Enigmas do vampiro histórias da Índia Catherine Zarcate Tradução Luciano Machado Ilustrações Rémi Saillard Temas Hinduísmo; Rituais de passagem, Bem versus Mal; Vida e morte Disciplinas afins Português; História; Geografia; Religião Guia de leitura para o professor Indicação Leitores em processo Série De boca em boca 96 páginas De boca em boca As histórias tradicionais guardam a memória do mundo – um tesouro que se atualiza cada vez que uma pessoa empresta corpo e voz à transmissão de enredos de origem anônima e coletiva. A série De boca em boca reúne uma amostra representativa desse rico acervo de histórias da tradição oral, oriundas de diferentes povos e regiões. São narrativas singulares que, por trás do traço pitoresco, da particularidade local, revelam de modo lúdico e lírico a experiência comum da humanidade. A fim de recuperar a dimensão vocal dessas histórias, que se costuma perder na passagem para a escrita, De boca em boca recria, por meio de recursos gráficos (como os itálicos e negritos e as variações no tamanho 2008996275029 dos caracteres e na sua distribuição espacial), inflexões de tom, mudanças de ritmo e ênfase (apenas uma sugestão, entre as múltiplas possibilidades de oralização). Dessa maneira, povoa-se a solidão da página e as palavras ganham altura no céu da boca. ResumO Enigmas do vampiro é uma história que entrelaça várias narrativas menores. Durante dez anos, um rei justo e honrado trata com displicência o presente que lhe traz, todas as manhãs, certo monge mendigo: um fruto grande como um abacate. Um dia, por acaso, um sagüi morde um dos tais frutos, revelando uma jóia no lugar do caroço. O rei manda chamar o monge para dar satisfações. Eis que o homem então solicita a sua ajuda para realizar um encanto. O rei deveria entregar-lhe o cadáver de um enforcado, pendurado numa árvore do cemitério. Dirigindo-se ao local indicado, o rei encontra a árvore, corta a corda e leva o cadáver. Porém, para seu espanto, o corpo estava possuído por um vam- Enigmas do vampiro histórias da Índia Catherine Zarcate piro, que passa a conversar com o rei. Ele lhe conta uma série de histórias, ao fim das quais há sempre um enigma, que o rei decifra de modo certeiro. Ao fazê-lo, o cadáver volta à árvore de onde havia saído, obrigando o rei a recomeçar a caminhada. Assim transcorre a noite até que uma das histórias do vampiro deixa o rei sem resposta. Diante desse silêncio, o vampiro revela ao rei que o monge, na verdade, era mestre de magia negra que acabaria por matá-lo a fim de dominar o mundo dos mortos. Orientado pelo vampiro, o rei vira o jogo e mata o monge – tornando-se ele mesmo o senhor dos mortos. Em retribuição, o vampiro concede ao rei que as histórias e enigmas contados durante aquela noite sejam conhecidos por toda a humanidade. O próprio deus Shiva se incumbe de conservar tal ciclo de histórias, que continuam a proteger todos aqueles que as ouvem ou lêem. Rede de HistóRias Por que a figura do rei é tão recorrente nas histórias de vários povos ao longo do tempo? Para o psiquiatra suíço Carl Gustav Jung (1875-1961), o rei simbolizaria no inconsciente coletivo as funções intuitivas e a sabedoria superior, enquanto para Marc Bloch (1886-1944), historiador francês, os reis seriam a personificação terrestre da ordem cosmológica, encarnação do princípio divino nas sociedades humanas (ver Os reis taumaturgos – O caráter sobrenatural do poder régio na França e na Inglaterra, Companhia das Letras, 1993). Por analogia com a divindade, atribuíam-se aos reis faculdades sobrenaturais, como, por exemplo, o dom de curar doenças pelo simples toque da mão. Mas, se a justiça e a nobreza real são a expressão mundana da sabedoria suprema, há momentos em que os reis vacilam e se mostram fracos e tolos. Nosso herói, o rei Vikram, é justo e bondoso, embora ingênuo. Ele não consegue enxergar a jóia oculta nos frutos que recebe. Cabe a um macaquinho – considerado um animal sagrado na Índia antiga – desvendar o valor do presente. Na verdade, o sagüi faz o que o rei não fez (por inocência, presunção ou falta de curiosidade). Aprendiz de sábio, portanto, o rei deve submeter-se a um ritual de iniciação que o ensine a enxergar melhor, a ultrapassar o plano das aparências. Ao cabo desse ritual, o rei merece reinar na harmonia, após ter-se libertado, com o auxílio de Shiva, do véu da ignorância. Enigmas do vampiro histórias da Índia Catherine Zarcate A relação entre aparência e essência é recorrente em várias histórias deste livro. O vampiro, que parece mau, ajuda o rei; ao passo que o monge, um santo homem aparentemente, é um impostor com intenções homicidas. Contudo, o rei só consegue se aproximar da verdade quando falha na decifração do enigma proposto pelo vampiro. Isso talvez esteja relacionado a alguns princípios do hinduísmo, que enfatiza o desenvolvimento espiritual como um aprendizado às avessas, ou seja, é preciso que nos desvencilhemos dos conhecimentos adquiridos para atingirmos a verdadeira iluminação. Assim, não é de se estranhar que a verdadeira sabedoria se manifeste no conto por meio do silêncio do rei diante do enigma. Apenas quando demonstra humildade, o rei consegue sair do círculo vicioso que o reconduz sempre à estaca zero. A cor do LugaR Federação de cultos A Índia é dividida em distritos, cada qual com uma língua e costumes próprios, com idéias e práticas religiosas diferenciadas. A grande maioria dos indianos trabalha na agricultura e, apesar das cidades grandes e populosas, muita gente ainda vive em pequenos povoados, o que acentua a heterogeneidade religiosa e lingüística no interior do hinduísmo. Para os indianos, toda a natureza exprime vida. As árvores, rochas e quedas d’água constituem santuários naturais. Nessa perspectiva, os rios revestem-se de grande importância espiritual. Diariamente, milhares de pessoas se dirigem às suas margens para abluções (lavagens) rituais. Varansi, às margens do Ganges, é tida como a mais sagrada cidade indiana, o lugar onde todo hindu gostaria de morrer. Alguns estudiosos consideram o hinduísmo uma federação de cultos e costumes, como também ocorre, em certa medida, com o cristianismo. A maioria dos hindus acredita em um único deus, mas muitos reverenciam vários deles, ou nenhum. Alguns acreditam que o respeito por todas as criaturas vivas exige o vegetarianismo; outros sacrificam animais nos templos e repartem alegremente sua carne perto de algum rio. Uns adoram Shiva; outros, Vishnu e suas encarnações, especialmente Krishna; outros são adoradores das deusas. Enigmas do vampiro histórias da Índia Catherine Zarcate Samsara, karma, moksha, dharma Um aspecto do livro que chama a atenção diz respeito à personagem do enforcado – figura estranha se levarmos em conta que os indianos costumam incinerar seus mortos. Dessa prática estão excluídos os criminosos, privados do direito aos ritos funerários tradicionais – o que talvez explique a tenebrosa personagem. Enquanto o cristianismo enfatiza as decisões tomadas numa única vida e encara a salvação em termos individuais, os hindus concebem a vida como uma corrente formada por várias existências. Isso explica a noção de samsara, que representa o fluxo da vida, do nascimento à morte, sucessivamente. Ao conceito de samsara, liga-se a noção de karma, que significa trabalho ou ação, e designa também as conseqüências das ações dentro de uma existência. Ser cremado e ter as cinzas misturadas com cravos-dedefunto (flor sagrada para os indianos) e espalhadas no Ganges é um ritual que garante a vida futura, e, portanto, a continuação do karma. O objetivo da vida de um hindu é alcançar a moksha (salvação), com rezas, boas ações, meditação e práticas corporais, como a ioga. Construir uma vida cheia de bondade significa a possibilidade de renascer numa forma mais adiantada e próxima da moksha. Para isso, os hindus tentam viver de acordo com um código de comportamento, dharma, que implica a dedicação à família e aos amigos, o trabalho contínuo e a honestidade. Deuses hindus Os deuses hindus são amiúde representados com várias cabeças (ou vários braços), o que sinaliza a posse de múltiplas habilidades. Veja a seguir algumas das principais divindades. Brahma Criador do universo e deus da sabedoria, Brahma pode ser representado com quatro rostos, que indicam o domínio dos quatro pontos cardeais, ou quatro braços, com os quais segura os livros sagrados, um rosário e um cantil. Vishnu Protetor do universo, Vishnu monta uma águia imensa, Garuda, e carrega também a esposa, Lakshimi, deusa da beleza e da boa sorte. Pode ser representado com quatro braços, segurando uma concha sagrada, uma flor de lótus, um disco e um cajado. Enigmas do vampiro histórias da Índia Catherine Zarcate Shiva Destruidor do mundo, Shiva geralmente aparece dançando. Seus movimentos simbolizam a energia fluindo pelo mundo, a alternância entre dia e noite, nascimento e morte, o suceder das estações. Krishna O oitavo avatar de Vishnu (uma das formas que Vishnu assumiu ao visitar a Terra) é um dos deuses hindus mais conhecidos. Famoso por sua malícia e pelas peças que prega nos amigos, Krishna é representado com pele azul-escura ou preta, segurando ou tocando uma flauta. Castas e monges Os hindus se dividem em castas: grupos sociais fechados, definidos hereditariamente (quem nasce numa casta nela permanece), e homogêneos em termos raciais, profissionais ou religiosos. A casta mais alta é a dos brâmanes, os sacerdotes. A seguir, vem a dos xátrias, os guerreiros e os nobres. Abaixo deles, os vaixás, os mercadores, e por fim, os sudras, os trabalhadores comuns. Existe um quinto grupo, os párias, composto por indianos que não pertencem a nenhuma casta e são considerados impuros e desprezíveis, como os filhos de meretrizes e os que cometeram graves infrações contra preceitos sociais ou religiosos. Da mesma maneira que o monge da nossa história, os homens santos são muito comuns nas cidades e aldeias indianas. Abandonam todas as suas posses para se dedicar à oração e à meditação. Perambulam de um lugar ao outro, recebendo alimentos e dinheiro das pessoas que desejam retribuir-lhes as bênções que captam com suas orações. Vampiros Para os indianos, o vampiro possui um sentido diferente da imagem moderna mundialmente consagrada, por exemplo, pelo conde Drácula de Bram Stoker (1847-1912): seres lânguidos e aristocráticos prontos a cravar as afiadas presas no pescoço das vítimas cujo sangue os alimentará. Entre os hindus, porém, vampiros são espíritos que habitam cadáveres pendurados em árvores, de cabeça para baixo. Eles representam o rompimento do fluxo entre a vida e a morte e, portanto, da reencarnação. Enigmas do vampiro histórias da Índia Catherine Zarcate Livros sagrados Os mais antigos livros sagrados hindus têm mais de 3 mil anos. São quatro coleções de hinos, orações e fórmulas mágicas, chamadas Vedas. O mais antigo e sagrado é o Rig Veda, que contém mais de mil hinos. Outros textos importantes são os Upanishads, ensinamentos sagrados, transmitidos por meio de parábolas e histórias fantásticas, que enfocam o relacionamento dos homens com o deus Brahma; o Mahabharata, poema épico dedicado à cosmologia hindu (cujo trecho mais famoso é Bhagavad Gita, que apresenta os ensinamentos de Krishna em sua conversa com o herói Arjuna) e o Ramayana, que narra a história do deus Rama e do resgate de sua esposa, Sita, do demônio Ravana. Além da PáginA Usar o corpo, soltar a voz Uma primeira idéia de atividades que podem ser desenvolvidas em sala de aula a partir deste livro liga-se, é claro, à oralização/dramatização de algumas das histórias, ou seja, à leitura compartilhada diante de um grupo. Para tanto, antes de tudo, é preciso organizar o espaço de modo propício. Afastar as carteiras para criar uma pequena “clareira” onde as crianças possam sentar-se em roda sempre ajuda. Investido do papel de contador de histórias, o professor pode e deve empenhar-se corporalmente nessa tarefa. Ouvidos e olhos, garganta e músculos devem estar atentos, à disposição das personagens. Outra possibilidade, a ser experimentada com crianças um pouco mais maduras, consiste em dividir os alunos em pequenos grupos e incumbir cada um deles da leitura de um conto. Convém que, antes de apresentar a cena à roda, cada grupo “ensaie” um pouco, que os alunos experimentem a voz e a postura mais adequadas a cada personagem (narrador também é personagem!) e que se revezem nos papéis. A leitura deve ser despojada, com os alunos simplesmente sentados diante dos colegas. No entanto, caso eles desejem e haja tempo, também se pode fazer uma encenação mais “completa”, com roupas, objetos e cenário. O que importa, na verdade, é tirar a história do papel e oferecê-la aos demais, usando as pistas gráficas que o próprio livro fornece para indicar mudanças de ênfase, ritmo e inflexão, ou criando uma nova marcação: afinal, as histórias são abertas e admitem mais de uma interpretação. Enigmas do vampiro histórias da Índia Catherine Zarcate Pretendentes no páreo Em Os três pretendentes da noiva morta, o vampiro propõe um enigma ao rei: “Qual dos três pretendentes da noiva morta, e agora ressuscitada, merece sua mão? Aquele que aqueceu com seu corpo as cinzas da noiva morta? O que levou seus ossos ao Ganges? Ou aquele que a ressuscitou com palavras mágicas?” O rei se decidiu pelo primeiro, argumentando em seu favor. O professor poderia então dividir a classe em três grupos encarregados de defender o ponto de vista de cada pretendente, criando novos argumentos. Para justificar melhor seus pontos de vista, os alunos podem ser estimulados a pesquisar o significado cultural das ações de cada rapaz. O que pode representar para um indiano manter aquecidas as cinzas da amada? E levar seus ossos ao rio? E fazer um encantamento? Fogo purificador Ainda no que se refere a Os três pretendentes da noiva morta, destaca-se a cena da ressurreição da jovem, que volta à vida ainda mais bela, após ter sido purificada pelo fogo. O aspecto purificador das chamas – que desempenham papel central nos ritos funerários hindus (cremação) e na representação das divindades (Brahma é idêntico ao fogo, segundo o Bhagavad Gita, 4,25) – encontra numerosos ecos em outras tradições culturais. O fogo aparece repetidas vezes – no Antigo e no Novo Testamento – como meio que limpa os seres e os afasta do impuro, por exemplo, na passagem em que o Espírito Santo desce sobre os apóstolos sob a forma de línguas de fogo (At; 2,3). De modo semelhante, na mitologia grega, é possível lembrar a apoteose de Hércules, que acede à condição imortal lançando-se às chamas, ou mesmo Aquiles, quase mergulhado no fogo ainda recém-nascido por sua mãe, a deusa Tétis. Uma idéia interessante seria pedir aos alunos que, a partir das histórias do vampiro, pesquisassem mais sobre a relação entre fogo e pureza – levando em conta inclusive representações plásticas de divindades (desenhos, telas, esculturas) – e apresentassem para o restante da escola os resultados a que chegaram, sob a forma de cartazes em um mural. Acrósticos Em O ladrão e o mercador, há uma passagem em que a autora se serve de um acróstico: Enigmas do vampiro histórias da Índia Catherine Zarcate E por mais que o pobre mercador avisado Escalasse os amigos para formar Uma muralha humana Para barrar A entrada da loja dia e noite Sem parar Sem esmorecer Espiando para todos os lados, era Incrível: não se sabe de que jeito... O acróstico é um tipo de composição, geralmente em versos, em que as letras iniciais ou finais de um conjunto de frases formam palavras ou sentenças passíveis de leitura na direção vertical. No caso em questão, forma-se na vertical a frase “Eu passei”, justamente no trecho em que se descrevem as investidas do ladrão. O professor pode então sugerir aos alunos a criação de novos acrósticos, de modo a explorar o potencial lúdico desse tipo de construção, muito usada na poesia barroca. Os pés da amada Os pés da mãe e da filha traz à tona um motivo que talvez muitos alunos conheçam: a busca de uma esposa que se conhece apenas detalhes do pé. Certamente todos se lembrarão da história A gata borralheira (ou Cinderela) e do sapatinho de cristal, na célebre versão do francês Charles Perrault (1628-1703). Caso os alunos não se recordem da história, o professor poderia refrescar-lhes a memória para, em seguida, sugerir-lhes um exercício de comparação com o caso narrado pelo vampiro. Os pés funcionam em ambas as histórias como a única pista deixada por mulheres misteriosas. Nas duas histórias também, o encontro com as mulheres causa uma reviravolta nas expectativas dos príncipes: o sapato de cristal pertence a uma pobre criada; a beleza dos pés nada tem a ver com a juventude de sua dona. A comparação, então, pode ser enfim remetida ao conflito entre aparência e essência, presente em outras passagens do livro. Enigmas do vampiro histórias da Índia Catherine Zarcate Livros e Filmes: sugestões Livros Para o professor • Contos do vampiro, Louis Renou. São Paulo: Martins Fontes, 1986. Uma versão mais alentada das histórias do ciclo do vampiro, cujo cenário é a Índia dos seis ou sete primeiros séculos de nossa era. • A conquista psicológica do mal, Heinrich Zimmer. São Paulo: Palas Athena, 2005 (ver especialmente o capítulo “O rei e o cadáver”). Reunião de histórias populares da literatura do Oriente e do Ocidente, organizadas em torno do eterno conflito entre o homem e as forças do mal. O autor parte do Livro das mil e uma noites, passa pelas lendas do ciclo arturiano e desemboca num mito clássico hindu de amor sobrenatural. • Filosofias da Índia, Henrich Zimmer. São Paulo: Palas Athena, 2003. Entre outros temas, um estudo sobre as bases da ioga, do bramanismo e do budismo. • Mitos e símbolos na arte e na civilização da Índia, Heinrich Zimmer. São Paulo: Palas Athena, 1989. Interpretação de mitos da Índia, recolhidos originalmente do sânscrito e ilustrados por 70 imagens da arte hindu. • As cabeças trocadas, Thomas Mann. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2000. Sita, “a despertada para o amor”, é uma mulher indiana dividida entre o amor de dois homens. A partir dos deuses da mitologia indiana, o escritor alemão Thomas Mann (1875-1955) compara as culturas oriental e ocidental ao abordar o conflito entre corpo e alma, desejo e culpa. Para o aluno • O que sabemos sobre o hinduísmo, Anita Ganeri. São Paulo: Callis, 2002. Uma apresentação do hinduísmo dirigida ao público infanto-juvenil, com belas fotos e ilustrações. Enigmas do vampiro histórias da Índia Catherine Zarcate Filmes e documentários Para o professor • Lagaan – A coragem de um povo [Lagaan: Once upon a time in India], Ashutosh Gowariker. Índia, 2001. Musical apresenta a história de uma vila indiana que tenta se livrar da opressão dos colonizadores ingleses de modo inusitado: o jogo de críquete. • Missão Kashmir [Mission Kashmir], Vidhu Vinod Chopra. Índia, 2000. No contexto da disputa pelo vale Kashmir, um menino é adotado depois que sua família é exterminada, mas descobre que seu padrasto é o responsável pelos assassinatos. • Sob a luz da América [American daylight], Roger Christian. Índia, 2004. Uma jovem indiana que trabalha no departamento de telemarketing de uma operadora de cartões de crédito em Nova Déli dá dicas a um milionário norte-americano para evitar que a esposa o roube. Como pano de fundo, o encontro entre a cultura indiana e a norte-americana. Para o aluno • Um casamento à indiana [Moonsoon wedding], Pan Nalin. Índia, 2001. Família indiana se reúne em Nova Déli para celebrar o casamento da filha, arranjado às pressas com um engenheiro texano. Várias histórias se entrelaçam, retratando diferentes aspectos do amor e atravessando fronteiras geográficas, sociais e morais. Elaboração do guia Adriana de Oliveira (jornalista e mestranda em antropologia pela Universidade de São Paulo); Preparação Fabio Weintraub; Revisão Carla Mello Moreira e Gislaine Maria da Silva 10