Márcio de Souza Dias Diversidade e potencial de utilização de bactérias fixadoras de N2 em Brachiaria brizantha ALFENAS - MG 2015 Márcio de Souza Dias Diversidade e potencial de utilização de bactérias fixadoras de N2 em Brachiaria brizantha Dissertação apresentada à Universidade José do Rosário Vellano - UNIFENAS, como parte das exigências do Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal, área de concentração em Produção Animal, para a obtenção do título de Mestre. Orientadora:Dra. Ligiane Aparecida Florentino Coorientador: Dr. Adauton Vilela de Rezende ALFENAS - MG 2015 Dias, Márcio de Souza Diversidade e potencial de utilização de bactérias fixadoras de N2 em Brachiaria brizantha.—Márcio de Souza Dias.—Alfenas, 2015. 62f. Orientadora: Profª. Dra Ligiane Aparecida Florentino Dissertação (Mestrado)- Programa de Pós-graduação em Ciência animal- Universidade José do Rosário Vellano, Alfenas, 2015. 1.Bactérias promotoras do crescimento vegetal 2. Bactérias diazotrópicas 3. Recuperação de pastagens I. Título CDU : 579.8 :633.2(043) Primeiramente a Deus, por estar presente em todos os momentos da minha vida e por me guiar nesta caminhada. Ao meu querido pai (in memorian) que foi um exemplo de homem e família. À minha mãe, que sempre acreditou em mim, à minha irmã, esposa e filhos pelo apoio companheirismo e carinho. DEDICO AGRADECIMENTOS À Universidade José do Rosário Vellano - UNIFENAS, ao programa de pós-graduação em Ciência Animal e Laboratórios de Microbiologia e de Fertilidade do Solo, pelas instalações, e na figura das pessoas, todos os funcionários, professores e colegas do curso de pós-graduação, que me recepcionaram com respeito, pelos ensinamentos e agradável convivência. À minha orientadora, Professora Dra. Ligiane Aparecida Florentino, e ao meu coorientador professor Dr. Adauton Vilela de Rezende, pela oportunidade, pelos ensinamentos e confiança. A CAPES/PROSUP, pela concessão da bolsa de estudos. Aos membros da banca examinadora, Dra. Giselle Prado Brigante, Dra. Ligiane Aparecida Florentino e Dr. Adauton Vilela de Rezende pela disponibilidade, contribuições e sugestões apresentadas. Aos professores Dr. João Evangelista Fiorini, Dra. Nelma de Mello Silva Oliveira, pelas orientações e contribuições ao trabalho. Aos colegas e amigos do Laboratório de Microbiologia do Solo, pelos ensinamentos, auxílio no cumprimento das atividades, pelo apoio, conselhos, incentivo e amizade, em especial aos funcionários Luciana Rosa Alves Rufino, Lucimara Silva, César A. Cunha, Paulo César Garcia Naves. Aos colegas do curso de pós-graduação, Denner Lemos, Max Rossi, Mariana Spinelli; e aos colegas de graduação, Flávia Romam, Larissa Compri, Gustavo Quiroga, Gustavo Matheus Barbosa, Rosane Veiga Rose, pela amizade, companheirismo, pelo auxílio na condução do experimento e pela ótima convivência. Aos amigos Tânia Venga, Jaqueline dos Santos, Adriana Maria Francisco, Sheila Silvério Neves, Nilton Oliveira Silva, João Batista Neves, Fran Ruffino, Dércio Rabelo, Hyelen Talita, Fabiano Dias Moreira, Sidnei Marques, Elton Bueno, Alexandra Maria Dias, Marcos Donizete Silva, Angélica Rodrigues, Rosana Mara Gonçalves, Danusa Dias, Climene Cristina Siqueira, Marli Woelbert, Luiz Gonzaga Ribeiro Neto, Wanderley Ferreira , Claudiomir da Silva dos Santos, Jô Alves, Angélica P. Todescato, Nádia Cristina S. Mello, Camila Chioda de Almeida, Heber Garcia Bueno, Teresinha de Souza Tavares, Elisângela Santos, Elton dos Santos, Renata Tavares, Marcos Bueno Miguel, Narayana de Deus N. Bregagnoli, Pastor Carlos Roberto Pereira Silva pelo apoio, incentivo e pela amizade. A todos os meus queridos professores do curso de pós-graduação, Dra. Ligiane Aparecida Florentino, Dr. Adauton Vilela de Rezende, Dra. Patrícia França, Dr. Kleber Pelícia, Dra. Laura Órfão, Dr. Paulo, Dr. Amoracir, Dra. Roberta Bessa, Dra. Adélia Celú, pelo apoio, incentivo, ensinamentos, conselhos e carinho. Ao meu companheiro, amigo, referência e pai, Maurício Cândido Dias (in memórian), que sempre estará comigo. Por todo amor, dedicação e ensinamentos; à minha mãe, Anair de Melo Dias, à minha querida e amada irmã Vera Lúcia de Souza Dias, pelo incentivo e companheirismo, e às minhas tias Rosângela Nannetti Dias e Aparecida Melo, pela compreensão, incentivo e carinho. À minha esposa Juliana Ramalho Bolognani Dias, pelo carinho, amor, e paciência ao longo de toda esta caminhada e aos meus queridos e amados filhos Márcio Vinícius Bolognani Dias e Carlos Eduardo Bolognani Dias, por todas as vezes que sentia o fardo pesado e eles me recompensavam com um olhar, um abraço, um sorriso. "Jamais considere seus estudos como uma obrigação, mas como uma oportunidade invejável para aprender a conhecer a influência libertadora da beleza do reino do espírito, para seu próprio prazer pessoal e para proveito da comunidade à qual seu futuro trabalho pertencer" (A. Einstein) RESUMO O objetivo desta pesquisa foi analisar a diversidade de bactérias diazotróficas associadas e endofíticas de Brachiaria brizantha, estudar o potencial destas em solubilizar fosfatos inorgânicos de ferro e alumínio, produzir ácido-3-indolacético (AIA) e avaliar o efeito da inoculação destes isolados em Brachiaria brizantha cv MG 05 Vitória. As bactérias foram isoladas de amostras de solos cultivados sob B. brizantha e partes de tecido vegetal desta gramínea, nos períodos seco e chuvoso, nos municípios de Alfenas e Machado, Sul de Minas Gerais. Foram utilizados cinco meios de cultura semissólidos e semisseletivos: FAM (Azospirillum amazonense), JMV (Burkholderia sp.), JNFb (Herbaspirillum spp.), LGI (A. amazonense) e NFb (Azospirillum spp.). Os testes de solubilização de fosfato e produção de AIA foram realizados in vitro e foram utilizados como critério de seleção dos 22 isolados bacterianos utilizados na inoculação de B. brizantha cv MG 5 Vitória, cultivada em vasos contendo 20 dm3 de solo. Foram realizados dois cortes, em que foram avaliados os seguintes parâmetros: altura (Al), largura (LF) e comprimento da folha (CF), número de perfilhos (NP), comprimento (CR) e massa seca da raiz (MSR), matéria seca (MS), produtividade de matéria seca (PMS), fibra em detergente neutro (FDN) e ácido (FDA) e a proteína bruta na matéria seca (PBMS). Foi obtido um total de 332 isolados, sendo a maioria endofíticos. O maior número e diversidade foram provenientes do município de Alfenas. No período chuvoso foi verificado maior número e diversidade de isolados em ambos os Municípios, quando comparado ao período da seca. Trinta e cinco isolados solubilizaram fosfato de ferro e 78 produziram AIA, destacando-se os isolados UNIFENAS 100-17, 21, 40 e 78, capazes de desempenhar ambas as funções simultaneamente. A inoculação de estirpes diazotróficas de origem endofíticas e rizosféricas influenciaram no desenvolvimento de B. brizantha cv MG 5 Vitória, contribuindo para a produção de MS, PMS e PBMS nas duas alturas de corte destacando-se os isolados UNIFENAS-100-16, 21, 78 cujo teor de PBMS foi superior a 7%. Palavras-chave: Bactérias promotoras do crescimento vegetal, bactérias diazotróficas, recuperação de pastagens ABSTRACT The objective of this research was to analyze the diversity of nitrogen fixing bacteria associated and endophytic B. brizantha, study the potential the solubility of inorganic phosphates of iron and aluminum, produce acid-3-indole acetic (AIA) and to evaluate the effect of inoculation of these isolates in Brachiaria brizantha cv MG 05 Victoria. The bacteria were isolated from soil samples grown under Brachiaria and parts of plant tissue this grass, the dry and wet periods in the municipalities of Alfenas and Machado, southern Minas Gerais. Five semisolid culture media and semi-selective were used: FAM (Azospirillum amazonense), JMV (Burkholderia sp.), JNFb (Herbaspirillum spp.), LGI (A. amazonense) and NFb (Azospirillum spp.). The phosphate solubilization tests and AIA production were performed in vitro and were used as of 22 bacterial isolates selection criteria used in the inoculation of B. brizantha cv MG 5 Victoria, grown in pots containing 20 dm3 of soil. There were two cuts, in what form evaluated the following parameters: height (Al), width (LF) and leaf length (CF), number of tillers (NP), length (CR) and root dry mass (MSR) dry matter (DM), dry matter yield (PMS), neutral detergent fiber (NDF) and acid (ADF) and crude protein in dry matter (PBMS). A total of 332 isolates were obtained, most endophytic. The greatest number and diversity were from the city of Alfenas. During the rainy season was verified greater number and diversity of isolates in both municipalities, when compared to the dry season. Thirty-five isolates solubilized iron phosphate and 78 produced AIA, especially the isolated UNIFENAS 100-17, 21, 40 and 78, able to do both simultaneously. The inoculation of nitrogen fixing strains of endophytic origin and rhizospheric influenced the development of B. brizantha cv MG 5 victory, contributing to the production of MS, PMS and PBMS in the two cutting heights highlighting the UNIFENAS-100-16 isolated, 21, PBMS 78 whose content was more than 7%. Key words: Bacteria promoting plant growth, nitrogen fixing bacteria, pasture recovery LISTA DE TABELAS ARTIGO 1 Tabela 1. Valores médios referentes à pluviosidade, temperatura mínima e máxima no municípios de Alfenas e Machado, nos meses de julho e dezembro de 2013......................... 35 Tabela 2. Características químicas dos solos das áreas de estudo dos municípios de Alfenas e Machado. ............................................................................................................................. 36 Tabela 3. Número e diversidade de bactérias fixadoras de N2 isoladas de amostras de solo cultivado sob Brachiaria brizantha e de tecidos vegetais (endofíticas) desta gramínea, nos municípios de Alfenas e Machado, nos períodos seco e chuvoso. ......................................... 39 Tabela 4. Índice de solubilização (IS) de fosfato de ferro (FePO4.2H2O) em meio sólido GELP por bactérias diazotróficas de Brachiaria brizantha. .................................................. 39 ARTIGO 2 Tabela 1. Resultado da análise química do solo utilizado no experimento em vasos. ........... 53 Tabela 2. Altura (Al), Largura (LF) e comprimento da folha (CF), número de perfilhos (NP) e matéria seca (MS) de Brachiaria brizantha cv MG05 Vitória cutivada sob diferentes tratamentos no primeiro corte e segundo corte. Massa seca radicular (MSR) e crescimento radicular (CR) segundo corte................................................................................................ 55 Tabela 3. Porcentagem de matéria seca total (MS), produtividade de matéria seca g/vaso (PMS) de B. Brizantha cv MG05 Vitória cultivada sob diferentes tratamentos no primeiro corte e segundo corte. Fibra detergente neutro (FDN), fibra detergente ácido(FDA) e proteína bruta na matéria seca (PBMS) segundo corte. .................................................................... 587 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS AIA Ácido-3-indolacético Al Altura BDA Batata Dextrose Agar BPCV Bactérias Promotoras de Crescimento Vegetal CF Comprimento da Folha CR Crescimento Radicular DIC Delineamento Inteiramente Casualizado FBN Fixação Biológica de Nitrogênio FDA Fibra em Detergente Ácido FDN Fibra em Detergente Neutro IAM Ácido índole-3-acetamida IpyA Ácido-3-pirúvico IS Índice de Solubilização LF Largura da Folha MAPA Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento MS Matéria Seca Total MSR Matéria Seca Radicular NI Número de Isolados NP Número de Perfilhos PB Proteína Bruta PBMS Proteína Bruta na Matéria Seca PMS Produtividade de Matéria Seca RPCPs Rizobactérias Promotoras de Crescimento de Plantas SRCV Substâncias Reguladoras do Crescimento Vegetal SUMÁRIO CAPÍTULO 1 ................................................................................................................. 15 1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 16 2. REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 17 2.1 Fixação biológica de nitrogênio ......................................................................... 17 2.2 Associações de diazotróficos com espécies vegetais ........................................... 17 2.3 Bactérias promotoras de crescimento vegetal ..................................................... 19 2.4 Solubilização de fosfato ..................................................................................... 20 2.5 Produção de ácido-3-indolacético....................................................................... 21 2.6 Brachiaria brizantha cv MG05 Vitória ............................................................. 22 2.7 Análise bromatológica de pastagens.....................................................................23 2.8 Uso de inoculantes ou biofertilizantes ................................................................ 25 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 26 CAPÍTULO 2 ................................................................................................................. 31 ARTIGO 1:Diversidade de bactérias diazotróficas em pastagens B. brizantha .......... 32 INTRODUÇÃO.............................................................................................................. 34 MATERIAL E MÉTODOS ........................................................................................... 35 RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................... 38 CONCLUSÕES .............................................................................................................. 43 AGRADECIMENTOS................................................................................................... 43 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 43 ARTIGO 2: Bactérias diazotróficas e as características morfológicas e bromatológicas de Brachiaria brizantha cv MG05 Vitória ........................................... 50 INTRODUÇÃO.............................................................................................................. 51 MATERIAL E MÉTODOS ........................................................................................... 52 RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................... 55 CONCLUSÕES .............................................................................................................. 62 AGRADECIMENTOS................................................................................................... 62 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 62 15 CAPÍTULO 1 16 1 INTRODUÇÃO O solo é constituído por organismos microscópicos e macroscópicos que desempenham diferentes funções como a decomposição e mineralização da matéria orgânica, a ciclagem de nutrientes e a fixação biológica de nitrogênio (FBN), processos estes que garantem a manutenção e o equilíbrio no ecossistema terrestre (Moreira & Siqueira, 2006). O potencial de utilização da FBN tem sido intensamente estudado devido ao fornecimento de nitrogênio, contribuindo assim para a sustentabilidade agrícola, onde os solos apresentam baixo nível de fertilidade, principalmente em regiões tropicais. A degradação das pastagens no Brasil está em torno de 70%, fenômeno este que pode ser explicado, principalmente, pela baixa fertilidade natural dos solos e pela falta de reposição de nutrientes (Macedo, 2005). Cerca de 78% do ar atmosférico é constituído por gás nitrogênio (N2), entretanto, nessa forma, este elemento não está disponível nutricionalmente para a maioria dos seres vivos. Apenas uma pequena parcela de procariotos que possuem a enzima nitrogenase é capaz de reduzir o N2 para a forma inorgânica NH3, forma de nitrogênio disponível para os vegetais e outros organismos. Os procariotos que realizam esse processo são denominados fixadores de nitrogênio (N2) ou diazotróficos, e o processo que mediam, a FBN. Esses procariotos estabelecem associação ou simbiose com espécies vegetais podendo fornecer o nitrogênio total ou parcial para o desenvolvimento da planta. Como exemplo de associação em gramíneas forrageiras, como a Brachiaria sp. temos as bactérias associativas endofídicas facultativas do gênero Azospirillum que podem ser encontradas na rizosfera, interior das raízes, colmos e folhas. Bactérias desse gênero podem ainda contribuir para o crescimento vegetal por meio de produção do hormônio ácido-3-indolacético (AIA) (Reis Júnior et al., 2004). As bactérias fixadoras de N2, podem ser encontradas em vida livre, em associação com diversas espécies vegetais ou em simbiose com leguminosas. Algumas espécies de bactérias associativas, além de colonizar abundantemente a rizosfera, podem também ocorrer endofiticamente, ou seja, invadir o córtex e colonizar tecidos internos em diversas espécies vegetais sem formar nódulos. Embora também possam ser encontrados em dicotiledôneas, os resultados demonstram que esta ocorrência é mais generalizada em gramíneas e outras monocotiledôneas. O manejo da FBN em gramíneas depende, entre outros, da identificação da(s) espécie(s) que contribui(em) significativamente para o processo. Como elas não formam 17 estruturas anatômicas diferenciadas (como os nódulos de leguminosas), sua localização e ocorrência na rizosfera e no interior dos tecidos vegetais é pesquisada colocando-se amostras de solo, rizosfera, raiz ou outro material vegetal em meios de cultura seletivos para cada espécie. Nesse contexto, este estudo foi realizado com o objetivo de analisar a diversidade e o potencial de bactérias fixadoras de nitrogênio associadas à Brachiaria brizantha cv MG5 Vitória. 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 Fixação biológica de nitrogênio A FBN é um processo essencial para a manutenção da vida, pois o nitrogênio é o constituinte básico das proteínas, vitaminas e sais minerais, os quais são fundamentais na nutrição animal, sendo estes sintetizados pelas plantas a partir de carboidratos produzidos no processo da fotossíntese e de íons como NH4+ e NO3- absorvidos do solo. As principais fontes desses íons no solo são: a fixação biológica de nitrogênio (175 X 106 ton N ano-1), a fixação industrial (49 X 106 ton N ano-1) e a fixação atmosférica (10 X 106 ton N ano-1) (Moreira & Siqueira, 2006). Apenas algumas espécies de bactérias possuem a enzima nitrogenase que com a participação de Fe, Mg, Mo e ATP é capaz de transformar N2 em NH3, ocorrendo assim a redução de N2 e consequentemente o processo FBN pelo qual o nitrogênio presente na atmosfera é incorporado pelas plantas na forma de nitrato ou amônia (Döbereiner, 1979). Estas espécies de bactérias podem viver livremente no solo ou em simbiose e associações com algumas espécies vegetais e até animais. O nitrogênio obtido através de simbioses é muito menos sujeito a lixiviação, não só porque é translocado diretamente para a planta, mas, também porque a FBN é autorregulada, isto é, o nitrogênio só é fixado quando este elemento está limitando o sistema. 2.2 Associações de diazotróficos com espécies vegetais 18 Algumas espécies de diazotróficos podem, além de colonizar abundantemente a rizosfera, ocorrer endofiticamente, ou seja, invadir o córtex e colonizar tecidos internos em diversas espécies vegetais sem formar nódulos. Embora também possam ser encontrados em dicotiledôneas, os resultados demonstram que esta ocorrência é mais generalizada em gramíneas e outras monocotiledôneas. Espécies mais comumente encontradas são: Azospirilum spp. (A. lipoferum, A. brasilense, A.amazonense, A. halopraeferans, A. irakense), Azotobacter paspali, Bacillus polimixa, B. azotofixans, Azoarcus indigens, A.communis, Acetobacter diazotrophicus (syn. Gluconobacter diazotrophicus), Herbaspirillum seropedicae, H. rubrisubalbicans e Burkholderia spp.. Espécies dos gêneros Azoarcus, Acetobacter e Herbaspirillum são consideradas obrigatoriamente ou predominantemente endofíticas, uma vez que sua ocorrência é praticamente restrita aos tecidos internos vegetais. Experimentos conduzidos pelo método de incorporação do 15 N2 confirmaram que várias gramíneas tropicais se beneficiam de nitrogênio fixado biologicamente (Vinhal-Freitas, 2010). Bactérias diazotróficas isoladas de gramíneas foram identificadas como pertencentes ao gênero Burkholderia (Van et al. , 1996; Baldani et al., 2000) e a espécie de Burkholderia isolada de leguminosas apresentou alta similaridade com isolados de gramíneas (Moulin et al., 2001). Estes resultados mostram uma interessante relação ecológica entre a fixação de nitrogênio em gramíneas e leguminosas que deve ser estudada no sentido de verificar como isto atua na sustentabilidade dos ecossistemas. O manejo da FBN em gramíneas depende, entre outros, da identificação da (s) espécie (s) que contribui (em) significativamente para o processo. Como elas não formam estruturas anatômicas diferenciadas (como os nódulos de leguminosas), sua localização e ocorrência na rizosfera e no interior dos tecidos vegetais é pesquisada colocando-se amostras de solo, rizosfera, raiz ou outro material vegetal em meios de cultura seletivos para cada espécie. A ocorrência de espécies endofíticas (que ocorrem dentro dos tecidos) é pesquisada desinfestando- se superficialmente a amostra com produtos como Cloramina-T ou água sanitária, entre outros. Frequentemente, mais de uma espécie e até mais de um gênero são encontrados na mesma espécie vegetal. Além disso, outras espécies não detectadas pelos meios de cultivo utilizados ou espécies não cultiváveis podem também estar ocorrendo. No entanto, alguns resultados mostraram correlação com a incidência de determinadas espécies e as demandas nutricionais da planta. Por exemplo, o número de células de Azospirillum spp. é constante no solo e na rizosfera (ecto + endorhizosfera) de milho durante todo o ciclo da planta, porém quando as bactérias da ectorrizosfera são eliminadas através da esterilização 19 superficial com Chloramina-T, verifica-se que o número destas bactérias na endorhizosfera da raiz aumenta bastante na floração e posteriormente no enchimento de grãos, justamente quando a demanda de nitrogênio e de outros nutrientes pela planta é maior (Magalhães et al., 1979). Além disso, os números totais de Azospirillum spp. no interior das raízes se correlacionaram com o N acumulado em trigo (Baldani et al., 1983). Apesar da pesquisa sobre diazotróficos associativos no Brasil ter se iniciado na década de 50 por Döbereiner e colaboradores, com os gêneros Azotobacter e Beijerinckia, ela só foi intensificada a partir da descoberta de novas espécies de Azospirillum (Dobereiner, 1978), que coincidiu com a chamada “crise do petróleo”, despertando o interesse por alternativas biológicas aos fertilizantes nitrogenados utilizados na agricultura. A partir de então, várias espécies novas têm sido descobertas e ensaios de inoculação de diazotróficos associativos em plantas têm sido realizados no Brasil e em outros países. Os cálculos da contribuição de N fixado para gramíneas estão em torno de 25 a 50 kg N ha-1 o que equivale ao suprimento médio de cerca de 17% das demandas da cultura (Moreira, 2010). Considerando a importância que as espécies produtoras de grãos, como trigo, arroz e milho, entre outras, são a principal fonte de carboidrato da dieta humana e o alto potencial fotossintético das gramíneas C4 nos trópicos, esta taxa de FBN, mesmo baixa, representa uma grande economia nos custos de produção, o que justifica estudos visando seu manejo. 2.3 Bactérias promotoras de crescimento vegetal As bactérias promotoras de crescimento vegetal (BPCV) são aquelas capazes de promover o desenvolvimento da planta de forma direta ou indireta. Estas bactérias promotoras do crescimento são encontradas na rizosfera e também são conhecidas como “rizobactérias promotoras de crescimento de plantas” (RPCPs). Na promoção do crescimento de forma direta, as bactérias sintetizam um composto ou facilitam a absorção de certos nutrientes do meio ambiente, fornecendo desta forma para a planta nitrogênio fixado, fósforo solubilizado do solo e fitormônios como as auxinas (Glick & Bashan, 1997). Também pode ocorrer como efeito direto, a redução do potencial de membrana das raízes (Bashan & Levanony, 1991) e síntese de algumas enzimas que regulam o nível de hormônio na planta (Glick et al., 1998). Na promoção indireta do crescimento, a 20 bactéria diminui ou previne os efeitos deletérios de organismos patógenos (Glick & Bashan, 1997), pela síntese de sideróforos (Leong, 1986) e antibióticos. As substâncias sintetizadas pelas bactérias, conhecidas como substâncias reguladoras do crescimento vegetal (SRCV) são compostos orgânicos naturais, que influenciam em processos fisiológicos nas plantas, sendo que estas substâncias também podem ser produzidas não só pelo micro-organismo, mas também pela própria planta, como as auxinas. Fatores como disponibilidade de nutrientes, temperatura, pH, composição e quantidade de substrato na rizosfera afetam a síntese de SRCV (Moreira & Siqueira, 2006). A maior parte dos estudos envolvendo as BPCV estão relacionadas com a aplicação na agricultura. Estudos mostram que além da capacidade de fixar nitrogênio, algumas estirpes dos gêneros Bradyrhizobium e Rhizobium apresentam potencial de utilização de como BPCV em não leguminosas, como o rabanete (Raphanus sativus L.), na produção de fitormônios, solubilização de fosfato e produção de sideróforos (Antoun et al., 1998). Juntamente com resíduos orgânicos, Bacillus subtilis, uma BPCV, apresentou potencial para incrementar a nutrição e crescimento de algodão (Gossypium L.) e soja (Glycine max L.) (Araujo, 2008). As BPCV também são utilizadas associadas a bactérias nodulíferas para o melhor desenvolvimento do vegetal. Silva et al.(2007) observou que quando inoculado BPCV, Paenibacillus e Bacillus, na simbiose entre caupi (Vigna unguiculata L.) e Bradyrhizobium (BR2001), ocorreu um aumento na nodulação e como consequência, promovendo uma melhor fixação de nitrogênio. Petersen et al., (1997), observou que a inoculação de Paenibacillus polymyxa, juntamente com Rhizobium etli em sementes de feijão (Phaseolus vulgaris L.) aumentou a densidade de rizóbio na superfície da raiz, mostrando a ação indireta de P. polymyxa sobre o rizóbio, e também o aumento do número de nódulos e de raízes laterais da planta. Apesar da importância, as pesquisas sobre a utilização de BPCV ainda são pouco difundidas. 2.4 Solubilização de fosfato O Fósforo (P), assim como o nitrogênio, é um elemento exigido em grande quantidade para o crescimento dos vegetais. Este elemento é constituinte de biomoléculas, como ácidos nucleicos, coenzimas e outros. Ao mesmo tempo, é um dos nutrientes que mais limita a produção agrícola, por ser encontrado nos solos em formas altamente insolúveis. Quando 21 disponível nos solos de forma solúvel, as plantas podem absorver o P na solução de solo como ânions de fosfato, predominantes nas formas de HOP42- e H2PO4- (Wakelin et al., 2004). Esta baixa disponibilidade nos solos é devido a sua ligação a outros componentes químicos. Geralmente, em solos ácidos, a maior parte deste elemento se encontra ligado a óxido de ferro e alumínio e em solos alcalinos ou neutros, este elemento se liga ao cálcio (Moreira & Siqueira, 2006). Estudos de Barroso & Nahas (2005) sobre as frações de fósforo encontrados em solos brasileiros sob pastagem, cultivo de milho, mata e florestas, demonstraram que a mais frequente foi a de fosfato de ferro, seguida de fosfato de alumínio e fosfato de cálcio. Alguns fungos e bactérias possuem a capacidade de disponibilizar este fosfato ligado a outro elemento, processo responsável por aumentar a disponibilidade de P no solo. Estudo com diferentes espécies bacterianas quanto a sua capacidade de solubilização mostram que espécies de Rhizobium, Pseudomonas e Bacillus apresentam o maior potencial de solubilização (Rodríguez & Fraga, 1999). Segundo a literatura, estes micro-organismos solubilizam o fosfato inorgânico por dois mecanismos principais, sendo pela produção de ácidos orgânicos ou pela secreção de prótons (H+) (Illmer et al., 1995). A solubilização do fosfato também varia de acordo com a natureza do mineral de fosfato fornecido e a composição meio que o micro-organismo é inoculado (Gyaneshwar et al., 1998). Em campo, esta eficiência varia de acordo com o tipo de solo e a cultura (Rodríguez & Fraga, 1999). Inicialmente, Gerretsen (1948) observou que a quantidade de fósforo assimilado pelas plantas inoculadas com micro-organismos rizosféricos foi maior do que o tratamento sem inoculação, demonstrando a capacidade dos micro-organismos em solubilizar fósforo inorgânico, contribuindo assim para o desenvolvimento da planta. Dentre os microorganismos solubilizadores de fosfato, merecem destaque as bactérias fixadoras de nitrogênio atmosférico, que, além de fornecer o N para o desenvolvimento vegetal, podem também contribuir com o fornecimento de P para as plantas (Rodriguez & Fraga, 1999; Marra et al., 2012). 2.5 Produção de ácido-3-indolacético As auxinas são compostos que estimulam o crescimento, sendo o ácido-3-indolacético (AIA) a principal auxina encontrada nas plantas. Nas plantas, o AIA é produzido no 22 meristema apical do caule, folhas jovens, flores, frutos em desenvolvimento e sementes, sendo que também é encontrado nas raízes. O seu transporte ocorre unidirecionalmente, através de células parenquimáticas do floema e parenquimáticas que circulam os tecidos vasculares (Raven et al., 2001) Este fitormônio é o mais estudado e também o que tem maior ocorrência de produção pelas bactérias. Entre as BPCV, tem sido demonstrado que o aumento da proliferação da raiz está relacionada com a biossíntese de AIA. Dobbelaere et al. (1999), estudando mutantes de Azospirillum, constatou que o aumento da raiz está relacionado com a biossíntese de AIA pela bactéria, aumentando absorção de nutrientes e a liberação de exudados. Estudos de Kaneshiro e Kwoleck (1985) demonstraram que a inoculação de mutantes espontâneos de B. japonicum que produzia mais AIA resultou em um aumento do volume do nódulo da raiz. Estudos com estirpes de Azospirillum brasilense mostraram a existência de pelo menos três vias biossintéticas de AIA, sendo duas dependentes de triptofano, via do ácido indole-3-acetamida (IAM) e a via do ácido indole-3-piruvato (IpyA), e uma via independente de triptofano (Princen et al., 1993). A via do ácido indole-3-pirúvico (IPyA) é a via principal para a produção de AIA na presença de triptofano exógeno (Dobbelaere et al., 1999). O aminoácido L-triptofano funciona como um precursor fisiológico na biossíntese de auxina em plantas e em micro-organismos (Khalid, 2004). Chagas-Junior et al. (2009), avaliou em meio de cultura a produção de AIA por bactérias isoladas de solos da Amazônia, verificando que as 92 estirpes produziram AIA sem a adição de triptofano, porém, em 52 isolados, a adição e a elevação da concentração de triptofano aumentaram a produção deste fitormônio. Prinsen et al.(1993) elucidou que 90% do AIA produzido por Azospirillum brasiliense é sintetizado pela via não dependente de triptofano. 2.6 Brachiaria brizantha cv MG05 Vitória As pastagens representam um dos maiores ecossistemas do Brasil, sendo caracterizadas como complexas, com seus componentes bióticos a abióticos organizados, os quais interagem entre si, determinando assim, a amplitude das respostas de plantas e animais (Da Silva et al., 2008). As gramíneas são classificadas basicamente em duas categorias: C3 (temperadas) e C4 (tropicais como o capim marandu), as quais levam em consideração a sua adaptação 23 ambiental e a sua eficiência fotossintética, respectivamente. Em termos de digestibilidade, teor de proteína e consumo, as forrageiras temperadas apresentam melhor qualidade (Moreira, 2006), já as forrageiras tropicais proporcionam maior eficiência fotossintética, o que consequentemente as tornam mais produtivas em termos de matéria seca (Valle, 2001). Dentre as diversas variedades de plantas forrageiras, a mais utilizada é a do gênero Brachiaria, a qual pertence à família das poáceas, reunindo cerca de 100 espécies, as quais são de grande importância econômica, sendo distribuída por regiões tropicais e subtropicais, ocupando desta forma, a maior parte das pastagens cultivadas (Valle et al., 2009). A B. brizantha (Hochst.) Stapf. cv. MG05 Vitória é uma gramínea forrageira com características específicas, como sendo uma gramínea perene, poliploide, de reprodução apomítica (Bogdan, 1977). Excelente vigor vegetativo, alta produtividade, com crescimento entouceirado e talos prostrados que podem se enraizar quando em maior contato como o solo, podendo atingir até 1,60m de altura. Suas folhas são lanceoladas com pouca pubescência, com inflorescência em forma de panícula que mede de 40 a 50cm. A MG05 Vitória apresenta uma ampla adaptação edafoclimática e pode ser recomendada para regiões onde o período de seca pode chegar a 5 meses e em regiões com precipitações superiores a 3.000 mm anuais. Uma de suas características é a capacidade de adaptação a solos ácidos e arenosos e com má drenagem sendo a mais importante a sua boa produção de matéria seca. Apresenta um teor em torno de 13% de proteína bruta e digestibilidade em torno de 62,3%. Embora as diferentes espécies de Brachiaria sejam tolerantes ao manejo inadequado e à deficiência da disponibilidade de nutrientes, estes e outros fatores contribuem no aumento da degradação de áreas cultivadas com a respectiva gramínea. Por outro lado, uma pastagem bem manejada favorece a maior cobertura vegetal, contribuindo assim com a conservação do solo e água (Bonfim-Silva et al., 2011). 2.7 Análise bromatológica de pastagens Quando se analisa as condições de pastagens tropicais, observa-se que as mesmas apresentam um potencial elevado no que se refere à produtividade de forragem por área, entretanto, o teor de proteína é baixo, com alto teor de fibra, o que consequentemente evidencia a sua baixa digestibilidade. 24 Para que se possa fazer a análise do potencial de produção e crescimento de uma determinada forrageira, é necessário determinar o teor de substâncias nutritivas por meio de análises químicas bromatológicas (Silva & Queiróz, 2002). Segundo Souza (2002), a cultivar B. brizantha vem se destacando no cenário nacional cujos rendimentos estão entre 10 a 18 toneladas de MS ha-1 ano-1, com valores nutricionais consideráveis. Em relação aos teores de MS, constata-se que diferentes intervalos de corte, e com o avanço da idade das plantas, ocorre o seu aumento, os quais podem variar de 16,0 a 26,6% em intervalos de 15 a 60 dias de crescimento (Costa et al., 2007). As maiores alterações que podem ocorrer na composição química das forrageiras são as decorrentes da maturidade da planta, onde, à medida que esta amadurece, a proporção de celulose, lignina e hemicelulose, decrescem, e outras frações indigestíveis se elevam, contribuindo assim com a queda na digestibilidade (Mari, 2003). O conhecimento quanto à variação da composição química em plantas forrageiras em seus estádios fenológicos é um dos fatores que devem ser considerados quando se pretende realizar o manejo adequado, onde a maturação da gramínea promove a redução nos teores de proteína bruta e elevação no teor de matéria seca, celulose e lignina, o que interfere na aceitabilidade da gramínea pelos animais. Cortes ou pastejos menos frequentes proporcionam maior produção da forragem, porém ocorrem alterações na sua composição química (Lista et al., 2007). Na avaliação do valor nutritivo e da composição bromatológica de plantas forrageiras, fatores como fibra em detergente ácido (FDA), fibra em detergente neutro (FDN), proteína bruta (PB) apresentam um papel importante na análise quanto à qualidade da gramínea (Van Soest, 1994), pois a digestibilidade está diretamente relacionada aos teores de FDA (lignina e celulose) e FDN (celulose, hemicelulose e lignina) presentes na forrageira, onde o aumento significativo do teor de fibras diminuiu a digestibilidade da matéria seca. Quanto menor for o teor de FDA constituinte da matéria seca (MS), maior será o valor energético, onde nas gramíneas, valores médios em torno de 35% são considerados bons para efeitos de digestibilidade (Mesquita et al., 2002). Estudos realizados por Mesquita et al. (2002), em relação ao estabelecimento de pastagens formadas por Brachiaria concluíram que a FDN da Brachiaria decumbens apresentou variação entre 68,1 a 72,4% e a proteína bruta entre 6,2 e 7,6%. 25 Quando se avalia a digestibilidade de um volumoso deve-se levar em consideração os teores de FDA, pois valores elevados do mesmo diminuem a digestibilidade da MS (Branco, 2006). A altura da planta, a relação entre colmo e folha, a dinâmica do perfilhamento a expansão foliar, entre outros fatores, podem ter relação direta em relação à produtividade e qualidade da forragem (Costa & Paulino et al., 2007). 2.8 Uso de inoculantes ou biofertilizantes O termo biofertilizante é usado para definir todos os produtos que contenham microorganismos, os quais apresentem a capacidade de influenciar de forma positiva o desenvolvimento das plantas (Reis, 2006). A utilização de inoculantes ou biofertilizantes, contendo bactérias diazotróficas tem como objetivo proporcionar um número suficiente de células capazes de promover a rápida colonização da rizosfera, o que permitiria um aumento na produtividade, segundo Catroux (1991). Deaker et al. (2004) descreve a necessidade dos inoculantes apresentarem determinadas características, como qual a estirpe utilizada e sua competitividade, o número de células necessárias ou viáveis para a rápida colonização da rizosfera e do tecido vegetal (raízes), obtendo assim o maior potencial de utilização destes organismos. A produção de inoculantes utilizando-se de veículos não tóxicos, solúveis em água e associadas a estirpes competitivas deve ser levada em consideração para novos estudos e para o desenvolvimento de novos biofertilizantes, não se esquecendo da responsabilidade social, ambiental e inovação tecnológica (Fernandes Júnior, 2006). Segundo Reis, (2006) para que se obtenha sucesso quanto ao uso da inoculação, é necessário que se faça a seleção de estirpes eficientes e que estas sejam tolerantes ao estresse, já que as bactérias diazotróficas são encontradas em diferentes tipos de solo e sua sobrevivência está condicionada a fatores como a salinidade, seca e o pH do solo. Ferreira et al. (1987) observaram que estirpes do gênero Azospirillum atuam no crescimento vegetal através do processo de redução do nitrato, o que contribuiria com a planta 26 para que a mesma não dispensasse energia na redução do nitrato à amônia, o que permitiria um ganho de energia, a qual seria gasta em outros processos vitais à planta. No entanto, embora os benefícios apresentados, observa-se que os estudos de FBN ainda são incipientes para as gramíneas do gênero Brachiaria spp, uma vez que ainda não se encontra disponível no mercado estirpe aprovada como inoculante para este gênero pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA, 2011). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANTOUN, H., et al. Potential of Rhizobium and Bradyrhizobium species as plant growth promoting rhizobacteria on non-legumes: Effect on radishes (Raphanus sativus L.). Plant and Soil, Canadá, v. 204, n.1, p. 57–67, july 1998. ARAUJO, F.F. de. Inoculação de sementes com Bacillus subtilis, formulado com a farinha de ostra e desenvolvimento de milho, soja e algodão. Ciênc. agrotec., Lavras, v. 32, n. 2, p. 456462, mar./abr.2008. BALDANI, V.L.D., BALDANI, J.I., DÖBEREINER, J. Effects of Azospirillum inoculation on root infection and nitrogen incorporation is wheat. Can. J. Microbiol. , Canada, v.29, n.8, p.924- 929, oct.1983. BALDANI, V.L.D.; BALDANI, J.I.; DÖBEREINER, J. Inoculation of rice plants with the endophytic diazotrophs Herbaspirillum seropedicae and Burkholderia spp. Biology and fertility of Soils, Berlin, v.30, n.5., p.485-491, mar.2000. BARROSO, C.B.; NAHAS, E. The status of soil phosphate fractions and the ability of fungi to dissolve hardly soluble phosphates. Applied Soil Ecology, United State of American, v. 29, n.1,p.73–83, may 2005. BASHAN, Y.; LEVANONY, Y. Alterations in membrane potential and in proton efflux in plant roots induced by Azospirillum brasilense. Plant and Soil, Netherlands, v. 137, n.1, p. 99-103, nov.1991. BOGDAN, A.V. Tropical pasture and fodder plants. New York :Longman, 1977. 475p. BONFIM-SILVA, E. M. et al. C. Capim marandu no primeiro ano de recuperação em sistemas de manejo no Cerrado. Enciclopédia Biosfera, Centro Científico Conhecer, Goiania, v.6, n.12, p.1-9, 2011. BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instituição Normativa nº 13, de 24 de março de 2011. Disponível em: <www.agricultura.gov.br> Acesso em: 01 fev. 2015. 27 BRANCO, A.F. et al. Digestibilidade intestinal verdadeira da proteína de alimentos para ruminantes. Revista Brasileira de Zootecnia, Viçosa, v.35, n.4, p.1788-1795, jul/ago.2006. Suplemento. CATROUX, G. Inoculant quality standards and controls in France. In: THOMPSON, J.A. (Ed.). Expert consultation on legume inoculant production and quality control. Rome: FAO, 1991. p. 113-120. CHAGAS-JUNIOR, A.F.; OLIVEIRA, L. A. de; OLIVIERA, A. N. de. Produção de ácido indolacético por rizóbios isolados de caupi. Rev. Ceres, Viçosa, v. 56, n.6, p. 812-817, nov/dez. 2009. COSTA, K.A. de P. et al. Intervalo de corte na produção de massa seca e composição químico-bromatológica da Brachiaria brizantha cv. MG-5. Ciência e Agrotecnologia, Lavras, v.31, n.4, p.1197-1202, jul/ago.2007. COSTA, N. de L. et al.. Desempenho agronômico de genótipos de Brachiaria brizantha em diferentes idades de corte em Porto Velho, Rondônia, Brasil. Revista Electrónica de Veterinaria, Málaga, v.8, n.8, p.1-5, ago.2007. DA SILVA, S.C. et al. Pastagens: conceitos básicos, produção e manejo. Viçosa: Suprema, 2008.115 p. DEAKER, R.; ROUGHLEY, R. J.; KENNEDY, I. R. Legume seed inoculation technology – a review. Soil Biology & Biochemistry, Oxford, v. 36, n.8, p. 1275-1288, aug.2004. DOBBELAERE, S. et al. Phytostimulatory effect of Azospirillum brasilense wild type and mutant strains altered in IAA production on wheat. Plant and Soil, Netherlands, v. 212, n.2, p. 155–164, may 1999. DÖBEREINER, J. Influence of environmental factors on the occurrence of Spirillum lipoferum in soils and roots. In: Environmental role of nitrogen-fixing blue green algae and assymbiotic bacteria. Ecological Bulletin, Copenhagen, v. 26, n.1, p.343-352, jan.1978. DÖBEREINER J. Fixação de nitrogênio em gramíneas tropicais. Interciência, Caracas, v. 4, n.4, p.200-205, abr.1979 FERNADES JÚNIOR, P. I. Composições poliméricas a base de carboximetilcelulose e amido com o veículo de inoculação de rizóbio em leguminosas. 2006. 43 f. (Dissertação Mestrado) – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2006. FERREIRA, M. C. B.; FERNANDES, M. S.; DÖBEREINER, J. Role of Azospirillum brasilense nitrate reductase in nitrate assimilation by wheat plants. Biology and Fertility of Soils, Berlin, v. 4, n. 1, p. 47-53, may 1987. GERRETSEN, F.C. The influence of microrganisms on the phosphate intake by the plant. Plant and Soil, Dordrecht, v. 1, n. 1, p. 51-81, jan.1948. 28 GLICK, B. R.; BASHAN, Y. Genetic manipulation of plants grow-promoting bacteria to enhance biocontrol of phytopathogens. Biotechnology Advances, USA, v. 15, n. 2, p. 353378, apr.1997. GLICK, B. R.; PENROSE, D. M.; LI, J. A Model For the Lowering of Plant Ethylene Concentrations by Plant Growth-promoting Bacteria. J. theor. Biol., San Diego (USA), v. 190, n.1, p.63-68, jan.1998. GYANESHWAR, P., NARESH KUMAR, G., PAREKH, L.J. Effect of buffering on the phosphate solubilizing ability of microorganisms. World J. Microbiol. Biotechnol. , USA, v.14, n.5, p.669–673, oct.1998 ILLMER, P.; BARBATO, A.; SCHINNER, F .Solubilization of hardly-solubilization of hardly-soluble AlPO, with p-solubilizing microorganisms. Soil Bid. Biochenz., Oxford, v.27, n. 3, p. 265-270, apr.1995. KANESHIRO, T.; KWOLEK, W.F. Stimulated norulation of soybeans by Rhizobium japonicum mutant (B-14075) that catabolizes the conversion of tryptophan to indol-3ylacetic acid. Plant Scienc, Amsterdam, v. 42, n.1, p. 141—146, sept. 1985. KHALID, A.; ARSHAD, M.; ZAHIR, Z .A. Screening plant growth-promoting rhizobacteria for improving growth and yield of wheat. Journal of Applied Microbiology, Northern Ireland, v.96, n.3, p.473–480, feb. 2004 LEONG, J. Siderophores: their biochemistry and possible role in the biocontrol of plant pathogens. Annu Rev Phytopathol, Oxford, v. 24, n.1, p.187–208, sept. 1986. LISTA, F.N.; et al. Avaliação nutricional de pastagens de capim-elefante e capim-mombaça sob manejo rotacionado em função do período de ocupação. Revista Brasileira de Zootecnia, Viçosa, v.36, n.5, p.1413-1418, sept.2007. MACEDO, M.C.M. Pastagens no ecossistema Cerrados: evolução das pesquisas para o desenvolvimento sustentável. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 42, 2005, Goiânia. Anais... Goiânia: SBZ/UFG, 2005. p.6-84 MAGALHÃES, F.M.M.; PATRIQUIN,D.; DOBEREINER, J. Infection of field grown maize with Azospirillum spp. Revista Brasileira de Biologia, Brasília, v. 39, n.8, p.587-596, ago.1979. MARI, L.J. Intervalo entre corte em capim-Marandu (Brachiaria brizantha (Hochst. Ex A. Rich.) Stapf. cv. Marandu): produção, valor nutritivo e perdas associadas a fermentação da silagem. 2003. 138 f. Dissertação (Mestrado) – Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo, Piracicaba,2003. MARRA, L., M; et al. Biological nitrogen fixation and phosphate solubilization by bacteria isolated from tropical soils. Plant Soil, Netherlands, v.357, n.1, p.289-307, aug.2012. MESQUITA, E. E. et al. Efeitos e métodos de estabelecimento de Brachiaria e Estilosantes e de doses de calcário, fósforo e de gesso sobre alguns componentes nutricionais das forragens. Revista Brasileira de Zootecnia, Viçosa, v. 31, n. 6, p.2186-2196, nov./dez.2002. 29 MOREIRA, A.L. Melhoramento de pastagens através da técnica da sobressemeadura de forrageiras de inverno. Disponível em: <http:// www.aptaregional.sp.gov.br>. 2006. Acesso em 01 jul. 2013 MOREIRA, F. M. S.; SIQUEIRA, J. O. Microbiologia e Bioquímica do Solo. 2. ed. Lavras: UFLA, 2006. 729p. MOREIRA, F.M.S. et al. Diazotrophic associative bacteria: diversity, ecology and potential applications. Comunicata Scientiae. , Piaui, v. 1, n.2, p.74-99, nov.2010. MOULIN, L. et al. Nodulation of legumes by members of the β-subclass of Proteobacteria. Nature, London, v. 411, n.1., p. 948-950, june 2001. PETERSEN, J. P.; SRINIVASAN, M.; CHANWAY, C. P. Bacillus polymyxa stimulates increased Rhizobium etli populations and nodulation when co-resident in the rhizosphere of Phaseolus vulgaris. FEMS Microbiology Letters, Oxford, v.142, n.1, p.7271-276, sept.1996. PRINCEN, E. et al. Azospirillum brasiliense Indol-3-Acetic Acid Biosynthesis: Evidence for a Non-Tryptophan Dependent Pathway. Molecular Plat-Microbe Interactions, Belgium, v.6, n.5, p. 609-615, sept/oct. 1993. RAVEN, P. H.; RAY, F. E.; EICHHORN, S. E. Biologia Vegetal. 6.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan , 2001. 906 p. REIS JUNIOR, F. B. et al. Identification of Azospirillum amazonense isolates associated to Brachiaria spp. at different stages and growth conditions, and bacterial planthormone production. Rev. Bras. Ciênc. Solo, Campinas,v. 28, n.1, p.103-113, jan/fev.2004. REIS, M. R. Inoculantes contendo bactérias fixadoras de nitrogênio para aplicação em gramíneas. In: REUNIÃO BRASILEIRA DE FERTILIDADE DO SOLO E NUTRIÇÃO DE PLANTAS, 27, REUNIÃO BRASILEIRA DE MICORRIZAS, 11, SIMPÓSÍO BRASILEIRO DE MICROBIOLOGIA DO SOLO, 9, REUNIÃO BRASILEIRA DE BIOLOGIA DO SOLO, 6, 2006, Bonito, MS. Anais... Bonito: SBM; Dourados: Embrapa Agropecuária Oeste, 2006. 1 CD ROM. (Embrapa Agorpecuária Oeste. Documentos, 82). RODRÍGUEZ, H.; FRAGA, R. Phosphate solubilizing bacteria and their role in plant growth promotion. Biotechnology Advances, New York, v. 17, n.4, p. 319–339, oct.1999. SILVA, D.J.; QUEIROZ, A.C. Análise de alimentos: métodos químicos e biológicos. 3.ed. Viçosa, MG: UFV, 2002. 235p. SILVA, V. S. DA et al. Estirpes de Paenibacillus promotoras de nodulação específica na simbiose Bradyrhizobium-caupi. Acta Sci. Agron., Maringá, v. 29, n. 3, p. 331-338, nov. 2007. SOUZA, F. H. D. As sementes de espécies forrageiras do gênero Brachiaria no Brasil Central. In: PAULINO, V. T. A Brachiaria no novo século. 2. ed. Nova Odessa: Instituto de Zootecnia, 2002 30 VALLE, C.B. Genetic resources for tropical areas: achievements and perpectives. In: INTERNATIONAL GRASSLAND CONGRESS, 19, 2001, Sao Pedro. Proceedings… São Pedro : FEALQ, 2001. CD-ROM. VALLE, C.B.; JANL, L.; RESENDE, R.M.S. Forage breeding in Brazil. Revista Ceres, Viçosa, v.56, n.4, p.460-472, jul/ago. 2009. VAN, V.T.; BERGE, O.; KE.; BALANDREAU, J. Isolation and nitrogenase activity of Burkholderia vietnamiensis, a nitrogen-fixing bacterium associated with rice (Oriza sativa L.) on a sulphate acid soil of Vietnam. Agronomie, France, v. 16, n.8, p.479-491, sept.1996. VAN SOEST, P.J. Nutritional ecology of the ruminant. 2ed. New York: Cornell University Press, 1994. 476p. VINHAL-FREITAS, Isabel Cristina; RODRIGUES, Mariana Bueno. Fixação biológica do nitrogênio na cultura do milho. Revista Agropecuária Técnica, Pernambuco, v. 31, n. 2, p. 143-154, maio 2010. WAKELIN, S. A. et al. Phosphate solubilization by Penicillium spp. closely associated with wheat roots. Biol Fertil Soils, New York, v. 40, n.1, p. 36–43, oct.2004. 31 CAPÍTULO 2 32 ARTIGO 1 (Artigo formatado de acordo com as normas da Revista Ciência Rural- ISSN 0103-8478 – B1- a ser submetido) Diversidade de bactérias diazotróficas em pastagens Brachiaria brizantha (Diversity of diazotrophic bacteria in pasture Brachiaria brizantha) Márcio de Souza Dias1; Ligiane Aparecida Florentino2; Adauton Vilela de Rezende 3. Resumo – O objetivo deste estudo foi analisar a diversidade de bactérias diazotróficas associadas e endofíticas de Brachiaria brizantha em duas épocas do ano e estudar a capacidade destas em solubilizar fosfatos inorgânicos e produzir ácido-3-indolacético (AIA). As bactérias foram isoladas de amostras de solos cultivados sob B. brizantha e partes do tecido vegetal desta gramínea, coletadas nos municípios de Alfenas e Machado, nos períodos seco e chuvoso. Foram utilizados cinco meios de cultura semissólidos e semisseletivos: FAM (Azospirillum amazonense), JMV (Burkholderia sp.), JNFb (Herbaspirillum spp.), LGI (A. amazonense) e NFb (Azospirillum spp.). Foi obtido um total de 332 isolados, sendo a maioria endofíticos. Os isolados foram agrupados de acordo com as características morfológicas, que foram utilizadas para estimar a diversidade utilizando-se o índice de Shannon. Os testes de solubilização de fosfato e produção de AIA foram realizados in vitro para todos os isolados. O maior número e diversidade foram provenientes do município de Alfenas. No período chuvoso foi verificado maior número e diversidade de isolados em ambos os Municípios, quando comparado ao período da seca. Trinta e cinco isolados solubilizaram fosfato de ferro e 33 78 produziram AIA, destacando-se os isolados 100-17, 100-21, 100-40 e 100-78, capazes de desempenhar ambas as funções simultaneamente. Palavras-chave: Fixação biológica de nitrogênio, degradação pastagens, bactérias promotoras crescimento vegetal. ________________________ 1 Universidade José do Rosário Velano – UNIFENAS. 2*Faculdade de Agronomia – UNIFENAS. E-mail: [email protected] (Autor para correspondência). 3Faculdade de Agronomia – UNIFENAS, Alfenas, MG. Abstract - The objective of this study was to analyze the diversity of nitrogen fixing bacteria associated and endophytic B. brizantha in two seasons and study the capacity the solubility of inorganic phosphates and produce acid-3-indole acetic (AIA). The bacteria were isolated from soil samples grown under Brachiaria and parts of the plant tissue of this grass, collected in the cities of Alfenas and Machado, the dry and wet periods. Five semisolid culture media and semi-selective were used: FAM (Azospirillum amazonense), JMV (Burkholderia sp.), JNFb (Herbaspirillum spp.), LGI (A. amazonense) and NFb (Azospirillum spp.). A total of 332 isolates were obtained, most endophytic. Isolates were grouped according to the morphological characteristics that were used to estimate the diversity using the Shannon index. Phosphate solubilization and AIA tests were performed in vitro production of all isolates. The greatest number and diversity were from the city of Alfenas. During the rainy season was verified greater number and diversity of isolates in both municipalities, when compared to the dry season. Thirty-five isolates solubilized iron phosphate and 78 produced AIA, highlighting the isolated 100-17, 100-21, 100-40 and 100-78, able to do both simultaneously. Key words: Biological nitrogen fixation, degradation pastures, promoting bacteria plant growth. 34 INTRODUÇÃO Estima-se que cerca de 70% das pastagens cultivadas no Brasil encontram-se em processo de degradação, fenômeno este que pode ser explicado, principalmente, pela baixa fertilidade natural dos solos das regiões tropicais e pela falta de reposição de nutrientes (MACEDO, 2005), sendo que o nitrogênio é considerado o elemento mais limitante à produtividade de Brachiaria spp. (VASCONCELOS, 2006). Nesse sentido, o uso da biotecnologia da fixação biológica do nitrogênio atmosférico (N2) (FBN), mediada pelas bactérias diazotróficas ou fixadoras de N2, apresenta-se como uma alternativa à substituição na utilização de fertilizantes nitrogenados, reduzindo os custos de produção e também possíveis impactos ambientais provocados pelas reações bioquímicas deste elemento no solo. No entanto, a FBN tem sido mais difundida no cultivo de leguminosas, formando uma interação simbiótica, evidenciada pela formação de nódulos radiculares e/ou caulinares (MOREIRA & SIQUEIRA, 2006). Mas, diversos estudos indicam o benefício da inoculação com as bactérias diazotróficas em diferentes gramíneas forrageiras (DIDONET et al., 1996; CAVALLET et al., 2000; OLIVEIRA et al., 2007). Nesse caso, não ocorre a formação de nódulos e essas bactérias podem se estabelecer na rizosfera dessas plantas, formando uma associação, ou serem encontradas no interior dos tecidos (endofíticas). A inoculação de estirpes bacterianas diazotróficas em Brachiaria spp. indicam que estas podem fornecer parte do N necessário ao desenvolvimento vegetal, suprindo até 40 kg N ha-1 (BODDEY & VICTORIA, 1986; BRAZ et al., 2013). Além do fornecimento do nitrogênio, estudos indicam que essas bactérias podem contribuir para a promoção do crescimento vegetal por meio da produção de hormônios, como o ácido-3-indolacético (AIA), 35 solubilização de fosfatos inorgânicos e controle de patógenos (BASHAN & HOLGUIN, 1997; CAVALLET et al., 2000; REIS JÚNIOR et al., 2004). Apesar dos benefícios apresentados, observa-se que os estudos de FBN ainda são incipientes para as gramíneas do gênero Brachiaria spp. Nesse sentido, o objetivo deste estudo foi analisar a diversidade de bactérias diazotróficas associadas e endofíticas de Brachiaria brizantha e a capacidade destas em solubilizar fosfatos inorgânicos de ferro e alumínio e produzir o hormônio AIA. MATERIAL E MÉTODOS As amostras de solo e de tecido vegetal (raízes) utilizadas no estudo foram coletadas em áreas de pastagens cultivadas com B. brizantha, sendo três nos municípios de Alfenas (P01: S 21º 27,638' e W 045º 55, 692'; P02: S 21º 23,921' e W 045º 56, 199'; P03: S 21º 23,167' e W 045º 56, 474') e três no município de Machado (P01: S 21º 39.836' e W 045º 59.707'; P02: S 21º 38.883' e W 046º 01.681'; P03: S 21º 37.707' e W 046º 01.385'), localizados na região Sul do Estado de Minas Gerais, nos períodos seco e chuvoso, respectivamente, julho e dezembro de 2013 (tabela 1). Tabela 1. Valores médios referentes à pluviosidade, temperatura mínima e máxima no Período de seca Período chuvoso Parâmetros Alfenas Machado Alfenas Machado Pluviosidade (mm) 26,4 43,0 158,6 148,0 Temperatura mínima (ºC) 16,7 12,0 23,2 19,0 Temperatura máxima (ºC) 18,2 29,0 24,5 32,0 municípios de Alfenas e Machado, nos meses de julho e dezembro de 2013. Dados obtidos em: http://www.inmet.gov.br 36 As amostras de solos foram coletadas na camada de 0-20 cm, seguindo a metodologia adotada por GUIMARÃES et al., (2012). Esses mesmos pontos foram utilizados para coleta de raízes de B. brizantha. O material coletado (solo e raízes) foram conservados em caixas térmicas a 4ºC. As amostras de solos foram submetidas a análises das características químicas conforme métodos compilados em EMBRAPA (2011) (tabela 2). Tabela 2. Características químicas dos solos das áreas de estudo dos municípios de Alfenas e pH (H2O) P Local K Ca²+ Mg²+ Al³+ H + Al SB mg dm-3 cmolc dm-3 t T V m MO % dag Kg-1 Alfenas P01 5,6 P02 6 P03 0,5 30 2,4 0,8 0 2,8 3,3 3,3 6,1 54 0 34 3,7 1,0 0 3,1 4,7 4,7 7,8 60 0 43 5,5 0,5 114 2,4 0,8 0,1 3,8 3,5 3,6 7,3 48 3 42 P01 5,3 1 128 1,8 0,8 0,5 7,2 2,9 3,4 10,1 29 15 35 P02 5,2 0,5 68 0,7 0,6 0,6 4,7 1,5 2,1 6,2 24 28 45 P03 5,6 0,5 120 1,6 0,7 0 2,5 2,6 2,6 5,1 51 0 33 1 42 Machado Machado. O isolamento das bactérias diazotróficas foi realizado por meio da inoculação das amostras (solo e raízes), em frascos contendo meios de cultura semissólidos e semisseletivos: NFb (Azospirillum spp.), JNFb (Herbaspirillum spp.), LGI (A. amazonense) (DÖBEREINER 37 et al., 1995), JMV (Burkholderia spp.) (REIS et al., 2004) e FAM (Azospirillum amazonense) (MAGALHÃES & DÖBEREINER, 1984). A metodologia utilizada para realização da inoculação do solo e das raízes nos diferentes meios de cultivo foi de acordo, respectivamente, com DINIZ et al. (2012) e SANTOS et al. (2013). Após o isolamento, procedeu-se a purificação e as bactérias foram inoculadas novamente nos meios de origem para confirmação da capacidade de fixação de N2, evidenciada pela formação da película na superfície dos meios. Posteriormente, procedeu-se a caracterização morfológica em meio batata dextrose Agar (BDA), contendo azul de bromotimol, em que foram avaliados os seguintes parâmetros: tempo de crescimento (rápido, intermediário, lento), alteração do pH do meio (neutro, ácido, ácido/alcalino, alcalino), cor (amarelo, creme), forma (regular, irregular), absorção de indicador (sim, não), produção de exopolissacarídeo (escassa, baixa, média, alta). Essas características foram utilizadas para agrupar os isolados e estimar a diversidade pelo índice de Shannon-Weaver, sendo determinada pela fórmula a seguir: = −Σ[ ln ] em que: H’ = índice de Shannon-Weaver; ni = número de grupos formados com as diferentes características culturais; N = número total de isolados; ln = logaritmo na base natural. Os isolados foram avaliados quanto à capacidade de solubilizar fosfato de ferro (FePO42H2O) e de alumínio (AlPO4.2H2O), utilizando-se respectivamente os meios GELP e GES (SYLVESTRES-BRADLEY, 1982) e seguindo-se a metodologia adotada por MARRA et al. (2012). A cada três dias, por um período de 12 dias, com o auxílio de um paquímetro digital, foi medido o diâmetro da colônia e do halo de solubilização, obtendo-se assim o índice de solubilização (IS) de acordo com BERRAQUERO et al. (1976), que classifica os isolados em baixa (IS < 2 mm), média (2 ≤ IS < 4 mm) e alta (IS > 4mm) capacidade de solubilização. Foi utilizado o delineamento inteiramente casualizado (DIC) e os valores de IS 38 foram comparados pelo teste de Skott-Knott a 5% de probabilidade, utilizando-se o programa Sisvar (FERREIRA, 2011). Devido ao grande número de isolados, a produção de AIA foi determinada conforme metodologia descrita por BRICK et al. (1991) e CATTELAN(1999). Utilizaram-se quatro repetições, sendo avaliadas a presença ou ausência da produção de AIA, de acordo com a formação de halo avermelhado ao redor das colônias bacterianas. RESULTADOS E DISCUSSÃO Foi obtido um total de 332 isolados, dos quais, 203 oriundos do município de Alfenas, sendo 135 de origem endofítica e 68, do solo. No município de Machado foram obtidos 129, sendo 79 de origem endofítica e 50 oriundos do solo. Esses isolados bacterianos foram isolados dos cinco diferentes meios de cultivo, de acordo com a seguinte distribuição: 15% foram isolados a partir do meio FAM, 20% do meio JMV, 21% do meio LGI, 21% do meio NFb e 23% do meio JNFb. Estes meios semissólidos e semisseletivos são amplamente utilizados em estudos visando capturar populações de bactérias diazotróficas que colonizam o solo e espécies de gramíneas, como a Brachiaria sp., (DÖBEREINER, 1988; REIS JÚNIOR et al., 2004; BRASIL et al., 2005). A tabela 3 apresenta o número e diversidade desses isolados de acordo com o período de coleta e os municípios estudados. 39 Tabela 3. Número e diversidade de bactérias fixadoras de N2 isoladas de amostras de solo cultivado sob Brachiaria brizantha e de tecidos vegetais (endofíticas) desta gramínea, nos municípios de Alfenas e Machado, nos períodos seco e chuvoso. Local/ Ponto de amostragem Solo Endofítica Período Período Seco Chuvoso Seco Chuvoso NI1 IS2 NI1 IS2 NI1 IS2 NI1 IS2 P01 9 1,89 13 2,20 18 2,03 32 2,56 P02 4 1,39 23 2,48 17 1,93 34 2,57 P03 1 - 18 2,18 7 1,95 27 2,64 P01 6 1,56 13 2,25 8 1,26 15 1,95 P02 2 0,69 16 1,93 9 1,58 29 2,66 P03 - - 13 1,94 1 - 17 2,20 Alfenas Machado 1 Número de isolados; 2Índice de Shannon-Weaver De acordo com os dados da tabela 3, o maior número de isolados foi oriundo do município de Alfenas. Esse resultado pode estar relacionado às melhores condições químicas apresentadas pelos solos coletados no município de Alfenas (tabela 2). Segundo KENNEDY et al. (2004), a disponibilidade de nutrientes é um dos fatores que influencia positivamente a comunidade bacteriana do solo. No entanto, em ambos os municípios, a maior disponibilidade de água no solo foi fator determinante para a presença do maior número de isolados no período chuvoso quando comparado ao período da seca. Resultados semelhantes foram encontrados por REIS JR et al. 40 (2004), estudando a densidade de Azospirillum amazonense em Brachiaria humidicola, B. decumbens cv. Basilisk e B. brizantha cv. Marandu em solos do Cerrado e da Mata Atlântica. A diversidade observada pelo índice de Shannon apresentou a mesma tendência dos dados referentes ao número de isolados, ou seja, a maior diversidade foi obtida no município de Alfenas, sendo que no período chuvoso foi observada maior diversidade de isolados de ambos os municípios, quando comparado ao período da seca. A influência da água na maior diversidade de bactérias diazotróficas endofíticas da cultura do milho também foi observada por ROESCH et al. (2007). Além disso, a melhoria das condições químicas dos solos coletados no município de Alfenas pode ter contribuído para o aumento da diversidade das bactérias diazotróficas. Considerando o potencial de contribuição das bactérias fixadoras de N2 nas áreas de Estirpes IS (mm) pastagens, a avaliação da ocorrência destas em diferentes períodos do ano é de extrema relevância para o manejo das áreas de pastagens, justificando a realização de estudos semelhantes em diferentes regiões do Brasil (REIS JÚNIOR et al., 2004; BRASIL et al., 2005). Quanto à solubilização de fosfatos inorgânicos, nenhum foi capaz de solubilizar o fósforo ligado ao alumínio (AlPO4.2H2O), o que pode ser devido à toxidez deste elemento à célula bacteriana (MADIGAN et al., 2004). Já em relação ao fosfato de ferro (FePO4.2H2O), 35 isolados bacterianos foram capazes de solubilizar o fósforo (tabela 4). Tabela 4. Índice de solubilização (IS) de fosfato de ferro (FePO4.2H2O) em meio sólido GELP por bactérias diazotróficas de Brachiaria brizantha. 41 100-40 10,34 a 100-05 8,27 b 100-01; 100-02; 100-59 7,12 ± 0,25 c 100-23; 100-116 6,14 ± 0,19 d 100-08; 100-15 5,42 ± 0,01 e 100-35; 100-14; 100-16; 100-70; 100-71; 100-78; 100-82; 100-32 4,35 ± 0,48 f 100-09; 100-44; 100-69 3,50 ± 0,13 g 100-12; 100-43; 100-49; 100-51; 100-67; 100-17; 100-33; 100-34; 2,81 ± 0,29 h 100-265 100-07; 100-28; 100-30; 100-31; 100-42; 100-280 2,09 ± 0,28 i De acordo com os valores apresentados na tabela 4, observa-se uma grande variabilidade entre os isolados em solubilizar fosfato de ferro, sendo que cerca de 50% dos isolados apresentaram IS > 4 mm, sendo considerados, segundo BERRAQUERO et al. (1976), como alta solubilização de P. SILVA FILHO & VIDOR (2000), relatam que a capacidade de solubilizar fosfato varia de acordo com o tipo de micro-organismo, a presença de fontes de carbono e a disponibilidade de nutrientes no solo A maioria dos isolados que solubilizaram fosfato de ferro foi obtida no período da seca, sendo somente os isolados 100-116, 100-265 e 100-280 capturados no período chuvoso. Esses resultados apresentam grande relevância para o fornecimento de fósforo para as plantas, uma vez que no período da seca a disponibilidade de fósforo reduz devido à sua baixa mobilidade no solo (NOVAIS et al., 2007). Nesse sentido, verifica-se que apesar da redução no número e diversidade de isolados neste período do ano (tabela 3), a comunidade de diazotróficos presente continua atuando na promoção do crescimento vegetal. 42 Quanto à produção de AIA, dos 332 isolados analisados, 78 (100-03; 17; 19; 21; 26; 34; 38; 40; 47 e 48; 50; 52 a 55; 61 a 63; 72; 73; 78; 85; 88; 105; 125; 129; 130; 137; 138; 142 a 145; 147; 150 a 153; 159; 163; 167; 170 a 173; 178; 181; 184; 185; 198; 212; 223; 227; 228; 230; 238 a 240; 263; 274; 281; 282; 303; 307; 308; 310; 311; 313 a 315; 317; 318; 321 a 323; 325; 330; 331) produziram AIA quando cultivados no meio contendo triptofano. Diferentemente do observado para os solubilizadores de P, os produtores de AIA foram obtidos, preferencialmente, na época chuvosa. Destes, 49 foram isolados de tecidos de B. brizantha (endofíticos), sendo 17 oriundos do período da seca e 32 do período chuvoso. Os demais isolados, 29, foram oriundos das amostras de solos, sendo que seis do período da seca e os demais do período chuvoso. Em relação aos processos de solubilização de P e produção de AIA, destacam-se os isolados 100-17, 21, 40 e 78, capazes de desempenhar ambas as funções. Segundo CROZIER et al. (1988), o AIA estão entre os fitormônios de crescimento vegetal produzidos por Azospirillum e outros gêneros de bactérias diazotróficas, sendo este o mais ativo e de melhor caracterização. SARWAR e KREMER (1995) avaliaram alguns isolados de origem rizosférica de diferentes plantas, e verificaram que isolados associados à raiz são mais eficientes na síntese de AIA do que os não associados às plantas. A auxina, sintetizada por organismos rizosféricos pode produzir repostas rápidas como o aumento da elongação celular, como respostas lentas no que diz respeito à divisão e diferenciação celular (DOBBELAERE et al., 2003). São várias as vias de síntese da auxina, sendo que o Triptofano é um precursor deste hormônio, pois a sua adição nos meios de cultura (Salkowski) promove o aumento da síntese. O gênero Azospirillum é amplamente estudado em função da sua interação com gramíneas e por produzir auxina por diferentes vias. 43 CONCLUSÕES A diversidade de bactérias diazotróficas em pastagens de Brachiaria brizantha está relacionada à disponibilidade de água, no entanto, verifica-se o potencial destas em atuar como promotoras do crescimento vegetal, independente do período do ano. AGRADECIMENTOS A CAPES/PROSUP, pela bolsa de mestrado, e ao CNPq, pela bolsa de Iniciação Científica. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BASHAN, Y.; HOLGUIN, G. Azospirillum-plant relationships: environmental and physiological advances (1990-1996). Canadian J. Microbiol, v.43, p.103-121, 1997. Disponível em 05 dez. 2013: <http:www.nrcresearchpress.com/doi/pdf/10.1139/w04-035> Acesso em: 01 dez. 2013. doi: 10.1139/w04-035 BERRAQUERO, F. R. et al. Establecimiento de indices para el estudo de la solubilizacion de fosfatos por bacerias del suelo. Ars Pharmacéutica, v.17, n.4, p.399-406, sept.1976. BODDEY, R. M. ; VICTORIA, R. L. Estimation of biological nitrogen fixation associated with Brachiaria and Paspalum grasses using 15N labeled organic matter and fertilizer. Plant & Soil, v. 90, n.2, p. 256-292, apr. 1986. Disponível em: http://link.springer.com/article/10.z1007/BF 02277403 > Acesso em : 12 nov.2014. doi :10.1007/BF02277403 44 BRASIL, M.S. et al. Ocorrência e diversidade de bactérias diazotróficas associadas a gramíneas forrageiras do Pantanal sul-matogrossense. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v.29, n.2, p.179-190, mar.2005. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext& pid=S010006832005000200003&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt > Acesso em: 12 de abr. 2014. doi:10.150/S0100-06832005000200003 BRAZ, S.P. et al. Soil Carbon Stocks under Productive and Degraded Pastures in the Brazilian Cerrado. Soil Science Society of America Journal, v. 77, n.3 p. 914-928, april. 2013. Disponível em: <https://www.animalsciencepublications.org/publications/search?search[0]=pr oductive%20trait&numResults=10&sort=relevance&stem=0> Acesso em: 01 nov. 2014. doi:10.2136/sssaj2012.0269 BRICK, J.M. et al. Rapid in situ assay for indoleacetic acid production by bacteria immobilized on nitrocellulose membrane. Appl Environ Microbiol, v.57, n.2, p.535–538, feb.1991. Disponível em: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC182744/pdf/aem00055-0213. pdf> Acesso em: 03 de nov. 2013 CATTELAN, A.J. Métodos quantitativos para determinação de características bioquímicas e fisiológicas associadas com bactérias promotoras do crescimento vegetal. Londrina: Embrapa Soja, 1999. 36 p. (Embrapa Soja. Documentos, 139). Disponível em: <http://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/handle/doc/461542>. Acesso em: 10 dez. 2013. 45 CAVALLET, L.E. et al. Produtividade do milho em resposta à aplicação de nitrogênio e inoculação das sementes com Azospirillum spp. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v. 4, n.1, p. 129-132, jan./apr.2000. Disponível em: <http://www.scielo.br /scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-43662000000100024> Acesso em : 23 de ago. 2014. doi:10.1590/S1415-43662000000100024 CROZIER, A. et al. Analysis of indole-3-acetic acid and related indóis in culture medium from Azospirillum lipoferum and Azospirillum brasilense. Applied and Environmental Microbiology, v.54, n.11, p.2833-2837, nov.1988. Disponível em: <http://aem.asm.org/ content/54/11/2833.full.pdf+html?sid=aaed7058-888f-4784-b763-25f5e41d89ea> Acesso em : 03 de ago. 2014. DIDONET, A.D. et al. Acúmulo de nitrogênio e de massa seca em plantas de trigo inoculadas com Azospirillum brasilense. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 31, n.9, p. 645-651, setembro.1996. Disponível em: <http://seer.sct.embrapa.br/index.php/pab/article/view/4533/1 819> Acesso em: 28 de jul. 2014. DINIZ, P.F.A. et al. Bactérias diazotróficas em solos sob seringueira. Rev. Bras. Ciênc. Solo, v.36, n.5, p.1426-1433, nov. 2012. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S01 00-06832012000500006&script=sci_abstract&tlng=pt> Acesso em :28 de jul. de 2014. doi:10.1590/S0100-06832012000500006 DOBBELAERE, S. et al. Plant growth-promoting effects of diazotrophs in the rhizosphere. Critical Reviews in Plant Sciences, v.22, n.2, p.107-149, jun.2003. Disponível em: <http:// 46 www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/713610853#preview> Acesso em: 22 de set. 2014.doi: 10.1080/713610853 DÖBEREINER, J. Isolation and identification of root associated diazotrophs. Plant and Soil, v.110, n.2, p.207-212, august, 1988. Disponível em: < http://link.springer.com/article/10.1007 %2FBF02226800> Acesso em: 01 de dez. 2014.doi: 10.1007/BF02226800 DÖBEREINER, J. et al. Como isolar e identificar bactérias diazotróficas de plantas não leguminosas. Brasília: Embrapa-SPI. Itaguaí, Embrapa- CNPAB, 1995. 60p. EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA– EMBRAPA. Manual de métodos de análise de solos. 2.ed. rev. Rio de Janeiro: Embrapa Solos, 2011. 230p. FERREIRA, D. F. Sisvar: a computer statistical analysis system. Ciência e Agrotecnologia, v. 35, n.6, p. 1039-1042, nov/dez.2011. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php? script=sci_arttext&pid=S1413-70542011000600001&lng=en&nrm=iso&tlng=en> Acesso em: 01 de abr. de 2013 .doi: 10.590/S1413-70542011000600001 GUIMARÃES, A. A. et al. Genetic and symbiotic diversity of nitrogen-fixing bacteria isolated from agricultural soils in the western Amazon by using cowpea as the trap plant. Applied and Environmental Microbiology, v.78, n.18, p.6726-6733, september.2012. Disponível em:< http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3426679/> Acesso em: 27 de out. 2013.doi: 10.1128/AEM.01303-12. 47 KENNEDY, N. et al. Impact of lime, nitrogen and plant species on bacterial community structure in grassland Microcosms. Environmental Microbiology, v.6, n.10, p.1070–1080, may 2004. Disponível em: <http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.1462-2920.2004.006 38.x/abstract;jsessionid=2D9317E2B79513224979FB5261E43091.f03t03 > Acesso em:16 de mar. 2014. doi: 10.1111/j.1462-2920.2004.00638.x MACEDO, M.C.M. Pastagens no ecossistema Cerrados: evolução das pesquisas para o desenvolvimento sustentável. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 42, 2005, Goiânia. Anais... Goiânia: SBZ/UFG, 2005. p.56-84. MADIGAN, M.T. et al. Microbiologia de Brock. São Paulo: Prentice Hall, 2004.608 p. MAGALHAES, F.M.M.; DÖBEREINER, J. Occurrence of Azospirillum amazonense in some Amazonian (Brazil) ecosystems. R. Microbiol, v. 15, p.246-252, 1984. MARRA, L. M. et al. Biological nitrogen fixation and phosphate solubilization by bacteria isolated from tropical soils. Plant Soil, v.357, n.1, p.289-307, aug. 2012. Disponível em: <http://link.springer.com/article/10.1007%2Fs11104-012-1157-z > Acesso em: 01 de fev. 2014. doi: 10.1007%2Fs11104-012-1157-z MOREIRA, F.M.S.; SIQUEIRA, J.O. Microbiologia e bioquímica do solo. 2.ed. Lavras: Universidade Federal de Lavras, 2006. 729p. NOVAIS, R.F. et al. Fósforo. In: ____. Fertilidade do solo. Viçosa, MG: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 2007. p.471-537. 48 OLIVEIRA, P.P.A. et al. Produção de forragem e qualidade de Brachiaria brizantha cv. Marandu com Azospirillum brasilense e fertilizada com nitrogênio. São Paulo: Embrapa Pecuária Sudeste, 2007. REIS, V. M. et al. Burkholderia tropica sp. nov., a novel nitrogen-fixing, plant-associated bacterium. International Journal of Systematic and Evolutionary Microbiology, v. 54, n. 6, p. 2155-2162, nov. 2004. Disponível em: < http://ijs.sgmjournals.org/content/54/6/2155.full. pdf+html> Acesso em: 18 de maio de 2014. doi:10.1099/ijs.0.02879-0 REIS JUNIOR, F. et al. Identificação de isolados de Azospirillum amazonense associados a Brachiaria spp., em diferentes épocas e condições de cultivo e produção de fitormônio pela bactéria. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v.28, n.1, p.103-113, jan./fev.2004. Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-0683200400 0100011> Acesso em: 06 de jul. 2013. doi: 10.1590/S0100-06832004000100011 ROESCH, L.F.W. et al. Diversidade de bactérias diazotróficas endofíticas associadas a plantas de milho. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v.31, n.6, p.1367-1380,2007. Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-0683200700 0600015> Acesso em: 28 set. 2013. doi:10.1590/ S0100-06832007000600015 SANTOS, M.C.M. et al. Ocorrência e atividade de bactérias diazotróficas em forrageiras cultivadas na região semiárida no Brasil. Revista Caatinga, v. 26, n. 1, p. 27-34, jan./mar., 2013. Disponível em: <http://periodicos.ufersa.edu.br/revistas/index.php/sistema/article/view/ 2649> Acesso em: 02 de fev. 2014. 49 SARWAR, M.; KREMER, R.J. Enhanced suppression of plant growth through production of L-tryptophan-derived compounds by deleterious rhizobacteria. Plant and Soil, v.172, n.2, p.261-269, 1995. Disponível em: <http://link.springer.com/article/10.1007%2FBF00011328> Acesso em:19 de oct. 2013. doi: 10.1007/BF00011328 SILVA FILHO, G. N.; VIDOR, C. Solubilização de fosfatos por microrganismos na presença de fontes de carbono. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v. 24, n. 2, p. 311-319, 2000. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-0683200000 0200008> Acesso em: 22 nov. 2014. doi:10.1590/ S0100-06832000000200008 SYLVESTER-BRADLEY R. et al. Levantamento quantitativo de microrganismos solubilizadores de fosfato na rizosfera de gramíneas e leguminosas forrageiras na Amazônia. Acta Amazonica, v.12, n.1, p.15-22, jul.1982. Disponível em: <https://acta.inpa.gov.br/fas ciculos/12-1/PDF/v12n1a02.pdf > Acesso em: 11 ago. 2014. VASCONCELOS, C.N. Pastagens: implantação e manejo. Salvador. EDBA, 2006. 177p. 50 ARTIGO 2 (Artigo formatado de acordo com as normas da Revista Ciência Rural- ISSN 0103-8478 – B1- a ser submetido) Bactérias diazotróficas e as características morfológicas e bromatológicas de Brachiaria brizantha cv MG 05 Vitória (Diazotrophic and the morphological and qualitative characteristics of Brachiaria brizantha cv MG 05 Victory) Márcio de Souza Dias1; Ligiane Aparecida Florentino2*; Adauton Vilela de Rezende 3. Resumo - Objetivou-se com esse trabalho avaliar o efeito da inoculação de diferentes isolados diazotróficos sobre características morfológicas e bromatológicas de Brachiaria brizantha cv MG05 Vitória. O experimento foi conduzido em vasos contendo 20 dm3 de solo durante 83 dias, com dois cortes, cujos tratamentos foram constituídos por: inoculação com 22 estirpes bacterianas isoladas de B.brizantha e com a estirpe Azospirillum brasilense, e dois controles: sem inoculação sendo o primeiro apenas com N-plantio e o segundo com N-plantio e Ncobertura. Foi utilizado o delineamento em blocos casualizados com quatro repetições. Foram analisados os seguintes parâmetros anatômicos: altura, largura e comprimento da folha, número de perfilhos, peso seco da raiz e comprimento da raiz, matéria seca, produtividade de matéria seca, fibra em detergente neutro e ácido, e a proteína bruta na matéria seca. A inoculação de estirpes diazotróficas endofíticas e rizosféricas influenciaram no desenvolvimento do capim B. brizantha cv MG05 Vitória, contribuindo positivamente com a produção de matéria seca, produtividade de matéria seca e proteína bruta na matéria seca, destacando-se os isolados UNIFENAS-100-16, 21, 78, cujo teor de proteína bruta na matéria seca foi superior a 7%. Palavras-chave: FBN, matéria seca, forrageiras _______________________ 1 Universidade José do Rosário Velano – UNIFENAS. 2*Faculdade de Agronomia – UNIFENAS. E-mail: [email protected] (Autor para correspondência). 3Faculdade de Agronomia – UNIFENAS, Alfenas, MG. 51 Abstract - The objective of this study was to evaluate the effect of inoculation of different diazotrophics isolated on morphological and qualitative characteristics of B.brizantha cv MG05 Victoria. The experiment was conducted in pots containing soil 20 dm3 for 83 days, two courts, whose treatments were: inoculation with 22 isolated bacterial strains B.brizantha and with Azospirillum brasilense strain, and two controls: without inoculation with the first only with N-planting and the second N-planting and N-coverage. The design was used in a randomized block design with four replications. The following anatomic parameters were analyzed: height, width and length of the sheet, number of tillers, dry root weight and root length, dry weight, dry matter yield, neutral and acid detergent fiber, and crude protein in dry matter. Inoculation of endophytic strains and rhizospheric influenced the development of the grass B. brizantha cv MG05 Victoria, positively contributing to the production of dry matter, dry matter yield and crude protein in dry matter, highlighting the UNIFENAS-100- isolated 16, 21, 78, which crude protein content in the dry matter was in excess of 7%. Key words:. FBN, dry matter, forage. INTRODUÇÃO O Brasil é considerado um dos maiores produtores e exportadores mundiais de carne bovina, em que predomina o sistema de criação extensiva, caracterizado pela necessidade de extensas áreas de cultivo de forrageiras (FONSECA et al., 2006), destacando-se o gênero Brachiaria (AMBIEL et al., 2008). Estima-se que cerca de 70% das pastagens brasileiras encontram-se degradadas ou em vias de degradação, devido, principalmente, ao excesso de pastejo, baixa fertilidade natural dos solos brasileiros e pela falta de reposição de nutrientes, em especial o nitrogênio (MACEDO, 2005), indicando a necessidade de medidas de manejo visando recuperar estas 52 áreas e garantir a produtividade. VASCONCELOS (2006) destaca a importância do nitrogênio como sendo um dos elementos mais limitantes à produtividade de Brachiaria spp. A utilização da fixação biológica de nitrogênio (FBN) tem sido mais difundida no cultivo de leguminosas, formando uma interação simbiótica, evidenciada pela formação de nódulos radiculares e/ou caulinares (MOREIRA & SIQUEIRA, 2006). No entanto, diversos estudos indicam o benefício da inoculação com as bactérias fixadoras de N2 em diferentes gramíneas forrageiras (DIDONET et al., 1996; CAVALLET et al., 2000; OLIVEIRA et al., 2007a). Nesse caso não ocorre a formação de nódulos e essas bactérias podem se estabelecer na rizosfera dessas plantas, formando uma associação, ou serem encontradas no interior dos tecidos (endofíticas). A inoculação de estirpes bacterianas fixadoras de N2 em Brachiaria spp. indicam que estas podem fornecer parte do N necessário ao desenvolvimento vegetal, suprindo até 40 kg N ha-1 (BODDEY & VICTORIA, 1986; BRAZ et al., 2013). No entanto, embora se considerem os benefícios apresentados, observa-se que os estudos de FBN ainda são incipientes para as gramíneas do gênero Brachiaria spp, uma vez que ainda não se encontra disponível no mercado estirpe aprovada como inoculante para este gênero pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA, 2011). Desta forma, objetivou-se com esta pesquisa avaliar o efeito da inoculação de diferentes isolados diazotróficos sobre características morfológicas e bromatológicas de Brachiaria brizantha cv MG05 Vitória. MATERIAL E MÉTODOS Foi conduzido experimento em vasos no viveiro de mudas florestais da Faculdade de Agronomia da Universidade José do Rosário Vellano (UNIFENAS), em Alfenas (MG), cujo período de condução foi de agosto a novembro de 2014, período em que a temperatura média 53 registrada foi de 17,3 a 27,6ºC, pluviosidade de 382 mm e altitude de 860 metros (latitude 21º 27’, longitude 45º 56’). A tabela 1 apresenta as características químicas do solo utilizado no experimento. Tabela 1. Resultado da análise química do solo utilizado no experimento em vasos. P K Ca²+ Mg²+ Al³+ H + Al SB pH t T V M MO -3 -3 (H2O) mg dm cmolc dm % dag Kg-1 5,2 0,5 21 0,3 0,2 0,2 2,6 0,6 0,8 3,2 18 26 6 Antes da instalação do experimento foi feita a correção do solo, visando elevar a saturação por bases a 70% e a adubação de implantação foi constituída por 500 kg ha-1 de P2O5 na forma de superfosfato simples e 120 kg ha-1 de K na forma de cloreto de potássio, quando cada vaso recebeu respectivamente 5g e 1,2 g. Para o plantio, utilizaram-se mudas de B. brizantha que foram cultivadas por 21 dias em bandejas de isopor contendo substrato orgânico. Após, estas foram transferidas para vasos contendo 20 dm3 de solo (latossolo vermelho escuro com textura argilosa), sendo cultivadas seis plantas por vaso, Durante o período do experimento, o solo foi mantido irrigado de acordo com sua capacidade de campo. Foram utilizados 2,28 g vaso-1 de uréia (N plantio) cinco dias após o transplantio em todos os vasos. Os tratamentos utilizados constaram da inoculação com 22 estirpes bacterianas pertencentes à coleção da UNIFENAS (UNIFENAS-100-02, 06, 16, 17, 21, 28, 30, 31, 33, 34, 35, 40, 42, 43, 49, 51, 67, 69, 71, 78, 82 e 280) isoladas de B. brizantha e de comprovada capacidade de solubilizar fosfato e produzir o fitormônio ácido-3- indolacético (AIA) in vitro. Além disso, foram utilizados mais três tratamentos: um inoculado com a estirpe Azospirillum brasilense, aprovada como inoculante para as culturas do milho, trigo e arroz (MAPA, 2011) e outros dois controles sem inoculação, o primeiro contendo somente N plantio (2,28g vaso-1 /controle negativo) e o segundo contendo N plantio (2,28 g vaso-1) e N cobertura (2,28g vaso-1 54 /controle positivo), sendo a cobertura realizada em dois momentos 20º e 58º dia. Foi utilizado o delineamento em blocos ao acaso, com quatro repetições por tratamento, onde os dados obtidos foram comparados pelo teste de Scott-Knott, a 5% de probabilidade, com o programa Sisvar (FERREIRA, 2011). Os isolados diazotróficos selecionados foram cultivados em meio líquido BDA e incubados por três dias, sob agitação, a 28°C, tempo suficiente para que as culturas atingissem a fase log de crescimento, contendo, aproximadamente 108 células mL-1. Uma alíquota de 5 mL desta suspensão de células foi inoculada nas plantas sete dias após serem transplantadas. Vinte dias após o transplantio, foi realizada a adubação de cobertura (2,28 g vaso-1) no tratamento contendo N plantio + N cobertura. Após 58 dias de cultivo, quando as plantas atingiram 40 cm de altura, foi realizado um corte a 10 cm acima da superfície do solo para uniformização dos tratamentos. Nesse período, as plantas foram novamente inoculadas, conforme descrito anteriormente e realizouse novamente a adubação de cobertura no tratamento contendo N plantio + N cobertura. No 26º dia após o corte de uniformização, as plantas atingiram novamente a altura de 40 cm e foram analisados os seguintes parâmetros anatômicos: altura, largura e comprimento da folha, número de perfilhos e comprimento e peso seco das raízes. A porcentagem de matéria seca total (MS), fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido (FDA) e teor da proteína bruta na matéria seca (%PBMS) foram realizadas segundo metodologia descrita por SILVA & QUEIRÓZ (2002). Os dados foram submetidos à análise estatística, e as médias das quatro repetições foram comparadas pelo teste de Scott-Knott, a 5% de probabilidade, utilizando-se o programa Sisvar (FERREIRA, 2011). 55 RESULTADOS E DISCUSSÃO Efeitos significativos da inoculação de isolados diazotróficos sobre as plantas de Brachiaria foram observados, no primeiro e no segundo corte, em relação aos parâmetros altura da planta, largura da folha, comprimento da folha e número de perfilhos, onde os parâmetros, peso da matéria seca e comprimento da raiz, foram observados apenas no segundo corte, conforme dados apresentados na tabela 2. Tabela 2. Altura (Al), Largura (LF) e comprimento da folha (CF), número de perfilhos (NP) e matéria seca (MS) de Brachiaria brizantha cv MG05 Vitória cultivada sob diferentes tratamentos no primeiro corte e segundo corte. Massa seca radicular (MSR) e crescimento radicular (CR) segundo corte. Tratamentos Não inoculados N plantio + N cobertura N plantio Inoculados Azospirillum 100-02 100-06 100-16 100-17 100-21 100-28 100-30 100-31 100-33 100-34 100-35 100-40 100-42 100-43 Al1 (cm) 1º Corte LF1 CF1 (cm) (cm) 1 NP 41,75a 1,77a 32,30a 37,0a 29,68a 1,20c 19,05i 15,3b 39,45a 44,23a 34,78a 43,25a 44,38a 41,98a 45,08a 43,65a 43,40a 45,78a 40,93a 40,55a 45,13a 43,88a 44,43a 1,18c 1,46b 1,33c 1,14c 1,23c 1,45b 1,39b 1,25c 1,41b 1,43b 1,28c 1,40b 1,50b 1,43b 1,30c 15,78j 23,93e 21,75g 11,05l 26,38c 25,00d 15,15k 21,55g 21,95f 16,88j 19,23i 20,98g 20,33h 30,00b 19,23i 18,5b 18,8b 16,5b 16,5b 14,8b 17,3b 14,3b 17,8b 18,0b 16,5b 18,3b 19,3b 18,5b 17,8b 17,0b Al1 (cm) LF1 (cm) 2º Corte CF1 NP1 (cm) MSR1 (g) CR1 (cm) 43,80a 1,76a 54,27a 57,5a 16,42a 61,82a 42,12a 1,41b 35,82g 25,5b 29,82b 42,37a 43,65a 42,15a 42,12a 38,22a 44,05a 41,82a 44,52a 43,95a 45,05a 43,90a 41,30a 42,67a 44,50a 1,30b 1,60a 1,45b 1,24b 1,35b 1,59a 1,53a 1,33b 1,54a 1,57a 1,41b 1,53a 1,65a 1,55a 1,44b 26,50k 40,20e 36,55g 18,55l 44,32c 42,02d 25,45k 36,25g 36,85f 28,37j 32,32i 35,27g 34,12h 50,42b 32,27i 31,0b 31,2b 27,5b 27,5b 24,5b 29,0b 23,5b 29,2b 30,0b 27,5b 30,5b 32,0b 30,7b 29,5b 28,2b 9,42b 35,57c 11,27b 10,12b 13,80a 8,25b 14,57a 13,35a 9,87b 10,8b 11,10b 8,97b 8,72b 11,12b 13,30a 11,07b 9,92b 45,15b 40,95b 48,62a 41,35b 48,92a 49,70a 50,32a 50,50a 42,90b 42,70b 31,25c 51,10a 44,40b 24,60c 42,70b 56 100-49 43,10a 1,29c 100-51 44,50a 1,40b 100-67 45,95a 1,34c 100-69 43,00a 1,23c 100-71 42,80a 1,38b 100-78 43,50a 1,34c 100-82 44,28a 1,32c 100-280 41,78a 1,22c CV(%) 17,72 9,85 1 Médias seguidas da mesma 22,93f 16,3b 18,93i 17,3b 18,58i 18,0b 21,30g 16,8b 19,03i 19,3b 21,95f 20,3b 22,40f 17,8b 22,10f 21,3b 2,78 17,58 letra, na coluna, 42,27a 1,41b 38,55f 27,2b 8,75b 51,92a 43,67a 1,52a 31,80i 28,7b 9,05b 44,82b 43,17a 1,46b 31,20i 29,7b 12,25a 43,35b 43,22a 1,34b 35,80g 27,7b 6,80b 34,45c 43,60a 1,52a 31,97i 32,0b 11,02b 33,97c 43,35a 1,47b 36,85f 33,7b 14,20a 45,65b 42,22a 1,46b 37,65f 29,5b 11,85a 52,65a 40,67a 1,34b 37,12f 35,5b 8,55b 41,62b 6,97 9,62 2,83 17,98 29,81 15,27 não diferem entre sí pelo teste de Scott-Knott, considerando o valor nominal de 5% de significância. Em relação ao parâmetro altura, os resultados experimentais nos permitiram concluir que não houve efeito significativo em ambos os cortes, pois todas as plantas inoculadas apresentaram altura semelhante aos observados em relação ao controle positivo e negativo, entretanto, no segundo corte, o tratamento inoculado com A. brasilense apresentou altura inferior aos demais tratamentos. GUIMARÃES et al. (2011) relata que, em se tratando de pastagens constituídas por Brachiaria, o parâmetro altura, em específico altura elevada, facilita o pastejo e em contrapartida o desempenho do animal, estabelecendo assim, a relação entre maior altura do pasto e a maior produção de massa seca, entretanto, BONFIM-SILVA et al.(2010) destaca que o parâmetro altura deve estar relacionado à idade da planta e à qualidade desta quanto à disponibilidade ao animal. Houve efeito significativo dos diferentes tratamentos sobre a largura das folhas em ambos os cortes, onde os tratamentos inoculados com as estirpes bacterianas UNIFENAS100-02, 21, 28, 31, 33, 35, 40, 42, 51 e 71 foram semelhantes entre si e superiores ao controle negativo, destacando-se a contribuição da FBN no que se refere ao aumento da largura da folha, o que colaboraria com a eficiência fotossintética, o que de acordo com TAIZ & ZEIGER (2004), as folhas apresentam a capacidade de se adaptarem aos fatores ambientais e 57 que o aumento em sua largura permitiria a proteção de mecanismo que atua na fotossíntese em relação ao excesso de radiação. Quanto ao comprimento da folha, houve efeito significativo no primeiro e segundo corte, onde os tratamentos UNIFENAS-100-02, 17, 21 e 42 apresentaram médias superiores a alcançada pelos demais tratamentos e pelo controle negativo onde pode ser observada a contribuição destes isolados ao longo do experimento. Ressalta-se ainda que a contribuição destes isolados foi superior ao tratamento Azospirillum. Em relação ao número de perfilhos, observou-se, em ambos os cortes, que a contribuição dos isolados em relação a este parâmetro foi significativa, sendo observado um aumento em torno de 60% no número de perfilhos do segundo corte em relação ao primeiro. Estudos realizados por ALEXANDRINO et al. (2005) corroboram com os resultados alcançados, onde plantas submetidas a diferentes doses de nitrogênio apresentaram diferenças significantes quanto ao perfilhamento ao longo do tempo, o que evidenciaria o efeito positivo da inoculação micro-organismos diazotróficos, e que de acordo com MARTHA JÚNIOR et al. (2004), esta disponibilidade de nitrogênio no solo contribuiria positivamente no aumento da fotossíntese, o que consequentemente contribuiria com o maior estímulo ao perfilhamento. Apenas os isolados UNIFENAS-100-17 e 28 apresentaram médias inferiores ao controle negativo. Quanto ao parâmetro massa seca radicular os resultados obtidos pelos tratamentos UNIFENAS-100-06, 17, 21, 40, 67, 78, 82 e o controle positivo foram idênticos entre si e superiores aos valores encontrados pelos tratamentos Azospirillum, UNIFENAS-100-02, 16, 28, 30, 31, 33, 34, 35, 42, 43, 49, 51, 69, 71 e 280, estes semelhantes entre si e o controle negativo. Já em relação ao crescimento radicular, observa-se que os tratamentos inoculados com as estirpes bacterianas UNIFENAS 100-06, 17, 21, 28, 30, 31, 35, 49 e 82 foram 58 semelhantes ao controle positivo, e superior aos resultados obtidos pela A. brasilense indicando o potencial destes isolados em contribuir para o crescimento radicular, o que pode ser atribuído à produção de AIA e capacidade de solubilizar fosfato inorgânico de ferro (FePO4.2H2O) por estas bactérias, e que consequentemente, de acordo com AGUILARPIEDRAS et al. (2008), proporcionaria maior desenvolvimento vegetal devido à maior aquisição de água e nutrientes do solo. Situação semelhante foi observada para os dados de MSR, em que a inoculação proporcionou resultados semelhantes ao controle positivo, exceto os tratamentos UNIFENAS100-34, 42, 69, 71 e controle negativo que foram semelhantes entre si e inferiores aos demais tratamentos. OLIVEIRA et al. (2007a) constataram em seus estudos com B. brizantha cv. Marandu, que esta gramínea, em específico, apresentava uma maior produção de forragem quando comparadas a testemunha (sem inoculação de diazotróficos e sem aplicação de N), demonstrando assim, a importância da inoculação como uma alternativa sustentável, e ao mesmo tempo, um contribuinte para o aumento da produção de forragem. A tabela 3 apresenta os parâmetros bromatológicos referentes a matéria seca total (MS) e produtividade de matéria seca (PMS), referentes ao primeiro e segundo corte e os valores obtidos para fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido (FDA) e proteína bruta da matéria seca (PBMS). 59 Tabela 3. Porcentagem de matéria seca total (MS), produtividade de matéria seca g/vaso (PMS) de B. brizantha cv MG05 Vitória cultivada sob diferentes tratamentos no primeiro corte e segundo corte. Fibra detergente neutro (FDN), fibra detergente ácido(FDA) e proteína bruta na matéria seca (PBMS) segundo corte. Tratamentos 1º Corte MS1 PMS1 (%) (g) 1 MS (%) 1 PMS (g) 2º Corte FDN1 FDA1 (%) (%) PBMS1 (%) Não inoculados N plantio + N cobertura N plantio 18,92 b 8,15 a 15,06 b 25,62 a 65,37 b 45,10 a 14,01a 20,00 b 5,22 b 15,69 b 61,87 b 48,85 a 4,50 e 25,94 a 21,38 b 20,69 b 22,38 b 26,20 a 23,49 b 24,17 a 22,17 b 23,17 b 21,72 b 21,52 b 20,36 b 20,33 b 23,09 b 25,95 a 22,44 b 23,06 b 25,95 b 20,78 b 20,94 b 22,62 b 22,30 b 0,91 c 6,05 b 5,32 b 1,90 c 2,86 c 4,10 b 3,83 b 5,41 b 5,30 b 3,60 b 4,80 b 4,78 b 4,89 b 4,67 b 4,53 b 5,07 b 4,90 b 5,91 b 5,11 b 4,52 b 4,44 b 4,54 b 17,61 a 5,15 c 16,52 b 8,65 b 16,13 b 6,82 c 15,89 b 4,95 c 16,55 b 6,19 c 16,72 b 10,74 b 17,77 a 4,10 c 18,05 a 8,26 b 17,06 b 6,40 c 15,97 b 6,00 c 17,47 a 7,00 c 16,61 b 8,20 b 16,82 b 8,47 b 17,42 a 6,41 c 17,99 a 6,04 c 16,66 b 7,01 c 16,70 b 6,90 c 18,77 a 7,34 c 19,29 a 7,56 b 16,58 b 7,09 c 17,52 a 6,63 c 17,12 b 6,13 c 64,05 b 66,02 b 68,28 a 63,82 b 65,64 b 65,29 b 70,13 a 69,85 a 65,65 b 66,73 b 66,73 b 67,95 a 63,68 b 65,14 b 71,75 a 66,21 b 67,99 a 72,06 a 69,21 a 69,11 a 63,92 b 69,16 a 7,23 c 5,68 d 4,95 e 9,24 b 7,12 c 7,42 c 4,66 e 5,69 d 6,36 d 7,17 c 5,99 d 6,03 d 6,44 d 5,07 e 5,95 d 7,05 c 5,78 d 5,10 e 5,64 d 5,32 e 7,48 c 5,11 e 8,34 b Inoculados Azospirillum 100-02 100-06 100-16 100-17 100-21 100-28 100-30 100-31 100-33 100-34 100-35 100-40 100-42 100-43 100-49 100-51 100-67 100-69 100-71 100-78 100-82 42,53 a 44,64 a 44,81 a 44,99 a 52,04 a 50,23 a 42,51 a 49,23 a 43,55 a 45,95 a 48,03 a 44,57 a 51,78 a 43,23 a 47,60 a 48,81 a 54,49 a 45,69 a 47,81 a 43,38 a 44,87 a 46,93 a 60 100-280 22,88 b 4,55 b 17,77 a 5,66 c 65,90 b 44,87 a 5,55 d CV(%) 10,58 25,52 7,86 20,60 5,58 89,28 9,82 1 Médias seguidas da mesma letra, na coluna, não diferem entre sí pelo teste de Scott-Knott, considerando o valor nominal de 5% de significância. Em relação à porcentagem de matéria seca (MS), observou-se que em ambos os cortes houve efeito significativo, pois as médias observadas foram superiores ao controle positivo e negativo, destacando-se os tratamentos inoculados com A. brasilense e as estirpes UNIFENAS-100-17, 28, 30, 34, 42, 43, 67, 69, 78 e 280. SILVA et al. (2004) destaca que pastagens formadas com Brachiaria apresentam uma relação entre altura da gramínea e produção de MS, ou seja, quanto maior for a altura da planta maior será a produção de MS. Segundo BORGES et al. (2002), o intervalo existente entre os cortes influencia diretamente na porcentagem de MS, onde, quanto maior for o intervalo entre os respectivos cortes, maior será a produção de MS. Estudos realizados por OKON e VANDERLEYDEN (1997) apontam que os organismos fixadores de N2 participam não só da fixação de nitrogênio como também dos processos fisiológicos e morfológicos das plantas inoculadas. Quanto à produtividade média de matéria seca (PMS), observou-se que os tratamentos contendo os isolados UNIFENAS-100-02, 21, 30, 35, 40, 69 foram semelhantes ao controle positivo e superiores aos tratamentos Azospirillum e UNIFENAS-100-06, 16, 17, 28, 31, 33, 34, 42, 43, 49, 51, 67, 71, 78, 82 e 280, estes semelhantes entre si e inferiores ao controle negativo. Os resultados alcançados nos tratamentos contendo Azospirillum, UNIFENAS-10016, 17, 21, 33, 49 e 78, no que se refere à proteína bruta na matéria seca, apresentaram médias superiores às alcançadas pelos demais tratamentos, inclusive ao controle negativo, onde o percentual alcançado foi superior 7%; tais resultados são expressivos, e de acordo com VAN SOEST (1994), plantas forrageiras com teores de proteína bruta abaixo deste percentual 61 podem contribuir com a diminuição da digestibilidade dos animais devido à inadequada disponibilidade de nitrogênio para os micro-organismos que atuam no rúmen, o que consequentemente diminuiria sua população, o que reduziria o processo de digestão e ingestão de matéria seca. Dessa forma, valores acima de 7%, alcançados pelos tratamentos estariam dentro dos valores necessários para se atender às exigências proteicas do animal, destacandose o tratamento UNIFENAS-100-16, o qual alcançou a média de 9,24% de PBMS, ressaltando-se os isolados UNIFENAS-100-21 e 78, os quais demonstraram, simultaneamente, a capacidade de solubilizar fosfato de ferro e produzir AIA, fatos estes que podem ter contribuído positivamente com o teor de PBMS, entretanto, este pode variar em relação ao vegetal, sua respectiva idade, a parte do vegetal que será avaliada e até mesmo a adubação utilizada (BUTOLO, 2002). Os tratamentos UNIFENAS-100-06, 28, 30, 35, 43, 51, 67, 69, 71 e 82, no que diz respeito ao teor de FDN, os tratamentos apresentaram valores superiores ao controle positivo, negativo e demais tratamentos. Quanto ao FDA, os resultados experimentais nos permitiram concluir que não houve efeito significativo e que todos os tratamentos apresentaram médias semelhantes, inclusive em relação ao controle positivo e negativo, entretanto, deve-se ressaltar que valores médios de FDN acima de 72% e FDA em torno de 40 % estão de acordo com os encontrados por outros autores (OLIVEIRA et al., 2007b); em B. brizantha constatouse FDN 78,6% e FDA de 49,6% (GOMES, 2003). Quanto maior for o valor do FDA encontrado na forrageira, menor será a digestibilidade do alimento, pois a fibra indigestível contém uma proporção de FDA, e o valor nutritivo de uma forrageira é determinado pela composição química da mesma (QUEIROZ, 2011). Desta forma os tratamentos Azospirillum, UNIFENAS-100-28, 42 e 71 apresentaram o menor teor de FDA, o que representaria maior digestibilidade. 62 O uso de bactérias diazotróficas, o manejo de forma adequado das pastagens e do solo não apresentam pontos negativos, muito pelo contrário, apresentam-se como alternativas vantajosas sob os aspectos econômico e ambiental (ITZIGSOHN et al.,2000). CONCLUSÕES A inoculação de estirpes diazotróficas endofíticas e rizosféricas influenciaram no desenvolvimento do capim B. brizantha cv MG 05 Vitória, contribuindo positivamente com a produção de MS, PMS e PBMS nas duas idades de corte destacando-se os isolados UNIFENAS-100-16, 21, 78, cujo teor de PBMS foi superior a 7%. AGRADECIMENTOS A CAPES/PROSUP, por ter me concedido bolsa de mestrado. À Universidade José do Rosário Vellano (UNIFENAS), por ter me apoiado e auxiliado no desenvolvimento desta pesquisa, cedendo os equipamentos do Laboratório de Análise de Alimentos e Bromatologia. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AGUILAR-PIEDRAS, J.J., et al. Producción del ácido indol-3-acético en Azospirillum. Revista Latinoamericana de Microbiología, v. 50, n. 1-2, p. 29-37, apr./jun.2008. Disponível em: <http://new.medigraphic.com/cgibin/contenido.cgi?idrevista=23&publicacioN=1866> Acesso em: 27 de jul. 2013. ALEXANDRINO, E. et al. Características morfogênicas e estruturais da Brachiaria brizantha cv. Marandu submetida a diferentes doses de nitrogênio e frequências de cortes. Acta Scientiarum, v. 27, n. 1, p. 7-14, 2005. Disponível em: < http://periodicos.uem.br/ojs/index.p 63 hp/ActaSciAgron/article/view/1902> Acesso em: 08 de ago. 2014. doi:10.4025/actasciagron. v2711.1902 AMBIEL, A. C. et al. Agrupamento de acessos e cultivares de Brachiaria por RAPD. Acta Scientiarum Agronomy, v. 30, n. 4, p. 457-464, out./dez.2008. Disponível em:< http://period icos.uem.br/ojs/index.php/ActaSciAgron/article/view/5298> Acesso em: 23 de ago. 2014. doi:10.4025/actasciagron.v30i4.5298 BODDEY, R. M. ; VICTORIA, R. L. Estimation of biological nitrogen fixation associated with Brachiaria and Paspalum grasses using 15N labeled organic matter and fertilizer. Plant & Soil, v. 90, n.1, p. 256-292, 1986. Disponível em: <http://link.springer.com/article/10.1007/BF0227 7403> Acesso em: 12 nov.2014 doi: 10.1007/BF02277403 BONFIM-SILVA, E. M. et al. Produção de capim-marandu em sistemas de recuperação no Cerrado. Enciclopédia Biosfera. v.6, n.11, p.1-9, jul./dez.2010. Disponível em:< http://www.conhecer.org.br/enciclop/2010c.htm> Acesso em: 11 de dez. 2014. BORGES, A.L.C.C. et al. Avaliação da Brachiaria brizantha, cv. Marandu em oito idades de corte em Igarapé, MG: teores de matéria seca e relação folha: haste. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 39, 2002, Recife. Anais... Recife: SBZ, 2002. CD-ROM. BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instituição Normativa nº 13, de 24 de março de 2011. Disponível em: <www.agricultura.gov.br> Acesso em: 01 fev. 2015. 64 BRAZ, S.P. et al. Soil Carbon Stocks under Productive and Degraded Pastures in the Brazilian Cerrado. Soil Science Society of America Journal, v. 77, n.3, p. 914-928, may 2013. Disponível em:< https://www.soils.org/publications/sssaj/abstracts/77/3/914 > Acesso em: 12 de fev. 2015. doi: 10.2136/sssaj2012.0269 BUTOLO, J.E. Qualidade de ingredientes na alimentação animal. Campinas, [s.n.], 2002. 430p. CAVALLET, L.E. et al. Produtividade do milho em resposta à aplicação de nitrogênio e inoculação das sementes com Azospirillum spp. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v. 4, n.1, p. 129-132, jan./apr. 2000. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttex&pid=S1415-43662000000100024> Acesso em: 23 de ago. 2014. doi:10.1590/S1415-43662000000100024 DIDONET, A.D. et al. Acúmulo de nitrogênio e de massa seca em plantas de trigo inoculadas com Azospirillum brasilense. Pesquisa agropecuária brasileira, v. 31, n.9, p. 645-651, setembro.1996. Disponível em: < http://seer.sct.embrapa.br/index.php/pab/article/view/4533/1 819> Acesso em: 28 de jul. 2014. FERREIRA, D. F. Sisvar: a computer statistical analysis system. Ciência e Agrotecnologia, v. 35, n.6, p. 1039-1042, nov/dez.2011. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script =sci_arttext&pid=S1413-70542011000600001&Ing==sci_arttext&pid=S1413-70542011000 600001&lng=en&nrm=iso&tlng=en> Acesso em: 01 de abr. de 2013. doi: 10.590/S141370542011000600001 65 FONSECA, D.M. et al. Adubação em gramíneas do gênero Brachiaria: mitos e realidades In: SIMPÓSIO SOBRE MANEJO ESTRATÉGICO DAS PASTAGENS, 3, 2006, Viçosa, MG. Anais... Viçosa, MG: Universidade Federal de Viçosa, 2006. p. 153-182. GOMES, V. M. Disponibilidade e valor nutritivo de braquiária vedada para uso na região semi-árida de Minas Gerais. 2003. 99 f. Dissertação (Mestrado em Zootecnia) – Universidade Federal de Lavras, Lavras, 2003. GUIMARÃES, S. L. et al. Produção de capim- marandu inoculado com Azospirillum spp. Enciclopédia Biosfera, Goiania, v. 7, n. 13, p.816-825, 2011. Disponível <http://www.conhecer.org.br/enciclop/2011b/ciencias agrarias/producao de em: capim.pdf> Acesso em: 01 out. 2014. ITZIGSOHN, R. et al. Plant-growth promotion in natural pastures by inoculation with Azospirillum brasilense under suboptimal growth conditions. Arid Soil Research and Rehabilitation, v.13, n.2, p.151-158, nov.2000. Disponível em:< http://www.tandfonline.com /doi/pdf/10.1080/089030600263076#.VTJvQ5Om0bY > Acesso em: 13 de dez. 2014.doi: 10.1 080/089030600263076 MACEDO, M.C.M. Pastagens no ecossistema cerrados: evolução das pesquisas para o desenvolvimento sustentável. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 42, 2005, Goiânia. Anais... Goiânia: SBZ/UFG, 2005. p.56-84. 66 MARTHA JUNIOR, G.B. et al. Manejo da adubação nitrogenada em pastagens. In: SIMPÓSIO SOBRE MANEJO DA PASTAGEM, 21, 2004, Piracicaba. Anais… Piracicaba: Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz, 2004. p.155-216. MOREIRA, F. M. S.; SIQUEIRA, J. O. Microbiologia e Bioquímica do Solo. 2. ed. Lavras: UFLA, 2006. 729p. OKON, Y.; VANDERLEYDEN, J. Root-associated Azospirillum species can stimulate plants. ASM News, v.63, p.364-370, 1997. OLIVEIRA, P.P.A. et al. Produção de forragem e qualidade de Brachiaria brizantha cv. Marandu com Azospirillum brasilense e fertilizada com nitrogênio. São Paulo: Embrapa Pecuária, 2007. OLIVEIRA, T. K. D. et al. Productivity of Brachiaria brizantha (Hochst. ex A. Rich.) Stapf cv. Marandu under different spacings on agrosylvopastoral system with eucalypt. Ciência e Agrotecnologia, v.31, n.3, p. 748-757, may/june.2007. Disponível em:< http://www.scielo. br /scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-70542007000300022 >Acesso em: 13 de jan.2015. doi:10.150/ S1413-70542007000300022 QUEIROZ, M.F.S. et al. Digestibilidade e parâmetros ruminais de bovinos consumindo Brachiaria brizantha cv. marandu. Arch. zootec. Córdoba. v.60, n.232, dic. 2011. Disponivel em: <http://scielo.isciii.es/scielo.php?script=sci_artext&pid= S0004-05922011000400016&ln g=es&nrm=iso>. Acesso em 02 fev.2015. 67 SILVA, D.J.; QUEIROZ, A.C. Análise de alimentos: métodos químicos e biológicos. 3.ed. Viçosa: UFV, 2002. 235p. SILVA, M.C. et al. Avaliação de métodos para recuperação de pastagens de braquiária no agreste de Pernambuco. Aspectos quantitativos. Revista Brasileira de Zootecnia, v.33, n.6, p.1999-2006, dec.2004. Disponível em:<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&p id=S1516-35982004000800011> Acesso em: 22 de dez. 2014. doi:10.1590/ S151635982004000800011 SOBRAL, D.M.P.L. et al. VARIAÇÕES ANATÔMICAS EM FOLHAS DE Brachiaria decumbens DECORRENTES DE DIFERENTES DOSES DE NITROGÊNIO. Enciclopédia Biosfera, v. 7, n. 13, p.1060-1066, 2011. Disponível em: http://www.conhecer.org.br/enciclop/2011b/cienciasagrarias/variacoes.pdf. Acesso em: 01 fev. 2015. TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia vegetal. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2004. 719 p. VAN SOEST, P.J. Nutritional ecology of the ruminant. 2 ed. New York : Cornell University Press, 1994. 476 p. VASCONCELOS, C.N. Pastagens: implantação e manejo. Salvador : EDBA, 2006. 177p. 68