CENTRO UNIVERSITÁRIO FUNDAÇÃO SANTO ANDRÉ DETERMINAÇÃO DO FÁRMACO ALBENDAZOL EM AMOSTRAS COMERCIAIS POR TITULAÇÂO EM MEIO NÃO AQUOSO SANTO ANDRÉ 2013 DETERMINAÇÃO DO FÁRMACO ALBENDAZOL EM AMOSTRAS COMERCIAIS POR TITULAÇÂO EM MEIO NÃO AQUOSO RELATÓRIO SEMESTRAL SANTO ANDRÉ 2013 2 SUMÁRIO 1 Introdução PÁGINA 4 1.1 Características químicas e farmacológicas 4 1.2 Mecanismo de ação 5 2 Justificativa 6 3 Objetivos 6 3.1 Geral 6 3.2 Específicos 6 4 7 Materiais e métodos 4.1 Materiais e equipamentos 7 4.2 Metodologia 7 5. Resultados Referências 10 11 3 1. Introdução Anti-helmíntico da família Benzimidazol, o albendazol é amplamente utilizado no tratamento de Ascaris lumbricoides, Trichuris trichiura, Enterobius vermiculares, Ancylostoma duodenale, Necator americanus, Taenia spp e Strongyloides stercoralis. Desde 1990 o Albendazol está incluído na lista de fármacos considerados essenciais pela OMS (Organização Mundial de Saúde). 1.1 Características químicas e farmacológicas O Albendazol metil(5-propilsulfanil-3H- benzoimidazol-2-il) amino, (Figura 1), se apresenta como um pó cristalino, branco, muito pouco solúvel em água. Ministrado via oral, atinge os parasitas paralisando a polimerização dos microtúbulos, elementos do citoesqueleto extremamente importantes em funções como a sustentação e divisão celular, e alterando seu metabolismo energético, devido a sua ação sobre a enzima furamato redutase. Figura 1. Estrutura molecular do Albendazol 4 1.2 Mecanismo de Ação: Ao ser ingerido o albendazol interage, no organismo eucariótico, com a proteína tubulina impedindo sua polimerização em microtúbulos que por sua vez são responsáveis por diversas funções na célula dentre elas, a sustentação, a organização do fuso mitótico meiótico. Também há tubulina no corpo do hospedeiro, porém parece haver certa diferenciação entre estas de forma que o fármaco age na proteína do parasita, não sendo assim tóxico ao homem. Outro mecanismo de ação está ligado a enzima fumarato redutase encontrada nas mitocôndrias, a inibição dessa enzima leva à drástica queda na produção de ATP, deixando o parasita sem energia para realizar atividades metabólicas essenciais para manutenção da vida. 5 2. Justificativa Vários métodos são descritos na literatura para a determinação de albendazoll em fármacos, em especial os potenciométricos (BERGOLD, A. M.; KOROLKOVAS,1993 ), volumétricos (SCHIRMER,A.S.,1997) e espectrofotométricos (DIBBERN, H. W.,1984), (MANDAL,S.C, 1992), (.SALVADORETTI, C. 1997). Muitos deles não são adequados à análises de rotina, enquanto que outros requerem equipamentos ou reagentes de alto custo. Dentre esses métodos, os volumétricos, espectrofotométricos e potenciométricos se destacam pelo baixo custo do equipamento, fácil execução e aplicabilidade em análises rotineiras. Por sua vez a importância do albendazol como medicação no combate às verminoses com larga utilização, justifica o desenvolvimento de métodos sensíveis e de baixo custo aplicáveis às amostras comerciais e ao medicamento. 3. Objetivos 3.1 Geral Desenvolvimento de metodologia de análise do medicamento Albendazol através de titulação volumétrica e potenciométrica. 3.2 Específicos Determinar a quantidade de albendazol em formulações comerciais por titulação volumétrica em meio não aquoso. Comparar os resultados obtidos por ambas as técnicas com aqueles declarados pelo fabricante 6 4. Materiais e métodos Foram realizados apenas testes preliminares em decorrência da ausência prolongada da proponente por motivo de saúde. 4.1 Materiais e equipamentos Biftalato de potássio p. a Ácido acético glacial Indicador violeta cristal Albendazol 400mg genérico (comprimido) Ácido perclórico concentrado Vidraria de laboratório Agitador magnético Potenciômetro digital com eletrodo de vidro 4.2 Metodologia Preparação de solução de ácido perclórico Mediu-se 4,5 mL de ácido perclórico concentrado em uma proveta, diluindo-se ao final até 500 mL com ácido acético glacial. Essa solução foi armazenada e procedeu-se a padronização da mesma. Padronização da solução de ácido perclórico em 0,1mol/L Pesou-se igualmente 0,220g de biftalato de potássio, previamente dessecado em estufa, diretamente em um erlenmeyer de 250mL. Adicionou-se cerca de 50mL de ácido acético glacial, mais 3 gotas do indicador violeta cristal e titulou-se com a solução de ácido perclórico recém preparada. Repetiu-se o procedimento com nova pesagem de 0,253g de biftalato de potássio. Os resultados são mostrados na tabela 1. Tabela 1. Padronização de solução de ácido perclórico em ácido acético glacial. Massa de biftalato de Volume de ácido perclórico Concentração molar potássio (g) 0,1µ gasto (mL) de ácido perclórico 1 0,220 g 11,35 mL 0,0949 mol/L 2 0,253 g 13,05 mL 0,0949 mol/L 7 A viragem do indicador se dá do violeta para o verde. A concentração média foi de 0,0949 mol/L de ácido perclórico. Determinação da massa de albendazol em comprimido Pesou-se, inicialmente, um comprimido de albendazol em balança analítica. A seguir o mesmo foi transferido para um almofariz e foi triturado. A massa utilizada para a análise foi de m = 1,024 g, com a quantidade declarada de 400 mg de albendazol. Titulação volumétrica de albendazol com ácido perclórico 0,0949 mol/L padrão A titulação volumétrica não pode ser aplicada, pois o comprimido de albendazol apresentou coloração alaranjada quando diluído em ácido acético glacial, mascarando a viragem do indicador. Análise potenciométrica com eletrodo de vidro Um comprimido de albendazol foi diluído em cerca de 50,0 mL de ácido acético glacial, com agitação mecânica. Em seguida procedeu-se à filtração do mesmo para a retirada dos excipientes. O filtrado foi então recolhido em um erlenmeyer, mergulhou-se o eletrodo de vidro na solução e procedeu-se a titulação com solução de ácido perclórico padronizada. Foram obtidos os resultados mostrados na tabela 2 Tabela 2. Titulação potenciométrica de albendazol com solução de ácido perclórico 0,0949 mol/L Volume solução de ácido perclórico E (mv) (mL) 0,0 408 1,0 412 2,0 420 8 3,0 425 4,0 430 5,0 435 6,0 440 7,0 445 8,0 450 9,0 456 10,0 461 11,0 467 12,0 474 13,0 483 14,0 499 15,0 521 16,0 588 17,0 647 18,0 665 19,0 676 20,0 683 21,0 687 22,0 689 O ponto final da titulação correspondeu à um volume de 16,0 mL de ácido perclórico. Cálculo da massa de albendazol no comprimido: N de mol ácido perclórico = n de mol de albendazol M x V = m MM M = molaridade do ácido perclórico V = volume gasto (mL) m = massa de albendazol no comprimido MM = massa molar do albendazol 9 0,0949 x 16,0 x 10 ̄ ³ L = m 253,3 m = 384,6 mg 5. Resultados O valor obtido de massa de albendazol no comprimido por meio de análise (384,6 mg), está próximo ao valor declarado por comprimido que é de 400mg (96,1% do valor declarado) e portanto, está dentro dos limites pré-estabelecidos para a fabricação de medicamentos (± 5%). Da mesma forma foi medido um segundo comprimido de albendazol cuja massa foi de 220,0 mg que correspondeu a um volume de 18,0 mL de HClO4, obtendo-se ao final uma massa de 375,8 mg, também dentro dos limites aceitáveis de fabricação. Análise condutimétrica Na titulação condutimétrica, a adição de volumes sucessivos e conhecidos de titulante provoca variação linear de condutância da solução que pela sua descontinuidade, nas proximidades do ponto de equivalência, indicará quando a substituição for completa. Os valores de condutância correspondentes aos volumes do titulante são lançados em gráfico, definindo-se a variação linear antes e depois do ponto estequiométrico. A intersecção das retas extrapoladas deve formar, de preferência um ângulo agudo cuja projeção do vértice na abscissa determinará o volume correspondente ao ponto estequiométrico. (CIENFUEGOS,VAITSMAN, 2000). Um comprimido de albendazol foi diluído em cerca de 50,0 mL de ácido acético glacial, com agitação mecânica. Em seguida procedeu-se à filtração do mesmo para a retirada dos excipientes. O filtrado foi então recolhido em um erlenmeyer, adicionou-se uma célula 10 condutimétrica e procedeu-se a titulação preliminar com solução de ácido perclórico padronizada. Resultados preliminares mostraram não haver descontinuidade na curva obtida. Está prevista a utilização de nova célula condutimétrica apropriada ás titulações em meio não aquoso (K=0,1). Deverão ser realizadas análises pelo método potenciométrico de outras amostras de albendazol para se obter uma análise estatística do método. 11 Referências ANVISA. Bula Zentel® albendazol. Disponível <http://www4.anvisa.gov.br/base/visadoc/BM/BM%5b25707-1-0%5d.PDF> Acesso em: em 27/08/2012 UNIVERSIDADE FEDERAL TOCANTINS. Farmacodinâmica Albendazol. Disponível em: <http://www.uft.edu.br/parasitologia/pt_BR/farmacos/albendazol/farmacodin%C3%A2mica/ind ex.html> Acesso em 27/08/2012 COELHO, W. A. C. 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