www.visbrasil.org.br COMENTÁRIOS UM MÊS DA EPIDEMIA DE INFLUENZA AH1N1 Em La Gloria, no México, num lugarejo com 3.000 habitantes, no dia 2 de abril, ocorreu o primeiro caso mundial confirmado da gripe suína no paciente Edgar Hernández, de cinco anos de idade, que se recuperou inteiramente. Os testes das amostras colhidas na ocasião e que confirmaram a presença do vírus AH1N1 foram feitos três semanas depois, quando a nova gripe já era manchete em todo o mundo. Desde então o vírus se espalhou pelo planeta. Nº DE PAÍSES COM CASOS CONFIRMADOS INFLUENZA AH1N1 50 45 40 35 30 25 20 15 10 5 0 14 15 16 17 18 19 SEMANAS 2009 20 21 22 O vírus, do México, seguiu rapidamente o caminho dos E.E.U.U. , Canadá, América Central, do Sul, Europa e a Ásia. O continente africano até o final desse mês de maio foi poupado. Os E.E.U.U. e México representam 84,44 % de todos os casos confirmados. A letalidade nos E.E.U.U. é treze vezes menor do que no México e no resto do mundo é baixíssima (0,05%). E.E.U.U. MÉXICO RESTO DO MUNDO TODOS Letalidade % 0,15 1,92 0,05 0,71 Proporção dos casos % 52,22 32,22 15,56 100,00 Os casos ocorridos nos E.E.U.U. foram inicialmente associados às viagens ao México e os surtos no território americano ocorriam nas escolas. As informações obtidas do México indicavam uma doença que atingia adultos jovens sadios e que rapidamente poderia evoluir para pneumonia, insuficiência respiratória e óbito se não tratada adequadamente. Por este motivo foi recomendado o fechamento das escolas onde ocorresse a doença para www.visbrasil.org.br COMENTÁRIOS diminuir o risco de contágio. Contudo, diante de novas informações sobre a severidade e a propagação da doença houve uma alteração dessas diretrizes. A doença rapidamente espalhou-se pelas comunidades, logo tal medida de contenção torna-se pouco eficaz. Os casos americanos não eram mais severos do que os da influenza sazonal. Devido a esses aspectos a recomendação é fazer o reconhecimento precoce dos casos de Influenza e manter o paciente em casa adotando condutas apropriadas de higiene para conter a propagação do vírus. A decisão sobre o fechamento de escolas fica a critério das autoridades locais. O Center for Disease Control and Prevention (CDC) dos E.E.U.U. decidiu manter o monitoramento dos casos principalmente aqueles que demandam assistência médica por sua gravidade ou que acometem comunidades específicas como os escolares. Embora ainda não formalmente declarado é fato que a epidemia está instalada no território americano, portanto não há mais a recomendação de medidas excepcionais de controle. Permanece ainda sem explicação a enorme diferença de letalidade entre os casos mexicanos e do resto do mundo. Também é intrigante o fato dos casos mexicanos terem diminuído o ritmo de crescimento e atualmente serem em menor número do que nos E.E.U.U. No Brasil o número de casos ainda é pequeno, mas é provável que sejam mais frequentes, contudo sem mortes confirmadas. As medidas de contenção nos portos, aeroportos e fronteiras ou em locais públicos de aglomeração de pessoas são praticamente ineficazes e custosas, podendo ser abandonadas. O monitoramento de casos necessitando internação hospitalar ou atendimento especial, a semelhança da vigilância epidemiológica americana depende da existência de uma rede assistencial médica eficiente e bem coordenada e da disponibilidade de testes laboratoriais específicos muito dispendiosos. Há limitações no país em ambos os casos. O tratamento com medicamentos antivirais só é recomendado para os casos de pacientes em condições de saúde debilitada ou pertencentes grupos de risco reconhecidos como idosos e crianças muito novas. Há também limitações quanto à disponibilidade desses medicamentos. A OMS já tem informações suficientes para declarar a pandemia, ou seja, estabelecer o alerta fase 6. Trata-se de uma aferição técnica que traz poucas modificações na conduta das ações sanitárias das diferentes regiões. Ficará caracterizado o período pós-pandêmico tão logo haja o reconhecimento de que o pico da epidemia já ocorreu. Nesta sequência os procedimentos são semelhantes constando de atividades de monitoramento normalmente levados a cabo para os casos de Influenza sazonal. A experiência desta pandemia que, pela primeira vez na história, pôde ser acompanhada desde seu início, servirá para melhorar a preparação dos serviços de saúde pública e do público em geral para as pandemias que certamente virão. COMENTÁRIOS www.visbrasil.org.br 14000 12000 Casos de Influenza AH1N1 - 2009 E.E.U.U. MÉXICO RESTO DO MUNDO TOTAL 8000 6000 4000 2000 0 14 17 18 18 18 18 18 18 18 19 19 19 19 19 19 19 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 22 22 SEMANAS N º D E C A SOS 10000