Abre-te, cérebro... Hernany Tafuri Abre-te, cérebro! O tudo que cabe nas palavras de Arnaldo Antunes Hernany Tafuri i UFJF RESUMO: Pretende-se, neste texto, apresentar as intersecções, influências e entremeios aos quais a produção poética de Arnaldo Antunes está sujeita, passando por movimentos de Vanguarda e Pós-vanguarda como Antropofagia, Concretismo e Tropicália, tomando como base para análise poemas presentes em seus três primeiros livros – Psia, Tudos e As Coisas. Palavras-chave: Poesia brasileira. Arnaldo Antunes. Interdisciplinaridade. Antropofagia. Arnaldo Antunes, surfista canibal “Qual a graça de surfar o caminho mais curto entre dois pontos?”1 Neste texto, serão abordadas, tomando como base para análise de seus três primeiros livros – Psia; Tudos e As coisas –, algumas produções poéticas de Arnaldo Antunes em suas inúmeras afetações, influências, suas vozes cruzadas entre música e poesia – poeta/músico ou músico/poeta? Pergunta que não cabe, sem valor, tampouco uma resposta conclusiva há, o que só serviria para rotular suas construções ou armazená-las em prateleiras separadas – disco/livro; livro/disco. Antunes envolve sua poesia em características de movimentos de Vanguarda e 1 GESSINGER, Humberto. Nas entrelinhas do horizonte. Caxias do Sul: Belas Letras, 2012, p. 59. Revista Diálogos 11 – Abr/Mai 2014 6 Abre-te, cérebro... Hernany Tafuri Pós-vanguarda, “sua obra representa uma reinterpretação da antropofagia precisamente porque converge a literatura em relação às outras artes por meio de uma intersecção de gêneros e meios”2, além de ser fortemente marcada pela estética Concretista, Antunes surfa ondas distintas na mesma onda, equilibra-se em junções oportunas e proveitosas – cultura pop, cinema, artes plásticas, tal qual um tropicalista –, desliza, domina os movimentos através e a partir de cada traço que o leva da crista da onda à areia da poesia. Arnaldo compromete-se, a partir da recepção do leitor, com a retomada dos sentidos, dialogando com vários meios de percepção, valendo-se das páginas de seus livros como espaços a serem explorados, esgotados, seja com poemas que tomam toda a dimensão do papel, seja com os “espaços vazios” maiores que o texto – Antunes formata seus poemas em busca de uma estética que possa ser lida junto às suas palavras-coisas: seus poemas são objetos construídos pela linguagem; faz do meio, mensagem. Pode-se afirmar que a poética de Arnaldo Antunes destaca-se no contexto do final do século XX de uma maneira muito singular por ser desenvolvida conciliando poesia visual, música, minimalismos e arquitetadas transgressões sobre a linguagem, cujo tom, por vezes infantil, transcende o óbvio em inusitado. É explorando o potencial do signo linguístico que Antunes alcança o lugar exato entre som e silêncio, palavra e imagem, elevando ao status de “coisa” a palavra empregada. Como nos diz Décio Pignatari: O signo verbal forma um sistema dominante de comunicação. Quer dizer: todo mundo transa, todo mundo usa, todo mundo trabalha com o signo verbal. [...] E aí é que está: o poeta não 2 SANTOS, Alessandra. Arnaldo Canibal Antunes. São Paulo: nVersos, 2012, p. 16. Revista Diálogos 11 – Abr/Mai 2014 7 Abre-te, cérebro... Hernany Tafuri trabalha com o signo, o poeta trabalha o signo verbal.3 Para ilustrar o processo de “coisificação” ao qual Antunes impõe suas palavras, destaca-se o poema Nuvem/Lua4 (figura 1), o qual se encontra no livro Psia, de 1986. Nele, observamos o conceito de signo presente nos estudos de Semiótica, o qual nos diz que signo é toda e qualquer coisa que substitua ou represente outra, que se organize ou tenda a organizar-se sob a forma de linguagem. Para Arnaldo, não basta a representação simbólica: as palavras passam a ser as coisas; o a da palavra lua toma forma de uma lua cheia coberta pela nuvem que passou a ser o m de nuvem. O autor oferta às palavras a possibilidade de se re-apegarem às coisas que representam, elevando sua forma visual e sua carga semântica. Linguagem carrega de sentido à enésima potência. Fig. 1 Poema Lua/Nuvem 3 PIGNATARI, Décio. O que é comunicação poética. São Paulo: Brasiliense, 1987, p. 8. 4 ANTUNES, Arnaldo. Psia. 5ª ed. São Paulo: Iluminuras, 2001, p. 20. Revista Diálogos 11 – Abr/Mai 2014 8 Abre-te, cérebro... Hernany Tafuri Surfando, ainda, outra onda de Psia, chega-se ao poema “O que” (Figura 2). Em 1986, ano de publicação da primeira edição desse livro, a banda de rock paulistana Titãs, da qual Antunes foi um dos vocalistas e compositores por dez anos, entre 1982 e 1992, lança o clássico disco “Cabeça Dinossauro” tendo como faixa final “O que”. Poema ou letra de música? Poema e letra de música! Tratando-se de Arnaldo Antunes, poemúsica. 5 Fig. 2 Poema O que O que6 Que não é o que não pode ser que não é o que não pode ser que não é O que não pode ser que não É o que não Pode ser Que não É! 5 6 ANTUNES, Arnaldo. Psia. 5ª ed. São Paulo: Iluminuras, 2001, p. 32. Titãs. Cabeça dinossauro. São Paulo: WEA, 1986, faixa 13. Revista Diálogos 11 – Abr/Mai 2014 9 Abre-te, cérebro... Hernany Tafuri O que não pode ser que Não é o que não pode ser Que não é o que O que? O que? O que? Que não é o que não pode ser Que não é o que não pode ser Que não é o que não pode ser que não é (2x) “Mas o que pode acontecer a alguém que, propondo-se a escrever um poema, e no curso mesmo de sua escrita, de algum modo, é tocado pelo ambiente de uma tourada?” 7 A essa pergunta, encontra-se a resposta no texto É preciso aprender a ficar (in)disciplinado, de André Monteiro. Emprestando-a como ponto de partida, tentarei mergulhar no processo de composição de Arnaldo Antunes com relação ao poema e à música “O que”, como já dito, ambos aparecidos em 1986, no livro de poesias “Psia” e no disco “Cabeça dinossauro” dos Titãs. Por que Arnaldo poeta diferir-se-ia de Antunes músico? Em quê? Seu trabalho criativo é autofágico, antropofágico, devorador titânico dos vazios entre música e poesia, autoafetado, performaticamente preciso. Nas diferenças, há vida em movimento, comunhão em exercício de viver. A vida sempre mesma é vida mansa que não passa cansa, mofa, dá pança, não cria, chia, geme sem gozar. Manca. “E a vida não é sempre outra?”8 Viver é dar via à “potência; o desejo de expandir, o poder de criar, de crescer, de vencer as resistências é que impulsiona o movimento da vida.”9 Movimento sugerido ao leitor para uma efetiva participação e entrada no poema: girar o livro 360 graus; escolher o ponto de partida e o ponto de término da 7 MONTEIRO, André. É preciso aprender a ficar (in)disciplinado. 2012, p.2. ibid. p. 2. 9 DIAS, Rosa. Nietzsche, vida como obra de arte. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2011, p. 37-38. 8 Revista Diálogos 11 – Abr/Mai 2014 10 Abre-te, cérebro... Hernany Tafuri leitura; eleger os versos que comporão o poema; libertar as múltiplas almas/versos que coabitam o corpo/edifício/poesia, já que “O mesmo texto permite inúmeras exegeses: não há nenhuma exegese correta”10. Já a letra é fluidamente condicionada à estrutura rítmica da música – rock/funk/reggea/punk? – compasso passo a passo tendo como ponto de partida seu título (O que), que não aparece no livro. Arnaldo titânico parte de um que inicial e nele termina para dar a primeira volta ao círculo poético – círculo sem luz11 a se iluminar; depois, prossegue, arrebentando-o, produzindo fissuras, entremeios e ocos entre o silêncio da fala e a batida da bateria e solos de guitarra. O poeta canta seu texto que não é obra, antes, é um dentro/fora de si em si aos/nos outros, no livro lendo o leitor, no palco, cantando-se catado pelo rompimento e sobreposicionamento de suas possibilidades. Antunes é um poeta outro dentro do poeta mesmo, deglute-se auto(antro)pofagicamente rumina-se músico/poeta ator de disciplinas indisciplinadas, fortemente marcadas por suas peculiaridades, entretanto, frutos de forças que co-agem, ao agir com e para a criação. “Só me interessa o que não é meu”12 é digerido, gestado, gerando um interessa-me o meu tanto quanto à medida que Antunes age não apenas como um canibal antropofágico, também autofagicamente, a devorar-se, nutrindose de sua própria produção. “O que” é poema musicado e música (letra) estanque no papel, a espera do movimento que o leitor a ela dará. Dilui-se o dilema do começo deste artigo. Não há rótulos capazes de aprisionar seu texto, pois em construção infinita, onda dentro da onda dentro da onda (etc) – no concreto a 10 NIETZSCHE, Friedrich. Fragmentos Finais. Brasília: Editora UnB, 2002, p.155. 11 PUCHEU, Alberto. “O dia em que Gottfried Been pegou a onda”. In MONTEIRO, André. É preciso aprender a ficar (in)disciplinado. 2012, p.6. 12 ANDRADE, Oswald de. “O Manifesto antropofágico”. In: TELES, Gilberto Mendonça. Vanguarda européia e modernismo brasileiro: apresentação e crítica dos principais manifestos vanguardistas. 3ª ed. Petrópolis: Vozes; Brasília: INL, 1976, p. 3. Revista Diálogos 11 – Abr/Mai 2014 11 Abre-te, cérebro... Hernany Tafuri inventa-las como um esqueitista – como se segurasse um espelho em frente a outro espelho e as imagens jamais findassem. Reflexo no/do reflexo. Silêncio que se lê Toma-se, agora, o livro “Tudos”, publicado em sua primeira edição em 1990, como exemplo de transformação, ou releitura, tropicalista, numa recuperação antropofágica. Destacase que o livro não possui numeração de página e os poemas que o compõe são desprovidos de título. O texto escolhido para a ilustração proposta diz: Eu apresento a página branca. 13 Contra: Burocratas travestidos de poetas Sem-graças travestidos de sérios Anões travestidos de crianças Complacentes travestidos de justos Jingles travestidos de rock Estórias travestidas de cinema Chatos travestidos de coitados Passivos travestidos de pacatos Medo travestido de senso Censores travestidos de sensores Palavras travestidas de sentido Palavras caladas travestidas de silêncio Obscuros travestidos de complexos Bois travestidos de touros Fraquezas travestidas de virtudes Bagaços travestidos de polpa Bagos travestidos de cérebros Celas travestidas de lares Paisanas travestidos de drogados Lobos travestidos de cordeiros 13 ANTUNES, Arnaldo. Tudos. 7ª ed. São Paulo: Iluminuras, 2007. Revista Diálogos 11 – Abr/Mai 2014 12 Abre-te, cérebro... Hernany Tafuri Pedantes travestidos de cultos Egos travestidos de eros Lerdos travestidos de zen Burrice travestida de citações água travestida de chuva aquário travestido de tevê água travestida de vinho água solta apagando o afago do fogo água mole sem pedra dura água parada onde estagnam os impulsos água que turva as lentes e enferruja as lâminas água morna do bom gosto, do bom senso e das boas intenções insípida, amorfa, inodora, incolor água que o comerciante esperto coloca na garrafa para diluir o whisky água onde não há seca água onde não há sede água em abundância água em excesso água em palavras. Eu apresento a página branca. A árvore sem sementes. O vidro sem nada na frente. Contra a água. O primeiro verso do poema (Eu apresento a página branca.) remete-nos ao Abismo/branco d’“Um Lance de dados”, texto de Mallarmé cuja proposta estética constitui-se um alicerce para a poesia concreta em sua espacialização visual; seus quarenta versos seguintes constituem-se uma releitura de dois poemas canônicos da literatura brasileira: “Profissão de Fé”, de Olavo Bilac, o qual representa uma espécie de plataforma teórica do Parnasianismo no Brasil, embora o movimento já estivesse implantado quando de sua publicação, e da “Poética” de Manuel Bandeira, ainda que publicado apenas em 1930 (portanto oito Revista Diálogos 11 – Abr/Mai 2014 13 Abre-te, cérebro... Hernany Tafuri anos após a Semana de Arte Moderna), constitui-se de uma representação tardia da poesia modernista brasileira; nele, Bandeira, ao mesmo tempo em que propõe uma nova poética, critica a poesia tradicional, ainda vigente, numa relação de deglutição do poema de Bilac. Influenciado pelo movimento Tropicalista, cujos traços marcantes “incluem uma atitude carnavalizante; a paródia oswaldiana; o kitsch; uma crítica aos valores ético-morais e estéticos da cultura brasileira; uma apropriação da arte pop norte-americana, assim como das vanguardas brasileiras; e traços da cultura marginal e underground.”14, Antunes transporta para seu tempo, sua poética, suas palavras, o que fora abordado em outro momento. Na sequência, os quatro versos que fecham o poema apresentam silêncios a serem lidos, como o branco da página que interage com as letras/palavras que a preenchem, meio como mensagem, árvore sem sementes, o vidro sem nada na frente contra a água: aquário em que água e peixe têm o mesmo valor. Abre-te, cérebro! Chegando ao terceiro livro de Antunes, “As coisas”, cuja primeira edição data de 1992, une-se a estética concretista, como vimos anteriormente com o uso do espaço gráfico, do espaço em branco, e acrescenta-se o uso, como recurso, do posicionamento das linhas tipográficas, a já comentada apropriação da arte pop norte-americana, pois a “produção cultural da Tropicália valorizava elementos populares e marginais da cultura brasileira e a valorização intensa pela produção estrangeira, especialmente a produção e disseminação dos meios de comunicação de massa.” 15 Nos textos presentes naquele livro, existe uma proposital variação tipológica a fim de preenchimento da página em que o poema está inserido. Os menores textos são apresentados em 14 SANTOS, Alessandra. Arnaldo Canibal Antunes. São Paulo: nVersos, 2012, p. 60. 15 ibid. p. 64-65. Revista Diálogos 11 – Abr/Mai 2014 14 Abre-te, cérebro... Hernany Tafuri letras maiores, assim ocupando todo o espaço da página; os maiores, numa ordem inversa, são apresentados em fonte menor. Destaca-se que todos os 42 poemas possuem fluência (de leitura) prosaica e estrutura estética que reproduzem versos, gerando uma intersecção entre prosa e poesia, “uma estruturação ótico-sonora irreversível e funcional e, por assim dizer, geradora da ideia, criando uma entidade todo-dinâmica, ‘verbivocovisual’ – é o termo de Joyce – de palavras dúcteis,...”16. Outra característica marcante desse compêndio: cada poema é precedido por uma ilustração de Rosa Moreau Antunes, filha de Arnaldo, as quais – 42, como os poemas –, funcionam como seus títulos, aos quais se tem acesso somente através do índice do livro. Antunes compõe seus textos a partir das ilustrações de sua filha, numa vinculação nítida e direta entre imagem e poesia. O primeiro poema, intitulado Abertura17(Figura 3), consiste em uma narrativa curta, porém, carregada de referências ao universo pop, cinema e literatura universal. Quanto à sua disposição na página, conforme apontado anteriormente, o texto transborda ao ocupar todo o espaço branco, inclusive predominando sua forma em prosa aos termos de separação silábica em palavras que não cabem numa linha e se quebram a outra. Há um empréstimo/roubo, já que dos nove versos que compõem o poema, os oito primeiros são uma intersecção com o conto Ali Babá e os quarenta ladrões presente no livro As mil e uma noites. O último verso – Abre-te, cérebro! – remete à célebre frase/password “Abre-te, sésamo!”, usada pelo líder dos ladrões para acessarem a caverna onde escondiam seus tesouros. No poema, funciona em ausência no comparativo das palavras sésamo e cérebro. O Desenho de Rosa Moreau Antunes apresenta um homenzinho de olhos arregalados, olhando para o alto, como que representando o susto de Ali Babá ao ver a rocha que separava os ladrões de seus tesouros se mover após a ordem de seu líder. 16 17 ibid. p. 51. ANTUNES, Arnaldo. As Coisas. 6ª ed. São Paulo: Iluminuras, 1998, p. 10. Revista Diálogos 11 – Abr/Mai 2014 15 Abre-te, cérebro... Hernany Tafuri F i g . 3 : P o ema Abertura Ao contrário da pedra drummondiana presente em “No meio do caminho”, as pedras que formam as portas que separam Ali Babá do interior da caverna são um convite a um tesouro sem tamanho, ao passo que, a pedra do poeta itabirano trava a leitura propositalmente, impedindo que o leitor avance no caminho/poema. Abre-te, cérebro! também funciona como um convite, porém, com uma advertência que leio da seguinte forma: “Caro leitor, agora que pronunciadas essas palavras encantadas, Revista Diálogos 11 – Abr/Mai 2014 16 Abre-te, cérebro... Hernany Tafuri tire seu cérebro do piloto automático e entregue-se a uma leitura potente!” A chave ao “tesouro” é entregue logo de abertura, a anunciar as possibilidades de uma leitura participativa, à mercê das vontades de seus leitores. Tudos Para finalizar essa breve análise de algumas produções do artista multimidiático Arnaldo Antunes e seus entrecruzamentos, parte-se do terceiro livro – As coisas –, cujo título por si só já nos dá a dimensão que pretendíamos explicitar: coisas nascidas de palavras. Traçando um paralelo entre esse livro e o apresentado no item 2 deste texto, toma-se como exemplo o poema intitulado tudo18 (Figura 4), referência direta ao título Tudos, o qual sintetiza bem a poética de Antunes e o objeto proposto, e desejado, como central deste trabalho de pesquisa: a palavra em constante mutação. Fig. 4: Poema Tudos Como nos diz o poeta, tudo cabe na palavra, até o objeto que ela evoca. Antunes rompe a palavra destacando aos olhos do leitor o 18 ANTUNES, Arnaldo. Tudos. 7ª ed. São Paulo: Iluminuras, 2007, p. 24-25. Revista Diálogos 11 – Abr/Mai 2014 17 Abre-te, cérebro... Hernany Tafuri objeto que dela transborda, fá-la coisa, desnuda suas vísceras até que sua representação esteja à mostra. “E tudo isso é também um jeito de ver e escrever as coisas meio ao contrário, pelo lado de onde elas não são ordinariamente vistas: pelo lado de dentro.”19 Com esses breves apontamentos, conclui-se que Arnaldo Antunes trabalha com a palavra enquanto som, forma visual e carga semântica. Assim falava Décio Pignatari: O olhouvido ouvê.20 Referências: AMARAL, Jorge Fernando Barbosa do. Arnaldo Antunes – O corpo da palavra. 2009. Dissertação (Mestrado em Letras) – Programa de Pós-Graduação em Letras Vernáculas, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. ANDRADE, Oswald de. “O Manifesto antropofágico”. In: TELES, Gilberto Mendonça. Vanguarda européia e modernismo brasileiro: apresentação e crítica dos principais manifestos vanguardistas. 3ª ed. Petrópolis: Vozes; Brasília: INL, 1976. ANTUNES, Arnaldo. As Coisas. 6ª ed. São Paulo: Iluminuras, 1998. –––––––––––––––––. Como é que chama o nome disso. São Paulo: PubliFolha, 2006. –––––––––––––––––. Psia. 5ª ed. São Paulo: Iluminuras, 2001. –––––––––––––––––. Tudos. 7ª ed. São Paulo: Iluminuras, 2007. 19 JAFFE, Noemi (Org.). Melhores Poemas de Arnaldo Antunes. São Paulo: Global Editora, 2010, p.11. 20 CAMPOS, Augusto de; PIGNATARI, Décio; CAMPOS, Haroldo de. Teoria da Poesia Concreta. São Paulo: Brasiliense, 1987. Revista Diálogos 11 – Abr/Mai 2014 18 Abre-te, cérebro... Hernany Tafuri ARÊAS, Vilma (Org.). Cacaso Não quero prosa. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 1997. BANDEIRA, João (Org.). Arnaldo Antunes 40 Escritos. São Paulo: Iluminuras, 2000. FERNANDES JR, Antônio. Autoria, suporte e leitura na poesia de Arnaldo Antunes: Esboço de análise. Linguagem – Estudos e Pesquisas, Catalão, vol. 6-7, p. 30-41, 2005. FERREIRA, Valéria Rosito. 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Acesso em 24fev.2013. i Possui graduação em Letras - Português (2011), especialização em Ensino de Língua Portuguesa (2012) e faz parte do Programa de Pós-Graduação em Letras/Estudos Literários/Mestrado pela Universidade Federal de Juiz de Fora, instituição da qual é servidor desde 2009 – Assistente em Administração. Tem experiência na área de Letras, com ênfase em ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA. Publicou, em 2008, com apoio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura Murilo Mendes, do Município de Juiz de Fora, o livro de poemas “Vertigens do tempo” o qual recebeu o prêmio de Melhor Livro Estrangeiro de Poesia Jovem da Accademia Internazionale “IL Convívio” Castiglione di Sicília (CT) – Itália. Em 2010, novamente com o apoio daquela Lei, publicou, junto aos amigos Alexandre Vieira e Carolina Fellet, o livro de contos “III em Contos”. Naquele ano, em edição do autor, publicou o volume de poemas (Quebrando) Objetos inúteis pelo selo VirtualBooks. Incentivado por aquela Lei de Incentivo à Cultura, em 2012 publicou mais um livro de poemas: Gagueira da alma. É membro correspondente da Academia de Artes Ciências e Letras da Ilha de Paquetá (AACLIP) desde o segundo semestre de 2012. Revista Diálogos 11 – Abr/Mai 2014 20