MBE Exercícios – NNT

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MBE Exercícios – NNT
QUESTÕES:
1. Efeito inicial do carvedilol em pacientes com insuficiência cardíaca crônica:
resultados do Estudo Copernicus.
JAMA 2002; 288:321-33
Krum H, Roecker EB, Mohacsi P, Rouleau JL, Tendera M, Coats AJ, Katus HÁ,
Fowler MB, Packer M: Grupo de Estudo Randomizado Prospectivo de Sobrevida
Cumulativa do Carvedilol (COPERNICUS).
Departamento de Medicina, Epidemiologia e Medicina preventiva da universidade
de Monash.
CONTEXTO: betabloqueadores s]ao pouco utilizados apesar da sua utilidade bem
estabelecida no prognóstico da insuficiência cardíaca. A preocupação com o fato de a
prescrição do betabloqueador não produzir benefícios imediatos podendo causar um
aumento do risco restringe a sua utilização.
OBJETIVO: avaliar os efeitos precoces do betabloqueador carvedilol em pacientes com
insuficiência cardíaca grave.
DESENHO, CENÁRIO E PACIENTES INCLUÍDOS: ensaio clínico duplo-cego,
placebo controlado conduzido entre 28 de outubro de 1997 e 20 de março de 2000 em 334
centros hospitalares em 21 países entre 2,289 pacientes com sintomas de insuficiência
cardíaca em repouso ou aos mínimos esforços que estavam clinicamente euvolêmicos e
tinham uma fração de ejeção ventricular abaixo de 25%.
INTERVENÇÃO: os pacientes foram randomizados para receber carvedilol na dosagem
inicial de 3,125mg duas vezes ao dia com aumento progressivo da dosagem de 25 mg duas
vezes ao dia (N = 1,156) ou placebo (N = 1.133), além das medicações utilizadas
rotineiramente para a insuficiência cardíaca.
DESFECHOS PRINCIPAIS: morte, hospitalização ou retirada permanente do estudo,
assim como aparecimento de efeitos adversos durante as oito primeiras semanas de
tratamento.
RESULTADOS: o grupo do carvedilol não apresentou nenhum aumento no risco
cardiovascular, mostrando, pelo contrário, um menos número de mortes – 19 versus 25;
razão de risco (RR), 0,75; intervalo de confiança a 95% (IC 95%), 0,67-1,07-; ou que
morreram, foram hospitalizados ou retirados de maneira definitiva do estudo (162 versus
188; RR, 0,83; IC 95%, 0,68-1,03). Esses efeitos foram similares na direção e magnitude
dos observados durante todo o estudo e particularmente aparentes em 624 pacientes com
descompensações recentes ou recorrentes ou com fração de ejeção ventricular esquerda
muito diminuída. As diferenças a favor do carvedilol tornam-se aparentes a partir de 14 a21
doas de seguimento. A piora da insuficiência cardíaca foi a única complicação grave com
freqüência acima de 2% e foi relatada de forma igual nos grupos tratamentos ativo e
placebo (604% versus 5,1%).
Robespierre Ribeiro – CONFIDENCIAL – Agosto 2007
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CONCLUSÕES: esses dados sugerem que, em pacientes clinicamente euvolêmicos, a
relação risco-benefício durante o início do tratamento com carvedilol é similar àquela
observada durante a terapêutica a longo prazo com o medicamento. Esses achados nos
reasseguram a necessidade de encorajar o uso de níveis elevados que são indicados pelos
resultados dos ensaios clínicos a longo prazo.
Responda às seguintes questões:
A) Qual o valor do Risco Relativo e da RRR?
B) Qual o valor da Redução do Risco Absoluto ou também denominada Redução
Absoluta do Risco (RRA ou RAR) e do Número Necessário para Tratar
(NNT)?
C) Qual o valor do Número Necessário para surgir danos (Harm) ou Efeitos
Colaterias (NNH ou NNEC)?
2. No estudo a seguir, calcule os riscos absolutos (RA) de tratamento com uma e
duas semanas, a redução do risco absoluto (RRA) e o número necessário para
tratar (NNT). Após ler o estudo, você optaria por qual duração do tratamento?
Pediatr Infec Dis J 2003; 22:268-72
Uma versus quatro semanas de tratamento da neurocisticercose com albendazol em
crianças: um ensaio clínico duplo-cego placebo controlado.
Singhi P, Dayal D, Khandelwal N.
CONTEXTO: a duração apropriada da terapêutica da neurocisticercose com albendazol
permanece indeterminada. Resultados de ensaios clínicos pequenos e não controlados
sugerem que a terapêutica por tempo curto é tão efetiva quanto a terapêutica prolongada,
mas essa informação precisa ser testada em ensaios clínicos apropriados.
OBJETIVOS: comparar a eficácia do tratamento por uma semana versus o tratamento por
quatro semanas da neurocisticercose com albendazol.
DESENHO DO ESTUDO E LOCAL: ensaio clínico randomizado na Clínica de
Neurocisticercose Pediátrica do Centro Pediátrico Avançado, uma unidade pediátrica de
atendimento terciário dentro de um hospital universitário.
POPULAÇÃO-ALVO: foram avaliadas 122 crianças consecutivas com quadro de
convulsão e uma ou no máximo três lesões realçadas por contraste na tomografia
computadorizada do crânio.
INTERVENÇÃO: todas as crianças receberam albendazol (15mg/kg/dia) por sete dias
seguidos ou placebo por mais três semanas, de acordo com a randomização do paciente. A
tomografia foi repetida após um e três meses de tratamento. Os resultados do estudo
mostraram que 60 crianças receberam albendazol por 28 dias (grupo A), e 62 crianças,
albendazol por sete dias (grupo B). Todas as crianças foram seguidas por pelo menos dois
anos.
RESULTADOS: a resolução completa das lesões foi similar nos dois grupos na primeira
(42% vs. 39%) e na segunda (77% vs. 79%) tomografias de controle. A redução no número
Robespierre Ribeiro – CONFIDENCIAL – Agosto 2007
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total e no tamanho das lesões também foi similar. A proporção das lesões calcificadas (5%
vs. 10%) não diferiu de forma significante. O controle das convulsões após dois anos de
seguimento foi similar nos dois grupos.
CONCLUSÕES: neste ensaio clínico, a terapêutica da neurocisticercose com labendazol
por uma semana foi tão efetivo quanto o tratamento por quatro semanas nas crianças com
neurocisticercose e de uma a três lesões à tomografia de crânio.
Robespierre Ribeiro – CONFIDENCIAL – Agosto 2007
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