Impacto da composição dieta na manutenção da

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Disciplina: Alterações metabólicas da obesidade mórbida
Professora: Maria Isabel Toulson Davisson Correia
Aluna: Juliana Inacio Costa Efeitos da composição dietética sobre o gasto energético, na manutenção da perda de peso Mecanismos neurais, hormonais e químicos mantêm o equilíbrio entre ingestão e
perda energética, dentro de limites precisamente regulados, podendo os fatores
genéticos contribuir para as diferenças individuais. Anormalidades destes mecanismos
resultam em flutuações exageradas no peso sendo as mais comuns o excesso de peso e a
obesidade. Baixo gasto energético pode ser importante fator que contribui para o
excessivo ganho de peso, em indivíduos susceptíveis geneticamente, por meio da
promoção de balanço energético positivo (Rosado et al, 2001).
Dietas muito restritas em calorias podem levar a fome e a insatisfação, fazendo
assim com que individuo as abandone e, acabe por retornar a alimentação
desbalanceada, com concomitante ganho de peso. O "efeito sanfona", que ocorre em
pacientes que entram e saem de dietas muito restritivas, acaba por causar desequilíbrio
no organismo e, pode levar a ganho ponderal significante, o que gera peso ainda maior
do que o inicial.
Existem evidências consideráveis de que dietas ricas em lipídios estão
envolvidas no desenvolvimento da obesidade por meio da promoção do baixo
Quociente Respiratório (RQ) da dieta e estimulação do hiperconsumo de energia
(Rosado et al, 2001). Dietas ricas em proteínas têm sido prescritas para perda e
manutenção da perda de peso devido às propriedades sacietógenas e termogênicas
(Marquez, 2010). Porém, mesmo essas dietas que têm sido relacionadas com melhores
resultados do que dietas ricas em CHO em curto prazo, geram questionáveis benefícios
em longo prazo. Particularmente, sabe-se que a manutenção do peso é difícil, além de
poderem aumentar os riscos cardio-vasculares (Delbridge, 2009).
Saris 2003, aponta para a evidencia de que a relação entre gordura e carboidrato
não é o fator primário da composição de macronutrientes da dieta, já que é facilmente
passiva de consumo além do limite e leva ao ganho de peso. Após refeição rica em
carboidrato, a insulina promove captação e oxidação de glicose e inibe a lipólise e a
oxidação lipídica. Em contraste, as gorduras da dieta são primariamente depositadas no
tecido adiposo e a oxidação lipídica não é estimulada após refeição rica em gordura. A
oxidação prioritária do carboidrato, em detrimento da gordura, resulta na supressão da
oxidação da gordura dietética, o que leva ao aumento do estoque da mesma (Moulin et
al).
Marquez e cols, 2010, apontam que estudos também têm focado no tipo de
carboidratos nas dietas. O índice glicêmico se refere à porcentagem expressa de glicose
no sangue, após ingestão de porção equivalente de carboidrato de determinado alimento
como pão branco ou glicose. Assim, reduzindo-se a resposta insulínica por diminuir o
índice glicêmico nas dietas pode-se melhorar o perfil de glicose sanguínea no período
pós-prandial, o que pode ser traduzido em adequado controle do apetite.
O consumo da adenosina trifosfato (ATP) para o transporte, estocagem,
reciclagem e ativação dos lipídios, carboidratos e proteínas é de 10%, 25% e 45%,
respectivamente. O aumento no consumo proteico de 75 para 100 g/dia poderia
aumentar o gasto energético em torno de 50 kcal/dia. Adicionalmente, a proteína parece
ser o macronutriente que promove maior redução do consumo energético, comparado
aos demais, sendo constatada a diminuição entre 19% e 22% no consumo de refeições
subsequentes, após a ingestão de dieta hiperproteica contendo 54% do Valor Energético
Total (VET), comparada a dieta rica em carboidratos (63% do VET) (Blundell &
Stubbs, 1998 in Rosado, 2001).
A densidade energética da dieta (Kcal/g) pode ser diminuída ao reduzir-se a
quantidade de gorduras ingeridas. Os lipídios têm alta densidade energética (9Kcal/g)
quando comparados aos carboidratos e às proteínas (4Kcal/g). A incorporação de
alimentos ricos em água e fibras, como frutas e vegetais, também é uma boa forma de
intervenção. Esses são capazes de diminuir a densidade energética da dieta e auxiliar na
saciedade. Assim, para atingir a mesma quantidade calórica por meio de dieta com
baixa densidade energética, há a possibilidade de se consumir porções de alimentos
muito maiores e, concomitantemente, proporcionar menos fome, quando se compara
com dietas muito restritivas (Ello-Martin et al, 2007).
A estratégia dietética que mais tem sido apontada como a que de fato contribui
para a manutenção do peso corporal reduzido é aquela em que há, de fato, mudanças de
hábitos alimentares são incorporadas como o consumo balanceado, com concomitante
aumento do gasto energético.
O aumento da prevalência de sobrepeso e obesidade no Brasil e no mundo,
demanda certa urgência no desenvolvimento de medidas efetivas para perda de peso em
indivíduos com sobrepeso e obesidade. Embora a maioria das dietas produzam alguma
perda de peso rápida, é necessário ir além da perda de peso momentânea. A reeducação
alimentar e as mudanças no estilo de vida são condições básicas para que a manutenção
da perda de peso permaneça em longo prazo.
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http://www.abeso.org.br/pagina/109/artigos-­‐sobre-­‐obesidade.shtml 10/10/2012
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