B (0, 1 e meses). Nas situações
que continuarem sem resposta adequada, cada caso deverá ser discutido individualmente;
6. Na impossibilidade de fazer o teste Anti-HBs em até sete dias, tratar o profissional
acidentando com 01 dose de HBIg + 01 dose de vacina contra Hepatite B;
7. Na impossibilidade de fazer o teste Anti-HBs, tratar o profissional acidentado com 01 dose de
vacina contra Hepatite B.
Observação:
Os esquemas profiláticos para Hepatite B e HIV podem ser utilizados durante a gravidez.
7.1 Vírus da hepatite c
Não existe quimioprofilaxia. Recomenda-se acompanhar a sorologia do profissional acidentado por
06 meses com três coletas (no momento do acidente, três e seis meses após o acidente). Se sorologia
do profissional de saúde para HCV for positiva, o mesmo deve ser encaminhado para acompanhamento
ambulatorial especializado.
8. ACOMPANHAMENTO

O S/CCIH é responsável pelo acompanhamento do colaborador até a definição final do caso.

O colaborador deve procurar o S/CCIH logo após o acidente ou, no máximo, no 1º dia útil após o
ocorrido. Neste momento será reavaliada a indicação de quimioprofilaxia para o HIV e prescrita a
profilaxia adequada para Hepatite B, caso necessário.

Colaboradores em uso de quimioprofilaxia para o HIV devem procurar o S/CCIH caso ocorra
qualquer evento adverso aos medicamentos antirretrovirais. Estes terão um retorno agendado em 4
semanas (28 dias) para avaliar o término da profilaxia.

Serão realizadas 3 coletas de sorologias ( no momento do acidente, 3 meses e 6 meses após).

Só a última sorologia (6º mês) confirma se houver ou não infecção. No entanto, casos particulares
poderão necessitar de outros testes confirmatórios.
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Caso a sorologia do paciente-fonte for positiva para qualquer um dos agentes infecciosos, HIV, HBV
ou HIV, o colaborador deve manter as seguintes precauções por 6 meses: não doar sangue, usar
preservativos e evitar e gravidez.
IMPORTANTE:
Mesmo que o paciente-fonte tenha sorologias negativas para HIV, HBV e HCV, o colaborador
acidente deverá ser acompanhado durante seis meses.
9. PREVENÇÃO
A prevenção da exposição ao sangue ou a outros materiais biológicos é a principal medida para que
ocorra contaminação por patógenos de transmissão sanguínea nos serviços de saúde.
As precauções Padrão (PP) são normatizações que visam reduzir a exposição aos materiais
biológicos. São medidas de prevenção que devem ser utilizadas na assistência a todos os pacientes
durante a manipulação de sangue, secreções e excreções e quando em contato com mucosas e pele
não-íntegra. Isso independe do diagnóstico definido ou presumido de doença infecciosa (HIV/AIDS,
Hepatites B e C). Recomenda-se o uso rotineiro de Equipamentos de Proteção Individual (E.P.I), como
luvas, capotes, óculos de proteção ou protetores faciais conforme descrito abaixo:
Luvas devem ser usados quando se entra em contatos com líquidos corporais, membranas mucosas,
pele não integra , para manuseio de instrumentos ou superfícies com sangue, ou para a realização de
punção venosa ou outros acessos vasculares.
Mãos e outras superfícies cutâneas devem ser lavadas imediatamente se contaminadas com
sangue ou outros líquidos biológicos.
As mãos devem ser lavadas imediatamente após a remoção das luvas, pois não há barreira 100%
eficaz, e o uso das luvas não substitui a lavagem das mãos.
Máscaras e protetores oculares devem ser usados durante procedimentos que produz gotas ou
particulares de sangue ou outros líquidos corporais, como punção ou dissecção venosa profunda
aspiração de vias aéreas e entubação traqueal, endoscopias, broncoscopias e procedimento dentários.
Gorros e aventais devem ser utilizados em procedimentos que produzam gotas ou partículas de
sangue ou outros líquidos corporais. Estes equipamentos devem ser removidos antes da saída do local
de procedimento, descartados ou encaminhados para higienização.
Botas são utilizadas proteção dos pés em locais úmidos ou com quantidade significativa de material
infectante.
Precauções também são necessárias na manipulação de agulhas ou outros matérias cortantes para
prevenir exposições percutâneas, como: Agulhas não devem ser reencapadas, dobra das manipuladas
propositadamente ou removidas das seringas;
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Após o uso de agulhas e objetos cortantes, estes devem ser inutilizados imediatamente e coletados
em recipiente próprios e resistentes, sempre localizados próximos ao local do procedimento;
Ter a máxima atenção durante a realização dos procedimentos que envolvam materiais Perfurocortantes.
Jamais utilizar os dedos como anteparo e observar os cuidados necessários no momento de
desinfecção e esterilização para reutilização de instrumentos.
Mudanças nas práticas de trabalho visando á implantação e o desenvolvimento de uma política de
revisão de procedimentos e de atividades realizadas pelos profissionais de assistência á saúde:
Ações de educação continuada; Utilização de métodos alternativos e de tecnologia em dispositivos e
matérias médico-hospitalares.
10.
ANEXOS – Termos de Consentimento
PROTOCOLO – SETOR CCIH
PROTOCOLO DE CONDUTA DE EXPOSIÇÃO A MATERIAL BIOLÓGICO:
HIV E HEPATITE B E C
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10.1 Termo de Consentimento - Acidentado
TERMO PARA REALIZAÇAO DOS EXAMES.
Devido ao acidente de trabalho onde houve contato com material biológico, estamos solicitando,
autorização para que sejam realizados alguns exames. Serão solicitados exames para HIV e hepatites B e
C. Para a realização destes exames será necessária uma coleta simples de sangue venoso, como para
qualquer outro exame convencional já realizado anteriormente. O risco associado a este tipo de coleta é o
de poder haver um pequeno derrame local (hematoma), que habitualmente não tem conseqüências além
de um pequeno desconforto local. O benefício que você poderá vir a ter é receber informações
diagnósticas sobre estas três doenças já citadas e orientação do seu tratamento, se for o caso.
Todas as informações serão mantidas em sigilo, servindo unicamente para orientar a condução do
tratamento, se necessário. Caso você não concorde com a realização dos exames, fica sobre sua
responsabilidade qualquer complicação posterior relacionada ao acidente de trabalho.
Eu,
após ter sido adequadamente informado do objetivo desta solicitação e dos procedimentos aos quais serei
submetido,
SIM - EU CONCORDO
NÃO - EU NÃO CONCORDO
que seja coletado meu sangue para a realização dos exames diagnósticos acima descritos.
RESPONSAVEL PELA ORIENTAÇÃO:
ASSINATURA DA VITIMA :
DATA :
____ / ____ / ________ .
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10.2 Termo de consentimento – Paciente Fonte
Informamos que durante o seu atendimento neste hospital, um funcionário foi vítima de
um acidente de trabalho, onde houve contato com seu material biológico.
Com o objetivo de evitar tratamentos desnecessários e prevenir situações de risco, estamos
solicitando, por meio da equipe médica que o está atendendo, autorização para que sejam
realizados alguns exames. Serão solicitados exames para HIV e hepatites B e C. Para a
realização destes exames será necessária uma coleta simples de sangue venoso, como para
qualquer outro exame convencional já realizado anteriormente. O risco associado a este tipo de
coleta é o de poder haver um pequeno derrame local (hematoma), que habitualmente não tem
conseqüências além de um pequeno desconforto local. O benefício que você poderá vir a ter é
receber informações diagnósticas sobre estas três doenças já citadas e orientação do seu
tratamento, se for o caso.
Todas as informações serão mantidas em sigilo, servindo unicamente para orientar a
condução do tratamento do funcionário acidentado. A equipe médica será informada a respeito
dos resultados dos seus exames que serão incluídos em seu prontuário médico. Caso você não
concorde com a realização dos exames, esta decisão não causará prejuízo em seu atendimento
nesta instituição.
Eu,
após ter sido adequadamente informado do objetivo desta solicitação e dos procedimentos aos
quais serei submetido,
SIM - EU CONCORDO
NÃO - EU NÃO CONCORDO
que seja coletado meu sangue para a realização dos exames diagnósticos acima descritos.
PROFISSIONAL ORIENTADOR :
ASSINATURA DO PACIENTE FONTE: ________________________________________________________
DATA: _____/_____/_____
Nº PRONTUÁRIO: ____________________
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10.3 Termo de consentimento informado - Acidentado
Eu,
estou de acordo em me submeter á PROFILAXIA PÓS - EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL AO HIV adotado
por este serviço de saúde, após ter sido exposto á contato com material biológico e recebido as seguintes
informações:
1. Que existe risco de transmissão de HIV pós-exposição ocupacional.
2. Qual é a quimioprofilaxia indicada para o grau de risco de exposição.
3. Os conhecimentos sobre a quimioprofilaxia pós-exposição ocupacional ao HIV são limitados.
4.
Não existem dados suficientes quanto à toxicidade em pessoas sem infecção por HIV ou que estão
grávidas.
5. Algumas ou todas as drogas da quimioprofilaxia podem não ser toleradas.
6. Recebi informações sobre os efeitos adversos que as medicações poderão causar.
7.
Fui orientado sobre a importância de comparecer às consultas nas datas determinadas para a
realização dos exames de controle, assim como para informar qualquer manifestação que possa
ocorrer em relação ao uso da profilaxia indicada.
PROFISSIONAL ORIENTADOR :
ASSINATURA DO ACIDENTADO :
DATA : ____ / ____ / ________ .
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11.REFERÊNCIAS

Boletim Epidemiológico – SINABIO – Vigilância de Acidentes com Material Biológico – CRT –
DST/AIDS – CVE – ano l / 2002;

Orientação para o Controle de Infecção em Pessoal da Área da Saúde – APECIH
Associação Paulista de Estudos e Controle de Infecção Hospitalar.

Programa Estadual de DST/AIDS da Secretaria do Estado da Saúde
de São Paulo –
a
Biossegurança 2003 -2 Edição Revisada.

Conselho Nacional de Tratamento ARV de Adulto e Adolescentes do Ministério da Saúde –
2008.
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APROVAÇÕES
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Data revisão:
ENFERMEIRA
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DIRETORIA TÉCNICA
17/10/2013
17/10/2015
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