PARÊNQUIMA, COLÊNQUIMA E ESCLERÊNQUIMA: CARACTERÍSTICAS E DIFERENÇAS Bianca Pereira Nascimento Matrícula 2008030197 Turma REEADCB0112081 INTRODUÇÃO Os primeiros tecidos que aparecem nos vegetais são os meristemas. Os meristemas também são denominados tecidos de formação, pois é a partir deles que se originam os tecidos definitivos das plantas. Os meristemas, como tecidos embrionários que são, têm como principal característica a capacidade permanente de divisão das suas células. Estas são, em geral, de pequenas dimensões, isodiamétricas, cúbicas ou um pouco alongadas, com citoplasma abundante, quase sem vacúolos, com um núcleo relativamente grande e paredes finas. Os meristemas primários originam células que se especializam em funções específicas e constituem tecidos definitivos primários. Os meristemas podem também ser constituídos por células que readquiriram a capacidade de divisão e denominam-se meristemas secundários ou intercalares. PARÊNQUIMA Definição: Tecido fundamental (de preenchimento) das plantas, relacionado com diversas funções. Constituído por células vivas, de morfologia e fisiologia variáveis. Tecido formado por células que não sofreram espessamento secundário de suas paredes. Possuem, portanto, apenas uma delgada parede celular primária. As células parenquimáticas apresentam uma enorme diversidade de formas, tamanho, metabolismo e funções. São consideradas as células procarióticas mais antigas, isto é, as que primeiro surgiram no decorrer da evolução. Nas algas, o corpo vegetal é formado 100% de células parenquimáticas. A medida que as plantas foram colonizando o meio terrestre, outros tipos de tecidos (colênquima, esclerênquima) evoluíram, a fim de proporcionar proteção, suporte, etc. Funcionalmente, o parênquima é classificado em cinco tipos: parênquima sintetizador, parênquima estrutural, parênquima limítrofe, parênquima de transporte e parênquima de armazenagem. O parênquima sintetizador é subdividido em: parênquima fotossintético, parênquima meristemático e parênquima secretor. O parênquima fotossintético é rico em cloroplastos e recebe o nome de clorênquima. Idealmente, suas células possuem superfície aumentada em relação ao volume, a fim de otimizar a captação de luz e gás carbônico. As células cilíndricas do parênquima foliar (parênquima palisádico) são células desse tipo. As células do parênquima meristemático (vale ressaltar que todo meristema é composto de células parenquimáticas) são capazes de absorver substâncias diversas (açúcares, água, nutrientes inorgânicos), para usá-las na síntese de novas células. Idealmente são pequenas e com poucas organelas, a fim de facilitar a rápida divisão celular. Exceções são as longas células do meristema produtor de fibras lenhosas. O parênquima secretor superficial das plantas possui células com paredes extremamente delgadas e permeáveis, a fim de facilitar a passagem das substâncias secretadas. Quando o parênquima secretor se localiza internamente na planta, suas células possuem as paredes laterais espessadas com material hidrófobo, que impede o vazamento das substâncias secretadas. O parênquima estrutural é constituído de aerênquima e confere ao tecido leveza associada a uma certa rigidez. O parênquima limítrofe localiza-se na interface entre duas regiões vizinhas da planta ou entre a planta e o meio externo. São considerados parênquimas limítrofes a epiderme e a endoderme. O parênquima de transporte é composto por células de transferência, que possibilitam o rápido fluxo de substâncias em várias regiões da planta. A parede celular das células de transferência é modificada para permitir que tal transporte, em geral de curta distância, se realiza com eficiência. Os elementos de tubo crivado do floema também constituem células parenquimáticas de transporte. O parênquima de armazenagem é encontrado em frutos, sementes e tubérculos, por exemplo. Usualmente, o parênquima destes órgão armazena amido, proteínas ou óleos. Geralmente, as células estão completamente tomadas pelo seu produto de armazenamento, de tal forma que o vacúolo está ausente e as outras organelas são pouco conspícuas. Plantas suculentas, tais como as cactáceas e euforbiáceas, são constituídas em grande parte por um parênquima especial de armazenagem, que acumula água. Funções: Fotossíntese Respiração Secreção Armazenamento Cicatrização e Regeneração Características Formas celulares variadas Paredes delgadas com campos de pontoação primários Potencialmente meristemático Protoplasto vivo Citoplasma fluido Núcleo proporcionalmente fluido Vacúolo proporcionalmente grande Células metabolicamente muito ativas Espaços intercelulares esquizógenos Presença de substâncias ergásticas Ocorrência Todos os órgãos Córtex Medula Parte de tecidos condutores Os tecidos de suporte são constituidos por células que apresentam as paredes espessas. Encontram-se em várias zonas do organismo vegetal, às quais conferem grande rigidez, impedindo, assim, o esmagamento das células de paredes finas, quando ocorrem movimentos provocados pelo vento. Permitem também, a posição erecta das plantas. Os tecidos de suporte são de dois tipos: O Colênquima e o Esclerênquima O colênquima é um tecido em que as células são vivas, mesmo na maturidade. Normalmente, as suas células são alongadas e formam cordões nas regiões periféricas dos caules e pecíolos e rodeiam as nervuras das folhas das dicotiledóneas. As paredes celulares das suas células são desigualmente espessadas. Se as células apresentam espessamentos nos ângulos, o colênquima chama-se colênquima angular ou aristal. Se o espessamento se encontra nos ângulos, mas apresenta meatos ou lacunas, estamos na presença de colênquima lacunar. Finalmente, se o espessamento surge nas paredes tangenciais, o colênquima designa-se colênquima laminar. COLÊNQUIMA Definição: Tecido de sustentação de órgãos jovens e de alguns órgãos maduros de plantas herbáceas. Função: Sustentação Origem: Aparecem nos primeiros estágios de diferenciação do Meristema fundamental. Características: a. Células com protoplasto vivo na maturidade; b. Espessamento desigual da parede celular – CELULOSE; c. Deposição longitudinal das microfibrilas de celulose; d. Capacidade para retomar atividade meristemática; e. f. Células podem ter cloroplasto e realizar fotossíntese; Forma e tamanho variáveis Ocorrência Órgãos jovens Caule – posição periférica Folhas – pecíolo, nervura central e borda do limbo A polpa dos frutos quando são maciços e comestíveis geralmente são colenquimatosas Raízes terrestres raramente têm colênquima Tipos de colênquima: Colênquima angular: espessamento nos ângulos das células. Colênquima lamelar: maior espessamento nas paredes tangenciais das células. Colênquima lacunar: espessamento nas paredes próximas ao espaço intercelular (pecíolos de compostas). Entretanto, espaços intercelulares podem ocorrer em outros tipos de colênquima, como por exemplo, raízes aéreas de Monstera. Colênquima anelar. Espessamento uniforme por toda borda da célula Fatores que podem estimular o espessamento - Ventos fortes - Regiões jovens - Herbivoria e infestação de patógenos ESCLERÊNQUIMA O esclerênquima é um tecido constituído por células desprovidas de conteúdo celular, isto é, mortas, apresentando as paredes igualmente espessadas e quase sempre lenhificadas. A cavidade celular, ou lúmen, vai diminuindo à medida que se efetua o espessamento e lenhificação da parede. Na maturidade, a elasticidade torna-se mais importante que a plasticidade, pois assim a parede pode ser deformada por tensão ou pressão, reassumindo sua forma em condições normais. Assim, vento, passagem de animais, etc., não causam deformações definitivas nas plantas. Além dessa característica, o esclerênquima forma uma camada protetora ao redor do caule, sementes e frutos imaturos, evitando que animais e insetos se alimentem deles, pois a lignina não é facilmente digerida. Ocorrem em faixas ou calotas ao redor dos tecidos vasculares e também em tecidos parenquimáticos, como na medula, caule e pecíolo de algumas plantas. Oferece sustentação e proteção. As células de esclerênquima são habitualmente divididas em duas categorias: os esclerídeos e as fibras. 1- Esclereídes ou esclerócitos: células curtas, espessadas, com numerosas pontoações. O tecido formado é muito rígido. A textura pétrea da pêra é devida à presença de inúmeros esclerócitos isodiamétricos na polpa. Na folha da Oliveira (Olea europea) podem-se observar esclerídeos filiformes; Braquisclerídeos ou células pétreas; Astrosclerídeos; fibras corticais; e finalmente Fibras Perivasculares, que rodeiam o feixes vasculares do caule da planta do milho (Zea mays). 2- Fibras: células longas, com extremidades afiladas, lume reduzido e paredes secundárias espessas. Servem como de elemento de sustentação nas partes vegetais que não mais se alongam. Podem se originar do pró-câmbio, sendo chamadas fibras do floema ou xilema primários ou do câmbio, sendo denominadas fibras do xilema ou floema secundários; além disso, células do parênquima cortical, mesofilo e epiderme podem originar fibras. Em Linum, por exemplo, as fibras se originam no floema e são a fonte do linho. As fibras do cânhamo (Cannabis sativa) se desenvolvem entre células de floema e também a partir do câmbio. Admite-se que, tanto nas fibras quanto nas esclereídes, após o completo desenvolvimento de suas paredes secundárias, o protoplasto, não mais funcional, seja eliminado. Camadas de fibras de esclerênquima (coradas de vermelho com safranina) REFERÊNCIAS http://www.herbario.com.br/cie/universi/aulaprt.htm http://www.uff.br/labes/farmacia/didatico/paren.htm http://www.algosobre.com.br/biologia/parenquima.html