SOCIEDADE BRASILEIRA DE TERAPIA INTENSIVA

Propaganda
SOCIEDADE BRASILEIRA DE TERAPIA INTENSIVA- SOBRATI
VILMA DOMINGUES DA SILVA
ECMO – ASPECTOS CLÍNICOS E TÉCNICOS
SÃO PAULO/SP
Novembro/2013
1
VILMA DOMINGUES DA SILVA
ECMO – ASPECTOS CLÍNICOS E TÉCNICOS
Dissertação
apresentada
ao
Mestrado
Profissionalizante em Terapia Intensiva, da
Sociedade Brasileira de Terapia Intensiva
(SOBRATI), vinculada à área de concentração:
Fisioterapia Intensiva, como requisito parcial para
obtenção do grau de Mestre Profissionalizante em
Terapia Intensiva. Orientador: Prof. Drª Claudia
Conforto.
SÃO PAULO/SP
Novembro/2013
2
SUMÁRIO
SUMÁRIO .............................................................................. 03
RESUMO ................................................................................ 05
ABSTRACT............................................................................ 05
1. INTRODUÇÃO.................................................................. 06
1.1 Controle de Infecção ........................................................ 06
2. OBJETIVOS....................................................................... 06
3. MATERIAIS E MÉTODOS ............................................. 06
4. DISCUSSÃO ...................................................................... 06
4.1. História do ECMO.......................................................... 06
4.2. Indicações e critérios para ECMO ................................ 07
4.3. Contra- indicações para ECMO.................................... 08
4.4. Equipamento para ECMO............................................. 08
4.4.1. Sistema de oxigenação por membrana extracorpórea (ECMO)
................................................................................................. 08
4.4.2. Os dispositivos de segurança e monitores ..................... 08
4.5. Visão geral da técnica ECMO ....................................... 08
4.5.1. Desvio veno-arterial ...................................................... 08
4.5.2. Desvio veno-venoso ....................................................... 09
4.6. Interferências da ECMO nos Sistemas. ........................ 09
4.6.1. Sistema Pulmonar .......................................................... 09
4.6.2. Sistema Cardiovascular ................................................. 09
4.6.3. Sistema Nervoso Central ............................................... 09
4.6.4. Sistema Renal................................................................ 10
4.7. Considerações Hematológicas ....................................... 10
4.8. Complicações mecânicas da ECMO ............................. 10
4.9. Complicações Clínicas da ECMO ................................. 10
4.9.1. Mortalidade e morbidade .............................................. 11
3
4.9.2. Deficiência neurossensorial .......................................... 12
4.9.3 Morbidade psicossocial .................................................. 12
4.9.4. Deficits neuromotores .................................................... 12
4.10. Medicação ...................................................................... 12
5. RESULTADOS ................................................................... 13
6. CONSIDERAÇÕES .......................................................... 13
7. REFERÊNCIAS................................................................. 13
4
RESUMO
O termo oxigenação por membrana extracorporea (ECMO) foi inicialmente usado para descrever o
suporte extracorporal a longo prazo que se concentrou sobre a função de oxigenação. O objetivo da
terapia é para dar tempo para a recuperação intrínseca dos pulmões e do coração, assim uma
circulação extracorpórea padrão fornece suporte durante vários tipos de procedimentos cirúrgicos
cardíacos. O objetivo deste trabalho foi verificar os aspectos técnicos e clínicos sobre o uso de
oxigenação por membrana extra-corporal (ECMO). Para tanto, foi realizada pesquisa bibliográfica
em diversas bases de dados (Bireme, Chest, Lilacs, PubMed e Scielo), além de Revista Intensiva,
diversos livros, teses e textos eletrônicos onde foram buscados artigos nacionais ou internacionais,
escritos por profissionais da saúde especializados no tema. Concluiu-se que não oferecer ECMO é
como não oferecer a ventilação convencional, pois o ECMO é utilizada enquanto busca-se um
diagnóstico e melhor estratégia terapêutica, dando ao paciente a chance de melhorar sua condição
cardiorrespiratória aumentando as chances de recuperar a própria vida.
Palavras chaves: ECMO, sistema de oxigenação extracorpóreo, disfunção cardiopulmonar, equipe
multiprofissional.
ABSTRACT
The term extracorporeal membrane oxygenation (ECMO) was first used to describe the longterm extracorporeal support that focused on the role of oxygenation. The goal of therapy is to
allow time for recovery intrinsic lung and heart, so a standard cardiopulmonary bypass
provides support for several types of cardiac surgical procedures. The aim of this study was to
evaluate the clinical and technical aspects of the use of membrane oxygenation extracorporeal
oxygenation (ECMO). To do so, bibliographical research in various databases (Bireme, Chest,
Lilacs, PubMed and SciELO databases), and Intensive Magazine, several books, theses and
electronics texts which were sought national and international articles, written by
professionals health experts on the subject. It was concluded that not offering ECMO is like
not offer conventional ventilation because ECMO is used while searching up a diagnosis and
best treatment strategy, giving the patient a chance to improve their cardio respiratory
increasing the chances of recovering their lives .
Keywords: ECMO, extra corporeal oxygenation system, cardio-pulmonary dysfunction,
multidisciplinary team.
5
1. INTRODUÇÃO
O termo oxigenação por membrana extracorpórea (ECMO) foi inicialmente usado para
descrever o suporte extra corporal a longo prazo que se concentrou sobre a função de oxigenação.
Posteriormente, em alguns pacientes, a maior ênfase foi a remoção do dióxido de carbono, e o
termo de remoção de dióxido de carbono foi marcado como extra corporal. Suporte circulatório foi
mais tarde usado para suporte no pós-operatório em pacientes submetidos a cirurgia cardíaca.[1]
Outras variações de seus recursos foram testadas e utilizadas ao longo dos últimos anos, tornandose uma ferramenta importante no arsenal de vida e medidas de apoio do órgão para os médicos.
Com todos esses usos para o circuito de circulação extracorpórea, uma nova modalidade, de suporte
de vida extracorpórea (ECLS), entrou em voga para descrever esta tecnologia.
As diferenças entre ECMO e Bypass cardiopulmonar são as que seguem:
O ECMO é freqüentemente instituído usando apenas punção cervical, que pode ser
realizada sob anestesia local; circulação extracorpórea padrão geralmente é instituída por punção
transtorácica sob anestesia geral [2]
Ao contrário do padrão de bypass cardiopulmonar, o qual é usado para o apoio a curto
prazo medido em horas, o ECMO é usado para suporte de longo prazo que varia de 3-10 dias.[3]
O objetivo da terapia é para dar tempo para a recuperação intrínseca dos pulmões e do
coração, uma circulação extracorpórea padrão fornece suporte durante vários tipos de
procedimentos cirúrgicos cardíacos.
1.1. Controle de Infecção
São necessárias precauções assépticas [4]. A presença de infecção é monitorada pela
obtenção de culturas do circuito, pelo menos uma vez por semana. Com base na experiência
institucional, o protocolo de frequência pode variar. Outras culturas adequadas (por exemplo,
fúngicas e virais), devem ser obtidas conforme necessário.
Pacientes em ECMO exigem acompanhamento de perto de fluidos e eletrólitos. Os
requisitos de alta energia devem ser atendidas utilizando técnicas de hiperalimentação. O peso do
paciente aumenta durante os primeiros 1-3 dias de ECMO devido à retenção de fluidos [4].
2. OBJETIVOS
O objetivo deste trabalho foi verificar os aspectos técnicos e clínicos sobre o uso de
oxigenação por membrana extra-corporal (ECMO).
3. MATERIAIS E MÉTODOS
Tentando conhecer por meio da literatura os aspectos técnicos sobre o uso de
oxigenação por membrana extra-corporal (ECMO), juntamente com os riscos, benefícios e
resultados e disseminar a utilização da ECMO, suas indicações, contra indicações, descrever o
equipamento, analisar a visão geral da terapia, assim como as complicações Mecânicas e Clínicas
após sua utilização. Assim como a necessidade de profissional especializado para trabalhar com o
ECMO. Foi realizada pesquisa bibliográfica em diversas bases de dados (Bireme, Chest, Lilacs,
PubMed e Scielo), além de Revista Intensiva, diversos livros, teses e textos eletrônicos onde
foram buscados artigos nacionais ou internacionais, escritos por profissionais da saúde
especializados no tema. As buscas foram realizadas utilizando os seguintes descritores: ECMO,
sistema de oxigenação extracorpóreo, disfunção cardiopulmonar, equipe multiprofissional.
4. DISCUSSÃO
4.1. História do ECMO
Em maio de 1953, Gibbon utilizou oxigenação artificial e apoio de perfusão para a
primeira operação de coração aberto com sucesso [2]. Em 1954, Lillehei aprimorou o oxigenador
artificial, desenvolvendo o chamado oxigenador de bolha, mais simples e eficiente que os utilizados
6
até então [3]. Em 1955, na Clínica Mayo, Kirklin et al aprimoraram o dispositivo de Gibbon e
repararam com sucesso um defeito do septo atrial [5].
Em 1965, Rashkind e colaboradores foram os primeiros a usar um oxigenador de bolhas
como suporte em um recém-nascido com insuficiência respiratória [6]. Em 1969, Dorson e colegas
relataram o uso de um oxigenador de membrana para circulação extracorpórea em crianças [7]. Em
1970, Baffes et al relataram o sucesso do uso de oxigenação por membrana extracorpórea como
suporte em crianças com cardiopatias congênitas que foram submetidos à cirurgia cardíaca [8]. Em
1975, Bartlett et al foram os primeiros a usar com sucesso o ECMO em recém-nascidos com
insuficiência respiratória grave [9].
4.2. Indicações e critérios para ECMO
Dois principais diagnósticos neonatais requerem o uso de ECMO, o diagnóstico
primário associado à hipertensão pulmonar primária do recém-nascido (HPPN), incluindo HPP
idiopática, síndrome de aspiração meconial, síndrome da angústia respiratória, estreptococos do
grupo B, sepse, asfixia e a hérnia diafragmática congênita (CDH) [10, 11, 12,13].
Já os critérios de seleção para recém-nascidos incluem: a) Idade gestacional de 34
semanas ou mais; b) O peso ao nascer de 2.000 g ou mais; c) na coagulopatia significativa ou
sangramento descontrolado; d) Não deve haver hemorragia intracraniana importante (grau 1
hemorragia intracraniana); e)Ventilação mecânica por 10-14 dias ou menos; f) lesão pulmonar
reversível; g) não existir malformações letais; h) Inexistência de malformação cardíaca intratável e;
ocorrência do fracasso de terapia médica máxima [ 10, 11, 12,13] .
O não cumprimento destes critérios é uma contra-indicação relativa para o ECMO.
São aplicados critérios de qualificação do paciente para ECMO somente quando a
criança atingiu suporte ventilatório máximo de oxigênio a 100% (fração inspirada de oxigênio
[FiO2] é igual a 1), com picos de pressão inspiratória (PIP), muitas vezes tão alto quanto 35
centímetros de água. Eles incluem: o gradiente alvéolo-arterial, o índice de oxigenação e
deterioração aguda [11].
O alvéolo-arterial (Aa) gradiente de 600-624 mmHg durante 4-12 horas à do nível do
mar pode ser calculado como se segue (em que 47 = pressão parcial do vapor de água): capacidade
de difusão de O2 é igual a pressão atmosférica 47 (PaCO2 PaO2 +)/FiO2
O índice de oxigenação (IO) superior a 40 em 3 de 5 determinações pós-ductal é obtido
30-60 minutos de intervalo pode ser calculado como se segue (onde MAP é a pressão média das
vias aéreas) [11]:
OI = (MAP x FiO2 x 100) / PaO2
PaO2 = 35-50 mm Hg para 2-12 horas
Deterioração aguda pode ser calculada como se segue:
PaO2 de 30-40 mm Hg ou menos por 2 horas
pH de 7,25 ou menos durante 2 horas
Hipotensão intratável.
O ECMO pediátrico é indicado ou considerado nas seguintes situações: [11, 12,13]
a) baixo débito cardíaco resultante da direita, esquerda e insuficiência
biventricular após reparação de defeito congênito;
b) crise vasoreativa pulmonar após reparo de defeito cardíaco congênito levando a
hipoxemia grave, baixo débito cardíaco, ou ambos;
c) raramente, como uma ponte para a cirurgia cardíaca em pacientes com grave
lesão de órgão-final resultante do baixo débito cardíaco relacionado à doença cardíaca congênita;
d) como uma ponte para o transplante cardíaco;
e) possivelmente, tal como uma ponte para a recuperação temporária na
cardiomiopatia secundária a insuficiência renal, a miocardite, e queimaduras.
Hoje, outras indicações ou seleção menos rigorosa de pacientes em certas instituições
7
são realizadas utilizando esta tecnologia mais diversificada, não só em problemas cardíacos agudos,
mas também em doenças pulmonares primários [11, 12,13].
4.3. Contra- indicações para o uso do ECMO
O não cumprimento de critérios de seleção discutidos e as indicações para oxigenação
por membrana extracorpórea acima, são uma contra-indicação relativa para ECMO [11, 12,13].
Ao contrário da situação em recém-nascidos, quando o ECMO é considerado em um
paciente pediátrico, nenhum conjunto claro de critérios de inclusão ou exclusão existe. A avaliação
de um paciente pediátrico de apoio para o ECMO é amplamente baseada em uma avaliação da
condição do paciente e da experiência institucional com ECMO pediátrica [11, 12,13].
4.4. Equipamento para ECMO
O aparelho de oxigenação da membrana extracorporal (ECMO) é constituído por uma
bomba de sangue com tubos de rolamento, um reservatório venoso, um oxigenador de membrana, e
um permutador de calor em contracorrente.
4.4.1. Sistema de oxigenação por membrana extracorpórea (ECMO).
A bomba de sangue é uma bomba de roletes simples (o mais comum) ou uma bomba
centrífuga vórtice restrita. A bomba de roletes provoca menos hemólise e é utilizada para ECMO
neonatal. O reservatório venoso é usado com a bomba de roletes para ECMO neonatal. O
oxigenador é responsável pela troca de oxigênio e dióxido de carbono e é fundamental para o bom
desempenho do ECMO prolongado. Três tipos de pulmões artificiais comerciais estão disponíveis:
bolha, de membrana e dispositivos de fibra oca. O permutador de calor aquece o sangue, utilizando
um mecanismo do tipo contracorrente. O sangue é exposto à água quente que circula dentro de
tubos de metal.[2]
4.4.2. Os dispositivos de segurança e monitores
Detectores de bolha de ar pode identificar bolhas de ar microscópicas no sangue
arterializado e desliga automaticamente a bomba de sangue.
Filtros de linha arterial entre o permutador de calor e a cânula arterial são utilizados para
o ar de armadilha, trombos e outras embolias.
Os monitores de pressão, que são colocadas antes e depois do oxigenador, medem a
pressão do sangue em circulação e são utilizados para monitorizar um aumento perigoso da pressão
no circuito. Isto pode ocorrer com o oxigenador em caso de trombose ou a oclusão do tubo ou
cânula. Os monitores de pressão são críticos na prevenção das perturbações do circuito em face da
oclusão distal.
O monitor venoso de saturação de oxigênio contínuo e monitor de temperatura são outro
importantes fatores de segurança.
4.5. Visão geral da técnica ECMO
O circuito de oxigenação por membrana extracorpórea (ECMO) é preparado com o
sangue disponível. O equilíbrio ácido-base, gases sanguíneos e do iniciador são ajustados de forma
adequada. Diferenças entre ECMO venoarterial e ECMO veno-venoso são apresentados a seguir:
4.5.1. Desvio veno-arterial
Nesta situação, é colocada uma cânula através da veia jugular direita para dentro do átrio
direito. O sangue é drenado para um reservatório venoso localizado abaixo do nível do coração. O
sangue é bombeado ativamente por uma bomba de roletes através do oxigenador, onde ocorre a
troca gasosa através de fluxo contracorrente do sangue e gás. Em seguida, o sangue é aquecido até à
temperatura corporal, pelo permutador de calor antes de retornar ao paciente, através de uma cânula
colocada na artéria carótida direita no arco aórtico. Terapia de anticoagulação sistêmica com
heparina é administrada em todo o circuito de desvio, com monitorização frequente do tempo de
8
coagulação ativado (TCA), que deve ser mantida em 180-240 segundos [4].
4.5.2. Desvio veno-venoso
No desvio veno-venoso, uma cânula de duplo lúmen é colocado através da veia jugular
direita para o átrio direito. Saturado o sangue é retirado do átrio direito, através da parede do cateter
venoso fenestrado exterior, e o sangue oxigenado é retornada através do lúmen interno do cateter e é
inclinado a dirigir o sangue através da válvula tricúspide [4].
Diferenças entre veno-arterial e veno-venosa da oxigenação membrana extracorpórea [4]
ECMO veno-arterial
PaO2 muito alta
ECMO veno-venoso
PaO2 muito baixa
Taxas de perfusão baixas
Taxas de perfusão elevadas
Ignora circulação pulmonar
Mantém o fluxo sanguíneo pulmonar
Diminui a pressão arterial pulmonar
Eleva misturado venoso PO2
Fornece suporte cardíaco para auxiliar a
circulação sistêmica
Não fornece suporte cardíaco para auxiliar a
circulação sistêmica
Requer punção arterial
Requer apenas punção venosa
Em alguns pacientes com insuficiência cardíaca A punção transtorácica permite a descompressão
ou respiratória, que foram recentemente
do coração esquerdo por canulação do átrio
submetidos a cirurgia cardíaca, a canulação
esquerdo. Isso é útil em pacientes com
transtorácica da aurícula direita e o arco aórtico
insuficiência cardíaca esquerda primária.
pode ser usado como uma alternativa à
canulação do pescoço
4.6. Interferências da ECMO nos Sistemas.
4.6.1. Sistema Pulmonar
O ECMO é usado temporariamente, enquanto se aguarda a recuperação pulmonar.
No uso clássico de ECMO neonatal, os ajustes do ventilador típicos são FiO2 de 21-30%, pico de
pressão inspiratória (PIP) de 15-25 cm H2O, uma pressão expiratória final positiva (PEEP) de 3-5
cm H2O e ventilação mecânica intermitente (IMV) de 10-20 respirações por minuto. Em alguns
centros, um elevado PEEP de 12-14 cm de água tem sido utilizado para evitar atelectasia; este tem
sido utilizado para encurtar o tempo de circulação em lactentes. A higiene pulmonar é rigorosa e
exige mudanças freqüentes de posição, e aspiração endotraqueal a cada 4 horas, dependendo das
secreções e radiografia de tórax diariamente [4].
4.6.2. Sistema Cardiovascular
A perfusão sistêmica e o volume intravascular deve ser mantida. O status do volume
pode ser avaliado clinicamente por débito urinário, sinais físicos de perfusão e medindo a pressão
venosa central e a pressão arterial média. O débito cardíaco pode ser reforçada com agentes
inotrópicos. O ecocardiograma deve ser realizado para excluir qualquer grande anomalia cardíaca
congênita, que pode exigir uma intervenção imediata que não o ECMO (por exemplo, obstrução de
conexão anômala total) [4].
4.6.3. Sistema Nervoso Central
Complicações do sistema nervoso central são as mais graves e estão relacionadas
principalmente com o grau de hipóxia e acidose. É recomendado que se evite agentes paralisantes e
se realizem exames neurológicos regulares. Se possível, a ultra-sonografia da cabeça deve ser
realizada antes do início do ECMO em um recém-nascido. Reavaliação com ultrassonografia da
9
cabeça em série podem ser necessárias, em uma base diária, especialmente depois de qualquer
grande evento. Em pacientes com crises ou suspeita de convulsões, recomenda-se um tratamento
agressivo (por exemplo, fenobarbital) [4].
4.6.4. Sistema Renal
Durante as primeiras 24-48 horas de ECMO, oligúria e necrose tubular aguda associada
a permeabilidade capilar e depleção de volume intravascular são comuns porque o ECMO
desencadeia uma reação inflamatória aguda. A fase de diurético, o que geralmente começa dentro de
48 horas, é muitas vezes um dos primeiros sinais de recuperação. Se a oligúria persiste por 48-72
horas, os diuréticos são frequentemente obrigados a reduzir o edema. Quando a insuficiência renal
não melhorar a hemofiltração ou hemodiálise filtros podem ser adicionados ao circuito [4].
4.7. Considerações Hematológicas
Para otimizar o fornecimento de oxigênio, a hemoglobina do paciente deve ser mantida
a 12-15 g / dL utilizando concentrado de hemácias. Como resultado do consumo de plaquetas
durante o ECMO, as transfusões de plaquetas são necessárias para manter a contagem de plaquetas
acima de 100.000 / mcL. Tempo de coagulação ativado deve ser mantido a 180-240 segundos para
evitar complicações hemorrágicas [4].
4.8. Complicações mecânicas da ECMO
Coágulos no circuito são a complicação mecânica mais comum (19%). Principais
coágulos podem causar a falha do oxigenador, coagulopatia de consumo, e embolia pulmonar ou
sistêmica. Mais recentemente, na oxigenação da membrana extracorporal sistemas revestidos de
heparina (ECMO) foram utilizados para diminuir a frequência desta complicação [4].
Colocação da cânula pode provocar danos na veia jugular interna, o que provoca
hemorragia massiva do mediastino. A dissecção da artéria carótida intima pode levar a dissecção da
aorta letal.
O ar no circuito pode variar de algumas bolhas para um bloqueio completo venoso. Este
ar pode se originar no deslocamento da cânula venosa, num pequeno rasgo na membrana, ou da alta
pressão parcial de oxigênio no sangue, uma grande bolha de ar pode ser fatal.
A Insuficiência do oxigenador é definida como uma diminuição da transferência de
oxigênio ou dióxido de carbono, ou quanto à presença de coagulopatia de consumo.
Rachaduras nos conectores e ruptura de tubo tornaram-se problemas menos graves,
desde a introdução de Tygon na pista da tubulação [4].
O Mau funcionamento da bomba pode ser uma manifestação de retorno venoso
inadequado para a bomba; avaria do permutador de calor pode causar hipotermia grave.
Falha do circuito inteiro, incluindo a fonte de oxigênio e misturadores de oxigênio,
podem ocorrer, como a falha de mais equipamentos de monitoramento de circuito. Nos casos de
falha no circuito, prenda imediatamente a linha venosa, abra a ponte, e prenda a linha arterial para
remover o paciente da ECMO. Como o paciente é dependente do ventilador, oferte ao paciente
oxigênio a 100% (FiO² = 1) ou transfere o paciente de volta para as configurações do ventilador pré
ECMO [4].
4.9. Complicações Clínicas da ECMO
As complicações neurológicas incluem convulsões, Hemorragias intracranianas e infarto
podem ser devido à ligadura da artéria carótida e a veia jugular interna, heparinização sistêmica,
trombocitopenia, coagulopatia ou hipertensão sistólica [14].
As complicações hemorrágicas incluem hemorragias e contagem de plaquetas
diminuídas. Podem ocorrer hemólise e coagulopatia de consumo. Hemorragia no local cirúrgico, no
local da cânula, ou no local de um procedimento invasivo anterior, é uma complicação frequente da
causa de heparinização sistêmica. Também podem ocorrer hemorragia intratorácica, abdominal ou
retroperitoneal. Diminuições na contagem de plaquetas ocorrem devido à diminuição da produção,
10
aumento do consumo, seqüestro ou diluição [14].
Complicações cardíacas incluem atordoamento do miocárdio, a qual é definida como
uma diminuição na percentagem de encurtamento do ventrículo esquerdo, por mais de 25% com o
início do ECMO que retorna ao normal após 48 horas de ECMO. Além disso, a hipertensão é uma
complicação perigosa devido ao risco de hemorragia e acidente vascular cerebral. Arritmia pode
ocorrer como resultado de hipoxia e de desequilíbrio eletrolítico [14].
O pneumotórax é uma potencial complicação pulmonar, juntamente com hemorragia
pulmonar.
A oligúria é uma complicação renal frequentemente observada durante a primeira parte
do ECMO; necrose tubular aguda é observada em alguns pacientes e pode exigir hemofiltração e
hemodiálise.
Complicações do trato GI incluem hemorragia, que pode ocorrer como resultado de
estresse, isquemia, ou tendências hemorrágicas. Hiperbilirrubinemia direta e cálculos biliares
podem ocorrer secundários ao jejum prolongado e nutrição parenteral total (NPT), hemólise, e
diuréticos.
Complicações podem também resultar da infecção e sepse, porque o circuito de ECMO
representa um corpo estranho grande intravascular, e a manipulação frequente aumenta o risco de
sepse.
Complicações metabólicas incluem: a) Acidose ou alcalose; b) Hipercalemia ou
hipocalemia; c) Hipernatremia ou hiponatremia; d) Hipercalcemia ou hipocalcemia; e)
Hiperglicemia ou hipoglicemia; f) O ECMO pode alterar a concentração sérica de drogas devido ao
aumento do volume de distribuição. É necessária precaução quando as drogas terapêuticas estreitas
são administradas, e as alterações de dose podem ser necessárias [14].
Descompensação cardiorrespiratória aguda pode resultar devido a: a) Tamponamento
cardíaco (a partir de sangue ou ar); b) Pneumotórax hipertensivo, ou hemotórax; c) Insuficiência
respiratória; d) A isquemia miocárdica; e) Desequilíbrio eletrolítico; f) Hemorragia (hemorragia
intracraniana, especialmente); g) Efeitos de drogas; h) Sepse esmagadora i) Período de desmame ou
julgamento sem ECMO [14].
Em pacientes com diagnóstico principal pré ECMO de insuficiência respiratória, um
período experimental sem ECMO está programado se: a) o paciente demonstra adequada troca
gasosa em configurações ventilatórias razoáveis e; b) o paciente tolera a vazão da bomba de 10-20
ml/kg/min, com o mínimo de 200 mL/min. Tempo de desmame variáveis verificados em pacientes
em ECMO. Além disso, a duração do tratamento varia.
4.9.1. Mortalidade e morbidade
As estatísticas de mortalidade de pacientes tratados com ECMO mantiveram-se estáveis
ao longo da última década. Preditores de morte incluem:
Pacientes com diagnóstico primário de hérnia diafragmática congênita (CDH) e retornos
totais anômala (TAPVR) têm uma taxa de mortalidade de 50%;
Aproximadamente 50% das mortes são devido a complicações hemorrágicas graves;
A taxa de mortalidade é alta em recém-nascidos com peso de nascimento inferior a
2.000 g;
Os bebês que sobrevivem após ECMO têm uma maior taxa de re-hospitalização por
condição pulmonar cirúrgica. Aproximadamente 15% das crianças ainda necessitam de oxigênio aos
28 dias após ECMO. Estas crianças têm uma maior taxa de re-hospitalização por indicações
pulmonares, principalmente nos primeiros 6 meses após o ECMO, e tem maior prevalência de asma
brônquica.
Dificuldade em estabelecer a alimentação oral completa é comum após a decanulação do
ECMO; dificuldade para se alimentar é relatada em até um terço dos bebês, mesmo na presença de
sucção normal e reflexos engolir. Crescimento somático é normal em crianças que sobrevivem após
ECMO e a diminuição de crescimento deve ser avaliada por outra causa subjacente.
Atividade de apreensão clínica e eletroencefalográfica é relatada em 20-70% dos recém11
nascidos, enquanto em ECMO. A epilepsia é relatada em 2% dos pacientes com a idade de 5 anos.
4.9.2. Deficiência neurossensorial
A taxa de deficiência neurossensorial em recém-nascidos que sobrevivem ao ECMO em
média é de 6% (variação de 2-18%), atraso no desenvolvimento ocorre em 9% (variação de 0-21%).
Anormalidades do tronco cerebral à resposta auditiva evocada (BAER), com elevação dos limiares
de leve a moderada é observada em 25% das crianças após ECMO, na alta. Esta condição
geralmente se resolve. A perda auditiva neurossensorial é documentada após a idade de 1 ano em
9% (variação de 4-21%) das crianças após a ECMO.[15]
Exames oftalmológicos de rotina durante ECMO não são recomendados, pois estudos
em bebês nascidos a termo não têm demonstrado qualquer ocorrência de retinopatia. Na raro no
recém-nascido com peso de nascimento inferior a 2 kg em quem ECMO foi usado, o exame
oftalmológico é necessário. Pois, algum grau de deficiência visual cortical foi visto após lesão
cerebral posterior. No entanto, em longo prazo, a função visual demonstrou melhora [15].
4.9.3 Morbidade psicossocial
A morbidade psicossocial inclui o aumento da frequência de problemas sociais,
dificuldades acadêmicas em idade escolar, e maiores taxas de transtorno de déficit de atenção em
crianças que receberam o ECMO. Além disso, o procedimento do ECMO é dramática e altamente
invasivo, e as famílias podem se sentir isoladas caso não haja outros pacientes em ECMO na mesma
instituição.
Com a idade de um ano, o nível de estresse da mãe de uma criança que utilizou o ECMO
é o mesmo que o nível de estresse na família de um bebê prematuro. Ao 5 anos de idade, o nível de
estresse familiar é a mesmo que a da família de uma criança saudável que nunca fez uso de ECMO.
4.9.4. Deficits neuromotores
Deficits neuromotores variam de hipotonia leve a demora motora grossa e tetraparesia
espástica. Glass e col. compararam o resultado do desenvolvimento neurológico de 103 recémnascidos após ECMO e 37 recém-nascidos sem ECMO em 5 anos de idade [15], o quociente médio
de grande escala, verbal e inteligência (QI) de dezenas de crianças que receberam tratamento pelo
ECMO estavam dentro da faixa normal. Com o outro grupo, no entanto, os resultados foram
significativamente inferiores em crianças que não usaram o ECMO (96 vs 115). A deficiência grave,
que foi definida como deficiência mental, motora, neurossensorial, ou desordem de apreensão,
esteve presente em 17 das crianças tratadas com o ECMO.
Outros estudos têm demonstrado que o desenvolvimento neurológico da coorte ECMO é
comparável a outros grupos de recém-nascidos de alto risco e semelhante ao recém-nascidos com a
mesma condição conseguiu convencionalmente.
4.10. Medicação
Aminocapróico pode ser necessário para reduzir o sangramento durante a cirurgia.
Somente sedação mínima sendo é necessária para a estabilização. As doses da maioria dos
medicamentos inotrópicos, como a dopamina, dobutamina e epinefrina, geralmente podem ser
reduzidas uma vez que o paciente está na oxigenação por membrana extracorpórea (ECMO) [14].
Diuréticos podem ser necessários para a mobilização de fluídos dos tecidos. Antiácidos e
antagonistas H2 são geralmente administrados por hemorragia digestiva. Fenobarbital pode ser
usado, se o paciente tem convulsões.
Antibióticos, tais como ampicilina e cefotaxima, são usados inicialmente nas dosagens
típicas de septicemia; modificação de dosagem pode ser necessária, dependendo do agente
patogénico e sensibilidade [14].
A duração do tratamento varia de acordo com o diagnóstico inicial, e a avaliação diária
do paciente. Deve-se lembrar que quanto mais tempo o paciente permanece nessa terapia, mais
complicações o paciente pode experimentar.
12
5. RESULTADOS
Mesmo verificada a importância da ECMO, visto que uso em recém-nascidos prematuros
é a base do tratamento para os pulmões imaturos e insuficiente de surfactante, e a. Pode-se observar
várias complicações clínicas iniciais decorrentes do tempo de utilização do ECMO, assim é
necessário que estudos sejam realizados em pacientes com indicação médica para a terapia e por
profissionais com conhecimento em ECMO, para que possamos nos aprofundar nos tratamentos,
melhorar as técnicas de ECMO, a fim de reduzir os efeitos colaterais, e assim a partir do
aperfeiçoamento da tecnologia a compreensão da fisiopatologia, é provável que o uso de ECMO em
UTI irá expandir-se e tornar-se uma terapia intensiva padrão.
6. CONSIDERAÇÕES
Considerando a funcionalidade do ECMO é importante ressaltar a necessidade de
treinamento desde a montagem do sistema até a forma perfeita de utilização, sabendo-se da
necessidade de uma equipe com dedicação 24h por dia todos os dias da semana e visto que o
processo é inviável à capacidade humana, a equipe tem que trabalhar em espírito de grupo, o que
permite um revezamento a ponto de todos exercerem suas função com prazer e orgulho. Não apenas
os intensivistas, mas também os residentes, enfermeiros, cirurgiões, cardiologistas e toda equipe.
São necessários, ainda, mais estudos que comprovem a eficácia do tratamento, visto que
pelo estudo, podemos considerar que, hoje não oferecer ECMO é como não oferecer a ventilação
convencional, pois o ECMO nos dá tempo para pensar em diagnóstico e melhor estratégia
terapêutica, para conversar com a equipe e até mesmo com a família sobre descontinuar uma
terapêutica por não existir mais nada a fazer. E para o paciente, tempo para recuperar lesão
pulmonar, lesão miocárdica pode ser essencial para recuperar a sua vida.
7. REFERÊNCIAS
1. Lowry AW, Morales DL, Graves DE, Knudson JD, Shamszad P, Mott AR, et al.
Characterization of Extracorporeal Membrane Oxygenation for Pediatric Cardiac Arrest in
the United States: Analysis of the Kids' Inpatient Database.Pediatr Cardiol. Mar 16 2013.
2. 2. Gibbon JH Jr. Application of a mechanical heart and lung apparatus to cardiac
surgery.Minn Med. 1954;37:180-5.
3. Lillehei CW. A personalized history of extracorporeal circulation.Trans Am Soc Artif Intern
Organs. 1982;28:5-16.
4. Bréchot N, Luyt CE, Schmidt M, Leprince P, Trouillet JL, Léger P, et al. Venoarterial
Extracorporeal Membrane Oxygenation Support for Refractory Cardiovascular Dysfunction
During Severe Bacterial Septic Shock. Crit Care Med. Apr 4 2013.
5. Kirklin JW, Donald DE, Harshbarger HG, Hetzel PS, Patrick RT, Swan HJ. Studies in
extracorporeal circulation. I. Applicability of Gibbon-type pump-oxygenator to human
intracardiac surgery: 40 cases. Ann Surg. Jul 1956;144(1):2-8.
6. Rashkind WJ, Freeman A, Klein D, Toft RW. Evaluation of a disposable plastic, low
volume, pumpless oxygenator as a lung substitute. J Pediatr. Jan 1965;66:94-102.
7. Dorson W Jr, Baker E, Cohen ML, Meyer B, Molthan M, Trump D. A perfusion system for
infants. Trans Am Soc Artif Intern Organs. 1969;15:155-60.
8. Baffes TG, Fridman JL, Bicoff JP, Whitehill JL. Extracorporeal circulation for support of
palliative cardiac surgery in infants.Ann Thorac Surg. Oct 1970;10(4):354-63.
9. Bartlett RH, Gazzaniga AB, Jefferies MR, et al. Extracorporeal membrane oxygenation
(ECMO) cardiopulmonary support in infancy. Trans Am Soc Artif Intern Organs.
1976;22:80-93.
10. Smith IJ, Sidebotham DA, McGeorge AD, Dorman EB, Wilsher ML, Kolbe J. Use of
extracorporeal membrane oxygenation during resection of tracheal papillomatosis.
Anesthesiology. Feb 2009;110(2):427-9.
13
11. Segura S, Cambra FJ, Moreno J, et al. [ECMO: Experience in paediatrics.]. An Pediatr
(Barc). 2009/01;70(1):12-9.
12. Fisher JC, Stolar CJ, Cowles RA. Evaluating cannulation strategies used during second
courses of extracorporeal membrane oxygenation in a large cohort of pediatric patients. J
Pediatr Surg. Jan 2009;44(1):94-9.
13. Lin YJ, Chung SY, Liang CD, Kuo HC, Huang CF, Chien SJ, et al. Impact of extracorporeal
membrane oxygenation support on clinical outcome of pediatric patients with acute
cardiopulmonary failure: a single-center experience.Biomed J. Jan 2013;36(1):28-34.
14. Shekar K, Roberts JA, Smith MT, Fung YL, Fraser JF. The ECMO PK Project: an
incremental research approach to advance understanding of the pharmacokinetic alterations
and improve patient outcomes during extracorporeal membrane oxygenation. BMC
Anesthesiol. Mar 21 2013;13(1):7.
15. Glass P, Wagner AE, Papero PH, Rajasingham SR, Civitello LA, Kjaer MS.
Neurodevelopmental status at age five years of neonates treated with extracorporeal
membrane oxygenation. J Pediatr. Sep 1995;127(3):447-57.
14
Download