1 A IMPORTÂNCIA DAS ZONAS ECONÔMICAS PARA O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E CORREÇÃO DE DESEQUILIBRIOS REGIONAIS Maria Mirtilene Rodrigues 1 Carlos Alberto Aguiar Gouveia2 Francisco José Araújo Bezerra3 RESUMO O presente artigo visa a abordagem a cerca da importância das ZPEs para o desenvolvimento econômico dos países e sua necessária adoção pelo Brasil. Por ser um mecanismo de industrialização voltada para a exportação elas agilizam o comércio internacional deixando-o prático e versátil. Uma breve retrospectiva da economia brasileira mostra que o Brasil protegeu muito sua indústria local se valendo do modelo de substituição de importações e acabou tendo crescimento mais lento do que diversos outros países emergentes além de ter concentrado seu parque industrial apenas nas regiões Sul e Sudeste do País o que causou enormes disparidades econômicas e sociais entre as regiões. Por outro lado os países do leste asiático tiveram grande êxito econômico usando o conceito de zonas francas. Palavras-chave: ZPE. Zona de Livre Comércio. Globalização. Substituição de Importações. ABSTRACT This article aims to approach about the importance of ZPEs for the economic development of countries and its adoption required by Brazil. As a mechanism for the __________________ 1 Bacharel em Administração e habilitação em Comércio Exterior pela Faculdade Integrada do Ceará FIC 2 3 Mestre em Negócios Internacionais pela Universidade de Fortaleza UNIFOR Mestre em Economia pela Universidade Federal de Minas Gerais 2 export oriented industrialization accelerate their international trade, leaving the practical and versatile. A brief retrospective of the Brazilian economy shows that Brazil protect their local industry is very worth of the model of import substitution and just having slower growth than many other emerging countries in addition to its industrial park just concentrated in the South and Southeastern Brazil which caused enormous economic and social disparities between regions. Furthermore the countries of east Asia had great success using the concept of economic zones. Key-words: ZPE. Free Trade Zone. Globalization. Substitution of Imports.. INTRODUÇÃO O Brasil é um país emergente que apresenta enormes desequilíbrios regionais. A sua história industrial é marcada pelo fechamento ao mercado internacional e pela adoção do modelo de substituição de importações que sempre protegeu a indústria da concorrência externa e atrasou seu próprio parque industrial em relação a outros países. Além do país ter perdido com esse modelo houve enorme concentração espacial das indústrias no sul e sudeste do país. Desde os anos 60 que vários países do mundo, tanto desenvolvidos como em desenvolvimento, vem adotando mecanismos que facilitam a produção e as trocas internacionais. Um desses mecanismos é adoção de zonas econômicas. Elas têm diversas finalidades econômicas e gozam de desoneração tributária. São amplamente adotadas na industrialização voltada para exportação, principalmente por países que tem o objetivo de acelerar o desenvolvimento de suas regiões. Além do desenvolvimento da infraestrutura, elas atraem investimentos externos, absorvem novas tecnologicas e geram novos empregos. O Brasil, através dos seus Estados, está buscando adotar estes mecanismos na busca de resolver os enormes desequilíbrios econômicos entre suas regiões. Nessa ótica é necessário visualizar no contexto histórico o processo de industrialização e sua relação com o comércio internacional. 3 1 O DESAFIO BRASILEIRO DE ENCARAR UMA INDUSTRIALIZAÇÃO TARDIA O Brasil possui uma sinuosa história econômica que alternou ora pro mercado externo ora para o mercado interno de acordo com a conveniência e interesse dos grupos que o administrava. Enquanto vários países já possuíam intenso comércio internacional nas décadas de 70 e 80, o Brasil só despontou como país emergente a partir da década 90. Desde que o Brasil ainda era colônia de Portugal o forte do seu comércio internacional era exportar produtos agrícolas e matéria primas e, em contrapartida, importar manufaturados industrializados. O processo industrial foi algo que demorou muito a despontar por aqui. Enquanto a Revolução Industrial iniciou-se no séc. XVIII na Inglaterra, a nossa “revolução” só começou a acontecer quase duzentos anos depois, quando Getúlio Vargas, na chamada Revolução de 1930, adotou uma política industrializante e criação de infraestrutura industrial. Dentro do contexto nacional, esse desenvolvimento foi direcionado para as regiões Sul e Sudeste do Brasil, principalmente São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. E essa concentração espacial da indústria explica mais tarde as desigualdades sociais e econômicas do Brasil entre suas regiões. Outra questão importante estava no contexto político-comercial internacional. Após a Segunda Guerra Mundial as Nações Unidas criaram a Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (CEPAL) para contribuir com o desenvolvimento dessa região. Os economistas da CEPAL, então, encabeçados por Raul Prebisch que era ministro da Argentina, se reuniram num congresso e criticaram a teoria das vantagens comparativas de David Ricardo que era muito empregada pelos países desenvolvidos do ocidente (EUA e países Europeus). De acordo com a teoria de Ricardo, os países deveriam se especializar na produção de produtos para as quais possuíam vantagem comparativa de custo. Por essa teoria, então, a América Latina, composta de países periféricos, estaria “condenada” a produzir apenas alimentos e matérias-primas para a exportação e importar produtos manufaturados, não precisando industrializar-se para atingir o desenvolvimento econômico. Obviamente que isso era vantajoso para os países desenvolvidos, não para os subdesenvolvidos. Prebisch, então, sugeria a industrialização dos países periféricos 4 latinos e a diversificação dos mercados externos, uma vez que estes países concentravam suas produções para os EUA. (SOUZA, 2005). Essa idéia de industrialização da América Latina foi muito criticada tanto pelos países desenvolvidos como pelos nacionalistas ligados a oligarquias agrárioexportadora, bem como pelos intelectuais daquela época. A idéia central da industrialização que estava sendo sugerida por Prebisch e, respectivamente, pelos economistas cepalinos seria de que a industrialização só seria possível se efetuada através da substituição das importações, ou seja, redução ao máximo das importações de manufaturados dos países desenvolvidos. Os cepalinos alegavam que este método, substituição de importação, seria a forma de se economizar divisas, reduzir a concorrência externa e proteger a indústria nascente. Os governos dos países da América Latina, então, foram orientados a tomar as seguintes medidas como forma de desenvolverem suas indústrias pelo método da substituição das importações: aumento das tarifas alfandegárias para produtos concorrentes; o estabelecimento de cotas ou proibição de importação de determinados produtos; a desvalorização cambial que encareceria as importações; as restrições à saída de turistas nacionais e de trabalhadores especializados; e as limitações do investimento estrangeiro em setores específicos. Para que as indústrias se tornem significativas, os governos podem apoiar temporariamente as indústrias novas, até que elas estejam consolidadas o suficiente para suportar a concorrência internacional. Faz sentido, de acordo com esse argumento, utilizar tarifas ou cotas de importação como medidas temporárias para viabilizar o início da industrialização. (KRUGMAN, 2001, p. 263). Diante destas novas diretrizes na América Latina, a indústria local brasileira de bens de consumo se desenvolveu, como também a agricultura, porém, apenas para atender a demanda do mercado interno, que por sinal, já crescia consideravelmente. Enquanto isso as exportações estavam desestimuladas e declinavam seus lucros com os produtos agrícolas exportáveis, principalmente o café. Diante da severa restrição às importações, as indústrias que se estabeleciam não podiam adquirir novas máquinas do exterior com avanços tecnológicos e assim mantinham-se atrasadas. Porém, quando o desenvolvimento industrial voltou-se para a produção de bens intermediários e de capital o governo precisou suavizar essas restrições temporariamente pois todos os setores precisavam aumentar suas 5 importações, principalmente por parte da indústria metalúrgica e mecânica que estavam em desenvolvimento. E devido a essas importações a balança comercial entrou em déficit e o governo tomou como medida sobrevalorizar e fixar a taxa de câmbio (a moeda nacional com valor próximo ao dólar) e restringir novamente as importações. E assim a indústria brasileira foi se desenvolvendo sob o manto do protecionismo cambial e livre da competição externa calcada na substituição de importações. A partir da década de 50 o Brasil permitiu que o desenvolvimento industrial recebesse capital estrangeiro. O governo adotou políticas de atração de capitais externos através de incentivos cambiais, tarifários e fiscais. Nesse período a economia brasileira permitiu que as multinacionais aqui se instalassem. No governo de Juscelino Kubitschek (1956-1960) instalou-se na região Sudeste as montadoras de veículos internacionais como a Ford, General Motors, Volkswagen e Willys. Estas multinacionais aqui instaladas também receberam proteção através da Lei do Produto Similar Nacional, criada em 1957, para garantir a reserva de mercado para os produtos por elas produzidos. “O setor de mercado interno de muitos países, antes protegido pela política de substituição de importações, implementada a partir da Grande Depressão Mundial, permitindo o livre acesso apenas às empresas nacionais, abriu-se às multinacionais por volta de 1955.” (SOUZA, 5.e., p.159) Na década de 60 ocorreram algumas instabilidades no regime político brasileiro, mas entre 1969 e 1973 aconteceu um grande crescimento econômico conhecido como o “Milagre Econômico” que foi proporcionado principalmente pela disponibilidade de empréstimos estrangeiros e pelas exportações de mercadorias primárias (commodities) e alguns manufaturados que geraram grande acúmulo de reservas cambiais. Esse crescimento também foi proporcionado porque o governo também se preocupou de que maneira o mercado interno iria manter o crescimento da indústria criando assim programas de crédito para financiar o consumo da classe média que demandavam por bens duráveis, como por exemplo: automóveis (foi neste período que surgiram os famosos consórcios). A década de 70 foi marcada por duas crises do petróleo: uma no final de 1973 e outra no final de 1979. Estas crises ocorreram devido ao grande aumento no preço do barril do petróleo provocado pelos países exportadores do Oriente Médio, o que acarretou grande retração do comércio internacional pelo mundo em todos os setores e fazendo com que os preços das exportações brasileiras despencassem. O 6 que foi muito desastroso pro Brasil porque neste período o governo estava importando muito petróleo devido ao massivo investimento na indústria petroquímica e metalúrgica (só estas empresas já demandavam grande quantidade de energia) e também em infraestrutura como na construção de grandes rodovias além de hidrelétricas e usinas nucleares. Foi um momento onde se investia pesado nas empresas estatais como Petrobrás, Eletrobrás, Siderbrás, Embratel etc e que começavam a liderar a industrialização. No início da década de 80, ainda sob efeito da segunda crise do petróleo (1979), a retração dos mercados externos, os preços dos produtos exportados caíram vertiginosamente. As economias mundiais entraram em recessão. Elevaram- se as taxas de juros internacionais e os juros da dívida externa. O governo deixou de subsidiar as exportações e o câmbio foi desvalorizado. O que se teve em seguida foi a suspensão dos empréstimos internacionais, recessão, inflação e desemprego. Foram adotados vários planos para reativar a economia. Passou-se toda década tentando controlar a inflação e tentando estabilizar a economia novamente. Ficou conhecida como a “Década perdida”. Na década de 90 o Governo Collor abriu novamente as portas da economia brasileira, pois a indústria encontrava-se defasada tecnologicamente. O presidente Collor declarou na época a famosa frase “os carros brasileiros são verdadeiras carroças”. Mas foi apenas a partir do Plano Real que a economia brasileira encontrou seu rumo novamente com novas políticas monetárias, fiscal e cambial e adoção do plano de privatizações das estatais. 1.1 Concentração Industrial no Brasil Apesar de o Brasil ser um país de dimensões continentais dividido em cinco grandes regiões e possuir imensa quantidade de recursos naturais, desde o início de sua industrialização houve concentração das indústrias no Sudeste e Sul do país. As regiões brasileiras foram exploradas de diferentes maneiras de acordo com os propósitos econômicos da sua colonização. No Nordeste, por exemplo, cultivou-se muito a cana-de-açúcar. No Sudeste além da cana-de-açúcar, houve mineração e pecuária, e a partir do século XIX passou-se a cultivar intensamente o café, da qual o Brasil foi, e ainda é, um grande exportador. E foi esta atividade, que começou sendo cultivada na baixada fluminense e se espalhou pelo Vale Paraíba e o Oeste Paulista, que permitiu ao Brasil um crescimento da renda nacional. Depois que a 7 mão-de-obra escrava africana foi substituída pela mão-de-obra assalariada de imigrantes europeus surgiu um mercado interno consumidor que estimulou a produção e o comércio de produtos manufaturados (artesanal e fabril) e o desenvolvimento do setor de serviços (bancos, companhias de navegação a vapor, empresas de seguros, de transporte urbano e armazenagem). Como o café era o negócio mais lucrativo da economia brasileira o governo sempre protegia seus produtores das oscilações internacionais. Desta maneira eles puderam fazer grandes fortunas. E as pequenas fábricas artesanais de iniciativa dos colonos e das fazendas de café se transformaram em indústrias -- de mineração de ferro, cal, mármore, xisto betuminoso e a de produção de fósforo, sabão, velas, laticínios, bebidas, têxtil -- sendo a indústria têxtil a mais importante. Quando a atividade cafeicultora declinou por causa da concorrência internacional e da crise americana de 1929 muitos cafeicultores já estavam ricos industriais e no comando do governo brasileiro. Assim as políticas econômicas brasileiras estavam sempre direcionadas para as regiões sul e sudeste do país favorecendo a concentração espacial do desenvolvimento e da renda e deixando a população do resto do país com abismais disparidades sociais. Este cenário esteve se perpetuando por décadas e décadas no Brasil, o Nordeste, por exemplo, nunca conheceu o esplendor industrial e do desenvolvimento que se estabeleceu no Sul e Sudeste do país e só passou a atrair empresas para seus Estados na década de 90 através do oferecimento de diversos incentivos fiscais para que neles elas se instalassem e ofertasse emprego e renda as suas populações. 2 A INDUSTRIALIZAÇÃO PELA SUBSTITUIÇÃO DE IMPORTAÇÕES X INDUSTRIALIZAÇÃO ORIENTADA PARA AS EXPORTAÇÕES Como foi visto anteriormente o Brasil adotou a política econômica de substituição de importações para desenvolver sua indústria local e atender basicamente ao mercado interno, política esta, aliás, adotada por toda América Latina. Contudo, quando se compara o grau de crescimento e desenvolvimento proporcionado por ela aos países latino americanos com o grau de crescimento dos países do leste asiático, que adotaram uma política orientada para as exportações, percebe-se enorme disparidade econômica. 8 O desempenho econômico da América Latina nas últimas décadas tem sido decepcionante, e a região ficou para trás em relação às economias asiáticas dinâmicas. (COX, 2006) Segundo vários economistas, muitos países que buscaram a substituição das importações (políticas de proteção a indústria doméstica através de tarifas e cotas de importação) não mostraram nenhum sinal de progresso em relação aos países avançados. “Apesar de essas políticas serem bem-sucedidas na promoção das manufaturas, elas não trouxeram os ganhos esperados em termos de crescimento econômico e dos padrões de vida. Muitos economistas hoje criticam os resultados da substituição de importações, argumentando que tal política implica custos elevados e produção ineficiente.” (KRUGMAN, 2001, p. 279) Já a experiência dos países do leste asiático que despontaram a partir da década de 60 -- Hong Kong, Taiwan, Coréia do Sul e Cingapura (os famosos “Tigres Asiáticos”) -- e a partir da década de 70 e 80 -- Malásia, Indonésia e a gigante China ---, mostraram um rápido crescimento econômico. Um crescimento que variou de 8-9% a.a. (na China este percentual foi maior, 10% a.a.). “(...) o crescimento rápido das economias asiáticas é muito mais orientado para as exportações que outros países em desenvolvimento, particularmente da América Latina e Sul da Ásia.” (KRUGMAN, 2001, p. 279) Estes países também protegeram suas indústrias locais pela política da substituição das importações, aliás, os EUA, a Alemanha e o Japão também a adotaram no início, contudo perceberam que poderiam crescer muito mais se intensificassem o comércio internacional, se adotassem políticas que deixassem o processo mais rápido e flexível. O exemplo que vem do leste asiático mostra que a experiência sul-coreana, assim como a da China do final dos anos de 1980, tende a indicar que o crescimento econômico torna-se mais acelerado quando liderado pelas exportações do que por substituição de importações. 3 INDUSTRIALIZAÇÃO E COMÉRCIO INTERNACIONAL ATRAVÉS DAS ZONAS ECONÔMICAS Uma das razões do crescimento dos países do leste asiático foi que eles adotaram um mecanismo de industrialização voltada para a exportação através de zonas econômicas que operam com desoneração de tributos. 9 Povos da antiguidade como fenícios, gregos e romanos já utilizavam seus portos com suspensão dos impostos para a facilitação do comércio. Eram as conhecidas zonas francas. A partir dos anos 60, as zonas francas, até então basicamente comerciais, passaram a incorporar incentivos para atividades de industrialização, nascendo aí o conceito moderno de zona franca industrial. A primeira “zona moderna” foi estabelecida na Irlanda em 1959. Desde então, uma variedade dessas zonas evoluiu se espalhando pelo mundo com o objetivo de estimular as trocas comerciais e, em muitos casos, para acelerar o desenvolvimento regional. Estas zonas recebem diferentes nomenclaturas de acordo com os objetivos pretendidos pelas economias que as adotam. Elas são adotadas para todos os setores, podendo ser para o comércio, para a industria e/ou para os serviços. Na tabela seguinte têm se algumas das características dessas zonas. Tabela 1: Tipos de zonas - Uma tipologia evolutiva Comércio Objetivos econômicos Atividades típicas Vendas domésticas Exemplos típicos Industrialização Serviços Free port Special economic zone Industrial free zone / EPZ Enterprise zone Information processing zone Financial services zone desenvolvim ento de centro comercial e base econômica diversificada desregulame ntação; investimento de setor privado em área restringida desenvolvim ento de indústria voltada para exportação desenvolvim ento de SMEs em áreas deprimidas desenvolvim ento de centro de processamen to de informação development of off-shore banking, insurance, securities hub comércio, serviço, indústria, serviços bancários, etc. todos os tipos de indústria e serviços todas processamen to de dados, desenvolvim ento de software, computação gráfica serviços financeiros armazenage m, embalagem, distribuição, transbordo irrestrito dentro e fora do Freeport, Altamente restrito Limitado para uma pequena porção da produção limitado a pequena porção de produção ilimitado, sobre pagamento Hong-Kong (China), Singapura, Bahamas freeport, Batam, Labuan, Macao China (províncias do Sul, inclusive Hainan e Shenzhen) Irlanda, Taiwan (China), Malásia, República Dominicana, Maurício,Quê nia, Hungria Bahrein, Dubai, Caribe, Turquia, Cayman Jebel ali, Colon, Miami (USA FTZ) Mauritius, Iran Fonte: ILO, 2003 indústria leve e manufaturad os Indonésia, Senegal ÍndiaBangalore, Caribe Commercial free zone FTZ facilitação de comércio e importações 10 Freeports abrangem áreas muito grande. Eles acomodam todos os tipos de atividades, inclusive o turismo e vendas no varejo, permitem a residência local, e fornecem um largo jogo de estímulos e benefícios. Export processing zones (EPZ) ou zonas de processamento de exportação (ZPEs) são propriedades industriais direcionadas principalmente para mercados estrangeiros. Elas também podem ser híbridas (Hybrid EPZ) quando são subdivididas em zona geral aberta a todas as indústrias e uma área separada reservada para empresas voltadas apenas para exportação, como também Single factory EPZ que são fábricas individuais que recebem estímulos e privilégios e que não precisam estar necessariamente localizadas dentro de uma zona. Free Trade Zone FTZs / Commercial Free Zone ou Zonas comerciais gratuitas (livres de impostos). São áreas cercadas que oferecem armazenagem, facilidades de distribuição de comércio, transbordo e operações de reexportação. Essas são as zonas mais adotadas pelo mundo desenvolvido, principalmente pelos EUA que possuem 266 FTZs para atenderem seu mercado doméstico. Enterprise zones ou zonas empresariais são destinadas para revitalizar áreas urbanas ou rurais afligidas pela provisão de estímulos fiscais e subvenções financeiras. Já as zonas especializadas incluem parques de ciência/tecnologia, zonas petroquímicas, parques de logística, zonas à base de aeroporto, finanças e assim por diante. Nestes locais, que são estrategicamente projetados, o governo estimula a criação de empresas e indústrias, que gozarão de desoneração fiscal pela suspensão de impostos e recebam tratamento especial administrativo, tributário e cambial. Estes locais são ótimos mecanismos para atrair investimentos estrangeiros voltados para as exportações; criar empregos; aumentar o valor agregado das exportações e fortalecer o balanço de pagamentos; difundir novas tecnologias e práticas mais modernas de gestão; colocar as empresas nacionais em igualdade de condições com seus concorrentes localizados em outros países e que dispõem de mecanismos semelhantes e corrigir desequilíbrios regionais – característica esta muito presente no Brasil. Essas zonas econômicas podem ser públicas ou privadas e para efeitos alfandegários elas podem ser fechadas ou abertas. Elas são fechadas (cercadas) 11 quando estão dentro ou próximas aos centros urbanos e próximas de várias vias de acesso; e abertas quando estão instaladas em áreas isoladas e acesso restrito. Segundo análise da Organização Internacional do Trabalho (OIT) de 2007 há por volta de 3.500 zonas econômicas no mundo em mais de 130 países. Houve um rápido crescimento na adoção dessas zonas pelo mundo num curto período de 30 anos. As zonas de processamento de exportação (ZPE) / Export processing zones são as mais adotadas pelos países em desenvolvimento. ANO Número de países com ZPE Número de ZPEs e/ outros tipos similares 1975 25 79 1986 47 176 1997 93 845 2002 116 3 000 2006 130 3 500 Fonte: Internacional Labour Office (ILO), 2007 Os Estados Unidos é o país mais ativo na utilização destes mecanismos para a produção destinada à exportação. Contudo é na Ásia, especialmente na China, que estão localizadas as zonas de maior repercussão mundial e de intensiva utilização de mão de obra barata e abundante. Do total de quase 66 milhões de empregos gerados no mundo, na China estão empregados 40 milhões de pessoas, aqui não cabendo comentar exatamente como seria o tipo dessa mão de obra. Zonas de Processamento de Exportação Área geográfica Empregos (milhões) Número de Zonas Asia 55 741 147 900+ - China (40 000 000) - Bangladesh (3 250 000) América Central e Mexico 5 252 216 155 Oriente Médio 1 043 597 50 Norte da África 643 152 65 África Sub-Sahaariana 860 474 90+ EUA 340 000 713 América do Sul 459 825 43 Economias em transição 1 400 379 400 Caribe 546 513 250 Oceano Índico 182 712 1 Europa 364 818 50 Pacifico 145 930 14 Total (estimado) 65 980 763 3 500+ Fonte: Internacional Labour Office (ILO), 2007. Os países asiáticos começaram a usar intensamente as zonas econômicas a partir da década de 70, pois viram nelas “as condições para atrair investimentos que 12 demandavam a liberdade imediata e completa para importar insumos e bens de capital para a produção de produtos a serem exportados” ao mesmo tempo que ficavam “sem comprometer a necessária proteção à indústria nacional, que precisava de tempo e uma estratégia de exposição cautelosa e gradual à concorrência estrangeira.” (BRAGA e NETO, FEV. 2006) Em 1978, por exemplo, a China adotou políticas que permitiam sua abertura comercial para o mundo, buscando uma forma de como agilizar a produção de manufaturados e exportá-los de maneira muito simples. Eles então adotaram o modelo de zonas econômicas especiais (ZEE) para industrialização. As ZEEs tinham como propósito fazer a abertura do mercado chinês para atrair investimentos estrangeiros e tecnologias geradas no exterior, mas, sem deixar de lado a forte participação do Estado, que caracterizou a China como modelo econômico híbrido de Economia Socialista de Mercado. A partir das reformas econômicas, o comércio internacional passou a ser visto como fator indispensável para a modernização de sua economia. Nas ZEEs, a produção industrial é diversifica e voltada especialmente para as exportações. Para isso o governo desenvolveu ampla infra-estrutura nas proximidades de áreas portuárias e urbanas, por considerá-los pontos estratégicos, e contava com vasta mão-de-obra barata e abundante. Às empresas que lá se instalassem ofereciam-se isenções fiscais e estímulos financeiros. E no período de 1978 a 1988 o PIB da china aumentou 6 vezes. 3.1 DESENVOLVIMENTO DAS EXPORTAÇÕES ATRAVÉS DAS ZPEs A adoção e o desenvolvimento das zonas não só contribui para o aceleramento do crescimento das exportações, como também permite a diversificação destas, pois é um instrumento especialmente importante para o desenvolvimento de países pobres e que estavam atrelados a exportação apenas de produtos primários. Por exemplo, a maior parte dos países do Caribe a da América Central exportavam principalmente frutos e verduras antes do estabelecimento de ZPEs. Na Costa Rica, a ação das ZPEs para exportações de manufaturados saltou 10% em 1990 para 55% em 2003. Há dez anos, as exportações principais das zonas foram vestuário e produtos têxtil; hoje, mais de metade das exportações das zonas são de circuitos modulares e outros componentes eletrônicos, excluindo até as exportações geradas pela fábrica da Intel que foi aberta em 1997. Muitos outros 13 países tiveram experiências semelhantes. Na Tunísia, a ação das ZPEs nas exportações de manufaturados mais que duplicaram desde 1990; no Quênia houve um aumentou de 3.5% em 1997 para 19.3% em 2003; e nas Filipinas a ação das eco-zonas de exportações de mercadoria nacionais aumentou de 22% em 1995 para 76% em 2003. Em alguns países as ZPEs exercem ação tão significante nas exportações de manufaturados que elas representam a maior parte do montante das exportações. Por exemplo, na América Central chega a ser 79.4% na Nicarágua; 77% na República Dominicana e 67% no Panamá. Na Ásia e no Pacífico: 75.6% em Bangladesh; 67,1% no Siri Lanka; 78.2% nas Filipinas e 50.3% no Paquistão. No Oriente Médio e África do Norte: 36.3% no Líbano; 68.9% no Bahrain; 61% no Marrocos. Na África Sub-Sahaariana: 22.4% em Ghana; 80% em Madagascar e 34.4 em Maurício. (BIRD, 2008). No geral é possível indicar que as ZPEs contribuem bastante no total global das exportações dos países em desenvolvimento. Apresentam expressivo percentual como indica a tabela abaixo. Exportações mundiais de países em desenvolvimento a partir das ZPEs Exportação das Porcentagem das Zonas (US$ Exportações milhões) Global 851,032 40.8% Ásia e Pacífico 510,666 41.0% Américas 72,636 39.0% Centro e Leste da Europa e 89,666 38.7% Ásia Central Oriente Médio e África do 169,459 36.4% Norte África Sub-Sahaariana 8,605 48.7% Fonte: Apud BIRD 2008, Sources: BearingPoint; ILO database; WEPZA (2007); FIAS research. De tudo que os países em desenvolvimento possam exportar 40,8% foram produzidos nas ZPEs. 3.2 A ENORME CONTRIBUIÇÃO DA GLOBALIZAÇÃO O processo de globalização que ocorre no mundo também favorece o rápido crescimento dessas zonas. O neoliberalismo ganhou força na década de 1970 e 14 impulsionou o processo de globalização econômica, o que culminou na queda do muro de Berlim e o fim da URSS. As empresas multinacionais e transnacionais, que são os grandes atores da globalização, principalmente as americanas e as européias, que há algumas décadas vinham se instalando fora de seus países de origem, viram grande oportunidade de conquistar novos mercados e consumidores com o fim do regime socialista em algumas partes do mundo – já que os mercados internos dos países pós-socialismo se encontravam saturados. Com uma nova ordem política mundial iniciou-se uma nova ordem econômica através do fenômeno da globalização, principalmente porque as economias começaram a se agrupar em blocos regionais. Os países em desenvolvimento começaram a facilitar o desenvolvimento das zonas econômicas com objetivos específicos, principalmente para abertura de suas economias antes fechadas e encontrar novos mercados. De acordo com relatório do Banco Mundial de 2008, os objetivos desenvolvimentistas por trás das zonas econômicas foram vastamente utilizados, e ainda os são, por países que estavam fechados e precisavam promover a abertura de suas economias. Estas zonas econômicas (principalmente as ZPEs) são utilizadas com o claro objetivo de promover as exportações, criar empregos e ter acesso a tecnologia. O passo rápido da globalização e da liberalização do comércio estão estimulando uma visão muito mais ampla sobre as zonas econômicas e os seus objetivos de desenvolvimento. Cada vez mais, as zonas são examinadas como um mecanismo para promover comércio de duas vias e facilitar a modernização da economia anfitrião. Como a globalização aumenta a oferta no mercado mundial, a concorrência gerada por ela faz com que as empresas utilizem cada vez mais recursos tecnológicos para baratear os preços e também para estabelecer contatos comerciais e financeiros de forma rápida e eficiente. A utilização da Internet, por exemplo, das redes de computadores, dos meios de comunicação via satélite etc. possibilita que as instituições financeiras (bancos, casas de câmbio, financeiras) desenvolvam sistemas rápidos e eficientes para favorecer a transferência de capital e fazer comercialização de ações em nível mundial e assim investimentos, pagamentos e transferências bancárias, podem ser feitos em questões de segundos através da internet ou de telefone celular. 15 Outra característica marcante está na flexibilização do processo produtivo das empresas. A produção em série e em larga escala, característica do fordismo, cedeu lugar a um modo de produção em que as unidades produtivas são menores e mais especializadas. Muitas destas empresas produzem suas mercadorias em vários países com o objetivo de reduzir os custos. Elas procuram por países onde a mão- de-obra, a matéria-prima e a energia sejam mais baratas. Um tênis, por exemplo, pode ser projetado nos Estados Unidos, produzido na China com matéria-prima do Brasil, e comercializado em diversos países do mundo. Os “tigres asiáticos” e a China são países que souberam usufruir dos benefícios da globalização, investiram muito em tecnologia e educação nas décadas de 1980 e 1990 e como resultado conseguiram baratear custos de produção e agregar tecnologias aos produtos e conseguir enorme crescimento econômico. Nos países desenvolvidos, a produção pode deslocar-se para setores de mão-de-obra mais especializada, com capital e tecnologia mais simples e de trabalho mais intensivo, liberando para os países menos desenvolvidos atividades com tecnologia mais simples e de trabalho mais intensivo. Isso é o que está ocorrendo intensamente no início do século 21, com a globalização da economia mundial. (SOUZA, 5.e. 2005) Como o processo de globalização econômica proporcionou o desenvolvimento de um imenso fluxo mundial de investimentos diretos estrangeiros, geralmente os países adotam estas zonas econômicas, como já foi citado, porque elas são bons mecanismos para atrair estes capitais externos. 3.3 AIMPORTÂNCIA DE INVESTIMENTOS ESTRANGEIROS DIRETO (IED) O investimento estrangeiro direto (IED) são investimentos que envolvem uma relação de longo prazo e de controle entre uma entidade sediada no exterior (multinacionais/transnacionais) e uma residente em outro país. Apesar da maior parte desses investimentos ainda ocorrer entre países desenvolvidos, está havendo um crescimento e um direcionamento desses capitais aos países em desenvolvimento. Os países desenvolvidos estão buscando mercados mais rentáveis e que apresentem taxas expressivas de crescimento. Na década de 90, quando ocorreu a implantação do plano Real no Brasil para estabilizar sua economia, também se seguiu as recomendações do FMI, do Banco Mundial e de outras organizações financeiras internacionais para adotar um modelo Neoliberal e privatizar as empresas estatais como forma de captação de investimentos externos. O Brasil, então, tornou-se grande receptor de investimentos 16 do mundo e dezenas de empresas multinacionais vieram se instalar por aqui. Elas enxergaram a grande potencialidade do mercado brasileiro. Porém os IED foram esvanecendo à medida que se esgotavam as privatizações. De acordo com relatório da CEPAL de 2005 sobre investimento direto externo na América Latina e Caribe: “a força do IDE nos anos 1990 residiu principalmente em mudanças patrimoniais, distinguindo-se dos anos 1970, quando a chegada das inversões do exterior se destinava a ampliar a base produtiva do País. Nesta direção, investimentos estrangeiros diretos na indústria de transformação, assim como na agropecuária e extração mineral, têm o benefício de produzirem mercadorias transacionáveis, mais aptas a contribuir para a expansão das nossas exportações.” (IEDI, 2006) Também de acordo com o artigo da JETRO de como atrair investimento estrangeiro para o Brasil as empresas privadas investem esperando retorno financeiro (jamais para agradar um país ou um governo) e analisam a potencialidade do país e compara os pontos, citados abaixo, com os de outros países em busca das melhores condições: (1) Abertura de empresas (filiais, e escritórios): Complexidade dos procedimentos; Visto, autorização de permanência e trabalho, registro de residência; Sistema contábil. (2) Sistema tributário: Imposto de renda, imposto de pessoas jurídicas, impostos estaduais e municipais, imposto de valor agregado e outros. (3) Emprego: Nível salarial, seguridade social, aposentadoria, seguros e outros encargos da empresa. Contratação, demissão, contratação temporária. Sindicatos trabalhistas. Sistema de envio de recursos humanos. (4) Captação de recursos: Dificuldade ou facilidade de captar recursos. Sistema bancário. Gestão cambial. (5) Política governamental de introdução de capital estrangeiro: Política do governo para captação de governamental para capital estrangeiro. Incentivos para o capital estrangeiro. Infra-estrutura: comunicação, transportes, eletricidade, condomínio industrial etc. (6) Cooperação dos órgãos de captação de investimentos: Órgãos nacionais: organização, atividades, abrangência de cooperação e interesse para atrair o capital estrangeiro. Órgãos estaduais e municipais: organização, atividades, abrangência de cooperação e interesse para atrair o capital estrangeiro. 17 (7) Outros: problemas de comunicação e língua. E os países com condições inferiores perdem a batalha pelos investimentos. (SAKURAI, 2004). No ano de 2008 o Brasil recebeu quase 44 bilhões em IED, sendo que 7 bilhões provieram dos EUA, 6 bilhões de Luxemburgo, 4,6 bilhões dos Países Baixos, 4 bilhões do Japão e 3,8 bilhões da Espanha e juntos eles representaram mais de 50% do capital investido por aqui. Os investimentos foram feitos em serviços (principalmente financeiro), na indústria e em produtos primários (commodities). Para 2009 existe grande otimismo, a APEX afirma que o Brasil figura hoje entre os cinco países mais atrativos para a recepção de Investimentos Estrangeiros Direto no mundo. O Brasil está próximo de captar 30% de todo o IDE destinado à América Latina. Os setores de alimentos, imobiliário e turismo, biotecnologia (alimentos, cosméticos e farmacêuticos), tecnologia da informação e comunicação, processos e manufaturas são os mais visados pelos investidores. de De acordo com o relatório do Banco Mundial, os dados disponíveis para eles sugerem que as zonas econômicas sejam um destino importante para investimentos estrangeiros direto de alguns países. Nas Filipinas, por exemplo, os fluxos de IED que se destinavam as zonas econômicas do país aumentou de 30% em 1997 para mais de 81% em 2000 (UNCTAD, 2003). Em Bangladesh, 103 milhões de dólares dos 328 milhões de dólares dos fluxos IED foram registrados em ZPEs. No México, as maquiladora o recebimento de IED aumentou de 6% em 1994 para 23% em 2000 (apud, Sadni-Jallab e Blanco de Armas, 2002). E na China, as ZEEs prestam contas de mais de 80% de IED cumulativo. É certo que muitos outros países as zonas desempenharam um papel marginal na atração FDI e a maior parte dos investimentos é de origem doméstica. 4 O BRASIL NA BUSCA DAS ZPES Em 1988 o então Presidente do Brasil, José Sarney, que já havia visitado a China em 1967, estava visitando-a novamente e se deparou com a enorme mudança por qual havia passado aquele país. Ele voltou convencido de que o milagre econômico chinês vinha de um dos grandes instrumentos adotados para o desenvolvimento: as Zonas Econômicas Especiais (ZEEs). De volta ao Brasil, ele então mobilizou o governo e criou o decreto-lei 2.452 de 29 de julho de 88 que dispunha sobre a regulamentação e criação de zonas de livre comércio e que aqui 18 adotou a seguinte nomenclatura: Zona de Processamento de Exportação (ZPE). O decreto já apontava e definia as ZPEs como "zonas de livre comércio, sob controle aduaneiro, voltadas para a produção de bens destinados à exportação, fortalecer o balanço de pagamentos, reduzir desequilíbrios regionais e promover a difusão tecnológica e o desenvolvimento econômico e social do país". O ex-presidente diz que naquele momento o “mundo veio abaixo”. E que um setor pequeno, mas representativo, da protegida indústria nacional apregoou que ele desejava destruir o parque industrial brasileiro. Naquele ano de 1988 a China já possuía 15 ZEEs e sua economia era igual a do Brasil. Uma década depois, em 2007, o PIB chinês registrou 3,764 trilhões de dólares, número expressivo que a colocou na 3ª posição do ranking mundial das economias enquanto o Brasil ocupou a 10ª posição com um PIB de US$ 1,31 trilhão. Ainda em 2007 a China já contava com 167 zonas econômicas (sendo 17 ZPEs) enquanto o Brasil ainda continuava apenas com a Zona Franca de Manaus (criada em 1967) que acomoda indústrias multinacionais para fazer montagem de produtos que serão vendidos apenas ao mercado interno brasileio. Atualmente no Brasil existem 17 projetos de ZPEs, sendo que quatro delas estão com a infra-estrutura pronta para começarem a funcionar e aguardam apenas o alfandegamento da Receita Federal (Araguaína, TO; Imbituba, SC; Rio Grande, RS e Teófilo Otoni, MG) as outras treze ainda se encontram em vários estágios de implantação (Barcarena, PA; Cáceres, MT; Corumbá, MS; Ilhéus, BA; Itaguaí, RJ; João Pessoa, PB; Macaíba, RN; N.S. do Socorro, SE; Parnaíba, PI; Pecém, CE; São Luís, MA; Suape, PE e Vila Velha, ES). BASE LEGAL PARA AS ZPES DO BRASIL Em 2007, passados dezenove anos após o decreto 2.452 ter sido criado e nada ter sido posto em prática, ele foi então revogado pela Lei Nº 11.508, de 20/07/2007. Esta lei só foi regulamentada recentemente pelo decreto Nº 6.814 de 06 abril de 2009. De acordo com esta lei o Poder Executivo fica autorizado a criar, nas regiões menos desenvolvidas, Zonas de Processamento de Exportação (ZPE), sujeitas ao regime jurídico instituído por esta Lei, com a finalidade de reduzir desequilíbrios 19 regionais, bem como fortalecer o balanço de pagamentos e promover a difusão tecnológica e o desenvolvimento econômico e social do País. As ZPE caracterizam-se como áreas de livre comércio com o exterior, destinadas à instalação de empresas voltadas para a produção de bens que serão comercializados para o exterior, sendo consideradas zonas primárias para efeito de controle aduaneiro. Também segundo esta lei, as ZPEs terão infraestrutura e ficarão instaladas em locais fechados e resguardados, constarão de alfandegamento e serão instaladas em localização estratégica em relação ao acesso de portos e aeroportos. O CZPE (Conselho Nacional de Zonas de Processamento de Exportação) é o órgão competente para analisar as propostas de ZPEs e suas políticas bem como aprovar os projetos industriais. Uma das grandes vantagens oferecidas para as empresas que se instalarem em ZPE´s serão os incentivos fiscais e tributários: as importações ou as aquisições no mercado interno de bens e serviços por empresa autorizada a operar em ZPE terão suspensão da exigência dos seguintes impostos e contribuições: I - Imposto de Importação; II - Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI; III - Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins; IV - Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade Social devida pelo Importador de Bens Estrangeiros ou Serviços do Exterior – Cofins Importação; V - Contribuição para o PIS/Pasep; VI - Contribuição para o PIS/Pasep-Importação; e VII - Adicional de Frete para Renovação da Marinha Mercante - AFRMM. As empresas também deverão exportar 80% (oitenta) da sua produção de bens ou serviços para o mercado externo sendo que os produtos industrializados, quando vendidos para o mercado interno, terão o mesmo tratamento das importações e estarão sujeitos ao pagamento: I - de todos os impostos e contribuições normalmente incidentes na operação; II - do Imposto de Importação e do AFRMM relativos a matérias-primas, produtos intermediários e materiais de embalagem de procedência 20 estrangeira neles empregados, com acréscimo de juros e multa de mora, na forma da lei. As ZPEs brasileiras também gozarão de liberdade cambial e de simplicidade nos procedimentos administrativos por um prazo de até 20 anos podendo ser estendido, sucessivamente, por períodos iguais ao originalmente concedido. Outro aspecto muito importante desta Lei e que diz respeito ao tratamento administrativo das empresas autorizadas a operar em ZPE é que elas terão dispensa de licença ou de autorização de órgãos federais e que não sofrerão nenhuma restrição à produção, operação, comercialização e importação de bens e serviços estabelecidos pela lei, com exceção dos controles de ordem sanitária, de interesse da segurança nacional e de proteção do meio ambiente, ou seja, controle sanitário, segurança nacional e proteção ambiental são indispensáveis. 6 ZPE NO CEARÁ Desde 2004 o Estado do Ceará vem apresentando crescimento econômico entre 3,5% e 5% ao ano. Está ocupando a 12ª posição no ranking nacional entre os estados brasileiros conforme pesquisa do IBGE de 2006 quando ele havia apresentado PIB de R$ 46,31 bilhões. Já em 2008 o PIB foi de R$ 56,93 bilhões e apresentou crescimento de 6,5%. São Paulo, que é o Estado que ocupa o primeiro lugar do ranking, apresentou PIB de R$ 802,55 bilhões. Se compararmos os dois PIBs o cearense é apenas 7% do paulista. Os dois Estados têm histórias de desenvolvimento econômico distintos, São Paulo está no sudeste e o Ceará no nordeste do Brasil. Ao contrário da economia paulista, que é altamente industrializada, a economia cearense ainda é sub-industrializada. A população cearense atual é de mais de 8 milhões de habitantes (8ª posição) e a renda per capita de R$ 6.860 (23ª posição). O IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) de 2005 foi de 0,723 (22°) que é considerado médio. Estes são alguns dos fatores que permitem caracterizar o Ceará como um Estado subdesenvolvido, e dados semelhantes a estes são também apresentados pelos outros Estados nordestinos e estes dados definem o Nordeste Brasileiro como uma região subdesenvolvida. O estudo desses fatores permite apontar que no Brasil existem enormes desequilíbrios regionais. 21 O Ceará vem se esforçando ano a ano para melhorar seus índices promovendo o desenvolvimento econômico e social da sua região. O Estado também vê nas ZPEs um mecanismo para ajudar nesse desenvolvimento assim como para aumentar e diversificar suas exportações. O Estado do Ceará, já havia aprovado um primeiro projeto de ZPE em 1988 (Decreto nº 96.990 de 17/10/1988), logo após a publicação do Decreto 2.452 de 29/07/1988. Porém, devido às diversas resistências na época às ZPEs, elas acabaram ficando paradas em todo Brasil. Foi só a partir de 2004 que o tema voltou à pauta das discussões novamente em torno das ZPEs. Naquele momento o local selecionado para a instalação da ZPE seria o município de Maracanaú na Região Metropolitana de Fortaleza. Como o tempo passou e foi criado o Porto do Pecém, e por este apresentar boa infraestruttura e localização muito estratégica em relação aos mercados externos, o Ceará repensou a localização para a ZPE e apresentou ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) o projeto de deslocamento da sua planta de ZPE de Maracanaú para o Porto do Pecém. Matéria publicada pelo site oficial do Governo do Ceará relata que a ZPE ocupará uma área de 4.365,88 hectares no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP), no município de São Gonçalo do Amarante. A ZPE do Ceará será implementada em módulos, conforme a demanda dos investidores. A primeira etapa, que terá um espaço de 500 hectares, deverá ser concluída em 18 meses a partir de sua criação. O valor inicial será de aproximadamente R$ 6 milhões que custearão a elaboração de projetos, as obras de construção civil, a infraestrutura básica e promoção e divulgação da ZPE. De acordo com a Agência de Desenvolvimento do Ceará (Adece), ainda é cedo para determinar o perfil das empresas que se instalarão na ZPE do Ceará, porém, de acordo com o que acontece em outros lugares do mundo, o perfil dos empreendimentos pode estar atrelado às vocações econômicas do próprio Estado. O Ceará possui mais de 800 itens na pauta de exportação, liderados pelos setores de calçados, couro, castanha de caju, fruticultura e têxtil que representam quase 75% do total de todas as exportações do Estado. Provavelmente estas indústrias e outras de tecnologia, e possivelmente a Siderúrgica, que será a âncora do empreendimento, serão as principais empresas que se instalarão lá. 22 No Porto do Pecém, junto à ZPE, surgirá um complexo distrito industrial que contará com empreendimentos que compreenderá uma refinaria, uma siderúrgica, usinas de energia térmica, talvez uma montadora de veículos, além da ferrovia Transnordestina (ferrovia que vai integrar o Nordeste ligando o município de Elizeu Martins, no Piauí, ao Porto de Pecém no Ceará e Suape em Pernambuco). Todos esses empreendimentos demandarão intensiva mão-de-obra. E esse será um dos importantes aspectos gerados por eles: criação de empregos. Apesar da mão-de-obra empregada em ZPE ser um assunto polêmico no mundo, pois, têm- se notícia da exploração feita em muitos países, os trabalhadores daqui gozarão dos mesmos direitos da CLT brasileira. Não haverá diferença entre os trabalhadores em ZPE e os de fora delas. A legislação trabalhista na ZPE será a mesma que rege todo o nosso País. Quanto à qualificação dessa mão-de-obra, o Governo está se mobilizando e criando o projeto “Centro de Treinamento Técnico Corporativo do Pecém” com o objetivo de treinar com cursos profissionalizantes a mão-de-obra que será absorvida pelas empresas lá instaladas. Para isto contará com parceria técnico-científica com a Universidade Estadual do Ceará (UECE) para o desenvolvimento dos cursos. O centro ocupará uma área de cinco mil metros quadrados e será colocado em funcionamento até o fim do próximo ano. Outra preocupação do governo diz respeito à necessidade de habitação dos moradores (que provavelmente serão principalmente a maioria os trabalhadores do complexo) que ocuparão os arredores do Pecém. Pensando nisso e para evitar ocupação desordenada ou favelização na região o governo está conversando com a iniciativa privada para que apresentem projetos de acordo com programa habitacional “Minha Casa, Minha Vida”, do governo federal. Os impactos ambientais também serão levados em consideração. Cada projeto apresentado pro Complexo, para a ZPE e para as empresas que lá se instalarem terão inspecionados os impactos ambientais e todos se sujeitam a legislação ambiental brasileira. Espera-se administrar de forma organizada toda a urbanização que surgirá naquela região. 23 CONCLUSÃO O Brasil, devido às próprias circunstâncias da sua história, ingressou tarde nos processos de desenvolvimento industrial, o que acabou por lhe render enorme atraso em relação às diversas outras economias mundiais. Em diversos momentos ele adotou o modelo de substituição das importações da qual restringia as importações com o aumento de taxas e aplicação de cotas. O Brasil também foi concentrando suas indústrias nas regiões sul e sudeste do país gerando enormes desigualdades econômicas e sociais entre suas cinco regiões. Os países do leste asiático alcançaram enorme crescimento econômico a partir das décadas de 70, 80 e 90 graças ao modelo de industrialização voltado para mercado externo. Enquanto os países da América Latina, que se valiam do modelo substituição das importações, resguardavam seu mercado interno e se fechavam muito ao mercado externo, não alcançaram o mesmo desenvolvimento. Enquanto isso os países do leste asiático adotaram o mecanismo de zonas econômicas com industrialização voltadas para exportação. Esse mecanismo atrai investimento estrangeiro e novas tecnologias. Os países do leste asiático mostraram altos índices de crescimento enquanto os da América Latina ficaram atrasados e cresceram a baixas taxas. Essas zonas gozam de desoneração tributária além de terem tratamento especial administrativo, fiscal e cambial. O Brasil tomou conhecimento deste modelo ainda na década de 80, porém, quando se criou o primeiro decreto em 1988, muitos se voltaram contra argumentado que este modelo iria destruir a indústria brasileira. O processo de criação dessas zonas acabou ficando parado. Na verdade o Brasil acabou ficando para trás pois sua indústria local era sempre protegida e não se investia em novas tecnologias. Em 2007 o decreto foi revogado e criada uma nova lei que foi recentemente sancionada. A nova lei dispõe sobre a criação e regulamentação das ZPEs (Zona de Processamento de Exportação – nomenclatura adotada no Brasil). As ZPEs gozarão de Isenção de impostos e contribuições federais (Imposto de Importação, IPI, Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante, Finsocial e IOF); tratamento fiscal, cambial e administrativo para as exportações de bens e serviços nos moldes que o mercado interno; e terão liberdade cambial e procedimentos 24 administrativos mais simplificados por um prazo de até 20 anos (podendo ser prorrogado por períodos iguais ao originalmente concedido). A ZPE do Ceará será instalada no Porto do Pecém por ser um local estratégico para vários mercados externos. Ela terá como âncora uma siderúrgica. E nos arredores teremos uma refinaria, uma termelétrica, além de o complexo se integrar ao resto do Nordestes através da futura ferrovia Transnordestina. O Porto do Pecém vai integrar um complexo distrito industrial que trará novas tecnologias, emprego, renda, habitação e um enorme desenvolvimento para o Ceará. De modo geral as zonas econômicas tem sido um bom mecanismo para o desenvolvimento das economias em vários países do mundo. Elas recebem incentivos fiscais, administrativos e cambiais, o que flexibiliza especialmente o comércio internacional promovendo principalmente as exportações. Essas zonas são mecanismos que podem ser empregadas tanto para o comércio, como para a industrialização, assim como para os serviços. Para muitos países em desenvolvimento elas promovem o crescimento e diversificam as exportações de produtos manufaturados uma vez que a maioria dos países em desenvolvimento costumava exportar apenas produtos primários (commodies). Em muitos destes países é delas que saem a maioria dos manufaturados exportados. Elas também são bons mecanismos para atraírem investimento estrangeiro direto (IED) pois com atração destes os países passam a ficar capitalizados no que tange à produção. Um país produtivo abre o leque para a promoção de trabalho e o desenvolvimento da cadeia produtiva local que atenderão a demanda de insumos de empresas instaladas nestas zonas. Houve aqui o enfoque especial às ZPEs, Zona de Processamento de Exportação, por se tratar do modelo adotado no Brasil e adotado pelos países em desenvolvimento e que desejam industrializar-se e promover a exportação de manufaturados. Outra expectativa gerada pelas ZPEs é a possível atração de novas tecnologias e modos de produção do mundo desenvolvido. O que aumentaria o nível de conhecimento do país anfitrião para o desenvolvimento também de novas tecnologias. Obviamente que estas zonas sofrem críticas principalmente no que diz respeito aos baixos salários remunerados a mão-de-obra. E dos poucos cuidados com o meio ambiente. Porém, as ZPEs que se instalarem no Brasil estarão sujeitas as mesmas políticas trabalhistas e ambientais do nosso País. 25 Quando se fala que elas também são mecanismos adotados para diminuir os desequilíbrios regionais é porque geralmente as empresas que se instalam em ZPEs produzirão essencialmente para exportação e os insumos demandados virão principalmente do mercado interno, daquilo que a região produz. Geralmente são os produtos primários que passarão pelo processo de transformação para manufaturados. É de comum acordo que os produtos manufaturados possuem mais valor do que as simples commodities. E assim existiram muito mais pessoas produzindo. Um leque de empresas locais irá suprir as necessidades das empresas instaladas em ZPEs, vários empregos diretos e indiretos irão surgir em conseqüência de uma demanda maior. Quanto mais pessoas trabalhando e recebendo salários, mais dinheiro será injetado na economia, gerando o circulo virtuoso econômico. E conclui-se que o circulo virtuoso da economia local produzindo e vendendo para as ZPEs, estas vendendo para o mundo, trarão divisas, que podem também ser injetadas novamente na economia e esta crescendo e desenvolvendo a região e o Estado conseguindo se capitalizar para investir continuadamente em educação, saúde, moradia e alcançando bons índices indicadores de desenvolvimento. 26 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS KRUGMAN, PAUL. R. e OBSTFELD, MAURICE. Economia Internacional – Teoria e Política – Tradução: Celina Martins Ramalho Laranjeira. 5.ed São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2001,1999. LEITE, R.H.L; BATISTA, A.P.C; BARBOSA, L.H.de. J. Manual de normas para estrutura formal de trabalhos científicos da faculdade integrada do ceará. 3.ed. Fortaleza: FIC, 2006. SOUZA, NALI DE JESUS DE. Desenvolvimento econômico. 5.ed. rev. São Paulo: Atlas, 2005. DISSERTAÇÃO SAOUZA, Jackeline Lucas. 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