O RIO REAL NO MUNICÍPIO DE POÇO VERDE/SE

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Scientia Plena Jovem
VOL. 4, NUM. 01, Pag. 08-16
2015
www.spjovem.com.br
ISSN 2237-8014
O RIO REAL NO MUNICÍPIO DE
POÇO VERDE/SE
SANTANA, A. V. S.¹; OLIVEIRA, G. N¹.
SOUZA, J. F. de²; ANDRADE, G. R.²
¹Alunos do Ensino Médio do Colégio Estadual Professor João de
Oliveira/CEPJO Poço Verde – SE, Brasil
²Professores de Biologia e Geografia do Colégio Estadual
Professor João de Oliveira/CEPJO; Professores facilitadores
[email protected] - Poço Verde – SE, Brasil
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RESUMO
ABSTRACT
O presente trabalho foi orientado pelo objetivo
de investigar a atual situação do Rio Real ao
longo de seu leito dentro dos limites do
município de Poço Verde/Sergipe. Para tanto,
fez-se necessário realizar uma pesquisa de
campo com o intuito de observar o rio em
diferentes pontos a fim de coletar dados sobre
a sua situação. Diante disso, foi possível
verificar que o Rio Real apresenta diversas
faces,
alternando
entre
pontos
de
biodiversidade preservada e de poluição
intensa. Pode-se perceber também que a
nascente encontra-se em estado crítico, pois
não há mata ciliar e que a construção de
barragens ao longo do leito tem provocado a
diminuição da vazão de água. Além disso, é
preocupante a grande quantidade de lixo e
esgotos domésticos depositados no mesmo,
especialmente nas proximidades da zona
urbana.
This work was guided by the objective to
investigate the current situation of Rio Real
along its course within the limits of the city of
Poço Verde/Sergipe. For this purpose, it was
necessary to conduct a field survey in order to
watch the river at different points in order to
collect data about their situation. Thus, it was
possible to verify that Rio Real has many faces,
alternating between points of preserved
biodiversity and intense pollution. One can
also notice that the spring is in critical
condition because there is no riparian
vegetation and the construction of dams along
the bed has caused the decrease of water flow.
In addition, it is worrying a lot of garbage and
wastewater deposited therein, especially near
the city.
PALAVRAS-CHAVE: Rio Real; Poço Verde;
poluição.
KEY-WORDS: Rio Real; Poço Verde; pollution.
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INTRODUÇÃO
Os rios foram vistos pelo homem, historicamente, como
fonte inesgotável de água e, por isso, muitos centros urbanos se
formaram às suas margens. No entanto, o que se tem observado
nos dias atuais é que os rios que banham as cidades
brasileiras encontram-se poluídos ou com seus cursos naturais
desviados e até mesmo servindo como depósito de lixo e esgoto.
Este é o caso de rios urbanos como o Tietê (São Paulo), o Iguaçu
(Paraná), Ipojuca (Pernambuco) e Sinos (Rio Grande do Sul).
De acordo com Mendes e Silva (2009), compreender a
dinâmica das transformações das paisagens dos rios urbanos,
levando-se em consideração seu contexto histórico e cultural,
pode contribuir para se construir uma relação mais harmônica
entre a sociedade, sujeitos dependentes e, ao mesmo tempo,
interferentes do meio, e esses elementos naturais que nela está
inserida.
Foi observando o Rio Real ao redor da cidade de Poço
Verde que surgiram algumas perguntas: Como será a nascente
do Rio Real? Será que todo o rio está poluído? Existem plantas e
animais nas margens do Rio Real? Assim, esta pesquisa teve o
objetivo geral de investigar a situação do Rio Real ao longo de
seu leito dentro dos limites do município de Poço Verde/SE.
De acordo com Oliveira (2010), o rio Real nasce na Serra
do Tubarão no povoado São Francisco no município de Poço
Verde. Tal município está inserido na bacia hidrográfica do Rio
Real que, segundo Costa (2011), abrange uma área de
2.388,43km2.
O último Censo realizado em 2013 pelo IBGE revela que
Poço Verde ocupa uma área de 440 133km e possui uma
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população de 23.078 habitantes. Está localizado no extremo
oeste do estado de Sergipe, na mesorregião Agreste sergipana e
na microrregião de Tobias Barreto. Limita-se ao norte, com os
municípios baianos de Paripiranga e Adustina; ao oeste com
Fátima, Heliópolis e Ribeira do Amparo; ao leste com o município
sergipano de Simão Dias e a sul com Tobias Barreto. Poço Verde
está no limite político-administrativo entre Sergipe e Bahia,
tendo como marco dessa divisão o Rio Real.
MATERIAL E MÉTODOS
Com o objetivo de conhecer a situação do Rio Real ao
longo de seu leito foram organizadas expedições durante as
quais foram observadas e registradas algumas situações, tais
como: a presença de mata ciliar, de animais, a extensão
aproximada do rio e a presença de lixo.
Foram visitadas cinco localidades do Rio Real em Poço
Verde partindo da nascente do rio em direção à cidade:
Localidade 1: A nascente do Rio Real no povoado São Francisco
distante aproximadamente 18 Km da sede do município;
Localidade 2: Fazenda Caiçara; Localidade 3: Barragem Padre
Antônio Melo; Localidade 4: Fazenda Bizamun; Localidade 5:
Divisa Poço Verde/SE – Fátima/BA; Localidade 5: Divisa Poço
Verde/SE – Heliópolis/BA. As visitas foram realizadas na primeira
quinzena de março de 2014 logo após uma temporada de chuvas
de verão. Por este motivo em alguns pontos pode-se encontrar
água corrente o que não seria possível em períodos de estiagem,
pois o rio é intermitente.
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RESULTADOS E DISCUSSÃO
Considerando os trabalhos de Oliveira (2010) e Santos
(1998), a nascente principal do Rio Real tem sua origem no
Povoado São Francisco, nos limites entre os municípios de Poço
Verde/SE e Adustina/BA.
O local que os moradores consideram como a nascente do
Rio Real fica a poucos metros da igreja do povoado (Figuras 01 e
02). Uma nascente é o local onde se inicia um curso de água,
nesse caso, um rio. As nascentes podem originar-se de um
aparecimento, na superfície do terreno, de um lençol
subterrâneo, dando origem a cursos de água ou podem ser
provenientes das águas da chuva.
Figura 02 - Nascente do Rio Real no Povoado São Francisco
Fonte: Trabalho de campo
No caso da nascente visitada, pode-se verificar que se
trata de uma nascente intermitente, ou seja, que seca durante
os períodos de estiagem e que é alimentada pelo regime pluvial.
Figura 01 - Praça da Igreja Católica do Povoado São Francisco
Fonte: Trabalho de campo
Durante a visita ao leito do Rio Real, procurou-se verificar
a presença de matas ciliares. Estas, segundo Primo e Vaz (2006)
são formações florestais encontradas ao longo de cursos d'água
e onde habitam diversas formas de vida. Com a função de
proteger os rios, as matas ciliares influenciam na qualidade da
água, na manutenção do ciclo hidrológico nas bacias
hidrográficas e na prevenção do processo de erosão das
margens e, consequente assoreamento do leito dos rios.
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No entanto, apesar da importância desses ambientes não
há a presença de mata ciliar nessa nascente. Houve um
desmatamento em função das atividades agrícolas, sendo
encontradas apenas algumas árvores e vegetação rasteira.
Partindo dessa nascente, a continuidade do curso do rio se
dá a partir do escoamento das águas da chuva em função da
inclinação do terreno na localidade. Contudo, verificou-se que há
várias barragens construídas pelos proprietários das terras
locais, dificultando o fluxo natural do rio. Desse modo, o curso
do Rio Real na localidade São Francisco só passa a ser contínuo
quando o volume das chuvas é suficiente para fazer transbordar
as pequenas barragens, também conhecidas na região como
tanques.
Na segunda localidade visitada, Fazenda Caiçara, as águas
subterrâneas afloram (Figura 03). É possível observar a
presença de mata ciliar de aproximadamente três metros de
comprimento. É nessa mesma localidade que ocorre o encontro
do Rio Real com dois importantes afluentes: o Riacho da
Cacimba Nova e o Riacho da Santana. No entanto esses cursos
são também intermitentes e de pequeno fluxo.
Figura 03 – O Rio Real na localidade Fazenda Caiçara
Fonte: Trabalho de campo
O Rio Real continua seu curso recebendo diversos
afluentes como as águas pluviais ou de lençóis freáticos das
comunidades Santana e Marmelada, ambas do município de
Adustina, São Francisco, Malhadas, Cansanção, Cacimba Nova,
Recanto, São José e Caiçara no município de Poço Verde. No
entanto, essas águas são represadas na Barragem Padre Antônio
Melo na Fazenda Santa Eugênia, Povoado São José, reduzindo
drasticamente a vazão do rio (Figura 04).
Figura 04 – Barragem Padre Antônio Melo
Fonte: Trabalho de campo
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Segundo Oliveira (2010), a construção da barragem foi
movida pelo objetivo de beneficiar a população local no período
da seca, propiciando também a produção de cultivos irrigados
nas terras adjacentes, contribuindo assim para a economia local.
Porém, com a construção dessa obra ocorreram impactos
ambientais, tais como o desmatamento de várias espécies de
caatinga, o desaparecimento da fauna, alteração no fluxo regular
de suas águas e a acidez do solo que poderá contribuir para que
a água represada fique salobra.
Para que a água do rio volte a seguir o seu curso natural, é
preciso ultrapassar o paredão da barragem. No entanto,
levando-se em consideração que o nível da água da Barragem
Padre Antônio Melo é o mais baixo desde a sua inauguração em
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Figura 05 – Rio Real na localidade Bizamun
Fonte: Trabalho de campo
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2009 associado ao fato da irregularidade da chuva na região, fica
cada vez mais distante a possibilidade de ver a barragem
transbordar.
Mesmo com a presença da barragem, o Rio Real segue o
seu curso chegando à localidade Fazenda Bizamun, onde se pode
encontrar um dos pontos mais preservados observados durante
as expedições ao rio (Figura 05).
Nessa localidade foi observada a presença de uma mata
ciliar de aproximadamente um quilômetro de extensão com uma
notável biodiversidade o que expressa um estado de
preservação conforme se pode verificar na Figura 06.
Figura 06 – Rio Real na localidade Bizamun
Fonte: Trabalho de campo
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Dentre os exemplares da flora encontrados no local
destacam-se plantas típicas da Caatinga como Aroeira
(Myracrodruon urundeuva), Pereiro (Aspidosperma pyrifolium),
Mulungu (Erythrina mulungu), Chumbinho (Lantana camara),
Canudinho (Hyptis pectinata), Pinhão (Jatropha gossypiifolia),
Cansanção (Jatropha urens), Caroá (Neoglaziovia variegata),
Gravatá-açu (Agave americana), Mandacaru (Cereus jamacaru),
Jurema (Mimosa hostilis), Incó (Capparis yco), Velame (Croton
heliotropiifolius), Jurubeba (Solanum paniculatu), Xique-xique
(Pilocereus gounellei) e Macambira (Bromelia laciniosa).
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Como se pode observar, a mata ciliar foi completamente
devastada, existindo apenas uma vegetação rasteira. Fazendo a
ligação entre os dois municípios, existe uma ponte. A Figura 08
mostra a paisagem do outro lado da ponte na continuação do
percurso do rio.
Saindo do Bizamun, o Rio Real continua seu curso
recebendo diversos afluentes até a passagem pela área urbana
de Poço Verde. O Rio Real contorna tal cidade fazendo a divisa
desta com o estado da Bahia. Na divisa com o município de
Fátima/BA não existe uma distância entre as casas e o leito do
rio (Figura 07).
Figura 08 – Rio Real entre Sergipe e Bahia
Fonte: Trabalho de campo
Figura 07 – À esquerda, Fátima/BA; à direita Poço Verde/SE Fonte:
Trabalho de campo
Além da presença de resíduos sólidos diversos como sacolas
plásticas, garrafas pet, pneus e isopor, a água existente exala um
mau cheiro devido também à presença de esgoto doméstico jogado
por uma manilha no rio. A água é visivelmente poluída podendo
estar contaminada com agentes patológicos como vírus, bactérias,
vermes e protozoários caracterizando a poluição biológica. Esta por
sua vez, pode provocar diversos tipos de doenças como cólera,
amebíase, esquistossomose, ascaridíase, hepatite, leptospirose,
entre outras, comprometendo a saúde da população local.
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Na última localidade visitada, a divisa Poço Verde/SE Heliópolis/BA, verifica- se que parte do esgoto doméstico do
município de Poço Verde corre a céu aberto por um córrego até
o leito do Rio Real e o resultado disso é o acúmulo de lixo e
esgoto abaixo da ponte (Figura 09).
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Pode-se verificar que, desde a nascente até a divisa com o
município de Heliópolis/BA, o Rio Real apresenta diversas faces,
alternando entre pontos de biodiversidade preservada e de
poluição intensa.
CONCLUSÕES
A visita a alguns pontos do leito do rio, desde sua nascente
até o local onde faz a divisa com a Bahia na sede do município de
Poço Verde, permitiu fazer algumas considerações. A nascente
encontra-se em estado crítico: não há mata ciliar e a
continuidade do curso é interrompida a cada cerca, quando se
inicia uma nova propriedade rural e seu dono constrói uma
represa. Desse modo, o curso só é contínuo quando as chuvas
são fortes o suficiente para transpor os paredões desses
reservatórios de água.
Figura 09 – Divisa Heliópolis/BA e Poço Verde/SE
Fonte: Trabalho de campo
Conforme a Figura 09, não há presença de mata ciliar no
rio, apenas uma vegetação rasteira. A água tem um tom
escurecido, provavelmente devido à grande quantidade de
esgoto depositado há alguns metros antes desse ponto, e exala
um odor desagradável. Além da presença de resíduos sólidos,
existem também animais mortos em estado de decomposição.
Isso denota uma poluição física e biológica nessa parte do Rio
Real.
No entanto, ao longo do curso pode-se verificar
localidades onde ainda há água corrente, mata ciliar presente e
biodiversidade visível. Porém devido à construção da barragem
Padre Antônio Melo no povoado São José, o rio teve o seu fluxo
diminuído e ele chega ao território da cidade de maneira muito
tímida, mesmo em época das chuvas de verão.
É preciso ressaltar que o rio é intermitente e que, em
alguns pontos só foi possível observar a presença de água
corrente devido às expedições terem acontecido no período das
chuvas de verão. Caso contrário, locais como a divisa entre Poço
Verde/SE- Heliópolis e Fátima (Bahia) não contariam com a
presença de água.
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Para além da pouca água existente no curso do rio, é
preocupante a grande quantidade de lixo e esgotos domésticos
depositados no mesmo especialmente na proximidade da zona
urbana. Desse modo, a pouca água que consegue ultrapassar a
área fronteiriça da cidade incorpora diversos tipos de dejetos
físicos, químicos e biológicos comprometendo a qualidade da
água.
O Rio Real faz parte da paisagem do município de Poço
Verde, possui uma importância ecológica, histórica e social na
região e por esse motivo sua situação não deve ser
negligenciada. Conhecer essa realidade é o primeiro passo para
a conscientização da necessidade de medidas concretas e
urgentes que possam a vir minimizar os impactos ambientais
sobre esse recurso natural.
REFERENCIAL
BIBLIOGRÁFICO
AGRADECIMENTOS
OLIVEIRA, Alberlene R. de; JESUS, Luciano E. de; BOMFIM, José
W. R.; SILVA, Daniel A. da Silva. Impactos ambientais no rio Real
no município de Poço Verde/SE. In: III Encontro de Recursos
Hídricos em Sergipe. ANAIS... 24 a 26 de março de 2010,
Aracaju-SE.
Gostaríamos de agradecer a toda equipe do Colégio
Estadual Professor João de Oliveira por colaborar com a
execução do projeto, em especial à diretora Ina Valéria Silva
Freitas por providenciar os recursos materiais e à coordenadora
Maria Rubstene de Jesus por nos ajudar durante a visita ao rio.
Gostaríamos de agradecer também aos donos das propriedades
rurais que permitiram nossa visita em suas terras. À Secretaria
de Educação do Município, nas pessoas dos professores Esileide
Santa Rosa Pimentel e Frank Anderson Lisboa que imprimiram
alguns exemplares de uma cartilha que fizemos para divulgar o
projeto na FLAP (Feira de Literatura e Artes de Poço Verde). E
por último, porém não menos importante, o nosso
agradecimento à FAPITEC pelo financiamento da pesquisa.
COSTA, Boni Guimarães. A bacia inferior do Rio Real: uma
análise socioambiental. Dissertação (Mestrado em Geografia).
São Cristóvão, UFS, 2011.
MENDES, Giórgia Consuelo Cruz; SILVA, Lieida Dias da. O jovem e
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Arraes, bairro da Várzea, Recife- PE. In: IV Congresso de Pesquisa
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PRIMO, D.C. & VAZ, L.M.S. 2006. Degradação e perturbação
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SANTOS, Aldeci Figueiredo. Nova Geografia de Sergipe. Aracaju,
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16
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